Imensa maioria de brasileiros está insatisfeita com o país

Publicado em 03/06/2014 18:00 e atualizado em 10/07/2014 14:24
no blog de Rodrigo Constantino, de veja.com.br

Imensa maioria de brasileiros está insatisfeita com o país

Uma pesquisa do instituto americano Pew Research Center revela que pessimismo dos brasileiros aumentou muito, e mais de 70% estão insatisfeitos com a atual situação:

Há 12 meses, 55% estavam insatisfeitos, pouco acima dos 50% de 2010, último ano do governo Lula e início da série histórica. A economia tem papel central no mau humor corrente. Dois terços (67%) dos 1.003 entrevistados no Brasil com mais de 18 anos consideram a situação econômica ruim, após quatro anos seguidos em que a percepção positiva foi dominante.

Em 2010, consideravam boa a situação da economia 62% dos brasileiros, percentual que chegou a 65% em 2012 e era de 59% no ano passado. Em abril, apenas 32% dos pesquisados estavam satisfeitos com os rumos econômicos. Mas 63% acreditam que as condições vão melhorar nos próximos 12 meses.

O gráfico é impressionante, e nos leva a concluir que, se nada mudar para melhor até outubro, a oposição só não vence as eleições se:

1) for muito incompetente;

2) houver fraude nas urnas eletrônicas;

3) o PT realmente comprar tudo e todos, expandindo muito as esmolas e abusando ainda mais da máquina estatal.

Nunca antes na história deste país se viu tanta insatisfação, esse clima tão pessimista, derrotista, desesperançoso. Mérito do governo Dilma, naturalmente. E ainda vão insistir no erro? Vão dobrar a aposta? Pouco provável. Ninguém aguenta mais o governo. E detalhe: o pior na economia ainda está por vir, pois muito lixo foi jogado para baixo do tapete…

Rodrigo Constantino

 

NA FOLHA DE S. PAULO:

Para 61%, Copa é mau negócio, aponta pesquisa

Segundo levantamento de instituto dos EUA, brasileiro está mais insatisfeito com o país

RAUL JUSTE LORESDE WASHINGTON

A maioria dos brasileiros se declara insatisfeita com a situação do país e com a economia e diz que a Copa foi um "mau negócio", segundo pesquisa feita pelo centro de estudos Pew Center, dos EUA.

Entre os entrevistados, 72% declaram-se insatisfeitos com a situação do Brasil. Em 2010, essa insatisfação era declarada por 49% e, no ano passado, por 55%.

Questionados sobre as vantagens de se abrigar a Copa, 61% concordam com a frase que "é ruim abrigar a Copa porque tira dinheiro dos serviços públicos". Só 34% aceitam que "abrigar a Copa é bom porque cria empregos".

Sobre o impacto do Mundial na imagem internacional do Brasil, 39% dizem que vai "causar danos"; 35% que ajuda; e 23% que não vai causar nenhum impacto.

A pesquisa, feita pelo Pew em abril e divulgada nesta terça (3), mostra viradas pessimistas. À questão "você acha que o Brasil se tornará uma potência emergente?" 53% responderam que sim em 2010; o número caiu para 39%.

Para 67%, a situação econômica do país está ruim (apenas 36% opinavam o mesmo em 2010).

Para as 1.003 pessoas entrevistadas pessoalmente no Brasil, entre 10 e 30 de abril, os maiores problemas do país são, em ordem, inflação (85%), insegurança (83%), saúde pública (83%) e corrupção (78%).

Outro contraste da pesquisa é sobre a influência dos presidentes. Em 2010, 84% diziam que o então presidente Lula era uma influência positiva; 14%, negativa. Na atual pesquisa, 48% dizem que Dilma é influência positiva. Para 52%, "negativa". A margem de erro é de 3,8%.

 

DemocraciaEconomiaPolítica

O governo acabou e só resta a agonia

O Grito, de Munch.

O estilo característico do historiador Marco Antonio Villa é sua forma direta de dizer as coisas, sem rodeio, com objetividade. Foi exatamente o que fez em sua coluna do GLOBO hoje, em que disseca o desgoverno atual e solta o diagnóstico preciso: o governo acabou:

O governo Dilma definha a olhos vistos. Caminha para um fim melancólico. Os agentes econômicos têm plena consciência de que não podem esperar nada de novo. Cada declaração do ministro da Fazenda é recebida com desdém. As previsões são desmentidas semanas depois. Os planos não passam de ideias ao vento. O governo caiu no descrédito. Os ministérios estão paralisados. O que se mantém é a rotina administrativa. O governo se arrasta como um jogador de futebol, em fim de carreira, aos 40 minutos do segundo tempo, em uma tarde ensolarada.

Apesar do fracasso — e as pífias taxas de crescimento do PIB estão aí para que não haja nenhum desmentido —, Dilma é candidata à reeleição. São aquelas coisas que só acontecem no Brasil. Em qualquer lugar do mundo, após uma pálida gestão, o presidente abdicaria de concorrer. Não aqui. E, principalmente, tendo no governo a máquina petista que, hoje, só sobrevive como parasita do Estado.

A permanência no poder é a essência do projeto petista. Todo o resto é absolutamente secundário. O partido necessita da estrutura estatal para financeiramente se manter e o mesmo se aplica às suas lideranças — além dos milhares de assessores.

A sensação que temos, comprovada por novas evidências diárias, é a de que o governo enxerga apenas o amanhã. Nem mesmo alguns meses à frente a equipe econômica consegue mais vislumbrar. Agora é empurrar com a barriga por semanas, ganhar algum tempo até estourar um problema maior, tudo na esperança de que dê tempo de chegar às eleições sem grandes solavancos.

Basta ver a questão do câmbio. Parece que a equipe resolveu que o dólar precisa subir para aliviar a indústria em crise (agora foi a vez do setor de eletrodomésticos e eletrônicos dar férias coletivas), e no mesmo dia Mantega e Luciano Coutinho, do BNDES, fizeram declarações nesse sentido. Tombini, do Banco Central, também deu a entender que o foco pode ser mais a economia patinando do que a inflação. Resultado: o dólar disparou ontem, com a maior alta diária em meses, e chegou perto de R$ 2,30.

Mas o cobertor é curto. Isso tem impacto na inflação, os agentes do mercado antecipam a mudança de postura, e as taxas futuras de juros começam a abrir, sinalizando expectativa de alta dos preços que terá de ser combatida com mais aumentos nos juros depois. E isso, naturalmente, afeta ainda mais as expectativas e retrai investimentos necessários. Villa conclui:

Ainda não sabemos plenamente o significado para o país desta gestão. Mas quando comparamos os nossos índices de crescimento do PIB com os dos países emergentes ou nossos vizinhos da América Latina, o resultado é assustador. É possível estimar que no quadriênio Dilma a média sequer chegue a 2%. A média dos emergentes é de 5,2%, e da América Latina, de 3,2%. E o governo Dilma ainda tem mais sete meses pela frente. Meses de paralisia econômica. Haja agonia.

Temos um governo hiperativo, mas sem projeto algum além da manutenção do poder, sem visão de país, sem capacidade de enfrentar os desafios que ele mesmo criou, o que acarreta uma economia paralisada. Não há empresário que não sinta enorme desconfiança acerca do futuro, mesmo que diga o contrário publicamente por interesses particulares.

Ilan Goldfajn, em sua coluna no mesmo jornal, faz previsões que capturam tal apatia generalizada:

O que preocupa, no momento, é a perspectiva para o crescimento do PIB no segundo trimestre deste ano. O sinal é inequívoco. Um conjunto amplo de indicadores coincidentes para o segundo trimestre — incluindo, entre outros, indicadores para a produção industrial, a atividade do setor de serviços, a demanda por crédito e a confiança de empresários e consumidores — aponta para uma retração da atividade econômica: projetamos queda de 0,2%.

A consequência é uma perspectiva de crescimento fraco para o ano de 2014. Com o resultado mais fraco do PIB no primeiro trimestre, aliado à perspectiva de queda do PIB para o segundo trimestre, dentro do contexto dos atuais fundamentos econômicos, acreditamos que a economia dificilmente conseguirá crescer acima de 1% em 2014.

A economia está morta, já estamos em um cenário lamentável de estagflação. Não há crescimento, mas a inflação segue firme e forte, sob a leniência do governo. É um quadro desolador, que vai minando as esperanças do povo brasileiro em um futuro melhor. Principalmente se, apesar de tanta incompetência, o PT conseguir se manter no poder graças ao abuso da máquina estatal. Como disse Villa, haja agonia!

Rodrigo Constantino

 

Opinião

‘O governo acabou’, de Marco Antonio Villa

Publicado no Globo desta terça-feira

MARCO ANTONIO VILLA

O governo Dilma definha a olhos vistos. Caminha para um fim melancólico. Os agentes econômicos têm plena consciência de que não podem esperar nada de novo. Cada declaração do ministro da Fazenda é recebida com desdém. As previsões são desmentidas semanas depois. Os planos não passam de ideias ao vento. O governo caiu no descrédito. Os ministérios estão paralisados. O que se mantém é a rotina administrativa. O governo se arrasta como um jogador de futebol, em fim de carreira, aos 40 minutos do segundo tempo, em uma tarde ensolarada.

Apesar do fracasso — e as pífias taxas de crescimento do PIB estão aí para que não haja nenhum desmentido —, Dilma é candidata à reeleição. São aquelas coisas que só acontecem no Brasil. Em qualquer lugar do mundo, após uma pálida gestão, o presidente abdicaria de concorrer. Não aqui. E, principalmente, tendo no governo a máquina petista que, hoje, só sobrevive como parasita do Estado.

A permanência no poder é a essência do projeto petista. Todo o resto é absolutamente secundário. O partido necessita da estrutura estatal para financeiramente se manter e o mesmo se aplica às suas lideranças — além dos milhares de assessores.

É nesta conjuntura que o partido tenta a todo custo manter o mesmo bloco que elegeu Dilma em 2010. E tem fracassado. Muitos dos companheiros de viagem já sentiram que os ventos estão soprando em sentido contrário. Estão procurando a oposição para manter o naco de poder que tiveram nos últimos 12 anos. O desafio para a oposição é como aproveitar esta divisão sem reproduzir a mesma forma de aliança que sempre condenou.

Como o cenário político foi ficando desfavorável à permanência do petismo, era mais que esperada a constante presença de Lula como elemento motivador e agregador para as alianças. Sabe, como criador, que o fracasso eleitoral da criatura será também o seu. Mas o sentimento popular de enfado, de cansaço, também o atingiu. O encanto está sendo quebrado, tanto no Brasil como no exterior. Hoje suas viagens internacionais não têm mais o apelo do período presidencial. Viaja como lobista utilizando descaradamente a estrutura governamental e intermediando negócios nebulosos à custa do Erário.

Se na campanha de 2010 era um presidente que pretendia eleger o sucessor, quatro anos depois a sua participação soa estranha, postiça. A tentativa de transferência do carisma fracassou. Isto explica por que Lula tem de trabalhar ativamente na campanha. Dilma deve ficar em um plano secundário quando o processo eleitoral efetivamente começar. Ela não tem o que apresentar. O figurino de faxineira, combatente da corrupção, foi esquecido. Na história da República, não houve um quadriênio com tantas acusações de “malfeitos” e desvios bilionários, como o dela. O figurino de gerentona foi abandonado com a sucessão de “pibinhos”. O que restou? Nada.

Lula está como gosta. É o centro das atenções. Acredita que pode novamente encarnar o personagem de Dom Sebastião. Em um país com uma pobre cultura democrática, não deve ser desprezada a sua participação nas eleições.

A paralisia política tem reflexos diretos na gestão governamental. As principais obras públicas estão atrasadas. Boa parte delas, além do atraso, teve majorados seus custos. Em três anos e meio, Dilma não conseguiu entregar nenhuma obra importante de infraestrutura. Isto em um país com os conhecidos problemas nesta área e que trazem sérios prejuízos à economia. Mas quando a ideologia se sobrepõe aos interesses nacionais não causa estranheza o investimento de US$ 1 bilhão na modernização e ampliação do porto de Mariel. Ou seja, a ironia da história é que a maior ação administrativa do governo Dilma não foi no Brasil, mas em Cuba.

Os investimentos de longo prazo foram caindo, os gastos para o desenvolvimento de educação, ciência e tecnologia são inferiores às necessidades de um país com as nossas carências. Não há uma área no governo que tenha cumprido suas metas, se destacado pela eficiência e que o ministro — alguém lembra o nome de ao menos cinco deles? — tenha se transformado em referência, positiva, claro, pois negativa não faltam candidatos.

O irresponsável namoro com o populismo econômico levou ao abandono das contas públicas, das metas de inflação e ao desequilíbrio das tarifas públicas. Basta ver o rombo produzido no setor elétrico. A ação governamental ficou pautada exclusivamente pela manutenção do PT no poder. As intervenções estatais impuseram uma lógica voluntarista e um estatismo fora de época. Basta citar as fabulosas injeções de capital — via Tesouro — para o BNDES e os generosos empréstimos (alguns, quase doações) ao grande capital. E a dívida pública, que está próxima dos R$ 2,5 trilhões?

No campo externo as opções escolhidas pelo governo foram as piores possíveis. Mais uma vez foi a ideologia que deu o tom. Basta citar um exemplo: a opção preferencial pelo Mercosul. Enquanto isso, o eixo dinâmico da economia mundial está se transferindo para a região Ásia-Pacífico.

Ainda não sabemos plenamente o significado para o país desta gestão. Mas quando comparamos os nossos índices de crescimento do PIB com os dos países emergentes ou nossos vizinhos da América Latina, o resultado é assustador. É possível estimar que no quadriênio Dilma a média sequer chegue a 2%. A média dos emergentes é de 5,2%, e da América Latina, de 3,2%. E o governo Dilma ainda tem mais sete meses pela frente. Meses de paralisia econômica. Haja agonia.

Tags: CubaDilma RousseffLulaMarco Antonio VillaMercosulministériosO Globo

 

Democracia

Oposição acorda e reage contra plano golpista do PT: Dilma pensa que é o “Rei Sol”

O Decreto 8.243/2014, como muitos já sabem, cria a “política nacional de participação social”, eufemismo para um golpe à Constituição. O PT sonha diariamente em burlar o Congresso e simular uma democracia “direta”. O mensalão foi justamente a tentativa de comprar deputados. Como isso foi por água abaixo, agora resta fingir que o velho projeto autoritário é uma reação a tal “voz das ruas”, que pede de tudo, menos um modelo venezuelano!

A oposição, um tanto sonolenta nos últimos anos, vem acordando, ao que parece. O líder do DEM, Mendonça Filho, subiu o tom em discurso recente:

Além dele, houve a reação de vários partidos que tentam barrar o projeto bolivariano do PT. Finalmente! Talvez só mesmo com as garras do PT muito à mostra a nossa oposição consiga se unir e engrossar a voz na defesa da democracia representativa. Já era tempo, e espera-se que não seja tarde demais. O PT, afinal, já deixou claro ser um partido golpista desde o começo, e só não enxerga quem não quer…

Rodrigo Constantino

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Blog Rodrigo Constantino (VEJA)

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