CUT e PT protagonizam vexame histórico no Dia do Trabalho; latas, garrafas e bolas de papel impedem petistas de discursar

Publicado em 02/05/2014 09:40 e atualizado em 07/07/2014 12:55
por Reinaldo Azevedo, de veja.com.br

CUT e PT protagonizam vexame histórico no Dia do Trabalho; latas, garrafas e bolas de papel impedem petistas de discursar

Com medo de vaias, Alexandre Padilha não discursou no evento da CUT do Dia do Trabalhador Agência Estado Leia mais sobre esse assunto em https://oglobo.globo.com/pais/publico-vaia-petistas-atira-latas-durante-festa-da-cut-em-sp-12357967#ixzz30XbmZlpX  © 1996 - 2014. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.

Com medo de vaias, Alexandre Padilha não discursou no evento da CUT do Dia do Trabalhador  (Agência Estado)  

 

A CUT e o PT protagonizaram neste Dia do Trabalho um dos maiores vexames de sua história. Explico. O governo decidiu ser onipresente e participar, em São Paulo, tanto da festa promovida pela Força Sindical, na praça Campos de Bagatelle, na Zona Norte, como do chamado ato unificado, que juntou, no Vale do Anhangabaú, a CUT (Central Única dos Trabalhadores), a CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) e a CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros). Não custa lembrar: os eventos ocorreram um dia depois de a presidente Dilma Rousseff ter anunciado um reajuste de 10% no Bolsa Família e de 4,5% na tabela de correção do Imposto de Renda.

No ato da Força, os oposicionistas Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) foram aplaudidos. Os que tentaram defender o governo, como Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, foram impiedosamente vaiados. No evento liderado pela CUT, os petistas não conseguiram falar. O primeiro que se preparou para discursar foi o prefeito Fernando Haddad. Quando seu nome foi anunciado, começou uma chuva de latas, garrafas e bolas de papel, tudo temperado por muita vaia. Irritado, ele foi embora e não quis conversar nem com os jornalistas. O sindicalista e cutista Ricardo Berzoini, ministro da Casa Civil, passou pelo mesmo constrangimento. O senador Eduardo Suplicy e o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha limitaram-se a cumprimentar os presentes.

Chamo a atenção para os números: a Força reuniu 250 mil pessoas (embora tenha anunciando 1,5 milhão), e a CUT, 3 mil (embora tenha falado em 80 mil). Seja nos números superestimados dos organizadores, seja nos mais realistas, da PM, a diferença é gigantesca. Ainda que esses eventos de Primeiro de Maio tenham se transformado em grandes shows, o fato é que aquele promovido pelos que se opõem a Dilma foi bem mais concorrido. Por falar nela, as generosidades anunciadas no dia anterior não tiveram a menor importância para as pessoas presentes aos dois eventos. Ao ter seu nome pronunciado, Dilma foi ainda mais vaiada do que a companheirada.

Na manifestação organizada pela Força, Aécio criticou Dilma: “Ela foi ontem à televisão falando que quer dialogar com a classe trabalhadora e hoje está fechada no Palácio do Governo, não veio aqui olhar para vocês, explicar por que a inflação voltou, por que o crescimento sumiu e por que a decência anda em falta no atual governo”. Eduardo Campos emendou: “Vamos derrotar o inimigo nº 1 do trabalhador que é a inflação, o desemprego, a desindustrialização”.

Evento do 1º de Maio da Força Sindical: Paulinho da Força e Aécio Neves criticam a presidente Dilma Marcos Alves/Agência O Globo Leia mais sobre esse assunto em https://oglobo.globo.com/pais/ato-pelo-dia-do-trabalho-vira-palco-de-ataque-entre-oposicao-governo-12354959#ixzz30XbEEsNe  © 1996 - 2014. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.

Evento do 1º de Maio da Força Sindical: Paulinho da Força e Aécio Neves criticam a presidente Dilma Marcos Alves/Agência O Globo

Fora do tom
Quem ficou um pouco fora do tom foi o deputado Paulinho. Depois de pedir que os presentes mandassem uma banana para Dilma, disse: “Quem vai acabar no presídio da Papuda é ela porque quem roubou a Petrobras é ela, que era presidente do Conselho”. Ainda que isso seja pinto perto da violência institucional promovida por Dilma no dia anterior, quando usou a rede nacional de rádio e televisão para fazer campanha eleitoral, é o tipo de fala desnecessária. Aécio e Campos tinham sido contundentes o bastante, sem resvalar na grosseria. Alguém dirá que o sindicalista e político Lula já fez coisa muito pior. É verdade. Mas eu não tomo Lula como modelo do que se deve fazer em política.

E fora do tom também estão o governo e o petismo. Protagonizaram um vexame verdadeiramente histórico. As ruas não andam muito hospitaleiras com o oficialismo.

Texto publicado originalmente às 4h59

Por Reinaldo Azevedo

Tags: Dia do TrabalhoPT

 

PT pensa em pôr Lula para disputar o cargo em lugar de Dilma, mas informalmente

E Lula pode disputar a eleição em lugar de Dilma, mas informalmente!  O cargo de dono da candidata já não basta. Segundo informa Andréia Sadi na Folha, o Babalorixá de Banânia pode assumir a função de coordenador da campanha de Dilma à reeleição. Caso se efetive, o esforço atende a um duplo propósito: mitigaria o movimento “Volta Lula”, que, obviamente, incomoda a presidente e deixaria Lula ainda mais livre para atacar os adversários. Na prática, repetir-se-ia o que se viu em 2010: ele faria a campanha, e ela posaria de papagaio de pirata. Na disputa anterior, o então presidente afirmou que, quando alguém pusesse o “x” no nome de Dilma, estaria, na verdade, votando em Lula.

Os dois se encontram hoje em São Paulo. Segundo a apuração da Folha, devem discutir essa possibilidade, antes do início do encontro nacional do PT. É claro que Lula teria desde sempre um papel central na campanha. Com um cargo, no entanto, ficaria mais claro o seu empenho na reeleição da companheira. E é evidente que o chefão do PT disporia também de mais autonomia para falar em lugar dela — o que é sempre desagradável, não é? Para todos os efeitos, afinal, a presidente é ela, ainda que ele certamente não se conforme com isso.

Os dois participam nesta sexta da abertura do Encontro Nacional do PT, quando deverá haver manifestações explícitas de unidade. O evento servirá para confirmar Dilma como a candidata do partido à Presidência. A ala dilmista avalia que é preciso pôr um ponto final na boataria de que Lula pode lhe tomar o lugar.

Esse encontro também debaterá um documento de diretrizes que foi elaborado por Marco Aurélio Garcia. Referindo-se às oposições, diz o texto: “Sua paralisia é decorrência do caráter regressivo e reacionário das poucas propostas que têm apresentado. Não escondem a disposição de abandonar as políticas de emprego e de renda dos governos Lula e Dilma”. Num outro trecho, o documento sustenta que as críticas dos adversários à Petrobras e à Elotrobras são uma “nostálgica fidelidade às políticas privatistas que aplicaram no passado”.

Como se nota, parece que os petistas não tiveram nenhuma ideia nova nos últimos 12 anos que não seja acusar os adversários de quererem privatizar isso e aquilo, embora, como se sabe, Dilma tenha corrido desesperadamente para privatizar, ela sim, estradas e aeroportos.

O discurso, tudo indica, não está colando. E, por isso, pensam em substituir informalmente a candidatura de Dilma pela de Lula. No fim das contas, ele disputaria a Presidência, mas como coordenador… Aí será preciso combinar com o eleitor.

Texto publicado originalmente às 4h55

Por Reinaldo Azevedo

Tags: Eleições 2014PT

 

Os vivos e os mortos — meu artigo na Folha desta sexta

Duas mortes recentes demonstraram que, a depender do tema, a imprensa, na média, renuncia aos fatos e se deixa conduzir por uma espécie de ente superior, a ditar o que é “politicamente conveniente”. Eu passei a empregar essa expressão em lugar de “politicamente correto”. Não há nada de incorreto em ser correto. Não dá é para ser covarde ou para sufocar o fato com a ideologia.

 A Polícia ainda investiga as condições em que morreu o coronel Paulo Malhães, o homem que confessou ter torturado presos políticos e escondido corpos. Pareceu-me, em determinados momentos, que ele lutava para manter ainda colada ao cérebro a consciência fugidia. Lá estava o olhar de um mitômano sem presente e sem futuro, só com um passado terrível, posto na ribalta. Mas vocês sabem como é… A verdade não tem tempo para certas sutilezas, especialmente quando a história “certa” já foi contada e se buscam apenas personagens exemplares para encarnar os papéis do vilão e do mocinho. Malhães morreu, e alguns mistificadores tonitruaram: “Cuidado com a direita! Ela está de volta! Esmaguemos as suas muitas cabeças antes que sejamos esmagados”. Ou por outra: defenderam um paredão coletivo e preventivo em nome do bem! São as almas pias que tentam confundir, entre outras delicadezas, um liberal com um torturador.
(…)
Leia a íntegra aqui

Por Reinaldo Azevedo

 

Aécio diz, em entrevista exclusiva, que vai apresentar emenda à MP do IR garantindo correção da tabela pelo IPCA

Aécio, presidenciável do PSDB: correção da tabela na lei, não no oportunismo

Aécio, presidenciável do PSDB: correção da tabela na lei, não no oportunismo

Em entrevista ao programa Os Pingos nos Is“, que ancoro na Jovem Pan (todos os dias, entre 18h e 19h), o presidenciável Aécio Neves, do PSDB, afirmou: “Estou apresentando na segunda-feira uma emenda a essa Medida Provisória — a da presidente Dilma, que corrige a tabela do IR em 4,5% — garantindo pelos próximos cinco anos um reajuste na tabela do Imposto de Renda pelo índice inflacionário global, e não por uma parcela do índice inflacionário, corrigindo as perdas reais dos trabalhadores brasileiros e tirando esse tema da agenda política oportunista, como buscou fazer ontem (quarta) a presidente da República”. Ou seja, a tabela do IR seria reajustada segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

Na entrevista concedida ao programa, Aécio criticou a forma como Dilma tratou a questão: “Quando ela fala da correção da tabela do Imposto de Renda no seu pronunciamento, ela omite os percentuais desse reajuste”. E acrescentou: “Na verdade, ela propõe um reajuste de 4,5% para uma inflação de 6%”. Aécio parece desconfiar também dos reais motivos do anúncio da presidente: “O que eu vejo é que basta a oposição crescer um pouco nas pesquisas que começa a haver algumas bondades para os trabalhadores, e são bem-vindas, mas deveriam ser feitas com maior responsabilidade e falando a verdade”.

Aécio anunciou também que a oposição não vai se limitar a recorrer à Justiça Eleitoral contra o discurso de Dilma. Também devem recorrer ao Ministério Público com uma ação de improbidade administrativa. “Vamos recorrer na segunda-feira ao Ministério Público por improbidade, porque isso foi pago pelo nosso dinheiro e é inaceitável”, afirma o presidenciável tucano. “Nós assistimos à mais patética demonstração de descompromisso com a legalidade já praticada por um presidente da República nos últimos tempos”, afirmou ele.

O senador se refere à lei 8.429, que, no Inciso II do Artigo 10 diz ser improbidade administrativa “permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial” do estado sem a observância das formalidades legais. Foi exatamente o que Dilma fez ao recorrer à rede nacional de rádio e televisão para fazer campanha eleitoral.

Por Reinaldo Azevedo

Tags: Aécio Neves

 

Mensaleiro José Genoino volta para a Papuda

Por Laryssa Borges e Marcela Mattos, na VEJA.com:

Depois de mais de 160 dias em prisão domiciliar temporária e passagens pelo hospital, o ex-presidente do PT José Genoino (PT-SP) se apresentou nesta quinta-feira no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, para voltar a cumprir sua pena pela condenação no julgamento do mensalão. O petista foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a quatro anos e oito meses de detenção por corrupção ativa.

Genoino retornou à Papuda às 15 horas desta quinta, acompanhado do advogado Cláudio Alencar, e foi encaminhado para o Centro de Internamento e Reeducação (CIR), onde também cumpre pena o ex-ministro José Dirceu. A partir de 25 de agosto, Genoino terá direito à progressão de pena, podendo ser beneficiado com o regime aberto.

Presidente do PT quando o esquema do mensalão operava a todo vapor, Genoino teve a prisão decretada no dia 15 de novembro, mas passou mal na Papuda e recebeu autorização judicial para cumprir a pena temporariamente em casa. Inicialmente, ficou na casa de um amigo no Guará, região administrativa do Distrito Federal. Depois, alugou uma casa em um bairro de classe média de Brasília, onde estava até esta quinta-feira.

Na reta final do julgamento, a defesa do ex-presidente do PT apresentou uma série de pedidos para que o mensaleiro conseguisse autorização definitiva para ficar em prisão domiciliar. Genoino foi submetido a uma cirurgia cardíaca no ano passado e alega que necessita de condições especiais. Ele chegou a apresentar também um pedido de aposentadoria por invalidez na Câmara dos Deputados. Porém, apesar das sucessivas tentativas, juntas médicas de cardiologistas atestaram que ele não é portador de cardiopatia grave que justifique o benefício.

Na última segunda-feira, um laudo médico foi definitivo para que o presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, determinasse o retorno do petista para a Papuda. O documento assinado por quatro cardiologistas e cirurgiões do Hospital Universitário de Brasília (HUB) atestou que Genoino apresenta estado de saúde “estável” e sem gravidade.

Julgamento – Nas mais de 50 sessões plenárias que levaram à condenação dos mensaleiros, a defesa de Genoino tentou reiteradamente utilizar a biografia do réu e sua trajetória de luta contra a ditadura militar para tentar desmontar a acusação de corrupção. Um dos argumentos da defesa é que Genoino possui patrimônio modesto – cerca de 170.000 reais – e nunca enriqueceu com a política.

Porém, conforme lembrou apropriadamente a ministra Cármen Lúcia no julgamento no STF, a biografia dos mensaleiros não pode ser utilizada como escusa. “Não estamos julgando histórias, porque as histórias são feitas às vezes com desvios que seriam impensáveis de serem praticados em outras circunstâncias. Não estou julgando a história de pessoas que, em diversas outras ocasiões, tiveram vidas retas. A vida é como uma estrada. Às vezes, a gente anda mil quilômetros de maneira correta, num determinado momento pratica um acidente e acaba tendo de responder por isso”, disse ela. Ao final, Genoino acabou condenado por corrupção ativa pelo placar de nove votos a um. (…)

Por Reinaldo Azevedo

 

Ato liderado pela CUT tem culto ecumênico contra a mídia! É a voz dos demônios, que são uma legião

Que preguiça.

Leio em reportagem de Machado da Costa, na Folha, que, no evento do Dia do Trabalho promovido pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) e a CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), houve um ato, digamos, ecumênico contra a mídia!

É mesmo? Então vários deuses foram convocados contra a liberdade de imprensa? Que coisa asquerosa. Leiam trecho da reportagem. Volto em seguida.

(…)
No início das comemorações pelo dia do trabalhador, um ato inter-religioso foi organizado pelas centrais. Líderes de diversas crenças subiram ao palco e pregaram por seus deuses, contra a mídia. Aliás, esse foi o único consenso entre eles.

O umbandista Pai Cássio lembrou dos torturadores, anistiados durante o processo de redemocratização, cuja situação vem sendo questionada durante as investigações das Comissões estadual e nacional da Verdade. “A mídia, sempre mancomunada com a ditadura, se cala na questão da anistia a torturadores. Torturadores não podem ser perdoados, e a mídia se omite nessa questão até hoje”, avaliou.

Um padre argentino também questionou a imprensa brasileira. “As informações que chegam até vocês (o público presente) de Venezuela, Cuba e Argentina, são tortas”, alertou. “Precisamos lutar por uma mídia mais democrática, mais justa”, completou.

Apresentadores do evento também não pouparam críticas. “Dizemos não aos meios que se vendem ao poder capitalista. O Brasil só será moderno com uma imprensa democrática.”

Retomo
Quem é esse tal Pai Cássio? Que vá fazer seu despacho em outra freguesia! Está desrespeitando a umbanda, uma religião criada no Brasil do sincretismo entre cultos primitivos africanos e o catolicismo. Serviu como peça de resistência dos escravos, contra a violência dos senhores. Pai Cássio, ao falar suas bobagens, está querendo submeter a liberdade de opinião aos senhores da hora.

Quanto a esse padre argentino… Quem é ele? Padre de que ordem? A que capeta ele serve? À ditadura cubana? À ditadura venezuelana. Esse é o evangelho do satanás, meu senhor!

Por Reinaldo Azevedo

 

Oposição e governo se enfrentam em evento da Força Sindical; Aécio foi aplaudido, e Dilma, vaiada

Governo e oposição se encontraram e se estranharam no evento em homenagem ao Dia do Trabalho, promovido pela Força Sindical, na praça Campos de Bagatelle, em São Paulo. Aécio Neves, candidato do PSDB à Presidência da República, discursou. Classificou de “patético” o discurso que Dilma fez na TV nesta quinta, disse que ela está distante dos trabalhadores e não podia comparecer a um evento como aquele, tendo de “ficar trancada”. Sustentou ainda ser preciso fazer “o resgate da Petrobras das garras daqueles que fazem negócios em interesse próprio”.

Coube ao deputado Paulinho da Força, presidente do partido Solidariedade, que está na oposição, fazer o discurso mais duro contra Dilma. Numa alusão aos mensaleiros, mandou ver: “O governo que deveria dar o exemplo está atolado na corrupção. Se fizer o que a presidente Dilma falou ontem, quem vai parar na Papuda é ela”. Tanto Aécio como Paulinho foram muito aplaudidos ao sentar a pua na gestão petista.

Mas lá também estavam defensores do governo Dilma, como o ministro Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, e o ministro do Trabalho, Manoel Dias, que é do PDT, partido a que Paulinho pertencia e do qual se desligou para fundar o Solidariedade.

Carvalho rebateu a crítica de Aécio e afirmou que o governo elevou o salário mínimo em 70% — ele se refere, claro, aos 11 anos de gestão petista, não apenas ao período Dilma. Disse ainda que a presidente não vem a São Paulo apenas a cada quatro anos, quando há campanha e repetiu a mentira de que os tucanos tentaram privatizar a Petrobras. Foi mais longe: “Vocês sabem quem criou o fator previdenciário? Foi Fernando Henrique Cardoso. Agora eles [tucanos] querem voltar com o senador Aécio Neves. Vêm com promessas para vocês para um governo que eles não terão”. Foi sonoramente vaiado.

Dias, o ministro, criticou o discurso de Paulinho, que considerou agressivo demais com a presidente. Mais vaias.

Alguns poderão dizer que, no fim das contas, essa solenidade de Primeiro de Maio acabou sendo política. Ora, claro que sim! Mas nada que se compare ao pronunciamento indigno da presidente Dilma, nesta quarta, em rede nacional de rádio e TV. Usou o aparelho de estado para fazer campanha eleitoral.

Por Reinaldo Azevedo

 

Lula: “Se eu ficar dizendo que não pode ter Copa porque tem criança na rua, porque não tem escola para todo mundo, nós não vamos fazer nada”

Por Marina Dias, na Folha:
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou ontem em Santo André (SP) as manifestações contra a Copa, que cresceram nos últimos meses, e disse que nem ele nem a presidente Dilma Rousseff têm medo de protestos.

“Vocês imaginam, nesta altura do campeonato, com 68 anos, dos quais 38 fazendo protesto, eu vou ter medo de protesto? A Dilma, com 20 anos a bichinha estava presa, foi torturada, tomou choque para tudo quanto é lado por protestar. Agora ela vai ter medo de protesto? Quem quiser protestar, que proteste”, disse o ex-presidente. Lula saiu em defesa dos gastos com a Copa: “Se eu ficar dizendo que não pode ter [Copa] porque tem criança na rua, porque não tem escola para todo mundo, nós não vamos fazer nada”, afirmou. Ele disse que é preciso compreender, sobre o evento, que “não se trata de dinheiro”, mas de um momento em que o Brasil “precisa mostrar a sua cara do jeito que é”.

“O que nós temos que compreender é que uma Copa do Mundo não se trata de dinheiro, de quanto vai entrar. Vejo as pessoas tentando justificar [as críticas à realização do mundial], falando que vai entrar R$ 2 bilhões, R$ 3 bilhões, R$ 4 bilhões, mas não importa quanto vai entrar. A Copa do Mundo é um estado, é um momento de encontro de civilizações em que o Brasil tem que mostrar a sua cara do jeito que é”.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

 

Dilma na TV: “Lupus pilum mutat, non mentem”

Dilma fez nesta quarta o seu pronunciamento de Primeiro de Maio, tentando atingir o maior público possível, ainda antes do feriado prolongado. Pergunta óbvia: ela foi bem? Eu acho que não! “Ah, você não vale porque é um crítico da presidente Dilma…” Então tá.

Começo pelos mistérios da imagem. Televisão — ou vídeo — é um troço meio perverso. É claro que todas as providências foram tomadas para que ela parecesse e aparecesse bem e altaneira. Mas não pareceu nem apareceu. Não me perguntem exatamente o quê — depois passo o vídeo para o meu amigo Gerald Thomas avaliar, um especialista também na linguagem não verbal. O fato é que transmitia a impressão de cansaço. Mostrou-se algo desenxabida e meio brava. A coisa vinha do fundo dos olhos, reforçada por um discurso meio infeliz.

“Lupus pilum mutat, non mentem.” Era uma frase popular já entre os latinos. O lobo muda de pelo, mas não de caráter, de personalidade, de mentalidade. Essa é uma versão mais comum entre os ingleses. Em português, ganhou uma tradução que acho excelente: “O lobo muda de pelo, mas não de vício”. Pois é… Todos os pronunciamentos oficiais de Dilma Rousseff são eleitoreiros — ou alguém se esqueceu do pré-anúncio da redução da tarifa de energia elétrica em 2012, coisa que só aconteceria no ano seguinte, em 2013, com os resultados desastrosos de todos conhecidos. Ocorre que Dilma, naquele tempo, navegava lá nas alturas. A expectativa era que a eleição seria um passeio; um mero ritual homologatório. Logo, tudo era festa.

João Santana cometeu a imprudência de não mudar o tom, mas de manter o conteúdo ufanista. O que quero dizer com isso? O pronunciamento continuou a ser eleitoreiro, mas num momento em que, sabidamente, a presidente não vai bem. Resultado: o discurso soou defensivo e cheio de desculpas.

Dilma disse inconveniências e, mais do que isso, ilegalidades como: “Nosso governo tem o signo da mudança e, junto com vocês, vamos continuar fazendo todas as mudanças que forem necessárias para melhorar a vida dos brasileiros”. Ora, é evidente que ela não está se referindo ao período que separa maio de dezembro. Refere-se à reeleição. Como o feriado do Dia do Trabalho também pertence a quem não votou nem votará nela; como o feriado do Dia do Trabalho pertence também a quem reprova o governo; como o feriado do Dia do Trabalho também é da oposição, é evidente que isso caracteriza campanha eleitoral antecipada.

O discurso teve o seu melhor pior momento quando a presidente afirmou: “Posso garantir a vocês que a inflação continuará rigorosamente sob controle, mas não podemos aceitar o uso político da inflação por aqueles que defendem ‘o quanto pior, melhor’. Temos credibilidade política para dizer isso. Nos últimos 11 anos, tivemos o mais longo período de inflação baixa da história brasileira”.

Vamos lá. A inflação, no momento, está estourando o teto da meta. Então está sob o controle, mas no alto. Apontar os descaminhos nessa área é uma obrigação intelectual, não uma aposta “no quanto pior, melhor”. Reduzir as críticas da oposição a essa antítese boçal é desrespeitar a democracia — como se já não fosse agressão o bastante usar a rede nacional para fazer campanha. Quanto ao compromisso dos últimos 11 anos, só não naufragamos na hiperinflação porque o PT foi derrotado na sua luta contra o Real e depois nas eleições de 1994 e 1998. O partido recorreu ao Supremo contra o plano de estabilização.

Mas fazer o quê? A exemplo dos lobos, eles não sabem ser de outro jeito, não é? Podem mudar de aparência, mas não de vício, não de caráter. Antigamente, Dilma dizia essas coisas e tinha pela frente uma esmagadora maioria que apostava na continuidade. Hoje, dizem as pesquisas, a maioria aposta é em mudança. E boa parte quer mudar também de presidente. Por isso Dilma fez um discurso agressivo, eleitoreiro, na defensiva e passou a imagem de quem está um pouco cansada.

Muitos brasileiros também estão.

Pois é…

Dilma anunciou a correção de 10% no Bolsa Família. Tá. Quem já votava nela por isso não poderá votar de novo; quem não votava mesmo já recebendo o benefício não o fará por causa dos 10%. Quem acha que Bolsa Família é caça-votos acaba ficando meio irritado. E quem já é petista fnão precisa disso.

A presidente anunciou também a correção da tabela do Imposto de Renda em 4,5%. Pois é… Podem apostar: haverá muita gente brava por ela ter feito isso logo depois do fim do prazo da entrega dos dados à Receita… Medidas como essas correm o risco de ser contraproducentes.

Texto publicado originalmente às 22h17

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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo (VEJA)

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11 comentários

  • ARLINDO ALBRECHT Campo Alegre de Goiás - GO

    Não querem falar ponte que liga dois Municípios Cristalina Go. e Unai Mg. duas agro capitais. Para quem não conhece Cristalina município com mais de 500 pivô central e Unai importante produtor de feijão de sequeiro e irrigado,essa ponte se não fosse pela importância poderia de chamar pontezinha.Cansados da ponte de madeira sem nenhuma segurança algum usuário usou a receita Dalzir, ponte queimada,dois governadores do mesmo partido,governando os Estados em questão, era de se esperar um minimo de respeito com os produtores e lógico uma ponte decente.Atividade muito usada na região a aviação agricola,a camionete de apoio tem que dar a volta e um trajeto de 50 km acaba virando quase 200 km,parece até brincadeira mas imagina um avião agricola parado um hora por falta de ponte. Não falar desta ponte é botar sujeira debaixo do tapete,partidos estes que querem salvar o Brasil, governam estes Estados a muito tempo!Sem previsão para construção da ponte e sem ela vamos tentar ir em frente!!!

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  • ARLINDO ALBRECHT Campo Alegre de Goiás - GO

    Não querem falar ponte que lig

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  • ARLINDO ALBRECHT Campo Alegre de Goiás - GO

    Meu amigo Dalzir eu não leio só os seus comentários mas de todos.Sempre aprendemos alguma coisa se deve ou não ser feita,já anotei data e nome de algumas pessoas que fizeram comentários com os quais eu concordei,tem um do Sr.que achei ridículo e anotei 26/12/2013 onde o Sr.manifestou apoio ao incêndio de prédios públicos achando que esta receita funciona para resolver algum problema!Anotei pois sabia de uma ponte na divisa de Go e Mg.que usaram esta receita e passados tres anos e ainda não tem ponte!Se o Sr. me der licença amanhã conto com detalhes!

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  • HAROLDO FAGANELLO Dourados - MS

    Agora realmente se não fez a obra tá caro!!!

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  • HAROLDO FAGANELLO Dourados - MS

    Caro Jõao Leite, pedágio a R$4,40? Eu quero pagar esse preço. Aquí no MS, a federal vai custar R$5,00 a cada 100 km e no Paraná é o dobro disso! O Aécio tá econômico! Acho que não errou não!!!

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  • joão leite machado Capitólio - MG

    O Aécio Neves fez uma parceria público privada,para reformar,fazer 3ª faixas e duplicar alguns trechos da rodovia MG 050,que passa aqui em Capitolio.

    Ja tem uns 8 anos que foi feito o contrato e até agora não fez quase nada e o pedagio é um dos mais caros que eu ja vi:

    R$4,40

    Se for fazer este tipo de contrato com as rodovias federais,estamos enrolados.

    joão Leite

    Capitolio-MG.

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  • ARLINDO ALBRECHT Campo Alegre de Goiás - GO

    Amigo Dalzir,sei que é candidato único ao premio dono da verdade mas, de contador de piadas do ano para mim é novidade "respeito quem pensa diferente" o que aconteceu acabou o estoque de pelegos? Outra piada dizer que não é adepto de cartilhas!!

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  • ARLINDO ALBRECHT Campo Alegre de Goiás - GO

    Caro amigo Dalzir Vitoria,dezenas de post e comentários seus recomendando não votar em candidatos da base aliada, neste espaço nobre e democrático,nossa amizade começou justamente por discordar destes seus "argumentos" agora dizer que as pessoas tem liberdade de escolher quem cada um quer e o Sr. as respeita.Não tem uma ligeira contradição???

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  • ARLINDO ALBRECHT Campo Alegre de Goiás - GO

    Produtor JOÃO LEITE MACHADO de MG. terra do Aécio Neves manifestando seu voto para o candidato EDUARDO CAMPOS,meu amigo Dalzir Vitoria,por favor o último a sair apague a luz!!!

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  • Marcelo Zarvos Linhares São Paulo - SP

    Sera que o Brasil aguenta mais 4 anos desse boçais?

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  • joão leite machado Capitólio - MG

    A direita pode espernear,mas não vai ter jeito não.o PT ganha esta eleição de novo.

    Eu sou eleitor do Eduardo Campos

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