Pela primeira vez, mercado projeta crescimento abaixo de 1% para este ano...

Publicado em 21/07/2014 11:46 e atualizado em 28/08/2014 10:36
por Reinaldo Azevedo, de veja.com.br

Pela primeira vez, mercado projeta crescimento abaixo de 1% para este ano

Escrevi hoje de manhã um postafirmando que a presidente Dilma também vai encerrar o mandato com o seu 7 a 1: 7% de inflação contra 1% de crescimento! E até brinquei que alguém poderia me acusar de superestimar a inflação, que está em 6,44%. Mas observei então que eu também superestimava o crescimento…

Pois é… Pela oitava semana consecutiva, acreditem, os analistas de mercado, que fazem o chamado boletim Focus, com perspectivas sobre a economia, reviram para baixo a previsão de crescimento e, pela primeira vez, ela ficou abaixo de 1%: agora é de 0,97%. Isso é menos do que um gol inteiro, presidente Dilma Rousseff! No futebol, seria o mesmo que zero, já que não existe 0,97 gol. Essa revisão para o Produto Interno Bruto acompanha a redução nas projeções para a produção industrial. Agora, espera-se uma queda de 1,15% nesse setor. Na semana passada, previa-se uma retração menor: de 0,9%.

Os números ruins de agora já projetam um péssimo PIB também para 2015, com crescimento de apenas 1,5%. Na semana passada, a CNI, a Confederação Nacional da Indústria, informou que o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), que é um indicador antecedente utilizado para identificar mudança de tendência na produção da indústria, chegou, em maio, ao menor nível em 15 anos: 48,4. Quando cai abaixo de 50, isso quer dizer um empresariado pouco confiante e que, portanto, vai investir pouco — ou não vai investir.

Digamos que o crescimento neste ano fique em 0,9%. Com 2,7% em 2011; 0,9% em 2012 e 2,3% em 2013, os quatro anos de gestão Dilma terão produzido uma dos menores crescimentos médios da história: 1,7%. Só para comparar: o crescimento médio da primeira gestão FHC foi de 2,53%, e o da segunda, de 2,2%. O da primeira gestão Lula chegou a 2,88%; o da segunda, a 4,65%. É bem verdade que, nesse caso, o antecessor de Dilma preparava as armadilhas que trouxeram as dificuldades que aí estão. Não vou entrar nisso agora. Mas é bom notar: quando o PSDB perdeu a eleição, em 2002, o Brasil crescia a 2,7% — ou seja, o triplo do crescimento atual.

Todo o arcabouço publicitário que estava armado indica que o Planalto se preparava para usar a Copa do Mundo para criar uma razia, uma aniquilação, da oposição. Em vez disse, assistimos àquele patético 7 a 1 contra a Alemanha. Estou entre aqueles que acham que a população tira as chuteiras na hora de decidir o seu destino. Convém não desprezar o povo assim.

Por Reinaldo Azevedo

 

Dilma também sofre uma goleada de 7 a 1: 7% de inflação X 1% de crescimento!

Ainda repercute nas redes sociais aquela frase realmente oportuna da presidente Dilma Rousseff, segundo quem o seu “governo era padrão Felipão”, lembram-se? Ela pode não ser muito boa nessa coisa de governo — a cada dia, vamos ser sinceros, ela se revela pior. Mas não podemos lhe negar os dons premonitórios. Dilma também vai encerrar o mandato com o seu 7 a 1: 7% de inflação contra 1% de crescimento! “Ah, você arredondou para cima: a inflação; talvez fique um pouquinho menor!”. Pois é. Muito provavelmente, eu arredondei pra cima também o crescimento…

É claro que não sou besta de tomar o que se diz aqui e ali hoje como antecipação das urnas. Mas não é possível que eu esteja vivendo numa bolha. Hoje em dia, ando bastante por aí, falo com muita gente, ouço o que se diz na rua… Há uma óbvia, quase palpável, sensação de saco cheio no ar. Se essa tendência muda ou não com a campanha eleitoral, aí, meus caros, não posso prever. Que o encanto se quebrou, disso não se duvide!

Sob pressão, o PT tem cometido mais erros táticos — e até estratégicos — do que o habitual. Até agora, fico cá a me perguntar que espírito asnal soprou aos ouvidos dos petistas que deveriam atribuir à “elite branca paulista” o descontentamento com a presidente Dilma. Se, até outro dia, essa criminalização dos adversários — e da “classe média”, que Marilena Chaui odeia — parecia funcionar, convenham, hoje, ela roda no vazio. E chega a soar ridícula.

Não sei se os “companheiros” ainda vão se encontrar. Hoje, é fato, eles estão bastante perdidos e se dividem sobre as escolhas. Há quem queira, como Franklin Martins, fiel a uma tradição, a guerra sangrenta, o confronto, a luta feroz entre “Nós” (eles) e “Eles” (nós). Há quem já tenha percebido que essa é uma gesta que ficou no passado. Até o furor fascistoide precisa acenar com alguns amanhãs sorridentes, por mais fantasiosos que sejam. Quais são os do PT? Lula acha que vai, por exemplo, produzir algum efeito eleitoral significativo em São Paulo desferindo grosserias, como fez, contra o governador Geraldo Alckmin (PSDB)? A economia da resposta, diga-se, só tornou o ataque ainda mais grotesco.

Sim, os petistas, Lula, Dilma e a turma toda contavam com um título da Copa para aniquilar os adversários, varrê-los do mapa eleitoral, quem sabe… Convenham: essa gente nunca fez profissão de fé na capacidade de discernimento da população; sempre a considerou moldável, manipulável, bronca… A vitória não veio. Mas tenho pra mim que, ainda que tivesse vindo, o efeito eleitoral seria desprezível, marginal.

Afinal, a rejeição crescente a Dilma nada tem a ver com os 7 a 1 contra a Alemanha. Tem a ver com os 7% a 1% contra o nosso futuro.

Por Reinaldo Azevedo

 

O PT e o futuro — Parece que a população está cansada do ódio como exercício da política e da política como exercício do ódio! Fala, Marilena Chaui!!!

Ai, ai… Vocês se lembram deste vídeo, não é mesmo?

Então… A petista com fama de filósofa protagonizou esse espetáculo grotesco no dia 14 de maio do ano passado. Em menos de um mês, teriam início as tais jornadas de junho. Em março, o Datafolha havia publicado uma pesquisa segundo a qual 65% achavam o governo ótimo ou bom. Para 27%, era regular. E apenas 7% o consideravam ruim ou péssimo. O petismo vivia, então, o auge do delírio de poder. E já fazia planos para, como dizer?, eliminar de vez a oposição no país. Nas redes sociais, a patrulha fascistoide assumia violência retórica inédita.

Deu-se, então, esse evento no Centro Cultural São Paulo. O que se comemorava lá? Relembro trecho de um texto que publiquei no dia 17 de maio de 2013 (em azul). Volto em seguida:

O sociólogo Emir Sader, emérito torturador da língua portuguesa, é organizador de um livro de artigos intitulado “10 anos de governos pós-neoliberais no Brasil: Lula e Dilma”. Não li os textos, de vários autores (dados alguns nomes, presumo o que vai lá). O título é coisa de beócios. Para que pudesse haver esse “depois”, forçoso seria que tivesse havido o “antes”. Como jamais houve liberalismo propriamente dito no país — o “neoliberalismo” é apenas uma tolice teórica, que nunca teve existência real —, a, digamos assim, “obra” já nasce de uma empulhação intelectual. Pode até ser que haja no miolo, o que duvido, um artigo ou outro que juntem lé com lé, cré com cré, o que não altera a natureza do trabalho. Quem foi neoliberal? Fernando Henrique? Porque privatizou meia dúzia de estatais? A privatização de aeroportos e estradas promovida por Dilma Rousseff — e ela o fez mal e tardiamente — é o quê? Expressão do socialismo? Do “neonacional-desenvolvimentismo”? Sader se orienta no mundo das ideias com a mesma elegância com que se ocupa da sintaxe, da ortografia e do estilo.

Na terça-feira passada, um evento no Centro Cultural São Paulo marcou o lançamento do livro. Luiz Inácio Lula da Silva (quando Sader está no mesmo texto, eu me nego a chamar Lula de “apedeuta”!) e Marilena Chaui estavam lá para debater a obra. Foi nesse encontro que a professora de filosofia da USP mergulhou, sem medo de ser e de parecer ridícula, na vigarice intelectual, na empulhação e na pilantragem teórica. Se eu não achasse que estamos diante de um caráter típico, seria tentado a tipificar uma patologia.

Retomo
O ex-presidente Lula, como vocês viram, aplaudiu. Este fim de semana trouxe uma série de pesquisas devastadoras para o PT. O governo é considerado ruim ou péssimo por 29% dos brasileiros, tecnicamente empatados com os apenas 32% que o veem como ótimo ou bom. Para 38%, é apenas regular. No segundo turno, Dilma já está em empate técnico com o tucano Aécio Neves. É também a candidata mais rejeitada: 35%.  A gestão de Fernando Haddad é reprovada por 47% dos paulistanos, e o candidato do partido ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, aparece com 4% dos votos. O tucano Geraldo Alckmin se reelegeria com 54% dos votos, e sua gestão é vista como ótima ou boa por 46% dos paulistas — só 14% a reprovam. Para a vaga no Senado, José Serra está na liderança.

Em desespero, Lula distribui broncas.

É isso aí. Que fique, mais uma vez, o registro da fala daquela senhora, aplaudida pelo chefão petista:
“É porque eu odeio a classe média. A classe média é um atraso de vida. A classe média é a estupidez. É o que tem de reacionário, conservador, ignorante, petulante, arrogante, terrorista. É uma coisa fora do comum a classe média (…) A classe média é a uma abominação política porque ela é fascista. Ela é uma abominação ética porque ela é violenta. E ela é uma abominação cognitiva porque ela é ignorante”.

Parece ser crescente o número de pessoas que rejeitam o ódio como exercício da política e a política como exercício do ódio.

Por Reinaldo Azevedo

 

Rejeição a Dilma em São Paulo é de 47%; no Estado, Aécio a vence no 2º turno por 50% a 31%; PT decide se colar a movimentos sociais para tentar reverter desvantagem. Grande ideia! Vá fundo!

Ainda voltarei ao tema — e vai me tomar um tempinho —, mas o fato é que foi em São Paulo que tudo começou. Foi neste Estado, especialmente na capital, que alguns aprendizes de feiticeiro do Planalto — entre eles, José Eduardo Cardozo e Gilberto Carvalho — resolveram brincar de insuflar a desordem. A ideia era botar Geraldo Alckmin na frigideira. Deram-se mal. Muito mal. Mas este post vai cuidar de outro assunto. São Paulo decidiu ver quem sobe e desce a rampa. E boa parte do eleitorado não quer saber de Dilma Rousseff, o que está deixando os petistas em pânico. Segundo a mais recente pesquisa Datafolha, 47% dos eleitores do Estado não votariam nela de jeito nenhum — a sua taxa de rejeição no país é de 35%, a mais alta entre os presidenciáveis. O busílis é que São Paulo, sozinho, concentra 22,4% do eleitorado. A exemplo de Lênin, os petistas estão tentando descobrir o que fazer. E andam tendo ideias esquisitas. Mas não serei eu a tentar convencê-los do contrário.

A situação para a presidente no Estado é dramática. No primeiro turno, ela e Aécio têm, cada um, 25% dos votos — na capital, ele lidera: 28% a 23%. O dramático está no segundo turno. O tucano vence a petista por 50% a 31%. Mesmo Eduardo Campos (PSB) a bateria por 48% a 32%. É evidente que aquela rejeição monstruosa se transforma em votos para seus opositores. E olhem que, como vocês sabem, não há espaço nas televisões para oposicionistas, não é? Já a presidente Dilma aparece dia sim, dia também, mas “como presidente”. É uma piada, mas é assim.

Tudo contra
É tudo contra Dilma, não apenas a ruindade do seu governo. A cidade de São Paulo tem hoje uma das gestões mais caóticas de sua história, com Fernando Haddad. Ele já se tornou uma caricatura. Malhá-lo é o passatempo predileto de milhões de paulistanos. Segundo o Datafolha, sua gestão é hoje aprovada por apenas 15% e reprovada por 47%. Já escrevi a respeito. É uma avaliação justíssima. Alexandre Padilha, o candidato do PT ao governo do Estado, amarga modestos 4%.

Pois bem. Segundo informa a Folha, os petistas decidiram injetar mais dinheiro na campanha de Padilha — taí uma coisa que não lhes falta, não é? — e se aproximar mais de alguns setores considerados “cativos” do PT: os movimentos sociais e um grupo de empresários. Por que um grupo de empresários apoia o partido? Não sei. Seria por lucro? Eles que o digam.

Movimentos sociais, é? Eis uma coisa que certamente desperta, a cada dia, mais a paixão dos paulistas, muito especialmente dos paulistanos, não é mesmo? Tudo o que a população desta cidade mais quer é sair de casa sem saber a que hora chegará ao trabalho porque os comandados do sr. Guilherme Boulos, por exemplo, estão obstruindo alguma artéria da cidade. Tudo o que a população desta cidade mais quer é sair do trabalho sem saber a que hora chegará em casa porque alguns sindicalistas decidiram que é hora de parar os ônibus, os trens, o metrô…

Os esquerdistas não se dão conta de que existe uma óbvia fadiga. Vai ver é por isso que Gilberto Carvalho tanto quer entregar o governo aos tais movimentos sociais. Ele não quer mais saber de eleitores decidindo o futuro do país…

Contra as pretensões petistas, há ainda o governador Geraldo Alckmin, com 54% das intenções de voto — avançou sete pontos em 15 dias, com rejeição de apenas 19%. Na baderna promovida pelo sindicato dos metroviários, ele preferiu, por exemplo, ficar ao lado do usuário. O PT, na prática, emitiu nota em favor dos grevistas. Uma questão de escolha.

A eleição ainda está longe, o horário eleitoral gratuito vem aí — e Dilma tem um latifúndio. Vamos ver. Algumas fórmulas às quais o petismo sempre apelou já não estão dando mais resultado. Até anteontem, parecia que bastava Lula mandar, e o eleitorado obedecida. De certo modo, aconteceu isso com Dilma e Fernando Haddad. Com os resultados conhecidos. Parece que as pessoas que trabalham e estudam e as que estudam e trabalham estão com o saco cheio.

Por Reinaldo Azevedo

 

Mercado reage bem à possibilidade de derrota de Dilma; é parte da reação da sociedade a um governo caduco

Vou aqui fazer algumas considerações que, creiam, nada têm de campanha eleitoral ou de expressão de afinidades eletivas, embora eu, como toda gente, faça as minhas opções. Na democracia, desde que os candidatos transitem no escopo democrático e se coloquem na defesa dos valores que essa democracia pode abraçar, todas as escolhas são igualmente legítimas, como legítimas são as divergências ideológicas. Em ciências humanas, e a economia também é uma ciência humana, quase nunca se tem uma resposta única para um problema. Mas é certo que essa resposta tenderá a ser ineficaz ou mesmo contraproducente se contrariar a matemática, a lógica, a história e, eventualmente, a experiência.

Já há algum tempo estamos diante de um dado eloquente. Aquilo a que chamamos “mercado” tem reagido muito bem à queda da presidente Dilma Rousseff nas pesquisas eleitorais e à possibilidade de a oposição vencer a disputa em 2014. Às vezes, para rimar os números com a esperança de mudança, nem se precisa do fato; basta o boato. E não foi diferente nesta sexta. Como a pesquisa Datafolha apontou um empate técnico no segundo turno entre o tucano Aécio Neves e a presidente — 40% a 44% para ela —  e uma diferença de apenas sete pontos entre a petista e Eduardo Campos — 38% a 45% —, o Ibovespa passou a operar em alta. Às 15h1o, estava aos 57.175 pontos. Na máxima do dia, o índice chegou a 3,31%. Os destaques, vejam vocês, ficaram com as estatais: a Petrobras, por exemplo, exibia ganhos de 5,56% nas ações ON (as ordinárias nominativas), aquelas que dão direito a voto, e 5,6% na PN, a preferencial nominativa, a que não dá e é a mais negociada por investidores não profissionais.

Por que é assim? Ninguém precisa ser deste ou daquele partido para saber que, infelizmente, hoje e há muito tempo já, o governo usa as estatais brasileiras não apenas para fazer política de desenvolvimento, não apenas para cuidar do interesse nacional. Ele as utiliza também para cuidar de interesses bem mais mesquinhos, partidários, e como elemento de ajuste — precário e temporário — dos desacertos da política econômica. É sabido, por exemplo, que as tarifas estão represadas para evitar uma elevação da inflação, que já ultrapassa o teto da meta. Como malefício adicional, seguem intocados os fatores que causam a elevação do índice inflacionário.

É claro que isso tem um preço. Até agora, a presidente Dilma e o PT não deram sinais de que vão mudar essa política caduca caso obtenham mais quatro anos de mandato. Ao contrário até: aqui e ali, lideranças do partido, como o próprio Lula, têm preferido atacar o tal “mercado”, como se ele fizesse um mal ao Brasil. Ao contrário. Felizmente temos um mercado relativamente forte no país, que serve de radar e de advertência. A cada bobagem ou medida atabalhoada que o governo toma na economia, ele reage. Mais importante: reage também a expectativas, a partir de alguns indícios. Isso serve de freio à tendência autocrática dos governos. Sabem quem não tem mercado? Cuba! Sabem quem praticamente não tem mercado? A Venezuela! Já a tirania chinesa tem um, sim, e é gigantesco! A existência de um mercado, em suma, não garante a democracia. Mas só existe democracia onde ele atua e serve de instrumento de leitura da realidade.

Quando os investidores reagem bem à perspectiva de alternância de poder, é preciso que o governo ponha a mão na consciência. Em vez de sair por aí demonizando os agentes econômicos e mesmo seus adversários, talvez fosse o caso de tomar medidas efetivas para mudar de rumo. O que vemos, no entanto, infelizmente, são escolhas que caminham no sentido contrário. Além de tentar atrelar a administração pública federal e seus entes a conselhos formados por militantes políticos, o governo já pensa abertamente em estatizá-los, subordinando ainda mais o interesse público às militâncias organizadas.

A reação do mercado é, na verdade, a reação de uma fatia considerável e legítima da sociedade, que contribui de modo efetivo para gerar as riquezas com as quais se administra a máquina pública e que, inclusive, geram os bens necessários para as políticas de compensação e de distribuição de renda. Atacar os seus fundamentos também corresponde a atuar contra os interesses dos mais pobres.

A reação dos mercados é parte importante da reação de uma sociedade que quer mudar porque sente que, hoje, o estado e o governo viraram seu adversário.

Por Reinaldo Azevedo

 

São Paulo já dá uma surra eleitoral em Dilma — com Aécio ou com Campos

A seção Painel, da Folha de S. Paulo, traz outros dados da pesquisa Datafolha que devem estar deixando petistas com as barbas arrepiadas.

Um deles: Aécio Neves (PSDB) cresce em São Paulo. No mês passado, apenas 24% dos eleitores de Geraldo Alckmin escolhiam o presidenciável tucano; agora, são 33% — e, não custa lembrar, o atual governador aparece com 54% das intenções de voto. No primeiro turno, Aécio foi o único nome que cresceu no Estado fora da margem de erro: de 20% para 25%. Dilma oscilou de 23% para 25%, e Eduardo Campos (PSB), de 6% para 8%.

O busílis, no entanto, está no segundo turno: a petista perde para o tucano por 50% a 31%; Campos a venceria por 48% a 32%.

Informa ainda o Painel:
Alerta vermelho -
 A avaliação do governo Dilma caiu nas grandes cidades brasileiras. O percentual de eleitores que consideram a gestão ótima ou boa recuou de 30% para 25% nos municípios com mais de 500 mil habitantes. A classificação ruim ou péssima subiu de 31% para 37%.

Nuvem carregada – Para estrategistas do PT, as grandes cidades são polos com capacidade de transmitir “carga negativa” ao resto do eleitorado. Por enquanto, a avaliação positiva da presidente nos municípios pequenos permanece estável, em 42%.

Por Reinaldo Azevedo

 

Haddad bate recorde de impopularidade e… tira férias! Faz sentido!

Uma das charges feitas por leitores sobre o Supercoxinha. Esta é de Renato Andrade

Uma das charges feitas por leitores sobre o Supercoxinha. Esta é de Renato Andrade

É… Consta que Lula anda dando umas esfregas em Fernando Haddad, o prefeito de São Paulo. Mas tem gente que é mesmo cabeça dura, né? Vejam que coisa! Na sexta, veio a público a pesquisa Datafolha indicando que ele é um dos três prefeitos mais rejeitados da história de São Paulo desde que existe a avaliação: 47% acham a sua gestão ruim ou péssima, e só 15% a aprovam. Com um ano e meio na administração, só o superaram no quesito negativo Janio Quadros, com 66%, e Celso Pitta, com 54%. Vale dizer: ainda há espaço para Haddad crescer… para baixo! E ele se esforça para isso.

Eis que a gente fica sabendo que o prefeito tirou… férias! É a segunda vez em um ano e meio de gestão. Em outubro de 2013, com dez meses à frente da Prefeitura, resolveu ir comemorar na Itália os 25 anos de casamento. Entre a Toscana e a Cracolândia, Haddad preferiu a Toscana. Ele pode ser um péssimo prefeito, mas não é por falta de gosto.

Agora, está de férias outra vez.  Na volta, promete entrar de cabeça na campanha eleitoral petista, coisa para a qual os adversários de seu partido estão torcendo fervorosamente. Ninguém sabe para onde ele foi, e a assessoria não informou. O Diário Oficial do Município nada informa a respeito. Nádia Campeão, a vice, está no comando da Prefeitura e não sabe até quando fica.

Haddad gosta de ficar longe dos problemas da cidade, o que eu, particularmente, até acho bom. Se ele estiver perto, parece-me mais perigoso. Há o risco de tudo piorar. Pois bem: no dia 25 de abril de 2013, por exemplo, ele estava na capital da Argentina para receber o título de Cidadão de Buenos Aires. Que bom! Naquele mesmo dia, o SPTV informava que São Paulo havia batido o recorde de casos de dengue.

Vamos deixar Haddad de férias. Se preciso, até o fim do mandato. Pensem bem: longe da Prefeitura, ele para de ter ideias. Há gente que rende o dobro quando trabalha a metade. No dia em que o prefeito realmente não fizer nada, pode até render o quádruplo…

Por Reinaldo Azevedo

 

Israel tem maior perda de soldados num dia desde a Guerra do Líbano, em 2006. E a máquina de propaganda do Hamas

Cresce a pressão internacional por um cessar-fogo entre as forças israelenses e a do Hamas. Tanto o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, como o Conselho de Segurança da ONU pediram o fim imediato das hostilidades. O domingo foi sangrento. Treze soldados israelenses de uma unidade de elite morreram numa emboscada — são 14 os militares mortos, e havia 53 feridos até a madrugada de hoje. Entre os palestinos, os mortos já seriam mais de 400. Mas atenção! Numa outra guerra, esta para ganhar a opinião pública, o Hamas, que controla a Faixa de Gaza, não distingue as vítimas civis de seus militantes, que são também militares. Assim, todas as baixas havidas entre palestinos entram na conta de “civis mortos”. Cessar-fogo?

Escrevi aqui no fim de semana que o Hamas não tinha deixado a Israel outra saída que não a ação terrestre, o que o país hesitou em fazer – basta recuperar o noticiário – porque sabia que teria, como está tendo, as suas baixas. Desde a guerra do Líbano, em 2006, as forças israelenses não perdem tantos soldados num único dia. Para se ter uma ideia: em 2008, na Operação Chumbo Fundido, em Gaza, morreram 11 soldados em 22 dias. Isso indica um fato óbvio: o Hamas está aprimorando as suas táticas de guerra, melhorando o seu armamento e se tornando, a cada dia, um inimigo mais poderoso. Que caminho resta a Israel?

O Hamas recusou duas propostas de cessar-fogo: a do Egito, e a humanitária, da ONU. E repete o seu espetáculo macabro de sempre. A imprensa internacional, majoritariamente anti-Israel — e isto é apenas um fato, não questão de gosto —, se satisfaz em fazer a contabilidade dos mortos para decidir quem é a vítima é quem é o algoz; quem está certo e quem está errado. E uma guerra dessa natureza, infelizmente, evolve um pouco mais do que isso.

Qual é a preço do Hamas para parar com o seu foguetório contra Israel? A sua pauta é extensa — na verdade, a sua pauta é finalista: os terroristas querem o que chamam de “Palestina” (o que inclui o território israelense) para os palestinos, eliminando da região o que chamam de “inimigo sionista”. Não sou eu quem está dizendo. É o que consta de seus estatutos.

Não! Não estou aqui a defender que Israel saia atacando tudo o que se move, sem quaisquer outras considerações. E isso não está sendo feito, ou haveria mais mortos. Mas é o Hamas quem admite — como já demonstrei aqui — que recorre, sim, à tática dos escudos humanos, empilhando corpos para, com eles, fertilizar a sua causa.

Obama telefonou neste domingo para Benyamin Netaniahu, primeiro-ministro de Israel, condenou os ataques do Hamas, reconheceu o direito que tem o país de se defender, expressando a sua preocupação com o crescente número de vítimas civis e também com a morte dos soldados israelenses. É preciso que se tenha claro: para os comandantes de um dos lados da guerra, a morte dos seus é uma tragédia; para os comandantes do outro, uma solução.

Por Reinaldo Azevedo

 

Black blocs e seus amiguinhos – Juiz e desembargador do TJ-RJ estão de parabéns por não se deixar intimidar por patrulha baguncista de deputados, setores da imprensa e advogados do caos. Cana na turma!

Eiza, a tal Sininho: segundo MP, ela e sua turma queriam apenas pôr fogo na Câmara dos Vereadores...

Eiza, a tal Sininho: segundo MP, ela e sua turma queriam apenas pôr fogo na Câmara dos Vereadores…

O desembargador Flávio Marcelo de Azevedo Horta Fernandes, do Tribunal de Justiça do Rio, negou os respectivos pedidos de habeas corpus de 23 pessoas acusadas de envolvimento em atos violentos em protestos. Dezoito se encontram foragidos. Entre os presos, estão Eliza Quadros, a tal Sininho; Camila Jourdan, professora de filosofia da Uerj (!!!), e seu namorado, Igor D’Icarahy — cujo pai é advogado, papa-fina. Além de negar o pedido, Horta Fernandes repudiou os termos ofensivos empregados pela defesa dos acusados, que classificou o magistrado Flávio Itabaiana, que acolheu a denúncia do Ministério Público e determinou a prisão preventiva dos 23 acusados, de “juiz prepotente” e “espírito de carcereiro”.

Escrevi neste domingo de manhã a respeito, bem antes da decisão da Justiça:
“Não há forma mais perversa de criminalizar a liberdade de expressão e de manifestação do que confundi-la com banditismo. Durante um bom tempo, o país viveu uma espécie de apagão legal, com um governo incapaz de cumprir uma de suas funções — que é a garantia da lei e da ordem democráticas, conforme exige a Constituição — e uma imprensa que passou a fazer profissão de fé na baderna, como se estivéssemos diante de um quadro em que a sociedade está sendo esmagada pelo estado, sem canais para expressar o seu descontentamento que não a violência.
A Polícia, o Ministério Público e a Justiça resolveram, depois de uma fase de espantoso entorpecimento, agir contra os vândalos da ordem democrática. Espero que, num futuro nem tão distante, ainda venhamos a refletir sobre estes dias e perguntar como foi possível ter tanta tolerância com a violência, com a truculência, com a determinação escancarada de violar princípios elementares da civilidade. E foi precisamente isso que fizeram os black blocs e alguns ditos “líderes” de manifestações que agora tiveram a prisão preventiva decretada.
Compreendo que o papel dos advogados seja, afinal, advogar… Não questiono a legitimidade de sua tarefa, um dos pilares do Estado de Direito. Mas essa mesma ordem, que defendo de modo incondicional, me permite escarnecer dos argumentos de alguns doutores. No terreno do pensamento, seria mais decente e lógico que buscassem sustentar a legitimidade, nunca a legalidade!, da violência a que aderiram seus clientes — por absurdo que pareça — do que apelar, para defendê-los, aos fundamentos do tal Estado de Direito. A razão é simples: aquela gente só partiu para a ação direta, para o quebra-quebra, para a pauleira, porque não acreditava, e não acredita, nas garantias e nos valores com os quais tenta agora se defender.”

Confusão nefasta
O juiz também está sendo severamente atacado por três parlamentares do PSOL — Chico Alencar, Jean Wyllys e Ivan Valente — e por Jandira Feghali, do PCdoB. Exceção feita a Valente, que é paulista, são todos do Rio. A reação dos psolistas é compreensível: seu partido é, hoje, o mais próximo dos black blocs. Não se esqueçam a quem apelou Sininho quando um dos assassinos do cinegrafista Santiago Andrade foi preso: o deputado estadual Marcelo Freixo. Não custa lembrar: o partido comanda o Sindicato dos Professores do Rio, por exemplo, que chegou a emitir uma nota pública admitindo e exaltando a parceria com os blac blocs. É claro que esses quatro deputados deveriam ter vergonha do que fazem. Mas eles não têm — e isso não me surpreende.

A denúncia
O Fantástico teve acesso à denúncia oferecida pelo Ministério Público. Informa a reportagem:
De acordo com a denúncia, o Movimento Frente Independente Popular estabeleceu, em reuniões fechadas, que o protesto pacífico não seria meio hábil para alcançar os objetivos dos grupos. E decidiu que deveria ser incentivada a prática de ações violentas no momento das manifestações, tais como a depredação de bancos, de estabelecimentos comerciais e o ataque a ônibus e viaturas policiais. Segundo o promotor de justiça Luis Otávio Figueira Lopes, a denunciada Elisa de Quadros Pinto Sanzi, conhecida como Sininho pode ser identificada como uma das principais lideranças da frente.
A ocupação da Câmara Municipal por manifestantes, em agosto do ano passado, poderia ter tido consequências mais graves. Segundo a denúncia, havia um plano para incendiar a sede do poder legislativo do Rio. A denúncia afirma que Elisa foi vista comandando manifestantes, no sentido de carregarem três galões de gasolina para a Câmara Municipal, passando a incitar os demais manifestantes a incendiar o prédio. O objetivo, segundo a denúncia, não foi alcançado em razão da intervenção de outros participantes dos atos, fatos apontados no depoimento de uma testemunha, que teve a identidade preservada pelo Ministério Público.
Escutas telefônicas feitas com autorização da Justiça revelaram que Camila Jourdan, professora de filosofia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, participava da elaboração dos artefatos e da distribuição deles para os black blocs. A denúncia afirma também que menores de idade dos participaram de atos violentos. Nos autos do processo, um adolescente teria afirmado ter a intenção de matar um policial nos protestos contra a Copa do Mundo.

Concluo
Só uma maneira aceitável de apresentar demandas na ordem democrática: de acordo com o aceitável na… ordem democrática!!! Tautológico? Esse é o regime em que nem tudo é permitido. Aquele em que tudo pode é a tirania — para os amigos dos tiranos aos menos. O Brasil inventou uma certa “aristocracia do ativismo, esse nome cretino! Se o sujeito se diz “ativista”, nada lhe é proibido. Uma ova! Eu, particularmente, não reconheço a existência dessa categoria e sempre pergunto: o contrário de um “ativista” é o quê? Um passivista??? Tenham paciência!

Parabéns ao Ministério Público, ao juiz e ao desembargador por terem decidido ser ativistas das leis.

Por Reinaldo Azevedo

 

A democracia só persegue golpistas e terroristas. Quem busca asilo no Uruguai se considera uma coisa ou outra?

Atenção para uma verdade escandalosamente elementar: os únicos perseguidos políticos numa democracia são terroristas ou golpistas. Não há outros. E, felizmente, os democratas os perseguem. Ou os canalhas acabariam solapando os fundamentos do regime.

O Brasil é uma democracia plena. A advogada Eloísa Samy, uma das 23 pessoas que tiveram a prisão preventiva decretada, resolveu se esconder no Consulado do Uruguai, no Rio, e pediu asilo político àquele país. Se for concedido, espera um salvo-conduto. Pergunto: em qual dos dois casos Eloisa de enquadraria? Golpismo ou terror? Se a resposta for nem uma coisa nem outra, então o pedido de asilo político ultrapassa a linha do ridículo.

Vamos pôr os pingos nos is neste caso. Não é porque a doutora Eloísa é advogada de black blocs que ela teve a prisão preventiva decretada porque é “advogada de black blocs”. Essa é uma distorção lamentável dos fatos. A acusação que lhe faz o Ministério Público, acatada pela Justiça, é bem outra: o MP reúne evidências — e que a Justiça decida — de que ela atuava no apoio logístico às ações violentas.

O Brasil não prende advogados. O estado democrático e de direito no Brasil reconhece que todo mundo tem direito a um advogado. E esse é um dos fundamentos do regime democrático. O black bloc mais ensandecido têm o direito a um defensor. Se não puder contar com ele às próprias expensas, o Estado lhe arrumará um defensor público. Logo, é errado afirmar que esta senhora teve a prisão preventiva decretada porque advogada. Ao contrário: segundo o MP, ela fez coisas que advogados — nem ninguém — podem fazer.

Qual será a decisão do Uruguai. Do governo de José Mujica, o doido perigoso com cara de doido manso, espero qualquer coisa. Ainda voltarei a ele mais tarde. Caso conceda o tal asilo político, estará cometendo uma grande ofensa ao Brasil porque seria como considerar que vivemos num regime de exceção.

Em vídeo divulgado na Internet, diz a doutora: “Jamais cometi qualquer ato que infringisse a lei, mas estou sendo vítima das forças coercivas do Estado exatamente por defender pessoas que se ergueram e foram às ruas para protestar contra as ilegalidades cometidas por ele próprio. Quem atua na ilegalidade é o Estado. A democracia é regra e nos pertence”.

Pois é… A fala dá conta de sua avaliação demencial do que seja democracia. Na minha opinião, corresponde a uma espécie de confissão — moral ao menos. Cabe ao órgão acusador demonstrar a materialidade do crime. Não existem as tais “forças coercivas” do Estado no Brasil a não ser aquelas legalizadas e legitimadas pela democracia. Observem que a advogada trata os black blocs como simples pessoas que se manifestavam contra, segundo ela, um estado criminoso. É, obviamente, uma mentira. Pergunto: a doutora reconhece ou não o direito que tem o Estado ao monopólio do uso legítimo da força? 

Como é, minha senhora? “A democracia é regra e nos pertence”??? Quem é esse “nós”? A democracia nos pertence, sim, mas é ao conjunto dos brasileiros, não àqueles que acham que podem sair quebrando, depredando, incendiando. Na democracia, o lugar de gente que faz isso é mesmo a cadeia.

Por Reinaldo Azevedo

 

E Dunga, o coleguinha de camarote VIP que faz Dilma rir até as lágrimas, é mesmo o novo técnico da Seleção

Bem, era mesmo tudo verdade: Dunga é o novo técnico da Seleção Brasileira. Escrevi na sexta-feira o que penso a respeito. É o triunfo do atraso, da tacanhice e da melancolia ranheta. Reproduzo em azul um trecho daquele post e avanço:

Olhem aqui: disciplina é, sim, muito importante. Mas é bom não confundi-la com moralismo tosco. Recomendo mais uma vez uma reportagem da revista alemã “Der Spiegel” sobre o sucesso do futebol alemão. É o anti-Dunga. Em vez de um choque de testosterona bronca, de manual, o futebol alemão recebeu um choque de competência e planejamento. A revista até brinca, afirmando que os jogadores, hoje, são um pouco mais “feminis” do que os antigos “machos Alfa”. Em vez de um comandante esporrento, os alemães preferiram enviar seus técnicos para outros países, como Espanha, França e Itália, para ver como se jogava no resto do mundo.

Não que fosse um futebol malsucedido no mundo quando se tomou essa decisão: eles já eram tricampeões mundiais — agora são tetra. Os alemães que vocês viram no Brasil, interagindo com a população da Bahia, enviando mensagens em português aos brasileiros no Twitter, sorridentes, “moleques”… Tudo isso era parte de um planejamento também de marketing.

Dunga é a contramão da modernidade; é o atraso orgulhoso, machão e, lamento, meio abestado. Pode ganhar ou pode perder a próxima Copa. Só não conseguirá fazer o futebol avançar. Quando o atraso ganha, diga-se, em certo sentido, é pior. A propósito: depois que ele deixou a Seleção, qual é seu currículo para merecer tal galardão?

Sim, a escolha também dá conta da ruindade da CBF. Vejam que coisa: a confederação chegou a flertar com um técnico estrangeiro e acabou escolhendo… Dunga! É o triunfo da falta de rumo e da… caipirice existencial.
(…)

Retomo
Nesse post, recupero a trajetória que levou, no passado, à ascensão e queda de Dunga. De certo modo, faz-se o mesmo agora. Neymar concedeu uma entrevista no Fantástico deste domingo. É só um garoto cuidadoso, da elite do futebol mundial, que já sabe como se faz profissionalmente esse trabalho. Não atacou Felipão, é claro! Mas também não defendeu. Reconheceu que o futebol brasileiro está atrasado. Indagado sobre o que estava errado, ele silenciou, mas deixou claro com suas não palavras: a técnica — ou, mais precisamente, os técnicos.

Foi explícito numa coisa: os jogadores eram aqueles, sim. Não havia muita variação. Então onde estava o erro? Que pergunta! A CBF é mesmo um encanto. Juntou dois ganhadores de Copa do Mundo em 2010 para ver no que dava: derrota. Juntou dois campeões de Copa do Mundo em 2014 para ver no que dava: derrota. Agora resolveu chamar um derrotado para tentar fabricar a vitória. Na enquete do programa da Globo, 85% dos que se manifestaram reprovaram a escolha.

Então vamos lá… Dunga estreia na sua nova função com um grande ativo. Não se tem notícia de que ele tenha feito alguém chorar de rir antes. Na final da Copa, no jogo entre Alemanha e Argentina, o técnico levou a nossa presidente às lágrimas ao afirmar que estava torcendo para que ninguém ganhasse. Ela achou a tirada inteligente e caiu na gargalhada.

Por Reinaldo Azevedo

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Blog Reinaldo Azevedo (VEJA)

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1 comentário

  • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

    Sr. João Olivi, números são expostos diariamente para mensurar o desenvolvimento do País. Sabe-se que o custo da energia é relevante para o desenvolvimento, a matriz energética do Brasil está apoiada na hidroelétrica, mas intempéries climáticas e a opção governamental em investir nas unidades termoelétricas, causou um aumento no valor da energia insustentável.

    Quando há falta de chuvas, diminui a vazão hídrica dos rios e, também não há formação de nuvens, ou seja, há um aumento da radiação solar. O Nordeste é uma região próxima dos centros consumidores de energia, lá o clima é seco – sem nuvens, o que propicia a eficiência de captação de energia por painéis fotovoltaicos e as linhas de transmissão sairão mais em conta, pois a geração de energia está mais próxima do consumo; diferente de Belo Monte, usina hidrelétrica em construção no Rio Xingu.

    A Alemanha, aquele País que promoveu a goleada no “nosso” futebol, possui um clima com insolação bem menor que o Brasil, mas já possui uma geração de 32.411 MW de energia gerada em painéis solares fotovoltaicos, enquanto o Brasil, bem nós somos “campeões” em figurar nas “lanternas” de todas as listas de comparações com outros países, penso que estamos a caminho para atingir 1 MW.

    ....”E VAMOS EM FRENTE” ! ! !....

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