Gilberto Carvalho e o “homem do carro preto” (do caso Celso Daniel)

Publicado em 10/06/2014 20:56 e atualizado em 06/03/2020 13:22
por Reinaldo Azevedo, de veja.com.br

Gilberto Carvalho e o “homem do carro preto”

E já que o assunto é Gilberto Carvalho (ver posts abaixo), secretário-geral da Presidência, homem encarregado do “diálogo” com os movimentos sociais, defensor do “entendimento” com os que praticaram ações criminosas do metrô e autor intelectual do Decreto 8.243 — aquele que oficializa o aparelhamento de estado pelo petismo —, cumpre lembrar o que lhe disse a deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP) durante uma audiência pública na Comissão de Segurança da Câmara, onde ele falou como convidado. Segue o vídeo.

“O senhor sempre foi conhecido como o homem do carro preto, e eu não falo isso porque eu li, eu falo isso porque eu vi. O homem do carro preto era o homem que pegava os recursos extorquidos de empresários e levava para o [ex-presidente do PT] José Dirceu. (…)

Carvalho foi convidado a falar sobre o livro “Assassinato de Reputações”, de autoria de Romeu Tuma Júnior, segundo quem Carvalho lhe teria confessado que fazia a arrecadação ilegal de recursos entre empresários de Santo André para abastecer campanhas do PT. O pai de Mara era empresário de ônibus durante a gestão Celso Daniel.

Carvalho negou que usasse carro preto: “Acabei, nessa Comissão de Segurança, de deixar claro e desafiar se alguém me viu alguma vez usando um carro preto em Santo André. A própria deputada nunca viu”.

Por Reinaldo Azevedo

 

“Vai de jumento, vai de qualquer coisa”

Desde que o presidente Lula declarou a “blogueiros progressistas como um táxi” que esse negócio de metrô em estádio é babaquice, sugerindo que eles fossem ver os jogos da Copa até “jumento”, tenho usado no programa “Os Pingos nos Is” esse tão notável conselho como uma vinheta. Afinal, como dizia Marilena Chaui, sempre que Lula pensa, “o mundo se ilumina”.

Vejam esta foto.

Jegue 2

A equipe do “Morning Show”, programa matutino da Jovem Pan, decidiu fazer um teste de mobilidade. E um dos meios de transporte para chegar ao Itaquerão foi o jumento. Veja o resultado final:
1º colocado: Lígia Mendes (carro) – 24 minutos
2º colocado: Felipe Motta (ônibus da Fifa) – 46 minutos

3º colocado: Tiago Mendonça (metrô) – 50 minutos
4º colocado: Victor LaRegina – Após duas horas, chegou à Radial Leste

Por Reinaldo Azevedo

Tags: Copa do Mundo de 2014

 

Pesquisa presidencial – Resultado do Ibope tem lá as suas estranhezas, mas uma coisa é certa: é muito ruim para Dilma

É… A pesquisa do Ibope sobre a intenção de votos para presidente da República foi divulgada depois do encerramento da convenção do PMDB. Tivesse saído antes, o resultado poderia ter sido ainda pior para a presidente Dilma Rousseff. Se a eleição fosse hoje, segundo o instituto, a petista teria 38% das intenções de voto, oscilando dois pontos para baixo em relação à de maio. Já Aécio Neves, do PSDB, e Eduardo Campos, do PSB, oscilaram dois pontos para cima: o tucano aparece com 22%, e o peessebista, com 13%. O Pastor Everaldo, do PSC, surge com 3%.

Os números são significativamente distintos dos da pesquisa Datafolha, divulgados há quatro dias: nesse caso, a petista aparece com 34%, o tucano, com 19%, e o ex-governador de Pernambuco, com 13%. No Ibope, pois, Campos teria quase o dobro dos votos do que lhe confere o Datafolha.

Seja lá como for, os números não são bons para Dilma, especialmente os do segundo turno. Se a eleição fosse hoje, a presidente teria 42% dos votos, contra 33% de Aécio — só nove pontos os separam. Numa polarização dessa natureza, esses nove valem 4,5 pontos. No Datafolha, com números bastante distintos, a diferença é de oito pontos: 46% a 38%. Curiosidade: há menos de um mês, no próprio Ibope, Dilma tinha 43%, e Aécio, 24%. Uma diferença de 19 pontos foi reduzida a… 9! Com a devida vênia, ou a pesquisa de antes (o que me parece certo!) ou a de agora está errada. Por que tamanha mudança na vontade do eleitorado? Também contra Campos, a diferença caiu bastante: de 42% a 22% para 41% a 30%. Do nada, 20 pontos viraram 11.

Estranha simulação
O Ibope fez ainda uma estranha simulação, consta que a pedido da Uvesp, a União dos Vereadores de São Paulo. Apresentou o nome dos pré-candidatos associados a vice. Só Campos ampliaria significativamente o seu eleitorado quando associado a Marina Silva: teria 17% ou 18% das intenções de voto. A variação de Aécio e Dilma seria irrelevante, independentemente dos respectivos vices. A simulação é um pouco estranha porque campanhas não costumam se ancorar em vices, né? Pela primeira vez uma pesquisa aponta uma transferência de votos dessa magnitude de Marina para Campos, coisa que a gente não percebe no eleitorado da ex-senadora.

O PT tinha comemorado efusivamente, na pesquisa anterior do Ibope, o que considerava estancamento da queda de Dilma e início da recuperação (no caso, ela passara de 37% em abril para 40% em maio). Certamente, o PT negará agora que a crise continua.

Por Reinaldo Azevedo

 

Congresso reage e dá prazo para Dilma revogar decreto bolivariano: ou retira ou será derrubado por Decreto Legislativo

Por Marcela Mattos, na VEJA.com. Comentarei mais tarde:
A mobilização que começou nas bancadas de oposição se espalhou pelos partidos governistas, e o Congresso Nacional decidiu reagir ao Decreto 8.243/2014, assinado pela presidente Dilma Rousseff. A medida institui, numa canetada, a participação de “integrantes da sociedade civil” em todos os órgãos da administração pública, num ataque à democracia representativa.

Pressionados por líderes de partidos, os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pediram pessoalmente à presidente, que hoje compareceu ao Congresso para a Convenção Nacional do PMDB, que desista do decreto. Conforme antecipou a coluna Radar on-line, Alves já havia procurado o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) para pedir a revogação do texto.

Alves foi particularmente bombardeado por ter se recusado a colocar em votação um decreto legislativo da oposição para anular os efeitos do decreto de Dilma. Nesta terça, porém, mudou o discurso e vocalizou o sentimento hoje majoritário no Congresso: “Se até amanhã o governo não atender, nós vamos votar a favor da derrubada do decreto”. Segundo aliados, dois fatores pesaram para a mudança de atitude do deputado: a pressão do próprio PMDB contra o decreto e a irritação pessoal com a desistência de última hora de Dilma em participar da inauguração do aeroporto potiguar de São Gonçalo do Amarante. Alves é candidato ao governo do Estado e espera ter Dilma em seu palanque. “Ainda não pautei o projeto para, ao meu estilo, tentar a retirada do decreto”, justificou-se.

Em plenário, Renan também pediu que o Palácio do Planalto recue: “Sempre defendi a ampliação da participação popular, mas não é aconselhável que se recorra a um decreto para tal. Quem representa o povo é o Congresso Nacional e, por este motivo, o ideal – eu falei isso para a presidente e queria repetir aqui – é que a proposta seja enviada através de um projeto de lei ou mesmo através de uma medida provisória, para que sejam aqui aprimorados, para que possam receber as insubstituíveis colaborações e aprimoramentos dos deputados e dos senadores”.

O líder do PMDB na Câmara, deputado Eduardo Cunha (RJ), disse que o partido vai apoiar a derrubada do texto caso Dilma não recue da decisão. Cinco partidos já anunciaram obstrução às votações na Câmara: DEM, PSDB, PPS, PSD e Solidariedade.

Nesta terça-feira, a sessão da Câmara voltou a ser tomada por críticas ao decreto de Dilma. O texto foi classificado de “autoritário” e “ditatorial” por deputados da oposição. “Se a presidente revogar a matéria, será um recuo salutar. É um ato de humildade”, argumentou o líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE).

Por Reinaldo Azevedo

 

Dilma na TV: se estivesse tão certa do que diz, falaria na quinta para o povo e não se esconderia na Rede Nacional de Rádio e TV

Na imaginação do lulo-petismo, esta quinta seria o dia da consagração do partido, de Lula e, claro!, de Dilma. A presidente faria o discurso de abertura, e o estádio explodiria num grito de incontida alegria. No luminoso do estádio, talvez brilhasse uma inscrição: “Brasil, ame-o ou deixe-o”. Afinal, nada mais parecido com a face mais tosca do regime militar do que o lulo-petismo, com os seus sonhos de um capitalismo rigidamente controlado pelo estado, com a substituição da antiga tecnoburocracia pela elite sindical de agora, os “burgueses do capital alheio”. Mas deu tudo errado. Dilma não vai nem dizer “Boa tarde!”, ou o Itaquerão será inaugurado para o mundo com uma vaia como nunca antes na história “destepaiz”. A presidente sabe o gosto que isso tem. Como esquecer a “homenagem” que lhe prestou o estádio Mané Garrincha, em Brasília, na Copa das Confederações?

Impedida de falar por vontade expressa dos brasileiros, a presidente apelou a um instrumento sobre o qual o povo não tem controle nenhum: a Rede Nacional de Rádio e Televisão, onde ela pode dizer o que lhe dá na telha, certamente aplaudida pelos áulicos profissionais. E Dilma fez, então, o seu discurso inaugural nesta terça, dois dias antes de o Brasil fazer o seu jogo de estreia, o primeiro da Copa do Mundo de 2014, contra a Croácia.

Começou exaltando a boa índole do nosso povo, as nossas belezas naturais, vocês sabem, aquilo tudo que faz da gente um povo alegre e com samba no pé… Até aí, vá lá. Não se poderia esperar muita coisa além de uma “Aquarela do Brasil” filtrada pela linguagem da antropologia burocrática. Mas Dilma decidiu ir além e responder a seus críticos. Respondeu aos “pessimistas” e acabou dizendo coisas estranhas aos fatos, que não correspondem à verdade.

Segundo a presidente, esses pessimistas “já saíram perdendo” (a pessoa que redigiu o discurso resolveu abusar da linguagem futebolística) porque suas previsões teriam falhado. E foi enumerando e tentando provar o contrário: “Disseram que não teríamos estádios, que não teríamos aeroportos, que não teríamos energia…”.

Pra começo de conversa, ninguém disse que “não teríamos”. Teríamos e temos, mas incompletos, muito distantes do que foi combinado. O atraso na privatização dos aeroportos se deve ao fato de que Dilma governa com dois braços esquerdos, não é? A sua repulsa ao capital privado atrasou as privatizações, e boa parte das obras será entregue depois da Copa. Isso é apenas fato, não boato. Praticamente não há estádio que tenha sido entregue conforme o que estava especificado. Alguns estão recebendo o acabamento enquanto escrevo este texto. A maioria das obras de mobilidade — estas, sim, poderiam trazer qualidade de vida à população — ficou no papel.

O que se disse é que haveria atraso: e houve. O que se disse é que não se cumpriria o prometido: e não se cumpriu. Pior: as obras realizadas só seguiram adiante porque se jogou no lixo a Lei de Licitações. A transparência nos gastos a que aludiu a presidente, infelizmente, é falsa. Qual é o controle que tem, por exemplo, o TCU?

A única parte procedente da crítica, mas dita de maneira inverossímil, é a resposta àqueles que sustentam que os gastos da Copa poderiam ter sido investidos no social. Dilma afirmou, e concordo neste particular, que essa conta não procede — e vocês sabem que jamais a endossei aqui. Nunca tive nada contra a ideia de o país realizar a Copa do Mundo. O que cobro — e também em relação à Olimpíada — é competência. O que critico é a megalomania. O que me causa asco é a exploração política vigarista de uma realização que, de fato, é de todo o povo brasileiro.

E, nesse caso, registro, então, que o governo Dilma, com seus atrasos constrangedores, com suas obras não realizadas, é pior do que os brasileiros. Se estes fossem tão incompetentes como a gestão petista, estariam comendo grama em vez de ganhar a vida de modo digno — a maioria ao menos.

Exploração lamentável!
A fala faz uma exploração lamentável da Copa do Mundo, e tendo a achar que é contraproducente, gerando um efeito contrário ao pretendido. Ficou nítido que, em vez de um discurso de boas-vindas, Dilma estava respondendo a seus críticos, numa posição, convenham, um pouco covarde. E não me refiro à covardia pessoal, mas à covardia do governo. Afinal, os que contestam seus argumentos, numa questão com esse alcance público, não têm uma Rede Nacional de Rádio e Televisão para responder.

Ora, se Dilma está tão certa de tudo o que diz, que o diga, então, na quinta-feira. Que tome o microfone — e sua posição lhe faculta essa licença — e exalte as maravilhas de sua gestão para mais de 60 mil pessoas — e olhem que boa parte desse púbico é composta de convidados.

Se eu fosse conselheiro de Dilma, recomendaria que não apelasse a um instrumento que deveria servir apenas ao trabalho de informação para fazer um discurso que não tem como não soar autoritário. É incrível como os petistas têm errado a mão nessas coisas. E olhem que são especialistas na manipulação da opinião pública. Não que tenham mudado de texto. Continua o mesmo. É que Lula sempre foi um ator bem mais competente do que Dilma.

Ela não é amadora apenas como gestora. Também é bisonha como atriz.

PS – Ah, sim: a presidente disse que seus críticos passaram “o ridículo” (sic) de prever um surto de dengue. Bem, o Brasil passa por um surto de dengue. Sim, é verdade, é o surto de sempre. É que, em países atrasados, com governos atrasados, os surtos se tornam crônicos. 

Texto publicado originalmente às 22h44 desta terça

Por Reinaldo Azevedo

 

Gilberto Carvalho, o homem da gravata vermelha, erra até quando acerta. É incurável!

Carvalho: ele põe no mesmo balaio o legal e o ilegal, o legítimo e o ilegítimo, o certo e o errado...

Carvalho: ele põe no mesmo balaio o legal e o ilegal, o legítimo e o ilegítimo, o certo e o errado…

Gilberto Carvalho é um homem tão errado, mas tão errado, que erra até quando está certo! Por que digo isso? Vamos ver. O secretário-geral da Presidência afirmou nesta terça que a greve dos metroviários de São Paulo é “calamitosa”. É mesmo, ministro? Também acho! Ocorre, meu senhor, que a central sindical do seu partido, a CUT, decidiu dar apoio integral a essa ação, então, calamitosa, donde se conclui que o petismo é irmão da calamidade, o que eu já sabia, mas não julgava que fosse também esse o seu juízo. Até me desculpo de ser tão aborrecidamente lógico.

Vamos à fala completa do ministro, segundo informa a Folha, o que prova que este Gilberto é mesmo o Carvalho: “O governo espera que a greve não seja retomada e que haja entendimento. É uma greve calamitosa não só para a Copa, mas para cidade de São Paulo e para seus moradores”.

O irmão da calamidade, então, em vez de condenar os “companheiros” metroviários por desrespeitarem a lei; por deixarem milhões de trabalhadores sem transporte; por ignorarem decisão judicial que ordenava o pleno funcionamento do serviço nos horários de pico; por terem mantido a paralisação mesmo depois de ela ter sido considerada ilegal; por abusarem de métodos violentos que constrangeram outros trabalhadores do Metrô e passageiros; por colocarem em risco — e, sim, trata-se disto também — a segurança dos paulistanos; por transformarem num inferno a vida de gente que estuda e trabalha… Em vez disso, o ministro silencia sobre a violência óbvia do movimento grevista e fala em “entendimento”.

Ora, só pode haver entendimento entre partes legítimas que estão negociando. A reivindicação dos metroviários se deslegitimou quando deixou de reconhecer uma decisão da Justiça. Já era de legitimidade duvidosa antes mesmo de sua escancarada ilegalidade, quando estava claro que a categoria recebera do governo de São Paulo benefícios muito acima da inflação — a começar do reajuste salarial.

Entre várias falas possíveis para o senhor secretário-geral da Presidência, só uma era decente, só uma era digna, só uma era razoável: censurar severamente o movimento, as ações violentas, o sofrimento a que foi submetida a população, exaltando a firmeza e a correção do governo de São Paulo e a presteza da Polícia Militar, que foi à rua garantir direitos constitucionais que os grevistas estavam solapando. Mas quê…

O ministro falou também sobre o risco de ações violentas: “Teremos problema, sim, se houver tentativa de manifestações violentas para impedir o direito de outras pessoas de celebrar a Copa. Para isso, as forças de segurança serão acionadas”.

É mais uma fala certa que revela como esse ministro pode ser errado. E vou explicar por quê. Por inspiração de Carvalho, com a concordância de Dilma, é claro!, o governo federal recebeu com tapete vermelho movimentos violentos como o MST e o MTST. Ou por outra: na prática, o governo federal estimula a violência, a exemplo do que faz quando celebra um acordo absurdo com o autoproclamado Movimento dos Trabalhadores Sem Teto.

De resto, Carvalho diz que as forças de segurança “serão acionadas” para garantir “o direito de outras pessoas de celebrar a Copa…” Pois é. Não há dúvida de que a Polícia Militar de São Paulo cumprirá a sua função — aquela mesma polícia que vive sendo demonizada pelo petismo, muito especialmente pelo ministro Gilberto Carvalho. E encerro lembrando que os brasileiros precisam ter assegurado o seu direito de ir e vir não apenas na Copa, não é mesmo? Como esquecer que, no auge do surto dos rolezinhos, Gilberto Carvalho viu na manifestação um misto de guerra de classes com guerra racial? Os petistas chegaram ao ridículo de tentar estatizar os tais rolezinhos.

O sr. Carvalho deveria lembrar que precisamos ter garantidas a lei e a ordem também quando não há Copa do Mundo. Também quando não é para inglês ver… Ah, sim: depois da solenidade, Carvalho rumaria para o Congresso para tentar negociar a aceitação do decreto bolivariano (ver post) de Dilma. Um decreto, claro!, inspirado por Carvalho e que confere poderes especiais à pasta de… Carvalho!!!

Texto publicado originalmente às 21h53 desta terça

Por Reinaldo Azevedo

 

Aécio deseja “boa aposentadoria” para Dilma

Por Marcelo Portela e Suzana Inhesta, no Estadão:
Em discurso inflamado durante a convenção do PSDB mineiro, o senador Aécio Neves (MG), pré-candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, desejou ontem uma “boa aposentadoria” à presidente Dilma Rousseff. Para ele, diante da atual situação econômica e social do País, “não há marqueteiro que leve o PT à vitória”.

Aécio discursou para uma plateia que lotou o ginásio do Minas Tênis Clube, um dos mais tradicionais de Belo Horizonte, durante o evento que confirmou o chapa que vai disputar o governo de Minas, encabeçada pelo ex-ministro Pimenta da Veiga (PSDB). “A boa educação mineira só me (faz) desejar à presidente uma boa aposentadoria nos próximos quatro anos”, declarou o senador, ovacionado no evento que contou também com as convenções do DEM, PSD e PP mineiros.

Pouco antes, em entrevista, o tucano fez outras críticas à presidente. Ao comentar resultado da mais recente pesquisa Ibope, que mostrou oscilação negativa de dois pontos porcentuais de Dilma e oscilação positiva no mesmo porcentual dele e do ex-governador Eduardo Campos (PE), presidenciável do PSB, Aécio avaliou que o levantamento reflete um sentimento “de enfado” da população com a gestão petista. “Podemos nos preparar para um novo e grande governo a partir de 2015 e vamos trabalhar para isso.”

Enxaqueca
O senador também ironizou o resultado da convenção nacional do PMDB, que confirmou a reedição da aliança com o PT com 59% dos votos dos participantes, resultado considerado por Aécio uma “fragorosa derrota” do governo. “A presidente hoje infelizmente deve dormir com uma enxaqueca. Depois de tudo que foi feito, da distribuição dos espaços para o PMDB no governo, que já manda quase mais, pelo menos um setor do PMDB, que o próprio PT, a oposição à aliança ter mais de 40% dos votos é uma derrota fragorosa”, avaliou.

Para o tucano, Dilma levará “alguns minutos a mais” na propaganda eleitoral gratuita, mas não “a base, o trabalho e o sentimento de seus aliados”.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

 

Decreto de Dilma Rousseff abre o caminho para a servidão dos brasileiros

Com licença de Hayek, podemos dizer que o Decreto 8.243 escancarou as portas para o caminho da servidão. É preciso ir devagar na sua análise para que aqueles que não creem em fantasmas, e só os veem quando aparecem com um porrete e um .45 nas mãos, acreditem neles.

O decreto ampara-se na Constituição: é competência exclusiva do presidente da República expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução, e dispor, mediante decreto, sobre a organização e o funcionamento da administração federal. O D 8.243 não é, no rigor constitucional, uma lei. Na prática administrativa característica dos regimes totalitários, é uma “norma” que, como toda norma da administração, deve ser cumprida. Não é isso o que acontece com as instruções normativas que a Receita baixa?

O problema está quando seus autores abusam dessa prerrogativa, confiantes na passividade dos ofendidos. O D 8243, a pretexto de organizar o funcionamento da administração, avança sem se deter em quaisquer limites, dividindo o Brasil em duas grandes massas de indivíduos, uns destinados a participar da administração e a auxiliar a produzir políticas públicas, outros que devem reger suas atitudes segundo as normas baixadas pelos novos órgãos da “democracia participativa e direta”.

A divisão da sociedade brasileira em dois grandes segmentos está clara no artigo 2.º, que define o que seja a sociedade civil: “Para os fins deste decreto, considera-se: I – Sociedade civil – o cidadão, os coletivos, os movimentos sociais institucionalizados ou não institucionalizados, suas redes e suas organizações”. Donde se segue que:

— A administração federal está obrigada, desde o dia 23 de maio, a só permitir a colaboração de movimentos sociais, sejam institucionalizados, sejam não institucionalizados. Mas o que se entende por “institucionalizado” não se sabe, nem se decretou — seguramente não serão as associações civis que têm estatutos registrados em cartório. Na medida em que os sindicatos, os institutos, as ordens (OAB, por exemplo), as associações profissionais, os partidos políticos (com o perdão de Gramsci) etc. não são organizações de movimentos sociais, não pertencem aos grupos sociais que podem legalmente assessorar a administração federal – não pertencem à sociedade dita civil. A menos que estejam incluídos na palavra “coletivos” – mas ônibus são “coletivos”…

A referência a que o “cidadão” está entre os que compõem a “sociedade civil”, afora ser uma estultice, pois não se compreende “sociedade” sem “indivíduo” nem “estado democrático” sem “cidadão”, só encontra explicação caso permita que particulares “membros da sociedade civil”, indivíduos, possam participar enquanto tal do “diálogo entre a sociedade civil e o governo para promover a participação no processo decisório e na gestão de políticas públicas” — note-se: “participação no processo decisório”. Assim, eles serão representantes da “sociedade civil” que passam a integrar a administração federal. Há no D8243 evidente abuso da prerrogativa de “dispor, mediante decreto, sobre a organização e funcionamento da administração federal” na medida em que alguém do governo escolherá os “cidadãos” e os “movimentos sociais” que decidem sobre políticas públicas. Quem? Quais? O decreto cuida disso — aliás, cuida de tudo, como se verá.

O D8243 reforma toda a administração federal, criando estrutura burocrática como convém aos que pretendem eternizar-se no poder. Há os “conselhos de políticas públicas”, que decidem sobre as políticas públicas e sua gestão. Depois, as “comissões de políticas públicas”, em que a “sociedade civil” e o “governo” dialogarão sobre “objetivo específico” dado pelo tema determinado para discussão. Segue-se a “conferência nacional”, para debater, formular e avaliar “temas específicos de interesse público”. Note-se que essa “conferência” não cuida apenas de políticas públicas federais: poderá “contemplar etapas estaduais, distrital (sic), municipais ou regionais para propor diretrizes e ações acerca do tema tratado”. Há uma “Ouvidoria”, que cuidará também dos “elogios às políticas e aos serviços púbicos prestados sob qualquer forma ou regime…”. E há, finalmente, a “mesa de diálogo, mecanismo de debate e negociação com a participação de setores da sociedade civil (não mais “movimentos sociais”) e do governo diretamente envolvidos no intuito de prevenir, mediar e solucionar conflitos sociais”.

Convém prestar atenção às finalidades das “mesas de diálogo”, que devem “prevenir, mediar e solucionar conflitos sociais”. A Justiça do Trabalho pode dizer adeus a uma de suas funções; os conflitos entre índios e proprietários de terra não irão mais à Justiça, mas passarão pela “mesa” que os resolverá, da mesma maneira que qualquer outro “conflito social”. Criou-se uma “Justiça” paralela.

Depois da “mesa” temos o “fórum interconselhos”, que permitirá o “diálogo entre representantes de conselhos e comissões de políticas públicas… formulando recomendações para aprimorar sua intersetorialidade e transversalidade” (arre!). Num arroubo de fato participativo, abre-se “consulta pública” de “caráter consultivo” a qualquer interessado disposto a se manifestar “por escrito”…

A “consulta pública” é, pois, o consolo que se dá aos cidadãos que não pertencem aos “movimentos sociais”, se souberem escrever! Ao contrário dos participantes em debates — que são orais — nos conselhos, comissões, conferências, mesas e no fórum, que não precisam ser alfabetizados…

Pelo D8243, um secretário-geral se preocupará com dar aparência democrático-formal às decisões do governo. Eis o primeiro-ministro do governo democrático-participativo. Ninguém mais conveniente ao cargo que o secretário-geral da Presidência da República.

*
O artigo acima não é meu, infelizmente. É de autoria do cientista político, jornalista e escritor Oliveiros S. Ferreira, professor da USP e da PUC-SP. Destrincha com precisão o decreto autoritário da presidente Dilma Rousseff, que busca atrelar a administração federal ao PT e cria duas categorias de cidadãos: a dos aristocratas do movimentos sociais de esquerda e… os outros.

Texto publicado originalmente às 4h31

Por Reinaldo Azevedo

 

Ala anti-Dilma do PMDB surpreende e leva 41% dos votos; partido não está tão dividido desde 2002

O PMDB não vai tão dividido às eleições presidenciais desde 2002, quando ocupou o lugar de vice na chapa presidencial do PSDB, encabeçada, então, por José Serra. Frações do partido, na verdade, fizeram campanha para o então candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva.

O PMDB fechou, sim, nesta terça o apoio à candidatura Dilma e terá, mais uma vez, a vaga de vice, que continuará com Michel Temer. Mas o apoio está longe de ser unânime. A convenção nacional do partido decidiu apoiar a luta de Dilma pela reeleição por 398 votos a favor (59%) contra 275 (41%). Nem os prognósticos mais pessimistas (ou otimistas, a depender do lado em que se esteja) chutavam tão alto. Isso indica que o descontentamento no PMDB com o governo é gigantesco. Em 2010, o apoio a Dilma contou com a adesão de 84% dos convencionais.

A ala contra Dilma teve direito a discurso e chegou a distribuir panfletos. Um dos grupos mais ácidos com o petismo era o do PMDB do Rio. Não por acaso. Lindbergh Farias, candidato petista ao governo do Estado, ancora sua campanha nas críticas ao governo Sérgio Cabral, de que Luiz Fernando Pezão, o governador que concorre pelo PMDB, é herdeiro. Cabral foi um dos políticos que mais se desgastaram com as manifestações iniciadas em junho do ano passado. Os petistas não o socorreram. Ao contrário: ajudaram a pisar na sua garganta. Eduardo Paes, prefeito da capital, afirmou que o PMDB devolverá na mesma moeda eventuais críticas que sofrer do PT.

Até o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que concorre ao governo do Rio Grande do Norte, reclamou da falta de solidariedade dos petistas em seu estado. O ex-ministro Geddel Viera Lima, que concorrerá ao Senado na Bahia na chapa da oposição a Dilma, afirmou que o apoio à presidente acabaria aprovado por causa de Michel Temer. E só por isso.

Enquanto o PMDB dava uns sopapos no governo, Dilma discursava em evento do PDT e acusava a oposição de oportunismo. Até parece que a função da oposição não é… fazer oposição! Ocorre que as coisas estavam se complicando pra ela era na situação mesmo!

Por Reinaldo Azevedo

 

Alguém dê um Rivotril para Dilma. Ou: quem surrupiou quem

Alguém dê aí um Rivotril pra presidente Dilma Rousseff. Serve para diminuir a ansiedade — só com receita médica, viu, gente!? Não! Não sou um usuário do remédio. Eu sou calmíssimo. Só advérbios fora do lugar me tiram do sério. Adiante. A presidente foi às convenções do PDT e do PMDB e mandou brasa: acusou os adversários de surrupiar os programas do seu governo, vejam vocês, e de tentar “excluir os mais pobres” das políticas públicas. E emendou: “Essa é a agenda do retrocesso. É essa a agenda que querem apresentar ao Brasil”.

É mesmo? A matemática desmente esta senhora. Se fosse assim, se o PT tivesse o monopólio da virtude e seus adversários, sabe-se lá por quê, só quisessem o mal dos brasileiros, ela teria 100% das intenções de voto, e os outros teriam 0%. Não obstante, não é o que se vê, não é mesmo? Esse discurso agressivo só vem a público porque as chances de Dilma não ser reeleita são reais e crescentes.

De surrupiar programas, ora vejam, quem entende é o PT. Já escrevi isto aqui dezenas de vezes e o farei quantas vezes for necessário.

No vídeo abaixo, Lula aparece em dois momentos: exaltando o Bolsa Família, já presidente da República, e no ano 2000, quando chamava os programas de assistência direta (como o Bolsa Família) de esmola. Vejam.

Pobre vagabundo
Mas foi bem mais explícito. Nos primeiros meses como presidente, Lula era contra os programas de bolsa que herdou de FHC. Ele queria era assistencialismo na veia mesmo, distribuir comida, com o seu programa “Fome Zero”, uma ideia publicitária de Duda Mendonça, que ele transformou em diretriz de governo. Deu errado. O Fome Zero nunca chegou a existir.

Já demonstrei isso aqui. No dia 9 de abril de 2003, com o Fome Zero empacado, Lula fez um discurso no semiárido nordestino, na presença de Ciro Gomes, em que disse com todas as letras que acreditava que os programas que geraram o Bolsa Família levavam os assistidos à vagabundagem. Querem ler? Pois não!

Eu, um dia desses, Ciro [Gomes, ministro da Integração Nacional], estava em Cabedelo, na Paraíba, e tinha um encontro com os trabalhadores rurais, Manoel Serra [presidente da Contag - Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura], e um deles falava assim para mim: “Lula, sabe o que está acontecendo aqui, na nossa região? O povo está acostumado a receber muita coisa de favor. Antigamente, quando chovia, o povo logo corria para plantar o seu feijão, o seu milho, a sua macaxeira, porque ele sabia que ia colher, alguns meses depois. E, agora, tem gente que já não quer mais isso porque fica esperando o ‘vale-isso’, o ‘vale-aquilo’, as coisas que o Governo criou para dar para as pessoas.” Acho que isso não contribui com as reformas estruturais que o Brasil precisa ter para que as pessoas possam viver condignamente, às custas do seu trabalho. Eu sempre disse que não há nada mais digno para um homem e para uma mulher do que levantar de manhã, trabalhar e, no final do mês ou no final da colheita, poder comer às custas do seu trabalho, às custas daquilo que produziu, às custas daquilo que plantou. Isso é o que dá dignidade. Isso é o que faz as pessoas andarem de cabeça erguida. Isso é o que faz as pessoas aprenderem a escolher melhor quem é seu candidato a vereador, a prefeito, a deputado, a senador, a governador, a presidente da República. Isso é o que motiva as pessoas a quererem aprender um pouco mais.

Notaram a verdade de suas palavras? A convicção profunda? Então…

No dia 27 de fevereiro de 2003, Lula já tinha mudado o nome do programa Bolsa Renda, que dava R$ 60 ao assistido, para “Cartão Alimentação”. Vocês devem se lembrar da confusão que o assunto gerou: o cartão serviria só para comprar alimentos?; seria permitido ou não comprar cachaça com ele?; o beneficiado teria de retirar tudo em espécie ou poderia pegar o dinheiro e fazer o que bem entendesse?

A questão se arrastou por meses. O tal programa Fome Zero, coitado!, não saía do papel. Capa de uma edição da revista Primeira Leitura da época: “O Fome Zero não existe”. A imprensa petista chiou pra chuchu.

No dia 20 de outubro, aquele mesmo Lula que acreditava que os programas de renda do governo FHC geravam vagabundos, que não queriam mais plantar macaxeira, fez o quê? Editou uma Medida Provisória e criou o Bolsa Família. E o que era o Bolsa Família? A reunião de todos os programas que ele atacara em um só. Assaltava o cofre dos programas alheios, afirmando ter descoberto a pólvora. O texto da MP não deixa a menor dúvida:

(…) programa de que trata o caput tem por finalidade a unificação dos procedimentos de gestão e execução das ações de transferência de renda do Governo Federal, especialmente as do Programa Nacional de Renda Mínima vinculado à Educação – “Bolsa Escola”, instituído pela Lei n.° 10.219, de 11 de abril de 2001, do Programa Nacional de Acesso à Alimentação – PNAA, criado pela Lei n.° 10.689, de 13 de junho de 2003, do Programa Nacional de Renda Mínima vinculado à Saúde – “Bolsa Alimentação”, instituído pela medida provisória n.° 2.206-1, de 6 de setembro de 2001, do Programa Auxílio-Gás, instituído pelo Decreto n.° 4.102, de 24 de janeiro de 2002, e do Cadastramento Único do Governo Federal, instituído pelo Decreto n.° 3.877, de 24 de julho de 2001.

Compreenderam? Bastaram sete meses para que o programa que impedia o trabalhador de fazer a sua rocinha virasse a salvação da lavoura de Lula. E os assistidos passariam a receber dinheiro vivo. Contrapartidas: que as crianças frequentassem a escola, como já exigia o Bolsa Escola, e que fossem vacinadas, como já exigia o Bolsa Alimentação, que cobrava também que as gestantes fizessem o pré-natal! Esse programa era do Ministério da Saúde e foi implementado por Serra.

E qual passou a ser, então, o discurso de Lula?

Ora, ele passou a atacar aqueles que diziam que programas de renda acomodavam os plantadores de macaxeira, tornando-os vagabundos, como se aquele não fosse rigorosamente o seu próprio discurso, conforme se vê no vídeo.

Por Reinaldo Azevedo

 

Alckmin diz que não volta atrás e que demissões no Metrô estão mantidas

Num país viciado no desrespeito à lei; em que se está consolidando a tática do berro; em que o Poder Público, cada vez mais, cede a ameaças e chantagens, exalte-se a coragem do governante que decide fazer o contrário — vale dizer: que não tem receio de fazer valer o que está escrito. Sim, há algo de exótico em aplaudir uma autoridade por cumprir a sua função, mas assim são os tempos, é esse o espírito do tempo.

Por que faço essa introdução? O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse na manhã desta terça que não pretende rever as 42 demissões de metroviários anunciadas na segunda, depois de cinco dias de greve da categoria.

Afirmou Alckmin: “As demissões ocorridas não foram em razão de greve. Nenhum grevista foi demitido. Elas foram em razão de outros fatos, e fatos graves, como invasão de estação, de depredação, vandalismo”.

Segundo o governador, desde que os metroviários voltem ao trabalho, não haverá novas demissões. Disse ainda: “O governo não quer demitir ninguém. Agora, o governo tem o dever de garantir o Metrô às cinco milhões de pessoas que querem trabalhar”.

É assim que se faz! Lamentável, aí sim, é o comportamento da CUT, a central sindical ligada ao PT — à qual, diga-se, o sindicato dos metroviários nem é filiado. A entidade emitiu uma nota dando apoio integral à greve, como se a bomba não fosse estourar no colo da própria presidente Dilma. Mas e daí? Essa gente está obcecada pelo Palácio dos Bandeirantes e acha que, se provocar o caos em São Paulo, vai obter dividendos eleitorais. Mais: se Dilma cair fora, e Lula voltar a ser o candidato, tudo bem para a turma.

Agiu bem também o Tribunal Regional do Trabalho, que pediu o bloqueio de R$ 900 mil dos R$ 3 milhões que o sindicato dos metroviários tem no banco. O dinheiro serve para garantir o pagamento da multa imposta pela Justiça — R$ 100 mil por dia parado antes da decretação da ilegalidade da greve e R$ 500 mil depois dela.

Eis aí outro expediente que precisa ser regulamentado para ser moralizado. As multas impostas pela Justiça costumam ser derrubadas pelo TST por falta de regulamentação, o que, obviamente, estimula a irresponsabilidade dos dirigentes.

Por Reinaldo Azevedo

 

Dilma consagra a violência como método de reivindicação e cede às chantagens do MTST. É a institucionalização da desordem! Movimento suspende protestos durante a Copa. Mais um mandato, e esta senhora leva o país para o buraco

Você está sentindo falta de alguma coisa que o faria feliz, leitor amigo? Acha que o estado tem a obrigação de fornecê-la a você? Parta para a porrada que a presidente Dilma cede. Mas não se esqueça de juntar algumas pessoas, parar uma avenida, invadir alguma propriedade e gritar slogans em nome da igualdade e da justiça. Guilherme Boulos, o coxinha de extrema esquerda e líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), prometeu derramar sangue durante a Copa do Mundo, e o governo federal cedeu à sua chantagem. Segundo informa a reportagem  da Folha, o governo federal vai construir casas na invasão conhecida como Copa do Povo, a 3,5 quilômetros do Itaquerão — e isso significa, então, que o terreno, que é particular, será comprado — vamos ver se pelo governo federal ou pela Prefeitura.

Segundo Boulos informou ao jornal, o governo federal dará — atenção! — um subsídio de R$ 76 mil para cada uma das 2 mil casas que devem ser construídas na região. Assim, pessoas que aguardam pacificamente há anos por uma moradia de um dos programas oficiais devem se sentir umas estúpidas, umas idiotas, umas trouxas. O próximo passo, claro!, é se ligar aos extremistas para conseguir mais depressa o seu teto. Segundo o rapaz, as casas serão feitas pela própria construtora Viver, dona da área, num projeto que contará com a parceria do MTST — que passa, assim, a ser o maior gerenciador de moradias do país, não é mesmo?

Boulos diz ainda que o teto salarial dos beneficiários da Faixa 1 do programa será aumentado de R$ 1.600 para R$ 2.172. A Secretaria-Geral da Presidência, cujo titular é Gilberto Carvalho, por sua vez, anunciou a criação de um grupo interministerial com o objetivo de mediar conflitos, formado pelos ministérios das Cidades, Justiça e Direitos Humanos, além, claro, da própria secretaria. A coisa parou por aí? Não! Os ditos movimentos de sem-teto já têm direito a cotas de moradias do programa “Minha Casa Minha Vida” — cada um leva um lote de mil. Agora, Carvalho anuncia que será de quatro mil.

Vejam que fabuloso! Esses grupos privatizam o bem público. Embora se apresentem como “movimentos sociais”, são, na verdade, sócios do poder. Leiam post publicado na tarde de ontem. Desde a eleição de Fernando Haddad, em outubro de 2012, 50 prédios foram invadidos no Centro de São Paulo, onde moram 20 mil pessoas. Boa parte delas paga um aluguel de R$ 200 ao MTST por aquilo que não pertence ao movimento. Esses são os interlocutores de Dilma, a quem ela quer dar uma parte do poder, por intermédio do Decreto 8.243. Mais um mandato, e Dilma conduz o país para um buraco não apenas econômico, mas também institucional.

Texto publicado originalmente às 3h53

Por Reinaldo Azevedo

 

O que a missão do Brasil no Haiti deu aos brasileiros? Uma doença nova! Lula está de parabéns! Essa, realmente, é uma conquista inédita! Nunca antes na história “destepaiz”!!!

Ai, ai… No dia 11 de abril, publiquei aqui o seguinte post, acompanhado dessa imagem horrorosa. Leiam. Volto em seguida.

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Sabem o que é esta estrovenga? É o Chikungunya! Ele é a cara do fracasso dos bananas!
Ah, minha Santa Bárbara!
O Jornal Nacional informa sobre o risco de uma nova doença (ao menos em solo nativo) provocado por um vírus chamado Chikungunya. Lá vou eu para o Google. A estrovenga é transmitida pelo Aedes aegypti, o filho da mãe que também é portador do vírus da dengue. Os sintomas iniciais são os mesmos, mas a doença é de outra natureza — não é hemorrágica ao menos. Mas pode provocar dores nas articulações e nas extremidades dos membros que podem durar meses e até anos.
O troço foi identificado na África, migrou para a Ásia e se considera que é fatal que chegue a Banânia — especialmente na Copa do Mundo por razões óbvias: chega alguém contaminado, o Aedes nativo cumpre a sua função e pimba!
Que culpa têm os sucessivos governos bananienses por existir o tal Chikungunya? Nenhuma! Mas são responsáveis pela multiplicação do Aedes aegypti.
Lá vamos nós fornecer o nosso lombo à incompetência e à safadeza dos bananas.

Voltei
Pois é… A estrovenga já chegou. Leiam o que informa o Estadão:
Um vírus similar ao da dengue e também transmitido pelo mosquito Aedes aegypti foi identificado pela Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo em seis soldados do Exército brasileiro recém-chegados do Haiti, onde participavam de missão de paz. Eles foram infectados pelo chikungunya, comum no Sudeste Asiático e que há alguns meses tem se disseminado por ilhas do Caribe. O Brasil nunca registrou casos autóctones da doença, ou seja, transmitidos em território nacional, mas é a segunda vez que o País tem casos importados de outras nações. Em 2010, três brasileiros foram infectados pela doença no Sudeste Asiático, dois deles de São Paulo e um do Rio, segundo o Ministério da Saúde. De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde, os seis brasileiros infectados no Haiti chegaram ao País no dia 5 e passaram por exames no Instituto Adolfo Lutz que confirmaram a contaminação.

Após o diagnóstico, agentes da Superintendência de Controle de Endemias fizeram ações para matar larvas e mosquitos adultos nas instalações do Exército por onde os soldados passaram: o Hospital Militar de Área de São Paulo e o Batalhão de Logística do Exército, em Campinas, cidade que tem a maior epidemia de dengue do Estado. De acordo com a secretaria, os soldados estão em observação e o estado de saúde deles é considerado bom e estável.

Sintomas. O vírus chikungunya tem sintomas parecidas aos da dengue, como febre, dores no corpo, nos olhos e nas articulações e manchas vermelhas no corpo. Não há forma hemorrágica da doença, mas ela pode deixar sequelas permanentes, como um quadro de artrite. A doença também pode ser transmitida pelo mosquito Aedes albopictus, outro inseto transmissor da dengue presente no Brasil. Assim como no caso da dengue, não há tratamento específico para a chikungunya, apenas medicamentos para minimizar os sintomas. A assessoria de comunicação do Ministério da Defesa informou que, além dos seis casos já confirmados, outros quatro estão em investigação. Todos os soldados estão isolados.

Retomo
Bem, resta-me dizer o óbvio: e os haitianos que estão entrando às pencas no Brasil? Estão sendo examinados? Não posso crer que os mosquitos piquem soldados brasileiros, mas não se interessem pelos nativos do Haiti. Não se trata, é evidente, de associar um mal a imigrantes ou coisa que o valha. É que sabemos as condições precárias em que os haitianos estão entrando, conduzidos por coiotes, sendo amontados, inicialmente, no Acre, sem nenhum cuidado especial. De lá, o governador petista Tiao Viana os exporta para São Paulo sem nem mesmo lhes tomar o nome.

 Taí… Há dez anos, Lula atolou uma missão brasileira o Haiti, e lá estão as nossas tropas até hoje. O que ganhamos com isso? Pelo visto, uma doença nova.

Por Reinaldo Azevedo

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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo (VEJA)

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