Liberdade de Imprensa: Dilma diz que fará regulamentação econômica da mídia - é censura disfarçada!

Publicado em 28/05/2014 19:31 e atualizado em 09/07/2014 16:47
por Rodrigo Constantino, de veja.com.br

Liberdade de Imprensa

Dilma diz que fará regulamentação econômica da mídia: é censura disfarçada!

Caninos à mostra contra a liberdade de imprensa

A presidente Dilma tem sido elogiada por muitos ao resistir à pressão do próprio PT pelo controle da imprensa, sob o eufemismo de “democratização da mídia”. Ela deu várias declarações indicando que rejeita veementemente qualquer tentativa de censura de conteúdo, e que confia apenas em um controle: o remoto na mão do telespectador.

Mas sabem como é… ano eleitoral, pressão pra todo lado, campanha de “Volta, Lula” e uma ala radical do PT incomodada com a lentidão da presidente em relação ao projeto bolivariano do partido, e eis que a presidente Dilma acabou cedendo a uma parte da pressão.

Segundo a Folha, a presidente vai encampar, num eventual segundo mandato, a proposta de regulação econômica da mídia:

Segundo assessores, Dilma vai apoiar um projeto que regulamente e trate dos artigos 220 e 221 da Constituição.

Eles determinam que os meios de comunicação não podem ser objeto de monopólio ou oligopólio e que a produção e a programação de rádios e TVs devem atender os princípios de produção regional e independente. Trata ainda da definição de como deve ser a publicidade.

Em recente reunião no Palácio da Alvorada, Dilma deixou claro a petistas não ter a intenção de regular conteúdo, mas sinalizou que topava tratar da parte econômica: “Não há quem me faça aceitar discutir controle de conteúdo. Já a regulação econômica não só é possível discutir como desejável”, disse.

[...]

A inclusão do tema no programa petista foi acertada com Dilma, desde que ficasse bem claro que não haveria nenhuma proposta de controle de conteúdo. Historicamente, o PT e setores da esquerda miram o domínio da Rede Globo. Líder de audiência, a emissora abocanha a maior fatia do mercado publicitário do setor.

[...]

Na reunião, estava presente o comando da campanha pela reeleição –além de Dilma, o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil), o presidente do PT, Rui Falcão, e o ex-ministro Franklin Martins. 

Trata-se do trio trotskista que sonha com o dia em que o Brasil será como a Venezuela, quiçá Cuba. Franklin Martins é o mais sedento deles pelo controle da mídia, especialmente de seu ex-patrão, o Grupo Globo.

Controlar diretamente o conteúdo é mais complicado, chama mais a atenção, cria mais resistência; mas controlar os veículos de imprensa pela via econômica, sob a alegação de que combate os “monopólios”, ah, isso é muito mais fácil. E foi justamente o que fizeram Venezuela e Argentina.

Hayek já dizia que sem liberdade econômica não há liberdade política. Se o governo controla o fornecimento do papel, então ele controla os jornais, como ficou claro nos países bolivarianos. Há inclusive uma nota na coluna de Ancelmo Gois hoje relatando um caso pitoresco sobre isso:

Chavez

A esquerda e o PT vêm tentando asfixiar economicamente os grandes grupos independentes de imprensa há anos. Tem ligação com essa estratégia as campanhas de proibição de comerciais de cigarros, restrições às propagandas de bebidas e direcionadas ao público infantil. Dessa forma os veículos ficam cada vez mais dependentes das verbas estatais, crescentes, o que tornaria esses grupos reféns do governo.

Quando Dilma afirma que pretende endossar a bandeira de controle econômico da imprensa, proposta por essa turma autoritária que odeia a liberdade de expressão, é para ter calafrios mesmo. Esse é o projeto do PT. E agora temos a presidente Dilma, candidata à reeleição, dizendo com todas as letras que o projeto fará parte de um possível novo mandato.

Difícil é entender como a própria Globo ainda não se deu conta do perigo – ou, se isso aconteceu, ninguém saberia dizer, pela postura do grupo. Será que acredita ser possível domar o leão? Será que pensa ser capaz de impedir o avanço dos bolivarianos dentro do governo? Doce ilusão!

Vale a leitura do artigo publicado no próprio jornal GLOBO hoje, sobre os sete anos sem a RCTV na Venezuela. Foi assim que tudo começou por lá também…

Rodrigo Constantino

 

DemocraciaPolítica

PT mostra suas garras: não dá para alegar desconhecimento

Vídeo em que comento as diretrizes apresentadas pelo PT para a campanha de Dilma, que não deixam margem a dúvidas sobre suas intenções golpistas.

 

CorrupçãoDemocraciaLei e ordem

Política mafiosa: o PT e o crime

Lula capo

Até o editorial da Folha parece assustado, alertando para o risco de o PT “importar” para o Brasil o que há de pior na Itália, uma espécie de Brasil da Europa: a máfia incrustada na política. O jornal cita o caso do deputado Luiz Moura, que teria ligações com o PCC, como já foi mostrado aqui.

A reportagem, no entanto, é incompleta e, para atacar o PT, precisa jogar o PSDB no mesmo saco. O editorial começa equiparando os dois partidos, cada um com seu “mensalão”, ignorando que se trata de coisas completamente distintas, e depois ainda emenda com o caso da Alston/Siemens. Deixou de fora uma lista infindável de escândalos do PT que lotam as páginas dos jornais nos últimos anos, tudo para dar a impressão de que são todos parecidos.

Mas mesmo assim consegue subir o tom no final e lançar seu alerta vermelho:

O deputado estadual tem relações com o grupo político do secretário municipal de Transportes de São Paulo, Jilmar Tatto, de quem recebeu R$ 200 mil para sua campanha eleitoral. Um irmão, Senival Moura, é vereador paulistano pelo PT e fundador de um sindicato de donos de lotações.

Se é cedo para dizer até onde avançam os tentáculos do crime organizado, o PT não pode esperar para conduzir sua própria investigação, célere e sem subterfúgios, acerca desse episódio.

O partido já perdeu, há quase uma década, a aura de paladino da moralidade pública, mas seria devastador ver-se de alguma forma envolvido com a escória das prisões e com o pioneirismo, por aqui, da contaminação mafiosa que tanto envenenou a política italiana.

Só há um detalhe: o envolvimento do PT com grupos mafiosos ou criminosos não seria novidade alguma para quem é mais atento e acompanhou a trajetória do partido desde o começo. No meu livro Estrela Cadente, de 2005, publicado dois meses antes de estourar o escândalo do mensalão, já consta um capítulo sobre a bandeira ética totalmente falsa do PT. Ligações com bicheiros, máfia do lixo e sindicatos sempre estiveram presentes no partido, mesmo quando era apenas no âmbito regional.

Isso sem falar do elo com a ditadura cubana, da afinidade ideológica e, segundo denúncias, ligações financeiras com os narcoguerrilheiros das Farc, entre outros grupos terroristas ligados ao Foro de São Paulo. Será que com este quadro em mente o caso do deputado com o PCC deveria chocar tanto assim?

Creio que não. O que deveria chocar muito mais, sem dúvida, é o fato de tanta gente ainda cair no conto do vigário e achar que o PT tem ou teve algum respeito pela ética, a decência, as leis e a democracia…

Rodrigo Constantino

 

Lei e ordem

A Síria é aqui: Brasil registra a maior taxa de homicídios desde 1980!

Países mundo afora vivem em guerras civis, com sangrentas disputas pelo poder em regimes autoritários, em que a democracia ainda não deu o ar de sua graça. É o caso da Síria. Mas quando se trata da taxa de homicídios, a sensação que fica é que a Síria é aqui mesmo. O Brasil registrou em 2012 a maior quantidade de assassinatos, tanto em termos absolutos como relativos, desde 1980:

Nada menos do que 56.337 pessoas foram mortas naquele ano, num acréscimo de 7,9% frente a 2011. A taxa de homicídios, que leva em conta o crescimento da população, também aumentou 7%, totalizando 29 vítimas fatais para cada 100 mil habitantes. É o que revela a mais nova versão do Mapa da Violência, que será lançada nas próximas semanas com dados que vão até 2012.

O levantamento é baseado no Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, que tem como fonte os atestados de óbito emitidos em todo o país. O autor do mapa, o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, diz que o sistema do Ministério da Saúde foi criado em 1979 e que produz dados confiáveis desde 1980. As estatísticas referentes a homicídios em 2012, portanto, são recordes dentro da série histórica do SIM.

— Nossas taxas são 50 a 100 vezes maiores do que a de países como o Japão. Isso marca o quanto ainda temos que percorrer para chegar a uma taxa minimamente civilizada — destaca o sociólogo.

O país do “homem cordial” é um tanto violento, como podemos ver. São quase 60 mil homicídios anuais, um número assustador, digno de uma guerra civil. Ou seja, vivemos uma guerra civil, só que oculta, velada, disfarçada. Há um forte poder paralelo que não teme as punições legais, que não reconhece e não respeita a autoridade estatal, a polícia.

São fortalezas do crime sustentadas pelo tráfico de drogas e protegidas por armas ilegais de alto calibre, que entram por nossas fronteiras que se parecem queijos suíços, de tantos buracos evidentes. Aliás, o aumento da taxa de homicídios coloca em xeque os defensores do desarmamento civil, que como sempre vão se fingir de bobos para não negar o retumbante fracasso de sua bandeira.

O aumento na taxa de homicídios ocorreu em uma época de forte crescimento de renda, com o advento da “nova classe média”, tão propalada pelo governo. Isso coloca em xeque outra bandeira “progressista”: a de que a culpa da violência e da criminalidade é da pobreza, não da impunidade.

Os bandidos são cada vez mais ousados, e matam por motivos banais, à luz do dia, pois contam com a impunidade e porque acham que a vida não vale nada. Fazem isso com armas ilegais, ou seja, de nada adianta desarmar a população de bem, aquela que poderia eventualmente se defender desses criminosos.

Some-se a isso a quantidade de óbitos por acidentes no trânsito, em boa parte causados pelo péssimo estado de nossas estradas e também pela irresponsabilidade dos motoristas, e temos um quadro realmente sombrio, com mais de 100 mil mortes por ano. Deixa eu repetir o número por extenso para ver se cai a ficha: cem mil mortes por ano causadas por assassinatos ou acidentes de trânsito.

Que país é esse? Como podemos sentir orgulho do Brasil desse jeito? Vamos continuar enaltecendo nossa “malandragem”, nosso jeitinho, nossa “cordialidade”, nossa “alegria”, nosso povo “pacífico”? O brasileiro vende por aí a imagem de um povo hedonista e bonachão como os bonobos, mas, na prática, está bem mais perto da realidade dos violentos e agressivos chimpanzés.

Nada disso é imutável, claro. Não está inscrito em nossos genes, nem é resultado de nosso clima. É fruto de nossa cultura atrasada e de nossas instituições precárias. E ambas podem mudar, podem evoluir. Mas é preciso muito esforço, e começar já, pois como podemos ver, estamos caminhando para trás.

Rodrigo Constantino

 

Política

Quem foi que disse que a “nova classe média” não se importa com a qualidade dos serviços?

A “nova classe média” está feliz com esse tratamento?

“Se o João é um cara pobre, está feliz; o João do meio da distribuição também está, talvez nem tanto quanto o primo pobre dele. Agora, o primo rico tem todas as razões para não estar gostando muito da situação. Além de a renda dele não estar crescendo muito, ele está tendo problemas, como ter que dividir aeroporto com quem nunca fez check-in, enfrentar engarrafamento com mais carros nas ruas. Os dados mostram que existe uma transformação profunda, não percebida por quem está em cima.”

Quem disse tal barbaridade acima foi o economista Marcelo Neri, ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, em entrevista recente ao GLOBO. O governo Dilma tem endossado este mito, de que os “ricos” estariam incomodados porque houve um grande crescimento no acesso aos mesmos serviços por parte dos mais pobres, aqueles que formam a “nova classe média”. Mas faz algum sentido isso?

Claro que não. Como tudo aquilo que vem do PT, isso não passa de um engodo, de mais uma mentira que procura segregar a população brasileira entre “pobres” e “ricos”, colocando uns contra os outros. Quem foi que disse que a “nova classe média” não se importa com a qualidade dos serviços? Quer dizer então que aqueles milhares nas ruas em junho de 2013 eram todos “ricos”? Conta outra!

Tem sido vergonhosa a postura de Marcelo Neri, ao emprestar seu nome a esse projeto nefasto de poder do PT. O economista deveria lembrar que a ascensão dos mais pobres não precisaria e nem deveria se configurar em um estorvo para os mais ricos ou mesmo para a classe média. Todos os países desenvolvidos do “primeiro mundo” são bem mais ricos do que o Brasil, e nem por isso o acesso dos mais pobres aos mesmos serviços representa um incômodo às elites.

Marcelo Neri já deve ter visitado muitos aeroportos nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia. Deve ter visto milhares de pessoas circulando por eles, de todas as classes. Nem por isso há a mesma lentidão, precariedade e burocracia dos nossos aeroportos administrados pela estatal Infraero. Dividir os aeroportos com quem tem menos dinheiro não é problema algum; encarar aeroportos sem ar condicionado, banheiro decente e conforto, isso sim, é um problema, tanto para ricos como para pobres.

O mesmo vale para o trânsito. É verdade que houve um crescimento acelerado da frota de automóveis, em boa parte pelos subsídios e estímulos irresponsáveis do próprio governo. Seria natural algum aumento no engarrafamento. Mas não na proporção que vimos. Isso já é culpa da falta de planejamento e investimento do governo.

Em países mais ricos, quase todos possuem carros, mas nem por isso vemos o mesmo trânsito que temos no Brasil. As estradas são muito melhores, o transporte público é decente, e inclusive os mais ricos dividem com os mais pobres o mesmo metrô sem problema algum, pois se trata de um metrô limpo e que funciona direito.

Como fica claro, o problema não está em ricos e pobres dividirem o mesmo ambiente, utilizarem o mesmo serviço; o problema está na qualidade do serviço em si, que costuma ser precária quando se trata de Brasil. Quem foi às ruas protestar pertencia a todas as classes. Ricos e pobres estão cansados da incompetência e corrupção deste governo.

Essa narrativa fantástica produzida por Marcelo Neri não cola, não se sustenta, não encontra respaldo nos fatos. Todos nós queremos um retorno melhor para a quantidade absurda e imoral de impostos que pagamos. E quase todos estamos insatisfeitos, como mostram as pesquisas de opinião, com cerca de 70% demandando mudanças. Será que o Brasil, por acaso, tem 70% de ricos?

Rodrigo Constantino

 

EconomiaLegislação

A falta de emprego no mundo

Por Bernardo Santoro, publicado no Instituto Liberal

De acordo com a Organização Internacional do Trabalho, está havendo um aumento do desemprego em todo o mundo, com o número de desempregados chegando a 203 milhões em 2014, com um percentual de 6% de desempregados dentro da população economicamente ativa. A taxa de desemprego do Brasil hoje está na média mundial, com 5,8% de desempregados.

A primeira observação relevante acerca da questão do emprego tem a ver com a sua natureza. Empregos são muito importantes porque são um meio do ser humano sustentar a si e a sua família. Mas eles não são um fim em si mesmo. O fim em si é o sustento da família, e trabalho é apenas o meio. Como é o meio mais importante para a maioria absoluta das pessoas no mundo, é extremamente relevante termos um ambiente econômico que gere empregos.

São dois os ambientes econômicos que geram a maior quantidade possível de empregos: o de livre-mercado e o totalmente planificado.

No ambiente de livre-mercado, os empregos são abundantes na medida em que temos baixa incidência de tributos e burocracia, pois ambos aumentam os custos da contratação. Os salários aumentam na medida em que se aumenta a produtividade social e do trabalhador em questão. No livre-mercado, a tendência é que o poder de compra do trabalhador, mesmo o menos produtivo, consiga acesso a bens econômicos em virtude da queda dos seus preços. A eficiência no arranjo produtivo é maximizado, pois os empregos gerados estão vinculados a uma atividade cujo resultado é demandado pela população.

No ambiente totalmente planificado, o Governo planificador garante empregos para todos, mas em atividades que não são demandadas diretamente pela população, mas escolhidas pelo próprio governo. Isso tende a gerar empregos ineficientes e de baixa produtividade, resultando em um ambiente onde todos tem baixos salários e pouquíssimo acesso a bens e serviços.

Já a maioria dos países usa um ambiente misto, com alguma planificação e algum mercado privado com regulação e tributação. Esse ambiente misto gera uma redução no número de empregos, achatamento dos salários e baixa produtividade. No caso europeu, a deterioração do ambiente econômico está intimamente ligado ao Estado de Bem-Estar Social, que se mostra hoje insustentável.

O Brasil, embora adote claramente esse último modelo, ainda tem baixa índice de desemprego por dois motivos: largo mercado informal (20% do PIB, de acordo com a FGV, e 45% de acordo com o IPEA) e programas assistenciais que criam uma geração “nem-nem” (nem trabalha, nem estuda) que não é computada como desempregada. De fato, esse índice de desemprego é absolutamente fajuto. A se considerar as pessoas desalentadas, as que recebem menos de um salário-mínimo e as que vivem de bico, o índice de desemprego no Brasil atingiria o índice de 20% da população economicamente ativa.

É necessária, no Brasil e no mundo, uma reforma urgente para desoneração da folha de trabalho, redução da máquina administrativa, redução da burocracia e estímulo à poupança para investimento em aumento da produtividade do trabalho. Somente assim poderemos vislumbrar uma economia mundial dinâmica e agregadora de mão-de-obra em todos os níveis.

 

DemocraciaEconomiaPolítica

Patrão estatal: governo paga quase 30% dos salários no país

O paquiderme afundou por seu próprio peso!

Deu no Estadão: Governo paga quase 30% dos salários do pessoal ocupado no Brasil, diz IBGE

O governo é responsável por pagar quase 30% dos salários do País, segundo o Cadastro Central de Empresas (CEMPRE) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Embora represente apenas 0,4% das organizações do cadastro, a administração pública, incluindo as três esferas do governo (Federal, Municipal e Estadual), absorveu 19,9% do pessoal ocupado assalariado e pagou 29,8% dos salários e outras remunerações em 2012.

O governo também pagou os salários médios mensais mais elevados, R$ 2.723,29, contra uma média de R$ 1.842,09 das entidades sem fins lucrativos e R$ 1.722,71 das entidades empresariais.

No ano, as empresas representavam 89,9% das organizações do País, com 76,3% do pessoal ocupado total (que inclui sócios e proprietários), 73,4% dos empregados assalariados e 63,9% dos salários e outras remunerações pagos em 2012.

Depois querem saber por que o Brasil é um país com tantos defensores do aumento do estado… eis a resposta mais prosaica: interesses! Claro, a ideologia é que permite esse tipo de coisa. Trata-se, na verdade, de uma simbiose entre crenças ideológicas e interesses comezinhos, e eis o resultado: um monstrengo que banca quase 30% dos brasileiros.

O fardo fica cada vez mais pesado para quem cria riqueza, para quem produz a renda que paga os funcionários ligados direta ou indiretamente ao estado. É muito parasita para pouco hospedeiro. Claro que não são parasitas todos esses dependentes do salário pago pelo estado. Muitos de fato trabalham duro e em funções necessárias.

Mas há muito acomodado, encostado em tetas sem a devida cobrança e distante da meritocracia do mercado. E com salários acima da média do mercado! A conta não fecha. É muito dependente para pouca fonte de recursos. Como fica a isenção na hora do voto? Quem vai contra um modelo que defenda mais recursos para o Leviatã estatal, esse pesado paquiderme?

Como dizia Stanislaw Ponte Preta, personagem humorístico de Sérgio Porto: “Ou restaura-se a moralidade, ou nos locupletemos todos”. O Brasil, com esse modelo tão focado no patrão estatal, acaba criando um mecanismo perverso de incentivos, que pune aqueles de quem mais precisamos para o progresso: os empreendedores.

Rodrigo Constantino

 

CulturaHumor

Problema do país é culpa de quem come carne e anda de carro, diz Gregório Duvivier

greg

Ok, lá vamos nós… Hora do recreio! Eu ia ignorá-lo, como ele merece, mas como muitos leitores pedem uma manifestação minha, quem sou eu para negar-lhes tal prazer? No mais, conforme já expliquei aqui, há vantagens em se escrever esse tipo de texto, ainda que pareça perda de precioso tempo escasso. O fato é que a turma gosta de ver o circo pegar fogo, e de vez em quando estou disposto a acender o fósforo ou jogar gasolina.

Falo, claro, da coluna desta semana de Gregório Duvivier, novo queridinho da esquerda festiva, que virou até “escritor de peso” a ponto de ser convidado pelo curador da Flip deste ano, deixando de fora todos os vários autores parrudos da editora Record (que vergonha, rapaz!). O texto é um espanto, mas foi curtido por mais de 20 mil pessoas (há gosto para tudo).

Greg (como o chamo desde que ele demonstrou intimidade comigo, me chamando de Consta) fala sobre o derrotismo dos brasileiros, dessa mania de só criticarmos o país. Até aí, tudo bem, lembrando apenas que criticar o governo não é o mesmo que criticar o país. Em seguida, ele acerta novamente (coisa rara) ao afirmar que o ódio contra tudo e todos é fácil, não corajoso, e chapa-branca. Exato!

Quem costuma colocar todos no mesmo saco podre é justamente a esquerda. A grande bandeira ética do PT atualmente, quem diria, é alegar que os outros também são corruptos. O que nós, liberais e conservadores, normalmente fazemos é apontar para o quão pior é o PT. Reconhecer que existem gradações e que o PT ocupa o fundo do poço quando se trata de imoralidade é justamente o que fazemos, em vez de simplesmente repetir que “ninguém presta”.

Mas eis que Greg solta a grande pérola, daquelas que nos causam profunda vergonha alheia. O humorista, falando sério, diz:

Nunca vi alguém dizer: o problema do Brasil sou eu, que como carne, ando de carro, não reciclo o meu lixo, recebo dinheiro como pessoa jurídica e não lembro em quem votei pra vereador. A culpa é minha, pessoal. Em minha defesa, estou tentando mudar.

Então é isso! O problema do Brasil é comer carne e andar de carro! Receber dinheiro na pessoa jurídica, que coisa terrível! A culpa é minha! Se ao menos eu fosse vegetariano e circulasse pelo Leblon de “bike”…

O pior de tudo é que a esquerda caviar “pensa” assim mesmo! Essa “GNT people” acha que o mundo se resume a isso: comer comida orgânica e demonizar o automóvel (no Leblon é mais fácil). Para Greg, Olavo de Carvalho e Diogo Mainardi, que vêm alertando para o perigo que o PT representa há anos, não fizeram nada pelo país, mas o vegetariano em sua “bike” é o grande herói da nação. Ele diz:

Outro dia um autoproclamado filósofo brasileiro que mora nos EUA vociferou: “O povo brasileiro é o povo mais covarde, imbecil e subserviente do universo”. E muita gente (brasileira) aplaudiu, provando que talvez ele estivesse certo – mas única e exclusivamente em relação aos seus leitores. Não sei qual é a solução para os nossos problemas, mas se mudar pra Veneza ou pra Virginia certamente não é.

Quantas vezes você já não ouviu a frase: “É por isso que o Brasil não vai pra frente”? Independentemente da razão do nosso atraso, essa frase é uma mentira. Mesmo o crítico mais contumaz do governo (governo este do qual não sou eleitor nem fã) há de concordar que o Brasil vai pra frente, sim. Devagar, aos trancos e barrancos, algumas vezes à revelia do governo – mas vai pra frente. Em contrapartida, nossos intelectuais estão ficando pra trás.

Greg não se deu conta de sua contradição. Olavo fez uma generalização, que sempre comporta as honrosas exceções (no caso, aqueles que entendem o lixo que o PT é). Greg condenou tal generalização, mas ignorou que fez outra pouco antes, a de que todo brasileiro reclama de tudo, e também aceitou a exceção, no caso a de que os idiotas seriam os leitores do filósofo. Seletivo o garoto, não? Duplo padrão é a marca dessa esquerda.

Por fim, Greg diz que mesmo um crítico contumaz do governo que ele “não é fã” (mas da Caixa é, não é mesmo?) deve concordar que o Brasil vai para frente. Mesmo? Em que direção? A da Argentina? Venezuela? Rasgar o tripé macroeconômico é ir para frente? Aparelhar a máquina estatal toda é ir para frente? Destruir a Petrobras é avançar? Greg?

Reparem que ele ainda diz que, algumas vezes, avançamos à revelia do governo. Algumas vezes? Qual o maior obstáculo ao progresso brasileiro se não justamente o governo, com 40% de complexos impostos, burocracia asfixiante, leis trabalhistas anacrônicas, infraestrutura capenga, etc? Quem é o responsável pelo Custo Brasil? Não é o governo? Algumas vezes? Que piada boa! Estou até revendo meus conceitos sobre as habilidades humorísticas do jovem…

Em qualquer país sério, um pobre coitado desses seria apenas ignorado. Mas aqui no Brasil ele ganha espaço no maior jornal do país e ainda passa a ser tratado pela imprensa como “intelectual”. Essa é a grande piada. Fica difícil discordar do diagnóstico duro feito por Olavo de Carvalho…

PS: Greg foi naquele programa de “humor” do Rafucko, o mesmo responsável pelo papelão inacreditável de Marcelo Freixo, e prestou homenagem a mim, um ser insignificante, mas que consegue irritá-lo a ponto de qualquer argumento desaparecer na hora de rebater meus pontos. Vejam (a partir de 16 min):

PS2: Clarice, sua esposa, “não faz escova”. Imagina se fizesse:

Clarice

A esquerda mente. Sempre.

Rodrigo Constantino

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Fonte:
Blog Rodrigo Constantino (VEJA)

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

5 comentários

  • João Alves da Fonseca Paracatu - MG

    Gosto muito de uma tabuleta que li na venda do Neném do Tõe, onde estava escrito"gente,vamos medir a água e o fubá"e quando lhe perguntavam o que ele queria dizer com aquela placa,o Tião respondia:"se você não sabe fazer angu(polenta)pergunte à sua mulher,ela sabe,não desperdice".Assim é a administração das nossas contas públicas ,criaram uma despesa imensa(principalmente de salários e mordomias)e foram aumentando a arrecadação via aumento de carga tributária e assim vão mexendo este angu de caroço,que se não se equilibrar entre água e fubá com um bom,eficiente e simples cozinheiro(a)para desempelotá-lo ,nem os cachorros vão comê-lo,talvez nem os porcos.

    0
  • João Alves da Fonseca Paracatu - MG

    Este assunto de querer censurar quem não fala bem de ti é uma reação de defesa tão antiga quanto burra,mesmo na nossa vizinha Venezuela ou na Argentina,onde os ocupantes dos palácios jogaram todas suas forças para calarem as opiniões contrárias,atitude que Governo tenta copiar,o tiro vem saindo pela culatra,o povo pode até fingir de bobo,mas no fundo é velhaco,enquanto lhe convém ele bate palmas, nas hora que não lhe serve mais o pé na bunda é certo e esta gente não aprende.

    0
  • JUSTINO CORREIA FILHO Bela Vista do Paraíso - PR

    Ok! O PT é contra todo tipo de monopólio econômico. Claro, menos o monopólio da política nacional, juntamente com o monopólio das estatais, importantes geradoras de cifras ($$$$$).

    0
  • Edson Amieiro Floresta - PR

    A mídia corrupta do Brasil,desde o mais simples jornal impresso ao mais sofisticado telejornal, sofre do mesmo mal ! Se "fala bem" é porque esta recebendo $ , e se "fala mal" é porque esta querendo receber $ ! Isto também se aplica aos jornalistas e apresentadores, que protegidos em seus estúdios destilam ódio , incitam revoltas , manipulam a opinião pública, mas , quando estão na frente das mesmas autoridades que criticam , ficam caladinhos caladinhos !!

    0
  • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

    Sr. João Olivi, o período de desindustrialização que o país vivencia vai se reverter, penso, pois a maioria dos brasileiros vão ser contumazes consumidores de pentes.

    Sempre esta mídia golpista! Hoje a manchete de um artigo é: “Mudança de Regime por Decreto”. O artigo cita o Decreto 8.243, de 23 de Maio de 2.014, que cria a Política Nacional de Participação Social (PNPS) e o Sistema Nacional de Participação Social (SNPS).

    O decreto tem nas suas entrelinhas o método Orweliano da novilíngua; cria-se um sistema para que a “sociedade civil” participe diretamente em “todos os órgãos da administração pública federal direta e indireta”, nas agências reguladoras, através de conselhos, comissões, conferencias, ouvidorias, etc.

    A Constituição de 1.988 instituiu a democracia representativa, onde os deputados eleitos vão representá-los no Congresso Federal. A “companheirada” quer modificar o sistema de governo e, quer por decreto instituir outra fonte de poder: a “participação direta”... Imagine quem serão os integrantes desses conselhos e comissões!!

    SÓ DE PENSAR... FICO DE PELO ARREPIADO!!

    Daí a necessidade dos pentes, para penteá-los.

    ....”E VAMOS EM FRENTE” ! ! !....

    0