Dilma faz chororô altivo sobre xingamentos de que foi alvo no Itaquerão; então vamos ver onde está o autoritarismo nessa históri

Publicado em 13/06/2014 19:30 e atualizado em 11/07/2014 16:17
por Reinaldo Azevedo, de veja.com.br (+ Nelson Motta, de O Globo, e Dora Kramer, de O Estado de S. Paulo).

Dilma faz chororô altivo sobre xingamentos de que foi alvo no Itaquerão; então vamos ver onde está o autoritarismo nessa história

A presidente Dilma Rousseff participou, nesta sexta, da inauguração da primeira etapa do Expresso DF, obra construída com recursos federais. Referiu-se às vaias e aos xingamentos de que foi alvo na quinta, no Itaquerão, no jogo inaugural da Copa do Mundo: “Não são xingamentos que vão me intimidar, atemorizar. Não me abaterei”. Só para lembrar: no roteiro traçado pré-junho do ano passado, a presidente faria um discurso abrindo a competição. Na imaginação petista, seria o momento da consagração. A Copa deveria ser uma espécie de resultado antecipado da eleição de outubro, com a oposição aniquilada. Bem, hoje, a presidente está sitiada em seu Palácio e só consegue falar a plateias rigidamente controladas, como a que a ouviu nesta sexta. Vamos pôr os pingos nos is.

Ninguém está tentando intimidar a presidente da República. Isso é pura retórica oca. Por que alguém o faria? Se intimidação há, ela parte justamente do poder; se há um esforço de calar o outro, ele deriva do Palácio do Planalto. Dilma teve o topete de recorrer à Rede Nacional de Rádio e Televisão, dois dias antes do jogo de abertura da Copa, e não apenas para saudar a realização do evento no Brasil. Fosse só isso, vá lá… Ocupou, de modo autoritário e despropositado, um bem público para responder a críticos e adversários políticos — assim, mesmo, no plural —, que, no entanto, não gozam da mesma licença. Ora, encarasse, então, os microfones no estádio. Mas isso não teve coragem de fazer!

Nesta sexta, a presidente, mais uma vez, voltou a fazer uma alusão ao período em que ficou presa, quando teria sido torturada: “O povo brasileiro não pensa assim e, sobretudo, o povo brasileiro não se sente da forma como esses xingamentos expressam. O povo brasileiro é civilizado e extremamente generoso e educado. Podem contar que isso não me enfraquece. Podem contar. (…) Não suportei apenas agressões verbais. Foram agressões físicas quase insuportáveis, e nada me tirou do meu rumo. Nada tirou de mim os compromissos que assumi ou os caminhos que tracei para mim”. É uma péssima e lastimável maneira de responder às vaias e aos xingamentos por várias razões, distintas e combinadas. Vamos a elas.

Em primeiríssimo lugar, se Dilma foi torturada, quem a torturou foram os marginais da ditadura. Aquele som que se ouviu no Itaquerão, ainda que desagradável — e, pessoalmente, não acho que xingamentos sejam uma boa maneira de expressar descontentamento —, vieram a público na vigência da democracia. Assim, cumpre que a agora presidente tenha compostura e não misture alhos com bugalhos. Considerar que a vaia pode ser uma etapa da tortura é evidência de confusão mental. De resto, a tortura não torna certo quem está errado nem errado quem está certo.

Em segundo lugar, não existe esse “o povo brasileiro”, como quer a presidente. Existem povos brasileiros. Deem-me uma boa razão para tentar cassar o crachá de “povo” de quem protesta e xinga. Então seria “povo de verdade” apenas quem aplaude e cai de joelhos diante do poder? Ora, presidente…

Em terceiro lugar, a fala de Dilma sugere que a manifestação no Itaquerão decorreu de um espécie de conspiração, de combinação prévia… É mesmo? Quem teria tramado, então, aquele protesto que uniu milhares de pessoas? As oposições?

Em quarto lugar, ao afirmar que não se intimida, fica parecendo que a presidente enfrenta interesses poderosos, que estariam do outro lado, tentando constrange-la a fazer o que não quer. Quais são? Reparem que, quando acuados, os governantes brasileiros sempre voltam ao fantasma brandido por Jânio Quadros: as tais forças ocultas… Não há nada de oculto na reação negativa ao governo Dilma. Há milhões de pessoas insatisfeitas com o desempenho do governo. É coisa corriqueira aqui e em qualquer país do mundo. Vaia-se na França, na Alemanha, nos EUA ou no Brasil. Nas ditaduras, aplaudir é obrigatório. Nas democracias, as pessoas podem escolher entre a vaia, o aplauso e a indiferença.

Dilma só é vítima da ruindade de seu governo. E olhem que os insatisfeitos do Itaquerão não deviam saber da missa nem a metade. É bem provável que muitos por lá ignorassem que a presidente baixou um decreto, o 8.243, que torna o petismo e suas franjas sócios eternos do poder, mesmo que percam as eleições. Os protestos poderiam ter sido bem mais veementes, não é mesmo?

Por Reinaldo Azevedo

 

Dilma, sobre vaias e xingamentos: “Não vou me intimidar”

Leiam o que informa Gabriel Castro, na VEJA.com. Comento no próximo post.
A presidente Dilma Rousseff falou nesta sexta-feira a respeito das vaias e xingamentos recebidos na tarde desta quinta em São Paulo, durante a abertura da Copa do Mundo no estádio Itaquerão. Em cerimônia em Brasília, a presidente afirmou que não se abate com a reprovação demonstrada pelos torcedores presentes à arena paulista. “Não são xingamentos que vão me intimidar, atemorizar. Não me abaterei”, disse a presidente.

Antes de comentar os xingamentos, Dilma aproveitou o discurso para atacar seus críticos – e, mais uma vez, ignorou as falhas na preparação do país para o Mundial. “Depois que superamos isso, enfrentamos os obstáculos, encaramos os problemas, demos a volta por cima. Não vou me deixar atemorizar por xingamentos que não podem sequer ser escutados pelas crianças e pelas famílias”, afirmou.

A presidente também afirmou que as ofensas proferidas pelos torcedores no Itaquerão não representam o que pensa a população do país. “O povo brasileiro não pensa assim e, sobretudo, o povo brasileiro não se sente da forma como esses xingamentos expressam. O povo brasileiro é civilizado e extremamente generoso e educado. Podem contar que isso não me enfraquece. Podem contar”, afirmou. Dilma ainda fez menção ao período militar, durante o qual foi presa e torturada: “Não suportei apenas agressões verbais. Foram agressões físicas quase insuportáveis, e nada me tirou do meu rumo. Nada tirou de mim os compromissos que assumi ou os caminhos que tracei para mim”, afirmou.

O discurso desta sexta foi feito durante a cerimônia de inauguração da primeira etapa do Expresso DF, um novo sistema de transporte construído pelo governo do Distrito Federal com recursos do governo federal. O projeto tem um custo total de 761,4 milhões de reais. A plateia presente era controlada – e bastante amigável à presidente: apenas autoridades, funcionários da obra e militantes petistas tiveram acesso ao local. Justamente por isso, Dilma foi ovacionada ao subir para discursar.

A presidente não discursou durante a abertura da Copa justamente para evitar vaias. Mas, mesmo sem usar a palavra, a presidente foi hostilizada antes, durante e depois do jogo em que o Brasil derrotou a Croácia por 3 a 1.

Por Reinaldo Azevedo

 

Trajano, da ESPN? Quem é esse? Ele resolve censurar os torcedores e acha que a culpa é minha quando estes reagem? Vá rimar tatu com jacu, cara!

Um amigo me liga e me diz que um tal José Trajano, da ESPN, falou mal de mim, ou algo assim. Parece que ele está indignado com as pessoas que dirigiram palavras não muito gentis à presidente Dilma no Itaquerão. Ele teria vituperado por lá contra os torcedores, que, por sua vez, reagiram nas redes sociais.

Segundo esse amigo, Trajano afirmou que as críticas que ele recebeu são coisas de “leitores de Reinaldo Azevedo, do Augusto Nunes e do Demetrio Magnoli”. Uuu…

Quem é Trajano? Como dizia alguém, “se eu não conheço, não tem importância”, hehe…

Seja como for, não sou dono das pessoas que leem o meu blog. Se esse cara aí quer pautar as palavras de ordem de um estádio de futebol, eu não tenho a pretensão de ser o guia dos que me leem. Ao contrário: prefiro que sejam livres. Já discordaram de mim tantas vezes! De resto, parte dos leitores, a exemplo de Trajano, estou certo, odeia os meus textos. São os mais fiéis. O ódio é sempre mais dedicado do que o amor.

Trajano está dodói porque os torcedores resolveram apelar ao monossílabo tônico em “u” contra Dilma? Pois é! Ao menos eles vituperavam contra uma figura pública, cujas decisões afetam as suas vidas. E ele, Trajano, que demonstra vocação para ser linchador de quem nem mesmo tinha notícia da sua existência e, no que lhe concerne, estava quieto, no seu canto, ignorando, como deve ser, a sua triste existência?

Diz esse meu amigo que não é a primeira vez que se referem a mim por lá, de forma clara ou oblíqua. É mesmo? Caramba! Nunca sintonizei esse canal! E continuarei a não fazê-lo. Vai ver se trata daquela turminha de esquerdistas de boteco, mas que se ajoelha, obediente, para tocar os instrumentos de sopro na hora de receber o salário “duzimperialista americânu” da ESPN. Ao contrário da melancia, são vermelhos por fora e verdes por dentro.

Pode babar aí, ô Trajano (seja lá quem for). Falar bem ou mal de mim rende audiência.

Vá rimar tatu com jacu, cara!

Por Reinaldo Azevedo

 

Jornalistas da empresa americana ESPN incentivam o ódio racial, agridem a Constituição e transgridem a Lei 7.716, contra o racismo; lei prevê cassação da licença. Com a palavra, o Ministério Público Federal! Ou: A direção da ESPN também acha que a elite branca de SP não presta?

Ai, ai… Vamos lá. Fiquei sabendo que um certo José Trajano, um esquerdista que presta seus serviços para a norte-americana ESPN, me atacou em seu programa. Escrevi um post a respeito e não pretendia voltar ao assunto. Mas os leitores me convenceram do contrário. Insistiram para que eu assistisse a dois vídeos do que andaram dizendo por lá, inclusive a babada hidrófoba do tal Trajano. Vi. A coisa é bem mais séria do que eu supunha.

De saída, deixem que lhes diga uma coisa. Quando afirmei que nunca tinha ouvido falar do bruto, não estava posando de esnobe. Sei quem é Gay Talese, mas não sabia quem era Trajano. Sei quem é Bob Woodward, mas não Trajano. Sei quem é H. L. Mencken, mas não Trajano. Sei quem é Karl Kraus, mas não Trajano. Sei quem é o guarda da minha rua, mas não Trajano. É bem possível que eu conheça gente ainda mais mixuruca do que Trajano, mas não Trajano. Não creio que ele tenha feito falta à minha formação. Considerando as ideias toscas que, descobri, habitam aquele cérebro, acho que não perdi nada. Sigamos.

Mais: até esta sexta-feira, eu nunca havia assistido a um miserável programa ou vídeo dessa emissora. O único esporte que me interessa é futebol, mas não o bastante para sintonizar num canal especializado no assunto. Por isto, por nem saber da sua existência, fui surpreendido pelo ataque bucéfalo que ele dirigiu a mim — e não só a mim: aproveitou para atingir Demétrio Magnoli, Augusto Nunes e Diogo Mainardi.

Já haviam me falado mais de uma vez que a ESPN era uma espécie de Gaiola das Loucas do lulo-esquerdismo, com sotaque até de PSOL; que a crônica esportiva ali se misturava com o proselitismo arreganhado e meio burro. E eu disse: “Então tá!”. Os EUA financiam coisa até pior mundo afora. Eles lá, eu cá. Não tenho nada com isso. À diferença dos que me odeiam com fanatismo, eu não dou bola para as coisas que detesto. Os meus dias se tornaram bem mais suaves depois que passei a ignorar absolutamente o JEG (Jornalismo da Esgotosfera Governista). Sem contar que tenho três empregos, né? Não me sobra tempo para as ignorâncias alheias. Prefiro me livrar das minhas.

Esclarecimento para quem não leu o post anterior a respeito e chegou até aqui sem entender direito. Os “companheiros” da ESPN não gostaram nada, nada dos xingamentos dirigidos por parte da torcida à presidente Dilma Rousseff no Itaquerão. Criticaram duramente os torcedores por isso (e já direi em que termos), Trajano inclusive. Houve uma reação indignada dos próprios espectadores da emissora, que passaram a criticar a equipe. Muito bem!

O que fez, então, Trajano? Ele, que já estava furioso com os que haviam xingado e vaiado Dilma, resolveu ficar bravo também como os que se manifestaram nas redes sociais contra a sua opinião. E reagiu assim:

 

Viram só?

Eu, Demétrio, Augusto e Diogo semeamos o “ódio” e a “inveja”!!!

Inveja de quê, babaca?
Não deve ser da cara. 
Não deve ser da dicção.
Não deve ser do salário.
Não deve ser da inteligência.
Não deve ser da independência.
Não deve ser da sabedoria.

Jornalista que chama Dilma de “presidenta” se define de saída e de joelhos. Como disse o jovem Antero de Quental sobre o decrépito Castilho (e não estou comparando para não ser injusto com Castilho…), esse Trajano precisaria ter 50 anos a menos de idade, hipótese em que sua tolice seria passável, ou 50 anos a mais de reflexão, hipótese em que talvez fosse menos tolo.

Meus leitores — e certamente os dos demais — são donos do seu nariz. Eu até os convido a nunca mais sintonizar a ESPN, a deixar de lado esse lixo chapa-branca, mas isso é com eles. O que sabe esse cretino sobre o meu trabalho? Escrevi, sim, sobre a vaia a Dilma aqui — e volto ao assunto na edição da Folha deste sábado, em caráter excepcional — como todos sabem, minha coluna é publicada às sextas-feiras, mas o jornal me convidou a comentar o caso. Quem me leu ficou sabendo que não aprovo esse tipo de manifestação em si, mas que, obviamente, não acho que se tenha cometido um crime de lesa-pátria no Itaquerão.

Trajano e a sua patota estão obedecendo a uma palavra de ordem do PT, já vocalizada por Lula, diga-se: responsabilizar a imprensa — da qual eles fazem parte — pela manifestação de desagrado dos torcedores. Não toda ela, claro! Só aquela que os petistas sabem ser aquilo que esses caras nunca serão: independente!

Eu dissemino o ódio? É sinal de que Trajano tem, então, uma leitura crítica do trabalho que faço. Topo um debate público — sem claque, com transmissão ao vivo. Se quiser, a gente grava e torno disponível no blog, sem cortes. Sem palavrões nem ofensas. Vamos ver o que Trajano julga saber sobre o meu pensamento. Vamos ver quais são as suas referências e as minhas. Qual é a sua bibliografia e qual é a minha. Mas ele não topa! Alguém me disse que é dado a faniquitos até com parceiros de programa.

Esse sujeito resolve puxar o saco do Palácio do Planalto — e deve saber por que o faz —, os espectadores do seu programa reagem, e ele decide culpar, por isso, quatro jornalistas? Como vocês sabem, há muito tempo não dou a menor pelota para o que diz a meu respeito certa canalha financiada por estatais e por anúncios do governo federal. Não respondo a trabalhadores a soldo disfarçados de jornalistas. Meu compromisso é com os leitores deste blog e da Folha e com os ouvintes da Jovem Pan. Esses paus-mandados que vão se criar em outro lugar.

Mas a idade de Trajano me moveu. Deve ser triste chegar a esse ponto da trajetória secretando, ele sim, tanto rancor, tanto ódio, tanto ressentimento. E me volta Antero de Quental: “A futilidade num velho desgosta-me tanto como a gravidade numa criança”. Ou, então, me vem o grande Ulysses Guimarães numa resposta memorável a Fernando Collor, quando este o chamou de velho: “Velho, sim; velhaco, não!”. Então ficamos assim. Eu me inspiro em Antero de Quental e sugiro que Trajano se inspire em Ulysses.

E antes que alguém fique com peninha: eu estava quieto, no meu canto, sem nunca ter visto a cara desagradável desse sujeito. Foi ele que atravessou a rua para me ofender.

Agora a Constituição e a Lei
Mas isso tudo ainda é bobagem perto das enormidades que se disseram na ESPN, que é uma concessão pública e está sujeita às leis brasileiras.

Comentaristas da emissora disseram com todas as letras que o mau comportamento dos torcedores se devia ao fato de que eram todos… brancos! Falaram explicitamente na “elite branca de São Paulo”. Segundo eles, aquilo só aconteceu porque não havia negros no estádio.

A Constituição Federal, no Inciso VIII do Artigo 4º, repudia o racismo. No Inciso XLII do Artigo 5º, estabelece que “a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei”. E esses “termos” estão dados pela Lei 7.716, que, no Artigo 20 (Redação dada pela Lei 9.459), define:
Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
Pena: reclusão de um a três anos e multa.

Não é só isso, não! Cumpre ficar atento ao que estabelecem os Parágrafos 2º e 3º desse Artigo 20. Prestem atenção:
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por intermédio dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza: (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.(Incluído pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)

§ 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá determinar, ouvido o Ministério Público ou a pedido deste, ainda antes do inquérito policial, sob pena de desobediência: (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
I – o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos exemplares do material respectivo;(Incluído pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
II – a cessação das respectivas transmissões radiofônicas, televisivas, eletrônicas ou da publicação por qualquer meio

Retomo
Se alguém tivesse atribuído um ato considerado inadequado de milhares de pessoas à pele negra, alguma dúvida de que a fala seria caracterizada como indução ou incitamento ao preconceito de raça? Preconceito contra branco pode, ainda que exercitado por… brancos? O Ministério Público vai deixar por isso mesmo? Qualquer branco que se sinta ofendido pelas declarações desses senhores pode recorrer ao Estado para pedir a devida reparação. Até porque essas considerações foram feitas numa emissora de televisão, que é uma concessão pública e sujeita à cassação.

Sobre a elite branca
De resto, a Gaiola das Loucas do Esporte de Esquerda deveria, então, estar brava com o PT, não é? Quer dizer que alguns bilhões de dinheiro público foram torrados pelos “companheiros” para fazer um evento que só privilegia a “elite branca”?

Por que esses corajosos da ESPN, então, não desistem da cobertura e vão lá fazer a transmissão do torneio da invasão “Copa do Povo”, que realiza uma competição com militantes do MTST, ongueiros e outros deslumbrados? Na hora de ganhar o rico dinheirinho, Trajano e seus vermelhos amestrados não se importam com a “elite branca de São Paulo”, né?, que deve garantir boa parte da audiência da ESPN.

E os outros é que incentivam o ódio?

Agora eu sei quem é Trajano. Não adianta botar a cachorrada de segundo time pra latir pra cima de mim, não. O meu negócio é com o pit bull. De rottweiller para pit bull.

Convite para entrevista
Na segunda, vou procurar a direção da ESPN para uma entrevista. Quem estará no comando no Brasil? Quero saber se a emissora concorda com a afirmação de que as vaias e os xingamentos a Dilma são coisas próprias da elite branca de São Paulo. E vou perguntar se a ESPN abre mão dos assinantes brancos de São Paulo. E também indagarei se a emissora se envergonha dos seus espectadores brancos de São Paulo. Aliás, as perguntas estão aí. Não desistirei delas com facilidade. Se a direção local endossar esses pontos de vista, aí procurarei saber se a orientação para hostilizar os brancos de São Paulo parte do coração do sistema, nos EUA.

Por Reinaldo Azevedo

 

Outro artigo na Folha de hoje: A democracia também existe para aqueles que não fazem “mu”!

A presidente Dilma passa a mão na cabeça de “Black Blocs” e de “Red Blocs”, que não respeitam nem a propriedade privada nem a propriedade coletiva, e se abespinha porque os “Green and Yellow Blocs” resolvem expressar a sua indignação? Palavrão em estádio? É uma luta com palavras, como outra qualquer.

Quanto tempo vai demorar para que governantes comecem a sonhar com governados à altura de sua elegância? Os Cavalcantes só se incomodam com os Cavalgados quando estes apelam ao palavrão. Já lhes ocorreu que também há regras de decoro, além da lei, para o aplauso?
(…)
Íntegra aqui

Por Reinaldo Azevedo

 

Governo Dilma agradece com multa, acreditem!, a ação de Alckmin para manter o Metrô em funcionamento e a Radial Leste desobstruída! A vaia e o xingamento não vêm de graça!

Chega a ser asqueroso, mas é verdade. O governo Dilma, por intermédio do Ministério do Trabalho em São Paulo, cumpriu a ameaça e decidiu mesmo aplicar uma multa no Metrô por ter demitido 42 pessoas que, durante a greve, atentaram contra a segurança do sistema. Segundo a empresa, as dispensas não aconteceram porque fizeram greve — fosse assim, a lista seria muito maior.

Para o auditor fiscal do Trabalho Renato Bignami, “eles [Metrô] apenas alegaram, não comprovaram, essa justa causa. Embasaram as demissões num artigo do Código Penal, de forma bastante genérica. O que mais chama a atenção é que os demitidos estavam envolvidos diretamente com a greve”.

Não me diga, sr. Bignami! Isso faz supor que pudesse haver funcionários envolvidos com atos criminosos no Metrô, mas não diretamente envolvidos com a greve. É o fim da picada!

Essa autuação — de R$ 8 mil; ainda cabe recurso — já estava decidida antes de qualquer avaliação. O ex-deputado Luiz Antonio Medeiros, chefão do Ministério do Trabalho em São Paulo, participou da assembleia dos metroviários — aquela que decidiu pela volta ao trabalho — e já ali anunciou a multa.

Antes, essa gente havia perdido a vergonha. Depois, as coisas foram piorando.

Não fosse a responsabilidade que o governador Geraldo Alckmin tem com os cinco milhões de usuários do sistema e com o direito que têm os paulistanos de ir e vir, deveria ter deixado o Metrô parado, permitindo que a Radial Leste fosse ocupada. Aí nós veríamos o que aconteceria com o jogo de abertura da Copa.

Um petista pragmático poderia dizer que haveria menos gente para participar daquele coro que premiou a presidente com o monossílabo tônico, sem acento, em “u”…

Por Reinaldo Azevedo

 

O gás lacrimogêneo “progressista”

Então… Policiais militares da Bahia, estado governado pelo companheiro petista Jaques Wagner, usaram gás lacrimogêneo para dissolver cerca de 50 — não eram mil, 10 mil, 15 mil — manifestantes que protestavam contra a realização da Copa do Mundo no Brasil. Salvador sediou nesta sexta o já histórico confronto entre Holanda e Espanha. A “Laranja Mecânica” bateu os atuais campeões do mundo pelo impressionante placar de 5 a 1. Mas voltemos ao ponto.

As forças policiais impediram que os mascarados chegassem ao Farol da Barra, local da Fan Fest. No percurso, os baderneiros arrancaram as bandeiras brasileiras dos carros. Bem antes do cordão de isolamento, foram recebidos pelas bombas democráticas do PT. A canalha começou, então, a quebrar lojas do entorno. Não apareceu nenhum petista para ficar com peninha da turma.

Pergunta: por que Gilberto Carvalho e Lula não vieram a público para pregar “negociação”, a exemplo do que fazem quando há manifestação em São Paulo, seja de arruaceiros, seja de sindicalistas?

Quando movimentos grevistas ou arruaças atrapalham o petismo, a reação dos valentes costuma ser implacável. Lembram-se da greve da PM baiana? Vocês sabem que não a defendi aqui, obviamente. Pela simples e óbvia razão, já o disse tantas vezes, que, quando a polícia faz greve, acaba virando aliada objetiva de bandido. Mas este sou eu, né? O PT é que gosta de fender o “direito de greve’.

Muito bem! Marco Prisco, o líder da paralisação da PM, ficou preso na Papuda do dia 18 de abril ao dia 4 de junho. Ele é vereador pelo PSDB. No dia 3 de maio, sofreu um infarto na cadeia. Alguém ouviu por aí algum movimento para libertá-lo? “Por que o PSDB não o fez?” Muito provavelmente, porque não condescende com seus métodos e não considera que a sua seja uma boa prática — no que faz bem.

Os petistas são particularmente sensíveis ao lombo de arruaceiros e de grevistas quando se trata de ferrar governos alheios.

Por Reinaldo Azevedo

 

Sininho, a agitadora que já declarou não trabalhar, é indiciada por “incitação à violência”

Por Pâmela Oliveira, na VEJA.com:
Presença certa nos protestos de rua no Rio de Janeiro desde junho do ano passado, a estudante de cinema Elisa Quadros, conhecida como Sininho, foi indicada por “incitação a atos de violência”, por sua atuação em manifestações. O indiciamento foi confirmado ao site de VEJA pelo advogado Marino D´Icarahy, que representa Sininho e outros indiciados por suspeita de crime em protestos. Elisa esteve na manhã desta sexta-feira na Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), na Cidade da Polícia, na Zona Norte do Rio, mas recusou-se a prestar depoimento. O inquérito corre em segredo.

“A defesa não teve acesso ao inquérito. Por isso, minha cliente não prestou depoimento. Vou pedir vista do processo e remarcar o depoimento para que ela possa desmentir tudo isso”, disse D’Icarahy. De acordo com o advogado, o inquérito está na 27ª Vara Criminal.

Na última quarta-feira, Elisa teve computador e arquivos digitais apreendidos pela Polícia Civil. No mesmo dia, ao todo 17 pessoas que participam de protestos foram alvos de mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça, para recolhimento de provas de crimes cometidos em manifestações. Sininho, na ocasião, também foi levada para prestar depoimento na DRCI. Sininho não depôs e teve o interrogatório remarcado. No mesmo dia, ela tinha agendado depoimento em um processo contra dois policiais militares acusados de forjar a apreensão de um explosivo com um manifestante.

“Na quarta-feira, obtive a informação de que ela (Sininho) seria ouvida como testemunha dos atos de violência, assim como os outros jovens que foram conduzidos à delegacia. Agora, somos surpreendidos por outra informação”, disse D’Icarahy.

Mascarados
Em outubro do ano passado, Elisa – vista diversas vezes à frente de manifestações com participação de black blocs – foi presa com outras 84 pessoas nas escadarias da Câmara Municipal do Rio e chegou a ser levada para uma das casas de custódia de Bangu. Na época, ela afirmou não trabalhar. Em janeiro, ela voltou a ser detida, sob acusação de ter chamado de “macaco” um PM, durante uma discussão na Lapa. Ela foi autuada, na 5ª DP (Gomes Freire), por desacato.

No mês seguinte, mais confusão. A ativista esteve na 17ª DP (São Cristóvão) para prestar solidariedade a Fábio Raposo, preso acusado de deflagrar o rojão que matou o cinegrafista Santiago Andrade, da Band. Dias depois, ela foi convocada a prestar depoimento para esclarecer um telefonema no qual afirmava que o deputado Marcelo Freixo (PSOL) teria ligação com os acusados de matar o cinegrafista. Freixo negou ter ligação com os black blocs.

Copa do Mundo
O Rio de Janeiro foi o Estado com maior duração dos protestos de rua no ano passado. Mesmo depois de arrefecido em outras capitais, o movimento persistia na cidade, com acampamentos no Centro e no Leblon, na residência do então governador Sérgio Cabral (PMDB), e ocupações de prédios públicos. A morte do cinegrafista Santiago Andrade, da Band, atingido na cabeça por um morteiro disparado por dois mascarados, tirou força dos protestos. A aproximação da Copa do Mundo, no entanto, reanimou os manifestantes.

No dia de abertura da Copa, houve protestos na Cinelândia, na Lapa e em Copacabana, local onde foi montada uma arena da Fifa Fan Fest. Após o protesto da manhã, no Centro, houve confronto entre PMs e ativistas e três pessoas foram detidas. No protesto da tarde, pelo menos mais quatro pessoas foram detidas e três ficaram feridas.

Por Reinaldo Azevedo

 

A mais recente Batalha de Itararé do Twitter: “Reinaldo Azevedo X Miguel Nicolelis”. Ou: Gregório de Matos pra ele!

Eu, hein!? Como é vaidoso esse Miguel Nicolelis, o neurocientista! Escrevi ontem um post sobre o midiático exoesqueleto de Miguel Nicolelis — aquele seu projeto que custou R$ 33 milhões só em recursos públicos.

Deixei claro que não sou especialista na assunto, nem mesmo um leitor dedicado da área. Falta-me tempo, infelizmente. Quem leu o meu texto vai constatar que lamentei apenas o excesso de apelo midiático do neurocientista e seu modo, digamos, heterodoxo de fazer as coisas, negando-se a submeter suas descobertas a seus pares, a publicar suas conclusões em órgãos especializados, essas coisas. E fiz votos de que, um dia, suas descobertas estejam à altura de sua buliçosa figura.

Ele ficou zangado. E respondeu no Twitter. Parece ser meu leitor habitual, tanto é que chega a ter uma avaliação sobre o meu trabalho. Leiam.

nicolelis tweet

Como responder? Penso numa poesia do poeta baiano Gregório de Matos, por exemplo:
É a vaidade, Fábio, nesta vida,
Rosa, que da manhã lisonjeada,
Púrpuras mil, com ambição dourada,
Airosa rompe, arrasta presumida.

É planta, que de abril favorecida,
Por mares de soberba desatada,
Florida galeota empavesada,
Sulca ufana, navega destemida.

É nau enfim, que em breve ligeireza
Com presunção de Fênix generosa,
Galhardias apresta, alentos preza:

Mas ser planta, ser rosa, nau vistosa
De que importa, se aguarda sem defesa
Penha a nau, ferro a planta, tarde a rosa?

É possível que Nicolelis seja mesmo um gênio da raça — e basta ler meu post original para constatar que não pus em dúvida sua competência técnica. Pergunto, isto sim, por que ele resiste tanto em, digamos, compartilhar os dados científicos já firmados de suas, vá lá, descobertas. Acho que cabe, até porque manipula uma soma considerável de dinheiro público, responder a algumas dúvidas que estão postas sobre os horizontes e amanhãs com os quais ele acena.

Eu estou pouco me lixando se ele é petista ou não; se é petista de alma ou de oportunidade; se é de esquerda ou de direita… Conheço esquerdistas agradabilíssimos e inteligentes, por mais que os considere equivocados; conheço liberais com quem odeio tomar um simples café. Eu estou questionando procedimentos. Não quero desqualificar Nicolelis, como ele faz com o meu trabalho. Ao contrário: confiando que seu trabalho é sério, acho que ele ganharia se seguisse procedimentos razoáveis.

Mas aí entra a vaidade, né?

Dizem que ele saiu atirando contra outras pessoas e publicações. Parece que a “Piauí” também virou um de seus alvos. Todos os que leem meu blog e a Piauí sabem que pertencemos, como diz uma amiga, a “enfermarias” diferentes. Há outros desafetos de Nicolelis com os quais não tenho também a menor intimidade.

Uma coisa é certa: o homem tem faro para a polêmica. Não mudo os meus votos: espero que, um dia, suas descobertas estejam à altura de sua capacidade de gerar notícia.

Não se esqueça, Nicolelis: “Penha a nau, ferro a planta, tarde a rosa?”.

Por Reinaldo Azevedo

 

O exoesqueleto de Nicolelis e o baú da salvação

Escrevi ontem um post sobre o “evento maravilhoso” do exoesqueleto de Miguel Nocolelis, o cientista que sabe ser notícia. Não sou estudioso da área. Mesmo como jornalista, o assunto não está entre as minhas leituras prediletas. Limitei-me a expressar certos incômodos que a persona pública de Nicolelis provoca em mim. Publico aqui trecho de um artigo do jornalista Jairo Marques, colunista da Folha, que é cadeirante e acompanha com mais atenção os avanços na ciência nesse particular. Leiam.
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Chute de exoesqueleto é, mais uma vez, oferta de baú misterioso de salvação

Em um rápido esbarrão com o filósofo Mário Sérgio Cortella, dias atrás, ele me aconselhou a nunca questionar esperanças, apenas respeitá-las e tentar entendê-las.

Assim, preciso admitir que a também rápida, rapidíssima, papa-léguas demonstração da roupa robótica, usada por um paraplégico, que encostou em uma bola em plena abertura da Copa do Mundo, pode abrir uma nova era de possibilidades.

O exoesqueleto, supostamente comandado por sinais do cérebro, oferece promessas futuras de mais conforto, mais mobilidade e mais independência para pessoas com deficiência física. A tecnologia tem potencial para destrancar sonhos guardados no campo do impossível.

Dito isso, o cutuque na bola — visto por alguns superatentos —, que consumiu R$ 33 milhões de dinheiro público, traz consigo elementos controversos para um arrazoado respeito e aceitação.

Vendido como “cura”, o exoesqueleto se posicionou com a imponência de um avião que abriria fronteiras jamais cruzadas, sobrepôs-se à necessidade de entender a diversidade humana e a urgência de promover inclusão no planeta de hoje, de amanhã e de vários séculos.

É emocionante ver. É gostoso imaginar. É prazeroso acreditar. Porém, mais uma vez, um baú misterioso que guarda salvações foi aberto diante daqueles que sensivelmente se agarram em quaisquer fios de gelatina.

O experimento propagou o andar como algo estritamente motor, bastando vestir um suporte para que o corpo de um lesado medular saia saracoteando como pinto no lixo.

A realidade é brutalmente mais complexa. Ficar em pé e dar uns passinhos, a Rede Sarah de Reabilitação já consegue com êxito há décadas, e de forma mais clara do que o que foi exibido.

Um paraplégico voltar a andar vai implicar intercorrências em um sistema circulatório debilitado, em ossos enfraquecidos, em um tecido dérmico sujeito a feridas.

Tratar de dentro para fora, como os experimentos com células-tronco e estimulação elétrica têm tentado, com menos holofotes, é rumo bem mais certo.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

 

Leia trecho de meu artigo na Folha: “Dilma de Caracas”

Com alguma impaciência, noto que há certos analistas com muita opinião e nenhuma memória. É claro que se pode ter uma sem outra. E outra sem uma. Memória sem opinião é banco de dados. Opinião sem memória é tolice. Trato do decreto comuno-fascistoide de Dilma Rousseff, o 8.243, que institui a tal “Política Nacional de Participação Social” e entrega parte da administração federal aos “movimentos sociais”, num processo de estatização da sociedade civil.

Sempre que alguém especula sobre a crise da democracia representativa, procuro ver onde o valente esconde o revólver. O assunto voltou a ser debatido nos últimos dias em razão do decreto, que chega a definir, Santo Deus!, o que é sociedade civil. E o faz com a ousadia do autoritarismo temperado pela estupidez. Lê-se lá: “Sociedade civil – o cidadão, os coletivos, os movimentos sociais institucionalizados ou não institucionalizados, suas redes e suas organizações”. Quando um governo decide especificar em lei que o “cidadão” é parte da sociedade civil, cabe-nos indagar se é por burrice ou má-fé. Faço a minha escolha.

O “indivíduo” só aparece no decreto para que possa ser rebaixado diante dos “coletivos” e dos “movimentos sociais institucionalizados” e “não institucionalizados”, seja lá o que signifiquem uma coisa, a outra e o seu contrário. Poucos perceberam, como fez Oliveiros S. Ferreira, em artigo publicado em “O Estado de S. Paulo”, que o Decreto 8.243 institui uma “justiça paralela” por intermédio da “mesa diálogo”, assim definida: “mecanismo de debate e de negociação com a participação dos setores da sociedade civil e do governo diretamente envolvidos no intuito de prevenir, mediar e solucionar conflitos sociais”.

Ai, ai, ai… Como a Soberana já definiu o que é sociedade civil, podemos esperar na composição dessa mesa o “indivíduo” e os movimentos “institucionalizados” e “não institucionalizados”. Se a sua propriedade for invadida por um “coletivo”, por exemplo, você poderá participar, apenas como uma das partes, de uma “mesa de negociação” com os invasores e com aqueles outros “entes”. Antes que o juiz restabeleça o seu direito, garantido em lei, será preciso formar a tal “mesa”…
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Leiam a íntegra aqui

Por Reinaldo Azevedo

 

Na Saúde, o PT não tem remédio

Noticieiaqui no blog, no dia 4 de junho, que o governo brasileiro quer forçar a indústria farmacêutica brasileira a produzir remédios em… Cuba — e, de lá, exportar para a América Latina e Caribe, inclusive o Brasil. É o PAC da Dilma: o Plano de Ajuda a Cuba! Se a coisa prosperar, ela passará a exportar empregos e divisas… É o fim da picada!

Muito bem! Em artigo publicado na Folha de hoje, o ex-governador e ex-ministro da Saúde José Serra afirma que o governo do PT está tentando dar um outro golpe nos genéricos. Leiam trecho:

(…)
Mais ainda, recentemente houve uma tentativa de ataque final aos genéricos. Para compreendê-la é preciso saber que há três tipos de medicamentos no Brasil: o produto de referência (por exemplo, Nexium) e seu clone, o genérico (esomeprazol…). E existe também o “similar”, que tem nome-fantasia –por exemplo, Doril, que mistura aspirina com cafeína– e não tem equivalência com os produtos de marca. Os similares são objeto de promoções de venda, incluindo as amostras grátis para médicos. Pois bem: a ideia petista foi obrigar os similares a fazerem os testes de equivalência, mas mantendo seu nome-fantasia.

Esse modelo, que seria inédito no mundo, acabaria destroçando os genéricos, dadas as diferentes condições de concorrência e a confusão na cabeça dos consumidores. Na embalagem, os similares equivalentes teriam um carimbo: “EQ”, criado pelo PT, para disputar com o “G” dos genéricos e embelezar as campanhas eleitorais do João Santana.

Alguém duvida que uma das tarefas difíceis, mas prioritárias do próximo presidente, havendo a alternância de poder, será desfazer os nós das agências reguladoras, hoje capturadas e pervertidas pelo método petista de governar?

Por Reinaldo Azevedo

 

NO GLOBO: 

Imagina depois da Copa, por NELSON MOTTA

Lula chegou a atribuir o baixo crescimento do PIB ao mau humor dos empresários,

trocando a consequência pela causa

Alguma coisa está dando errado e o estrategista João Santana deve estar muito preocupado: quanto mais se intensifica a propaganda oficial em todas as mídias, alardeando as realizações do governo e todos os ganhos com a Copa do Mundo, mais caem a aprovação e as intenções de voto da presidente Dilma e mais aumentam os seus índices de rejeição. E a Bolsa sobe.

Imagina depois da Copa, com metade do tempo do horário eleitoral na televisão ocupado por avassaladora publicidade triunfalista tentando convencer os eleitores que a sua vida e seu país estão muito melhores do que eles pensam. E que quem ganha salário de mil reais agora é classe média.

Não dá para rejeitar as pesquisas agora e aceitá-las há três anos, quando eram positivas. Nem responsabilizar a “mídia golpista”, se há dois ou três anos, apesar dela, a aprovação do governo era muito maior. Resta sempre a conspiração. Blogueiros oficialistas denunciam que todas essas manifestações que estão parando cidades por aumentos salariais têm o único objetivo de impedir a reeleição da presidente Dilma… rsrs.

Lula chegou a atribuir o baixo crescimento do PIB ao mau humor dos empresários, trocando a consequência pela causa. Mas quem azedou o humor de 70% da população? Se fosse Chávez dizia logo que era uma conspiração do Império e explicava tudo, mas aqui nem o Zé Dirceu ousaria tanto.

Como explicar que só pouco mais da metade dos delegados na convenção do PMDB, mesmo com o vice da chapa e todos os seus cargos no governo, tenha votado pelo apoio à candidatura de Dilma? Numa votação secreta, no escurinho da cabine… com delegados peemedebistas… vocês sabem como é… ainda bem que os peemedebistas não traem seus aliados… só quando é pelo bem do Brasil… rsrs.

A saia está tão justa que a estratégia de Dilma tem sido responder com veemência e cheia de razão… a acusações que não lhe foram feitas, mas não consegue se defender das evidências que provocam danos à sua candidatura: crescimento baixo + inflação alta + obras atrasadas = má gestão.

Se João Santana conseguir reverter isso, mereceria ser ele o presidente, e não Dilma.

 

NO ESTADÃO:

Aliados em fuga, Dora Kramer

Depois de 40% dos convencionais do PMDB explicitarem sua discordância com a renovação da coalizão com o PT para a reeleição da presidente Dilma Rousseff, significando que parte robusta da mão de obra do partido não fará campanha para ela, agora é a vez de o PSD se rebelar contra a aliança.

O desconforto vem crescendo na mesma proporção da queda dos índices de intenção de votos e do aumento do grau de rejeição da presidente nas pesquisas.

Os dados apurados pelo Datafolha sobre São Paulo foram considerados definitivos: no maior colégio eleitoral do País, ela aparece praticamente empatada com o tucano Aécio Neves no primeiro turno e no segundo perderia tanto para ele quanto para Eduardo Campos por larga margem.

Em uma conversa marcada para ontem com o ex-prefeito Gilberto Kassab, o secretário-geral do PSD, Saulo Queiroz, seria o porta-voz da cobrança por uma definição imediata e radical. Quer dizer o seguinte: não apenas por uma aliança com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, assumindo o lugar de vice na chapa pela reeleição, mas um rompimento no plano nacional.

Uma volta atrás na palavra empenhada de que o partido estaria com a presidente em quaisquer circunstâncias. Em São Paulo a união com o PSDB seria uma mera "soma de conveniências", com suspensão temporária da antipatia mútua entre Alckmin e Kassab.

Em relação à eleição para a Presidência, o argumento para a ruptura é o seguinte: o compromisso do PSD nunca foi com o PT e sim com Dilma Rousseff; na medida em que sua candidatura "derrete" (sim, essa é a expressão usada), o partido não pode nem deve se sentir obrigado a derreter junto.

O ambiente interno no PSD é de rebelião contra a aliança, sentimento que pode vir a se expressar na convenção do partido marcada para o fim do mês.

O cenário ideal na avaliação dos pessedistas seria Kassab aceitar romper com Dilma e negociar uma aliança formal com o PSDB e a indicação do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles para vice na chapa de Aécio Neves.

Pelo sim, pelo não, fato é que o tucano havia decidido anunciar seu vice antes da convenção do partido marcada para o próximo sábado. Mas agora faz suspense e deixa no ar a possibilidade de deixar o anúncio para depois, a fim de avaliar se insiste na chapa puro-sangue ou se consegue atrair algum aliado que acrescente capital eleitoral.

Fonte segura. Defensor do financiamento público de campanha, o PT já arrecada boa parte desse tipo de recurso por meio do dízimo que os filiados empregados na máquina pública são obrigados a pagar ao partido.

Ao fim e ao cabo, significa transferência do dinheiro do contribuinte - petista ou não - para os cofres da agremiação. No início do primeiro governo Lula, a oposição levantou essa questão, mas estavam todos tão encantados com o "governo operário", ao qual tudo era permitido, que ninguém deu atenção.

Faca no peito. A ex-senadora Marina Silva tem todo o direito de não gostar da decisão do PSB de São Paulo de apoiar o governador Geraldo Alckmin.

Só não dispõe da prerrogativa de tentar impor sua vontade à resolução de seção regional de um partido ao qual escolheu se filiar quando sua própria legenda não obteve registro na Justiça Eleitoral.

Marina ameaça não participar da campanha de Eduardo Campos em São Paulo se a convenção do PSB não mudar a resolução do diretório para seguir a orientação dela.

Se a ideia da ex-senadora era comandar, deveria ter-se filiado a um partido que lhe desse a legenda para concorrer à Presidência, e não se oferecer ao PSB, aceitando a condição de coadjuvante de luxo. Pela ordem natural das coisas, protagonista será, assim que a Rede Sustentabilidade obtiver o registro.

Aí terá legitimidade para mandar e desmandar.

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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo, de VEJA

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