Reynaldo-BH: Num Brasil cada vez mais surreal, o que nos resta é o voto...

Publicado em 31/05/2014 13:05 e atualizado em 10/07/2014 13:28
por Augusto Nunes, de veja.com.br

Opinião

Reynaldo-BH: Num Brasil cada vez mais surreal, o que nos resta é o voto

REYNALDO ROCHA

O Brasil é surreal. Cada vez mais uma caricatura de quem, como o desenhista oficial do Planalto, ainda não sabe sequer colorir álbuns infantis.

Um índio flechando um policial. Como um Touro Sentado num duelo com o general Custer, sob o olhar complacente do especialista em “movimento sociais” – o que e me leva a incluir os índios nessa categoria. Seria emocionante como um faroeste se não fosse real.

Um bandido (ladrão que havia sido condenado a 12 anos de pena por assalto à mão armada), agora deputado estadual pelo PT, participando de reuniões com o PCC. A mesma organização que, segundo o partido do mensalão, só existe porque existe o governo do PSDB.

Agora temos Lula Cabral do Restelo. O que não descobriu o Brasil porque a história o traiu e colocou Pedro Álvares Cabral na caravela mais veloz. Perdeu a primazia.

E por fim há um presidente do Supremo Tribunal Federal que decidiu antecipar em 11 anos a aposentadoria por não suportar o convívio no mesmo plenário com o seu sucessor no comando da Corte.

É normal?

Tudo no Brasil é normal e aceitável?

Quem dirá que Joaquim Barbosa não tem razão? Quem dirá que sim?

O PT está em festa. É possível que no sábado haja mais uma feijoada na Papuda.

Miopia. Perderam a noção da cidadania e da garantia legal que o Poder Judiciário nos dá. Festejam o próprio enterro. Exaltam o desastre sem entender que também estão sob os escombros.

Neste país de poderes podres, ministros que devem favores (ou dinheiro a réus que irão julgar), ministros risíveis, presidente que supera Maria, a Louca, deputados ladrões. O que nos resta?

Resta o voto. Ou não?

 

Brasil

Festa na Papuda

Papuda:  enfesta

Papuda: em festa

Mesmo sem champagne, taça de cristal ou repastos inesquecíveis, ontem foi dia de festa na Papuda. Entre os advogados dos mensaleiros, a comemoração foi como deve ser feita: com tudo a que têm direito.

Por Lauro Jardim

 

Direto ao Ponto

Joaquim Barbosa tem munição de sobra para ajudar a impedir que o Brasil se subordine de vez à confederação dos fora da lei

Para azar da seita que venera corruptos, Joaquim Barbosa é um homem honesto, reiterou o título do post aqui publicado em 7 de julho de 2013. O texto tratou de mais uma sórdida ofensiva movida por blogueiros de aluguel, mobilizados por sacerdotes decaídos que o ministro do Supremo Tribunal Federal enfrentou com altivez e bravura. A infâmia da vez sibilava que não havia diferenças entre uma viagem do relator do mensalão, que nada teve de ilegal ou imoral, e a farra aérea protagonizada por gente como Lula, Rose Noronha, Sérgio Cabral, Garibaldi Alves, Renan Calheiros ou Henrique Alves.

Mais uma vez, o bando a serviço de celebrantes de missas negras foi desmoralizado pelos fatos ─ e obrigado a recuar para o pântano na selva da internet sem levar como troféu o escalpo do homem que conduziu exemplarmente o julgamento mais importante da história do STF. O episódio confirmou que, para desgraça do grande clube dos cafajestes (e para sorte do país que presta), a desonestidade nunca figurou entre os defeitos que inclui, por exemplo, o pavio curtíssimo e a baixa disposição para o convívio dos contrários.

Os bucaneiros lulopetistas souberam desde sempre que lidavam com um jurista honrado ─ e por isso mesmo o mantiveram permanentemente na alça de mira. Barbosa não foi transformado em alvo preferencial por reincidir em escorregões populistas ou surtos de intolerância, mas por ter provado que existem no Brasil juízes sem medo. Num Supremo ameaçado de virar sucursal do Executivo pela ampliação da bancada composta por ministros da defesa de culpados, Barbosa vai fazer muita falta. Aos 59 anos, contudo, ele só se aposentou do serviço público.

É improvável que pretenda  aposentar-se da vida pública. Se quiser, dificilmente conseguirá. A decisão de antecipar a saída foi lastimada pelo país decente e festejada com um carnaval temporão pela turma da Papuda. A reação contrastante é mais que um ponto luminoso na trajetória de Joaquim Barbosa. É outro poderoso motivo para que não capitule, e siga cumprindo seu dever. A partir de julho, estará liberado para agir também politicamente. Sobra-lhe munição para ajudar a impedir que o Brasil se subordine de vez à confederação dos fora da lei.

 

No dia em que a herdeira dos gigolôs da bola anunciou a consumação do roubo, o confronto entre o exército da selva e a PM piorou o que já era um programa de índio

Atualizado às 10h10

Foro: Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Foto: Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Até os tufos de grama dos estádios superfaturados sabiam que a Copa do Mundo tem tudo para virar um tremendo programa de índio. Mas nem o mais finório dos cartolas poderia imaginar que, nesta terça-feira, os antigos donos da terra conseguiriam piorar o que já parecia exemplarmente ruim. Como informa o site de VEJA, a proeza foi consumada pelo inverossímil duelo que opôs, nas cercanias do Estádio Mané Garrincha, uma tropa de 400 índios a um pelotão formado por 500 integrantes da PM de Brasília.

Segundo os caciques de uma certa Mobilização Nacional Indígena, os combatentes recrutados em 100 tribos distintas pretendiam apenas “entregar uma taça de sangue” a algum figurão do governo federal, num ato de protesto contra mortes de caciques atribuídas a policiais. Os planos mudaram quando os guerreiros que misturavam cocares com tênis ou saiotes típicos com calças jeans toparam com o bando de civis que marchavam sobre uma das arenas mais caras do mundo para outra manifestação contra a gastança da Copa.

Para impedir que os inimigos se aproximassem do local onde estava exposta à visitação pública a taça que será entregue ao vencedor do certame, soldados a cavalo e índios pintados com as tintas da guerra protagonizaram a versão brasileiríssima de um espetáculo que só pode ser visto em velhos filmes de faroestes ou na Disneyworld. Com uma diferença essencial: eram reais tanto as bombas de gás lacrimogêneo e as balas de borracha usadas pela PM quanto os arcos e flechas sobraçados pela infantaria da selva. No Twitter, a página do Conselho Indigenista Missionário garantiu que três índios foram feridos. Uma foto exibida pela PM atesta que pelo menos um fardado foi atingido por uma flechada.

As imagens do conflito, transmitido ao vivo por emissoras de TV e noticiado com merecidíssimo destaque pela imprensa internacional, vão exigir acrobacias retóricas especialmente ousadas dos espertalhões que miraram nas urnas e acertaram o próprio pé. Principal responsável pela transformação do Brasil em província provisória da Fifa, Lula logo estará recitando mais uma vigarice panglossiana. Talvez enxergue no episódio uma prova contundente de que, ao contrário do que ocorreu nos Estados Unidos, aqui os índios são uma espécie em expansão. Talvez prefira jurar que tudo não passou de uma inventiva homenagem a Garrincha, o mais famoso descendente de índios da história do futebol.

Se os caçadores de votos são forçados a correr atrás do prejuízo, os mais notórios caçadores de dólares já dormem em paz. “O que tinha que ser gasto, roubado, já foi”, informou há poucas horas Joana Havelange. Eis aí o que se pode qualificar de “fonte bem informada”. Mais que integrante do comitê local da Copa, Joana é filha de Ricardo Teixeira, que hoje gasta em Miami o que embolsou enquanto presidiu a CBF, e neta de João Havelange, o ex-chefão da Fifa que transformou a dona do futebol mundial na Casa da Moeda dos Supercartolas. Esses se afastaram da cena do crime antes da chegada do camburão.

Continuam em ação os que, além de muito dinheiro, querem ganhar a eleição. De olho na divisão do produto do roubo, podem perder a chance de escapar. Eles nunca estiveram tão perto de cair fora do poder.

Foto: Laycer Tomaz/Câmara dos Deputados

Foto: Laycer Tomaz/Câmara dos Deputados

Tags: Brasíliaconfrontoíndiospolícia

 

Direto ao Ponto

Lula revela que só não foi Cabral porque nasceu no século 20. Sorte dele: já no dia do Descobrimento teria virado comida de índio

Até virar passarinho, Hugo Chávez se apresentou como a reencarnação de Simón Bolívar. Sem compromisso com qualquer tipo de fidelidade, Lula é mais versátil. Já foi Juscelino Kubitschek, Getúlio Vargas e Dom Pedro II. Na semana passada, a metamorfose delirante informou que apenas quatro séculos impediram que fosse também Pedro Álvares Cabral.

O vídeo de 16 segundos registra a novidade, revelada neste 16 de maio na escala feita em Sorocaba pela caravana que zanza pelo interior paulista tentando cumprir a missão urgentíssima e complicada: curar o raquitismo que afeta os índices atribuídos a Alexandre Padilha por todos os institutos de pesquisa. Principal atração da trupe, o palanque ambulante entrou em ação logo depois do almoço. E achou uma boa ideia usar o passado remoto para ajudar o futuro imediato do candidato a governador.

No meio do falatório, o fabricante de postes se dirige a um certo Hamilton para lembrar que “eles ficam muito nervosos”. Sem esclarecer quem são “eles” nem explicar as razões do nervosismo, decola rumo a 1500. “Ficam dizendo que o Lula pensa que é ele que descobriu o Brasil. Se eu existisse na época eu teria descoberto mesmo. É que eu não existia”, delira o recordista mundial de bravata & bazófia sob risos e aplausos da plateia amestrada.

Sorte dele. Se Lula estivesse no lugar de Cabral, não haveria uma Primeira Missa, mas um Primeiro Comício de curtíssima duração. Mesmo sem saber o que dizia aquela figura estranha, os donos da terra logo entenderiam que era tudo vigarice. A troca de espelhinhos por pedras preciosas comprova que eram tão ingênuos quanto os milhões de modernos primitivos que mantêm o PT no poder. Mas não sofriam de abulia paralisante, disfunção epidêmica no Brasil do século 21. E achavam que tapeação tem limite.

Depois de cinco minutos de discurseira insuportável, até uma tribo de vegetarianos estaria transformada num bando de antropófagos ansiosos pelo começo do banquete. E já no dia 22 de abril de 1500 o descobridor do Brasil viraria comida de índio.

 

Sem categoria

Tudo vai mal

Arena Pantanal: está feia a coisa

Arena Pantanal: está feia a coisa

Faltam menos de duas semanas para o apito inaugural da Copa, mas a bagunça e o improviso continuam dando as cartas.

Em Cuiabá, por exemplo, o Exército doou 500 colchonetes que servirão para os visitantes dormirem em dias de jogos, pois não há leitos em hotéis ou pousadas que sejam suficientes. Mas até agora o governo do Mato Grosso não indicou o local onde esses colchonetes serão colocados.

Não é o único problema. Parte dos cabos de fibra ótica instalados na Arena Pantanal foi destruída por tratores que fazem obras no entorno do estádio.

Por Lauro Jardim

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Fonte:
Blog Augusto Nunes (VEJA)

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1 comentário

  • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

    Sr. João Olivi, onze entre dez brasileiros sofrem o ataque do marketing político em épocas de eleições, só que estas épocas estão se perenizando, ou seja, são constantes. Principalmente em um “governo pobre de resultados”, de “pibinhos”, PAC1, PAC2 e, em planejamento o PAC3.

    A retórica da “Inclusão Social”, também é uma grande mentira, pois é só verificar a realidade. O país tornou-se recentemente num país “Verde”, mas não no sentido ecológico, mas da presença do Exercito nas ruas para excluir os “movimentos sociais” contrários ao sistema de governo.

    O que vemos de verdade neste governo é uma neo aristocracia petista, as massas servem para serem manipuladas, e seus objetivos sejam alcançados através do voto da maioria, falsificando um dos pilares da Democracia, a representatividade da maioria.

    O SOCIALISMO DO PT É O QUE ELE É: “UMA GRANDE MENTIRA”!

    ....”E VAMOS EM FRENTE” ! ! !....

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