No dia em que Maduro mata mais três, chanceleres da Unasul, inclusive o do Brasil, expressam seu apoio ao ditador. Podemos nos i
No dia em que Maduro mata mais três, chanceleres da Unasul, inclusive o do Brasil, expressam seu apoio ao ditador. Podemos nos indignar, mas não nos surpreender!
Os ministros de Relações Exteriores da América do Sul se reuniram ontem, no Chile, para tratar da crise na Venezuela. Antevi aqui que seria um fracasso e que o encontro só serviria para reforçar a posição do ditador Nicolás Maduro. E o que temos?
Um fiasco! E a reunião só serviu para reforçar a posição do ditador Nicolás Maduro. Mais uma vez!
Sobre os cadáveres, a reunião da vergonha: chanceleres da Unasul e a conversa mole de sempre
A Unasul, que é a entidade que reúne os países da América do Sul, produziu um documento vergonhoso — que, não por acaso, foi aplaudido pelo governo venezuelano. No dia em que mais três pessoas foram assassinadas em protestos, o texto assinado pelos chanceleres é de uma pusilanimidade espantosa. E, claro!, lá está o nome do Brasil.
Não tenho mérito nenhum em ter adivinhado o que iria acontecer. É que essa gente é ruim e previsível demais!
A primeira indignidade do texto está em repudiar a onda de violência que toma conta da Venezuela. É patente que a crítica é dirigida aos oposicionistas e aos estudantes, como se a brutalidade essencial não partisse das forças de repressão e das milícias bolivarianas — sobre as quais não há uma miserável palavra. Num trecho asqueroso, o texto expressa condolências e solidariedade “às famílias das vítimas, ao povo e ao governo democraticamente eleito dessa nação irmã”. Até os termos são copiados da nota absurda do Mercosul, que foi redigida pela Venezuela.
Cinicamente, num país em que a oposição não tem acesso aos meios de comunicação; em que lideranças de oposição estão presas por crimes de opinião; em que o Judiciário usa a legislação criminal para perseguir adversários do regime, os chanceleres pregam o respeito aos direitos humanos e ao estado de direito, dando a entender ser esse um compromisso do governo.
A nota, imaginem vocês!, apoia o que chama “esforços do governo” para conversar com todas as forças políticas do país. Quais esforços? Maduro mandou prender opositores.
Os ministros decidiram criar uma comissão para, então, promover esse tal diálogo. O que isso significa na prática? Ninguém sabe. Nesta quarta-feira, com a demonstração de apoio dos chanceleres, Maduro aproveitou para fazer novas ameaças. Disse que vai endurecer o combate aos protestos.
A nota tem ainda a desfaçatez de expressar a sua preocupação diante de alguma ameaça à independência e à soberania da Venezuela. Trata-se, obviamente, de um recado oblíquo e delinquente aos EUA, que andaram manifestando, de forma muito modesta, sua preocupação com o que se passa no país tiranizado por Nicolás Maduro e suas milícias. Qual é, afinal de contas, a ameaça que paira sobre o país? Nenhuma!
Ah, sim: Lula mandou uma carta a Maduro em que exalta as conquistas do chavismo e recomenda ao presidente que dialogue com a oposição. De quais conquistas Lula fala? Vai ver se refere ao fato de que a economia do país está falida.
A Unasul reúne Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela. Oito, desses 12, são governados por esquerdistas. Esperar o quê? Ao longo da história, em nome de sua causa, os socialistas mataram bem mais de 100 milhões de pessoas. É evidente que não estão dando a menor pelota para os 25 cadáveres produzidos por Nicolás Maduro. Isso, na conta dessa gente, é troco de pinga.
Leiam a íntegra da declaração
Conselho de Ministros de Relações Exteriores da Unasul, em sessão especial em Santiago de Chile:
Reiterando a Declaração da Unasul de 16 de fevereiro de 2014 sobre a situação na República Bolivariana da Venezuela, em que manifesta a sua forte oposição à recente onda de violência e expressa as suas condolências e solidariedade às famílias das vítimas, ao povo e ao governo democraticamente eleito dessa nação irmã.;
afirmando respeito ao Direitos Humanos e liberdades fundamentais — incluindo a liberdade de expressão, de reunião pacífica e de ir e vir, saúde e educação — como essencial para o processo de condições de integração sul-americana;
exortando todas as forças políticas e sociais do país a privilegiar o diálogo democrático e constitucional e a concórdia, reafirmando que qualquer demanda deve ser encaminhada de forma pacífica, pela via democrática, respeitando-se o Estado de Direito e as suas instituições,
Resolve:
1. Respaldar os esforços do governo da República Bolivariana da Venezuela para promover um diálogo entre o governo, todas as forças políticas e atores sociais com a finalidade de chegar a um acordo que contribua para o entendimento e a paz social;
2. Nomear, a pedido do governo da República Bolivariana da Venezuela, uma comissão, integrada por ministros da Relações Exteriores dos países da Unsaul, para que, em seu nome, acompanhe, apoie e assessore um diálogo político amplo e construtivo, orientado para a recuperar a convivência pacífica na Venezuela, considerando a Conferência Nacional de Paz;
3. instruir a presidência pro tempore da Unasul para organizar, em coordenação com os estados-membros, os trabalhos da Comissão de Ministros das Relações Exteriores, cujo primeiro encontro deverá ocorre, no máximo, até a primeira semana de abril;
4. Solicitar á Comissão de Ministros das Relações Exteriores que informe suas atividade ao Conselho de Ministros da Unasul,por intermédio da presidência pro tempore, o mais rapidamente possível;
5. Expressar nossa preocupação diante de qualquer ameaça à independência e á soberania da República Bolivariana da Venezuela.
Santiago de Chile, 12 de março de 2014
Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru Suriname, Uruguai e Venezuela
Uma perigosa subversiva faz uma pergunta, armada com uma cartolina
Por Reinaldo Azevedo
Maduro mata o 22º manifestante, e Dilma diz a 367ª besteira. Ou: Por que ela, ao menos, não fica calada?
A delinquência política fez mais um morto na Venezuela, o 22º desde o início dos protestos, e serviu para que a presidente Dilma Rousseff, lá no Chile — onde estava para a posse de Michele Bachelet — dissesse mais uma besteira, a 367ª, sobre política externa. É tudo de estarrecer. Segundo relato do jornal El Universal, Daniel Tinoco, um estudante de 24 anos, estava num grupo de jovens que se organizava para participar de uma manifestação em San Cristobal. Chegou, então, um grupo de motoqueiros armados atirando. Ele levou um tiro no peito, foi hospitalizado e morreu. Outros dois estão feridos. Esses motoqueiros integram as milícias bolivarianas, que recebem armas do próprio governo. No aniversário de um ano da morte de Chávez, o ditador Nicolás Maduro as convocou a enfrentar nas ruas os manifestantes, repetindo uma frase de Chávez: “candelita que se prenda, candelita que se apaga”. Ou: chama que se acende, chama que se apaga. Ou por outra: é pra matar quem ousar protestar.
O Brasil votou contra o envio de observadores da OEA à Venezuela. A situação do país deve ser debatida nesta quarta por chanceleres da Unasul, aquela estrovenga inventada por Chávez e Lula para, em tese, mediar os conflitos na América do Sul. Como se nota, tenta-se minimizar o tamanho do problema. Um governo incita milícias armadas a sair matando os que protestam, e os chanceleres é que vão se reunir. Os chefes de estado farão de conta que nada de grave acontece… Já dá para adivinhar o que vai acontecer num grupo que reúne representantes da Argentina, da própria Venezuela, do Brasil, do Uruguai, do Peru, da Bolívia — todos sob a gestão de partidos de esquerda. A partir de hoje, o Chile também está na rede dos companheiros. Vale dizer: Maduro continuará matando — enquanto, ao menos, não for pendurado pelos pés em praça pública, como aconteceu com Mussolini.
O governo da Venezuela matou o 22º, e Dilma disse a 367ª besteira a respeito da política externa do Brasil. Indagada sobre a situação da Venezuela, saiu-se com o seguinte disparate: “Vocês vejam que no caso do presidente Lugo [Fernando Lugo, do Paraguai, que sofreu impeachment em 2012] houve um momento de estresse, hoje perfeitamente superado com a perfeita inclusão do novo presidente, eleito democraticamente, Horacio Cartes”.
Eu poderia achar que é má-fé, mas uma presidente que diz em Bruxelas que Manaus é a capital da Amazônia e que a natureza planta árvores pode apenas estar dando testemunho de uma brutal ignorância. É a hipótese virtuosa. Fernando Lugo foi deposto pelo Congresso paraguaio, segundo as regras da Constituição do país. Não houve a menor ilegalidade. Não houve rompimento da ordem. O governo Dilma, sim, é que teve uma atitude indecente, suspendendo, com o apoio da Argentina, o país do Mercosul e aproveitando justamente para abrigar a Venezuela, do governo já então assassino de Chávez — e que continua a matar o povo por intermédio de Maduro.
A decisão foi politicamente criminosa, além de ilegal. Ao suspender o Paraguai e admitir a entrada da Venezuela no Mercosul, Dilma e Cristina Kirchner rasgaram o Tratado de Ushuaia, que exige que os países membros do Mercosul sejam democracias. Dilma fez precisamente o contrário: expulsou uma democracia e abrigou uma ditadura.
Dilma poderia, ao menos, fazer o favor de ficar calada.
Por Reinaldo Azevedo
Dois inquéritos da Polícia Federal apuram ações suspeitas na Petrobras
Estão agora em curso dois inquéritos investigando a Petrobras. Um deles apura a suspeita de que funcionários da empresa receberam propina da fornecedora holandesa SBM Offshore, conforme reportagem publicada pela VEJA. Relato de ex-funcionário da SBM fala em pagamento de US$ 139,2 milhões. O outro trata de um caso ainda mais cabeludo, que já resumi aqui para vocês. Relembro.
1: Em janeiro de 2005, a empresa belga Astra Oil comprou uma refinaria americana chamada Pasadena Refining System Inc. por irrisórios US$ 42,5 milhões. Por que tão barata? Porque era considerada ultrapassada e pequena para os padrões americanos.
2: ATENÇÃO PARA A MÁGICA – No ano seguinte, com aquele mico na mão, os belgas encontraram pela frente a generosidade brasileira e venderam 50% das ações para a Petrobras. Sabem por quanto? Por US$ 360 milhões! Vocês entenderam direitinho: aquilo que os belgas haviam comprado por US$ 22,5 milhões (a metade da refinaria velha) foi repassado aos “brasileiros bonzinhos” por US$ 360 milhões: 1.500% de valorização em um aninho. A Astra sabia que não é todo dia que se encontram brasileiros tão generosos pela frente e comemorou: “Foi um triunfo financeiro acima de qualquer expectativa razoável.”
3: Um dado importante: o homem dos belgas que negociou com a Petrobras é Alberto Feilhaber, um brasileiro. Que bom! Mais do que isso: ele havia sido funcionário da Petrobras por 20 anos e se transferiu para o escritório da Astra nos EUA. Quem preparou o papelório para o negócio foi Nestor Cerveró, à frente da área internacional da Petrobras. Veja viu a documentação. Fica evidente o objetivo de privilegiar os belgas em detrimento dos interesses brasileiros. Cerveró é agora diretor financeiro da BR Distribuidora.
4: A Pasadena Refining System Inc., cuja metade a Petrobras comprou dos belgas a preço de ouro, vejam vocês!, não tinha capacidade para refinar o petróleo brasileiro, considerado pesado. Para tanto, seria preciso um investimento de mais US$ 1,5 bilhão! Belgas e brasileiros dividiriam a conta, a menos que…
5: A menos que se desentendessem! Nesse caso, a Petrobras se comprometia a comprar a metade dos belgas — aos quais havia prometido uma remuneração de 6,9% ao ano, mesmo em um cenário de prejuízo!!!
6: E não é que o desentendimento aconteceu??? Sem acordo, os belgas decidiram executar o contrato e pediram pela sua parte, prestem atenção, outros US$ 700 milhões. Ulalá! Isso foi em 2008. Lembrem-se de que a estrovenga inteira lhes havia custado apenas US$ 45 milhões! Já haviam passado metade do mico adiante por US$ 360 milhões e pediam mais US$ 700 milhões pela outra. Não é todo dia que aparecem ou otários ou malandros, certo?
7: É aí que entra a então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, então presidente do Conselho de Administração da Petrobras. Ela acusou o absurdo da operação e deu uma esculhambada em Gabrielli numa reunião. DEPOIS NUNCA MAIS TOCOU NO ASSUNTO.
8: A Petrobras se negou a pagar, e os belgas foram à Justiça americana, que leva a sério a máxima do “pacta sunt servanda”. Execute-se o contrato. A Petrobras teve de pagar, sim, em junho deste ano, não mais US$ 700 milhões, mas US$ 839 milhões!!!
9: Depois de tomar na cabeça, a Petrobras decidiu se livrar de uma refinaria velha, que, ademais, não serve para processar o petróleo brasileiro. Foi ao mercado. Recebeu uma única proposta, da multinacional americana Valero. O grupo topa pagar pela sucata toda US$ 180 milhões.
10: Isto mesmo: a Petrobras comprou metade da Pasadena em 2006 por US$ 365 milhões; foi obrigada pela Justiça a ficar com a outra metade por US$ 839 milhões e, agora, se quiser se livrar do prejuízo operacional continuado, terá de se contentar com US$ 180 milhões. Trata-se de um dos milagres da gestão Gabrielli: como transformar US$ 1,204 bilhão em US$ 180 milhões; como reduzir um investimento à sua (quase) sétima parte.
11: Graça Foster, a atual presidente, não sabe o que fazer. Se realizar o negócio, e só tem uma proposta, terá de incorporar um espeto de mais de US$ 1 bilhão.
12: Diz o procurador do TCU Marinus Marsico: “Tudo indica que a Petrobras fez concessões atípicas à Astra. Isso aconteceu em pleno ano eleitoral”.
13: Dilma, reitero, botou Gabrielli pra correr. Mas nunca mais tocou no assunto.
Por Reinaldo Azevedo
Com 17 anos e 364 dias, “ele” matou uma garota de 14 com um tiro no olho, filmou tudo e passou o vídeo a amigos e rivais para mostrar quem manda. Estará na rua, com a ficha limpa, antes dos 21, pronto para trabalhar num jardim de infância
Yorrally, 14, morta com tiro no olho. Seu assassino logo estará nas ruas
Pois é…
Eu vou aqui dar uma porrada no Estatuto da Criança e do Adolescente, o tão adorado ECA. Não só isso. Vou criticar também a inimputabilidade penal para menores de 18 anos. Segundo o radar dos estúpidos, isso faz de mim um homem reacionário e de direita — sou da “direita liberal”, é claro!, mas não por isso. Logo, entende-se que progressistas são os defensores de dois documentos legais que garantem a impunidade. Mais: são poucos os países que estabelecem a maioridade penal aos 18 anos — isso me faz supor que até Cuba, então, é de direita, né? Por lá, a responsabilização penal começa aos 16. Em alguns países, não se estabelece um limite. Tudo depende do crime e das circunstâncias. É, obviamente, o certo. O que é preciso, aí sim, é ter instituições diversas para abrigar criminosos adultos e criminosos adolescentes ou jovens. Mas nem vou entrar nesses detalhes agora. O busílis é o seguinte.
UM DIA ANTES DE COMPLETAR 18 ANOS — sim, um dia antes! — um rapaz que mora no Distrito Federal deu um tiro no olho — sim, no olho — de sua ex-namorada, que tinha 14 anos. Ela morreu na hora. Mas fez mais do que isso: filmou o assassinato — sim, ele filmou — e enviou o vídeo a seus amigos —sim, ele enviou o vídeo a seus amigos. Vendo que Yorrally — sim, a garota se chamava Yorrally — não voltava, a mãe recorreu ao rastreador do celular e descobriu que ela tinha ido à casa do ex-namorado. Foi em busca da filha, mas o assassino disse que não sabia de nada — sim, ele negou o crime.
O que vai acontecer com essa flor de pessoa?
Bem, em primeiro lugar, estamos proibidos de divulgar o nome dele.
O ECA não deixa.
Também não podemos divulgar a cara dele.
O ECA não deixa.
Ele não pode ser julgado.
O ECA não deixa.
Ele não pode ficar “internado” por mais de três anos.
O ECA não deixa.
Quando ele sair, o crime não vai aparecer em sua ficha.
O ECA não deixa.
Tivesse matado a garota um dia depois, considerando-se o homicídio qualificado — motivo fútil; emboscada ou dissimulação, que impede a defesa — mais a apologia do ato criminoso e o vilipêndio de cadáver, pegaria fácil 35 anos de cadeia — a pena máxima a que alguém pode ser condenado no Brasil.
Mas, ora vejam!, ele é um desses bibelôs que as esquerdas do miolo mole adoram ninar no Brasil. A cada vez que o debate sobre a maioridade penal aparece, acusam-se os defensores da redução da idade de “histéricos”; os mais cretinos afirmam, cheios de pompa, que não se “pode legislar com emoção”. Em ditaduras sanguinolentas como o Japão e a Alemanha, a responsabilidade criminal começa aos… 14 anos! Em tiranias como a Austrália, começa aos 10. Na Grã-Bretanha, não existe uma idade de corte: depende do crime e da consciência que tinha a pessoa de que o estava cometendo. Na Finlândia, na Suécia e na Dinamarca, nações notórias pela baixa qualidade de vida que oferece a seus cidadãos, não é?, a responsabilização começa aos 15.
As punições são as mesmas aplicadas aos adultos? Não! Uma coisa é certa: um canalha — ou psicopata — como esse não comete tal enormidade e sai depois com a ficha limpa. Esse tal aí, depois de cumprida a “medida sócio-educativa”, pode ser guarda de jardim de infância se quiser. E ninguém jamais saberá.
Fundo do poço
O rapaz teria matado a ex-namorada em razão de uma briga de gangues. Ela teria começado a namorar com um seu rival e, segundo a sua versão, o estaria difamando. Daí a vingança e o envio do vídeo: para advertir os adversários — tudo indica que há tráfico de drogas na história — sobre as consequências. Vale dizer: deu um tiro no olho da garota para mostrar que é poderoso e corajoso…
Como sempre se pode descer um pouco mais, o atual namorado de Yorrally não teve dúvida: postou no Facebook um frame do filme feito pelo assassino em que a garota aparece morta, estendida no chão. Mas foi carinhoso, sabem? Junto com a imagem, publicou a seguinte mensagem: “Descanse em paz amoor, vai com Deus”.
Deus?
Ele não se escondeu. Foi escondido.
Por Reinaldo Azevedo
Aplaudo Cunha até a hora de vaiá-lo. Ou: Por enquanto, 13 a zero para ele!
Estou aqui quase a aplaudir de pé o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ). Segundo o pelotão de fuzilamento montado pelo Palácio do Planalto, integrado por alguns jornalistas e por certo colunismo, ele é o culpado de tudo. Culpado de quê? Dez ministros foram convidados a se explicar aos deputados sobre as suas ações — em quatro dos casos, há mesmo convocação; eles são obrigados a ir. Nos outros seis, foram feitos “convites”. Politicamente, não dá para fugir. Sempre que o Executivo é chamado a se explicar ao Legislativo, o Brasil sai ganhando.
Ao afirmar que estou aplaudindo Cunha de pé, é claro que recorro a uma ironia, que nem sempre é bem entendida por aqueles que não obtiveram do destino a melhor proporção cérebro-orelhas. É que há dias venho afirmando aqui que o confronto do PMDB com Dilma faz ao país mais bem do que mal. Aí alguém objeta: “Daqui a pouco, o governo faz um acordo com o PMDB e dá o que Cunha está querendo, e isso tudo passa”. Ok. Quando isso acontecer, aí eu vaio Cunha, também de pé. O papel de um jornalista não é ajudar um governo a governar. Há pessoas que são eleitas para isso. Há auxiliares que são pagos para isso.
O que sei é que, desde que o governo entendeu que poderia levar Cunha para as cordas, já se aprovou uma comissão para acompanhar a investigação de eventuais falcatruas na Petrobras e já se convocaram para falar os seguintes ministros: Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência), Jorge Hage (Controladoria-Geral da União), Manoel Dias (Trabalho) e Aguinaldo Ribeiro (Cidades). Seis outros estão convidados: Arthur Chioro (Saúde), Marco Antonio Raupp (Ciência e Tecnologia), Paulo Bernardo (Comunicação), Francisco José Coelho Teixeira (Integração Nacional), Moreira Franco (Secretaria de Aviação Civil) e Aldo Rebelo (Esporte). Soma-se ao grupo a presidente da Petrobras, Graça Foster. Aprovou-se ainda o convite ao Ministério das Minas e Energia. Quem vai falar sobre o risco de apagão é o secretário-executivo Márcio Pereira Zimmermann.
Tuma Jr.
E a turma não parou por aí. Aprovou também o convite para ouvir Tuma Jr., ex-secretário nacional de Justiça, que escreveu o livro “Assassinato de Reputações”. Segundo acusa, enquanto esteve no cargo, recebeu ordens para fabricar e esquentar dossiês contra adversários do PT. Um de seus principais alvos é Gilberto Carvalho, que foi convocado por duas comissões: a de Fiscalização Financeira e Controle e também a da Segurança. Num caso, terá de falar sobre a suspeita de repasses irregulares de verbas a ONGs; no outro, sobre o financiamento oficial a atos do MST — inclusive a pancadaria promovida em Brasília.
O governo chegou a investir na desmobilização do chamado blocão, cooptando o PDT e PP. Como consequência, os dois partidos tiveram convocados seus respectivos ministros: Manoel Dias, do Trabalho, e Aguinaldo Ribeiro, das Cidades.
Considerando a comissão que vai acompanhar a investigação da Petrobras e a convocação ou convite que alcançam 10 ministros, mais Graça Foster e Tuma Jr., o placar da luta entre o Palácio do Planalto e o líder do PMDB é de 13 a zero para Cunha.
Por Reinaldo Azevedo
PMDB fortalece Cunha e agrava crise com o governo
Por Marcela Mattos, na VEJA.com. Volto no próximo post.
A presidente Dilma Rousseff até tentou desconversar, afirmando que o “PMDB só lhe dá alegrias”, mas a queda de braço com os deputados do partido aliado atingiu o ápice da crise nesta terça-feira. Após três horas reunida, a bancada peemedebista assinou um documento em defesa do líder da sigla na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), que também recebeu hoje o apoio do chamado “blocão”, que reúne oito legendas e mais de 240 parlamentares. Não foi só: paralelamente, no mais duro ato – e preocupante para o Palácio do Planalto –, os deputados do PMDB recolheram assinaturas de onze diretórios estaduais do partido para antecipar a Convenção Nacional e tentar derrubar o apoio formal à reeleição de Dilma.
A crise de Dilma com o PMDB, de longe a pior que ela enfrenta no Congresso, é resultado de uma sucessão de embates travados com os deputados, quase sempre tendo Eduardo Cunha pela frente. Líder da bancada, com trânsito em outras legendas e respeito do chamado “baixo clero” (grupo de deputados que não exerce papel de destaque nas articulações políticas), Cunha não aceita a pauta de votações apresentada pelo governo, especialmente o Marco Civil da Internet. Outra votação incômoda é um requerimento para criar uma comissão para investigar denúncias de pagamento de propina para a Petrobras.
Ele também é porta-voz de uma bancada que reivindica a indicação de um ministro, à revelia dos interesses de Dilma, que tenta usar a nomeação para o ministério como moeda de troca na montagem dos palanques regionais. A sigla comanda hoje cinco pastas – Agricultura, Minas e Energia, Previdência, Turismo e Aviação Civil –, mas a bancada de deputados não se sente representada. Nesta terça-feira, o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) negou o convite para assumir o Turismo. Antes, o Palácio do Planalto havia tentado dar a pasta da Integração Nacional para o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE). Nos dois casos, palanques estaduais unificados e sem atrito a favor de Dilma nas eleições estavam em jogo: Eunício será adversário do Pros, legenda dos irmãos Cid e Ciro Gomes, no Ceará; Já o irmão de Vital, Veneziano, concorrerá ao governo contra o atual ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, do PP.
Na moção em favor de Cunha, os parlamentares afirmam que as agressões sofridas pelo líder “extrapolam o patamar da civilidade, sobretudo nas relações políticas”. “Os ataques ao nosso líder são ataques ao PMDB”, diz o texto, que leva a assinatura de toda a bancada, a segunda maior da Câmara – 75 cadeiras. Também defenderam, em nota, a convocação de reunião da Executiva Nacional para discutir a atual crise política, “com vistas a reavaliar a qualidade da aliança com o PT e adotar providências visando o fortalecimento do PMDB”.
Por fim, a bancada decidiu se declarar independente nas votações na Câmara e definir Cunha como o único interlocutor do PMDB na Câmara – um claro sinal de insatisfação com o vice-presidente, Michel Temer, designado por Dilma para a missão de tentar aplacar a crise. “Ele não poderia dizer que o partido está consolidado e fechado com a Dilma, pois não está”, criticou o deputado Leonardo Picciani (RJ). “Trata-se de dizer que se a presidente quiser conversar com a bancada, terá de ouvi-la”, completou Eduardo Cunha.
Blocão
O líder do PMDB na Câmara também saiu fortalecido dentro do chamado “blocão”. Representantes de sete partidos de base e um da oposição se reuniram nesta terça-feira e fizeram um ato em desagravo a Cunha. “Ele foi injustiçado e está sendo agredido de forma muito forte”, resumiu o líder do PTB, Jovair Arantes (PTB-GO). O blocão decidiu aprovar a convocação do ministro da Saúde, Arthur Chioro, para tratar do salário diferenciado pago a profissionais cubanos no programa Mais Médicos.
Por Reinaldo Azevedo
Cunha era mais forte do que imaginava Dilma; crise arranha Michel Temer, que sai enfraquecido do embate
Pois é… A prepotência de Dilma na relação com o PMDB acabou arranhando, e não foi pouco, até o vice-presidente da República, Michel Temer. Falei com um deputado peemedebista há pouco que, atenção!, nem é da turma do Eduardo Cunha (RJ), o líder do partido na Câmara; tem posições, digamos, um pouco mais à esquerda. E ele resumiu a coisa assim — na verdade, vou mudar um tantinho a declaração porque não é lá muito elegante: “O Michel não manda nem na empregada dele; na bancada da Câmara, então…”. A coisa pode não ser bem assim, e acho que o vice tem, sim, autoridade sobre a empregada. Já sobre a bancada do PMDB…
O manifesto assinado pelos deputados (ver post anterior) evidencia que é, como diria Lula antes de ficar sabido, “menas verdade” essa história de que Cunha fala apenas em seu próprio nome e não lidera ninguém. Não creio que o movimento em curso resulte em rompimento; maioria, para isso, não existe, mas o descontentamento é maior do que nunca. “Ah, olhem o Reinaldo dando piscadelas para o Eduardo Cunha!” Eu não!!! Ele é aliado, tecnicamente ao menos, de Dilma e do PT. Mas é fato que o petismo precisa parar com essa prática de pôr na boca do sapo qualquer um que ouse contestar seus altos desígnios.
Cunha não presta, representa o mau PMDB e é prejudicial à política, como querem os petistas??? Ora, eles que tomem, então, a inciativa de romper a aliança com o PMDB e que digam: “Ah, com essa gente, nós não queremos governar. Somos os bacanas, somos os éticos, somos aqueles que não fazem trocas políticas indecorosas”. Mas não fazem??? Os petisteiros poderiam, então, lançar um manifesto à nação em nome da ética na política — depois eles vão visitar Delúbio Soares, José Dirceu e João Paulo na cadeia. Sem essa! Eduardo Cunha deve ser jogado no colo do PT, não no meu. Eles é que são aliados.
Uma coisa é certa: o desdém com que os petistas e o Planalto tentaram tratar o deputado acabou saindo pela culatra. Ele só mobiliza o “baixo clero”, como andam a espalhar. Pois é… Então toda a bancada peemedebista na Câmara é baixo clero; então os mais de 250 deputados do tal “blocão”, quase metade da casa, são baixo clero. A confusão se estendeu ao Senado: Eunício Oliveira (CE) vai disputar o governo do Ceará e pronto! Há, sim, uma possibilidade de desbancar a família Gomes, que concorre à reeleição com Cid. Vital do Rego (PB) não aceitou o ministério que Dilma quis lhe dar. Pior: 11 diretórios do PMDB pedem antecipação da convocação da convenção com o ânimo de romper a aliança.
No Chile, onde Dilma disse a 367ª bobagem sobre política externa, uma tontice política também escapou. Segundo a presidente, o PMDB só lhe dá alegrias. A ser assim, então existem muitos motivos para comemorar, não é? Os peemedebistas se juntaram à oposição e aprovaram a convocação de Arthur Chioro, o ministro apaixonado, para falar sobre o salário miserável pago os semiescravos cubanos.
Os petistas querem que a imprensa lhes faça o favor de bater em Cunha em lugar deles para que o PT possa negociar a paz com Michel Temer. Já falei muitas vezes quando quis e quando achei que era o caso. Num Parlamento em que pertencem à oposição apenas 15% dos deputados e 19% dos senadores, um pouco de tensão não há de fazer mal nenhum, não é?
Parece que os peemedebistas estão dispostos até a investigar eventuais falcatruas na Petrobras. Tomara que os dois partidos não façam as pazes antes disso. Vai que saia um acordo, e um monte de sujeira acabe debaixo do tapete. Repito: o país ganha quando os dois partidos brigam; só perde quando eles se unem.
Por Reinaldo Azevedo
Assim falou o Zaratustra de Higienópolis, imitando o mestre do Kung Fu: “Melhor o PMDB brigando com o PT, Gafanhoto! A Petrobras agradece!”
Viram só? Acreditem em mim. Assim falou o Zaratustra de Higienópolis, com aquela inflexão do mestre de David Carradine no “Kung Fu” da minha infância: “Quando o PMDB e o PT brigam, Gafanhoto, o Brasil e a transparência podem ser ganhando”. Assim, quando eu achar, por minha conta, que devo pegar no pé do Eduardo Cunha — como já fiz tantas vezes (o arquivo está aí) —, eu pego. Para fazer um favor aos petistas? Ah, isso é que não!
Leio na VEJA.com:
“Com o apoio da base governista, a Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira a criação da comissão para acompanhar de perto as investigações sobre recebimento de propina da Petrobras. Ao longo de todo o dia, o governo articulou para evitar a aprovação da proposta, mas, graças ao apoio de parte do chamado “blocão”, formado por deputados insatisfeitos com a presidente Dilma Rousseff, e da investida do PMDB – o maior aliado ao Palácio do Planalto –, a proposta inicialmente encampada pela oposição foi aprovada por 267 votos favoráveis (dez a mais que o mínimo), 28 contrários e 15 abstenções.”
Como se nota, não só há mais votos do que os supostos 250 do blocão como deixaram de votar 203 deputados. Digam-me cá: onde estavam os 87 deputados do PT? Nem eles apareceram?
Um grupo de parlamentares vai à Holanda investigar a denúncia de que funcionários e intermediários da Petrobras receberam US$ 30 milhões entre 2007 e 2011 para favorecer contratos com a empresa holandesa SBM Offshore. O esquema, relatado por um ex-funcionário do escritório da SBM em Mônaco, movimentou mais de US$ 250 milhões em pagamento de propina. Convenham: isso é o mínimo que deve ser investigado na estatal, a principal vítima e o emblema de todos os desacertos do petismo. Mas que se volte ao principal.
A reportagem da VEJA informa que o governo está atuando e que o blocão emite sinais de arrefecimento. Pode ser. Aloizio Mercadante, ministro da Casa Civil, entrou em campo para tentar conquistar os votos do PDT (18) e do PROS (21). Será que adiantou? Juntos, os dois partidos têm 39 deputados — houve apenas 28 votos contrários.
Seja como for, a comissão está criada. Se funcionar, melhor para a Petrobras.
(Por Reinaldo Azevedo)
Cracolândia, Rocinha, Alemão: O estímulo à desordem começa a render frutos. E vai piorar!
Homens da Guarda Civil Metropolitana prenderam duas mulheres nesta terça, acusadas de tráfico. Foram cercados pelos frequentadores do local e agredidos. Tiveram de recorrer a bombas de gás lacrimogênio. As viaturas foram depredadas. Leio na Folha a “explicação” dada por Sidnei Calixto, que participou da agressão: “Eles [os guardas] partiram pra para cima sem a gente fazer nada. Passaram o meio da multidão com o carro e depois prenderam um usuária. O povo ficou revoltado e começou a jogar pedra neles”.
Entendi. A “agressão” inicial dos guardas metropolitanos foi deter uma “usuária” — e o usuário, como se sabe, pode tudo hoje em dia — e “passar com o carro no meio da multidão”. Não pode! Afinal, o prefeito Fernando Haddad decidiu que aquela é uma área livre para o consumo de droga, certo? Mais do que isso: ele passou a financiar, na prática, o vício de uma parte dos frequentadores da Cracolândia; ele os estatizou. Como é a que a Guarda Civil Metropolitana ousa fazer o seu serviço?
Em janeiro, uma equipe do Denarc prendeu um traficante na Cracolândia. Os policiais foram atacados pelos frequentadores. Houve confronto. Fernando Haddad e o secretário municipal de Segurança Pública, Roberto Porto, que é chefe da GCM, tiveram a cara-de-pau de criticar a polícia. Mais: o Ministério Público Estadual decidiu investigar a operação. Ao reagir daquele modo, a Prefeitura decretava que a Cracolândia é intocável e que ali a polícia só entra com ordem daquilo que o tal Calixto chama “povo”.
Alemão
Moradores do Complexo do Alemão, no Rio, interditaram ontem um dos acessos ao local, meteram fogo em lixeiras e entulhos e ameaçaram explodir um caminhão de combustíveis. Era um protesto da “comunidade” — é assim que se fala em carioquês politicamente correto — contra a prisão de dois moradores, de um grupo de seis pessoas, suspeitas de participar da execução de policiais ligados às UPPs.
Vejam bem: leio na Folha que a confusão começou quando um dos “manifestantes” atirou para o alto. Entendo. Quando ele não aguenta mais de vontade de se manifestar — assim como quem tem a urgência de expelir um borborigmo —, saca a pistola e atira. O sujeito fugiu, com o auxílio da…comunidade!!!
Rocinha
No JN, vi imagens de policiais da UPP da Rocinha sendo humilhados e intimidados por “moradores”. Ninguém escondia a cara, não, entenderam? Um dele meteu o porrete no vidro da viatura, estilhaçando-o… É a comunidade!
Por alguma razão que escapa a qualquer entendimento racional, lógico e historicamente informado sobre, como posso chamar?, o progresso das sociedades e o processo de civilização, os nossos “pensadores” veem em manifestações dessa natureza uma espécie de grito dos oprimidos em busca da libertação.
Isso é só degradação da ordem. Não conduz à libertação dos oprimidos coisa nenhuma! Ao contrário: coisas assim oprimem os que, sendo moradores do Centro de São Paulo, se tornam reféns de traficantes e consumidores de crack e, sendo moradores da Rocinha e do Alemão, viram prisioneiros da bandidagem.
É impressionante o mal que essas novas esquerdas — que têm de ativas o que têm de ignorantes — fazem aos oprimidos em nome dos quais supostamente falam. E, sim, a imprensa é parte desse problema.
O crime conseguiu ganhar no Brasil o estatuto de revolta popular. Na origem, essa leitura, sem dúvida, tem uma marca: o PT, que representou a primeira grande degradação teórica do pensamento de esquerda no Brasil (ignoro a fase terrorista). Agora, a bandeira está sendo tomada pelo PSOL, que é o esquerdismo na fase do hospício.
Por Reinaldo Azevedo
Você já tinha até comprado o Anapyon para preparar a garganta para vaiar Dilma? Esqueça! Ela não vai discursar na abertura da Copa! Guarde o gogó para gritar “gooolll” e deixe a vaia para as urnas
Vocês se lembram deste momento?
Pois é…
Já sei. Muitos de vocês já tinham até comprado Anapyon (ainda existe?) só para preparar o gogó e vaiar a Dilma Rousseff, presidente do Brasil, e o Joseph Blatter, presidente na Fifa, na abertura da Copa, em São Paulo, e no encerramento, no Rio? Podem esquecer! Não vai haver discursos. Mantenham a garganta limpa e higienizada para comemorar os gols da Seleção Brasileira e, espero eu, o título. Então só restou mesmo vaiar a Dilma nas urnas. Vocês sabem como.
Em entrevista à agência alemã DPA, Blatter falou sobre a sua decisão de suspender os discursos justamente ao comentar as vaias que ele e Dilma receberam na Copa das Confederações, em junho de 2013: “Não dá para saber o que vai acontecer [se haverá ou não protestos durante a Copa]. Não sou profeta. Estou convencido de que a situação se tranquilizou. Vamos fazer a cerimônia de uma maneira que não aconteça discursos”.
A Fifa tentou negar depois que a decisão tenha alguma relação com o risco de vaiais. Mas não é preciso ser muito bidu, não é?, para entender os motivos. Uma decisão como essa não é tomada sem uma avaliação objetiva da situação. E o risco de uma vaia estrepitosa certamente foi considerado altíssimo. Ainda que a entidade seja a dona do campeonato e decida quem fala e quem não fala, não se muda assim a cerimônia oficial sem um prévio entendimento com o Palácio do Planalto — que, claro, diz ignorar a decisão.
Uma sonora vaia em julho — a três meses da eleição — seria devastadora para a campanha eleitoral de Dilma. Haja, depois, horário eleitoral para tentar compensar o desagaste. Imaginem a audiência da cerimônia de abertura. E, no caso, meus caros, não tem barriga-me-dói, como se diz em Dois Córregos: é a vaia sair, ela tem de ir ao ar, com toda a sua convincente sonoridade.
Aliás, na era digital, com telões, celulares etc, a simples exibição da imagem de Dilma pode desencadear manifestações de, digamos, agravo. Mas é evidente que o desgaste é muito menor do que não conseguir falar. E a presidente não chega a ser, assim, um Rui Barbosa ou um Padre Vieira, que nunca perdiam o fio.
A Fifa diz que pode ainda rever a decisão. Claro que sim! É o tipo de coisa que pode ser decidida até minutos antes do evento. Tudo vai depender de como as coisas caminham até lá. Mas não há muitas razões para a população achar que a saúde, a educação, os transportes e a segurança pública atingiram, finalmente, o tal “Padrão Fifa”.
É impressionante o que conseguiu a incompetência gerencial do PT! Como já observei aqui, aquele que deveria ser o grande trunfo de Dilma neste 2014 está se mostrando uma das maiores pedras que ela tem no caminho. Sem a Copa do Mundo, ela estaria numa situação mais confortável. Lula achou que já tinha dado o pão e que complementaria a sua obra com o circo. A população, no entanto, começou a pedir um pão de mais qualidade. Não deixa de ser um avanço.
Por Reinaldo Azevedo
Reunião de Mantega com grandes irrita os pequenos e médios do setor
Por Raquel Landim e Cláudia Rolli, na Folha:
A reunião do ministro Guido Mantega (Fazenda) com grandes grupos brasileiros, marcada inicialmente para hoje em São Paulo e remarcada ontem à noite para amanhã, em Brasília, provocou revolta em parte da indústria. Para representantes de associações de classe, é preciso que o governo atenda também aos interesses das pequenas e médias empresas, que respondem por boa parte dos postos de trabalho. ”Esse é um governo que não ouve a pequena e média empresa”, afirmou à Folha José Velloso, presidente-executivo da Abimaq, que reúne os fabricantes de máquinas e equipamentos. “Já pedimos, mas a presidente Dilma não nos recebe.”
Mantega chamou para o encontro cerca de 20 grandes empresas. Juntas, elas faturaram mais de R$ 500 bilhões em 2012. A reunião faz parte da estratégia do governo de tentar melhorar as relações com o setor. Segundo Velloso, as empresas convidadas são todas multinacionais, que não enfrentam todos os problemas do “custo Brasil”, porque têm a opção de tomar crédito mais barato no exterior ou de importar insumos. Ele disse ainda que uma coalizão de 23 entidades de classe, que representam 54% do faturamento e 51% do emprego da indústria, pede desde novembro uma audiência com Dilma, sem sucesso. O tema do encontro seria a falta de competitividade da indústria e a deterioração da balança comercial.
(…)
Por Reinaldo Azevedo
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ARLINDO ALBRECHT Campo Alegre de Goiás - GO
Caro Dalzir,temos dois Dalzir aqui no Fala Produtor o numero 1 que todos aplaudem quando fala de conversão alimentar,custo de produção,logística e assume a responsabilidade quando orienta os produtores na venda da produção.O Dalzir numero(2)achando que todos que não concordam com as lambanças do seu querido FHC ou PSDB são pelegos!Sobre não responder questionamentos, sou pequeno produtor (240 ha)e nem sempre tenho tempo disponível pois estamos em plena colheita.Mas a pergunta que lhe fiz faz tempo e aguardo resposta é o da listinha das boas obras do FHC,para o bem da agricultura brasileira,por favor faça a lista!!
ARLINDO ALBRECHT Campo Alegre de Goiás - GO
"afinal nem sempre acertamos todas" A humildade do Dalzir é contagiante!!!!!
wilfredo belmonte fialho porto alegre - RS
Quando uma familia tem um ente querido "assassinado" e se este for um adolescente, esta familia recebe uma pena perpétua de saudade, de dor, de indignação e por mais que se viva dioturnamente irá se lembrar daquela pessoa que foi brutalmente retirada do convívio dos pais e familiares. Por mais que vivamos jamais esquecemos e, a indignação maior se deve ao fato de que o assassino por ser menor jamais receberá ou cumprirá uma pena da gravidade do crime que cometeu. O Congresso Nacional demostrou que poderia mudar esta situação e deu as costas para o anseio da população demonstrando uma falta de consciencia e responsabilidade pelo sofrimento de milhares de pais e mães que choram a perda de seus filhos.