No Radar de VEJA: Radar Mercado prefere Aécio, mas já aceita Marina

Publicado em 21/08/2014 14:50 e atualizado em 22/08/2014 10:16
no blog de Lauro Jardim, de veja.com (com reinaldo azevedo, Augusto Nunes e Rodrigo Constantino)

Calibre Dilma

Marina: questão de embalagem

Marina: mais aceitação pelo mercado

Um banqueiro de investimentos, daqueles que gostaria de Aécio Neves subindo a rampa do Palácio do Planalto em janeiro de 2015, analisava o novo quadro eleitoral ontem à tarde desta forma:

- Prefiro a Marina à Dilma. A Marina é uma roleta-russa: quando você apertar o gatilho pode ou não matar. Já a Dilma é um revólver carregado com as seis balas. Não há chance de escapar. É morte certa.

O mercado financeiro prefere Aécio Neves, mas já aceita Marina Silva. Ainda espera, porém, alguns acenos de Marina ao longo da campanha.

Por Lauro Jardim

Se não tem tu, vai tu mesmo! Ou: Roleta russa é melhor que tiro certo. Ou ainda: Coalizão ou colisão?

Deu na coluna Radar, de Lauro Jardim:

Um banqueiro de investimentos, daqueles que gostaria de Aécio Neves subindo a rampa do Palácio do Planalto em janeiro de 2015, analisava o novo quadro eleitoral ontem à tarde desta forma:

Prefiro a Marina à Dilma. A Marina é uma roleta-russa: quando você apertar o gatilho pode ou não matar. Já a Dilma é um revólver carregado com as seis balas. Não há chance de escapar. É morte certa.

O mercado financeiro prefere Aécio Neves, mas já aceita Marina Silva. Ainda espera, porém, alguns acenos de Marina ao longo da campanha.

É uma boa metáfora, convenhamos. Costumam dizer que não há nada pior para o mercado do que incerteza. Há sim: a certeza da desgraça! Dilma representa isso, e Marina é um tiro no escuro. Melhor, pois o tiro pode errar o alvo. Aqui, na TVeja, há um bom resumo da situação:

Pois bem: o desafio será Marina costurar uma base convincente, para preservar nos investidores essa sensação de que pode ser, de fato, uma alternativa à “morte certa” sob Dilma e o PT. Afinal, apesar de alguns repetirem por aí que se trata de alguém moderada, ponderada ou algo do tipo, a verdade é que Marina demonstra ser um tanto intransigente e até intragável:

O secretário-geral do PSB, Carlos Siqueira, que ocupava a coordenação de campanha do partido à Presidência da República, irritou-se com a candidata Marina Silva e deixou a campanha. ”Eu não estou deixando porque eu não estava (na campanha da Marina). Eu estava na campanha do Eduardo Campos. Nela eu sempre estive. Agora é uma nova fase e tem que ter uma nova coordenação. Eu disse claramente isso a ela na quarta-feira, que eu não ficaria na sua coordenação”, disse Siqueira, ao chegar à sede do partido nesta quinta-feira. Ele afirmou que não vai recuar da decisão “de forma alguma”. “Eu estava na coordenação de uma pessoa que era do meu partido, que eu tinha estrita confiança. Agora, terminou essa fase e vai começar uma campanha com uma nova candidata. E essa nova candidata deve escolher seu novo coordenador.” 

Os aliados de Marina negam que ela tenha sido grosseira, mas, à Folha, Siqueira disse:

“Pela maneira grosseira como ela me tratou. Eu havia anunciado que minha função estava encerrada com a morte do meu amigo. Na reunião [de quarta-feira (20)] ela foi muito deselegante comigo. Eu disse que não aceitaria aquilo e afirmei: ‘a senhora está cortada das minhas relações pessoais”.

Resta saber se Marina Silva pretende montar uma coalizão política ou se vai mesmo é optar por uma colisão política.São poucas letras, mas que diferença isso faz!

Rodrigo Constantino

Mar revolto

Tucano no evento para o socialista

Alckmin: ao lado de Aécio

A cúpula da campanha de Aécio Neves prevê duas semanas de tempo fechado a partir de agora. A avaliação é de que Marina Silva ainda tem fôlego para subir nas pesquisas, dado que ela terá ainda muita exposição nos próximos dias.

Por isso, a ordem é usar a força dos governos do PSDB. Assim, Aécio já marcou dez agendas em conjunto com Geraldo Alckmin para entre esta semana e o início de setembro. Irá também ao Paraná, colar em Beto Richa.

De fato, é quase uma unanimidade, seja entre petistas ou tucanos: a lógica indica que Marina Silva vai subir. O último Datafolha não captou a comoção do dia do enterro de Eduardo Campos. Além disso, Marina continua protagonizando a cena política nestes dias.

Por Lauro Jardim

Varejo reclama da economia

Se está ruim pros grandes, imagina pros pequenos.viavarejo

A Via Varejo teve um mês de julho muito ruim e está vendo um agosto “um pouco melhor”.

A dona do Ponto Frio e das Casas Bahia disse que o cenário está pior do que seus executivos previam há seis meses.

A empresa também diz que “não pode garantir” que o crescimento de vendas, no conceito “mesmas lojas”, seja positivo no segundo semestre.

Os comentários foram feitos em reunião com investidores ontem em São Paulo.

Na mesma reunião, o controlador da Via Varejo, o Grupo Pão de Açúcar, disse que o cenário para este ano está “desafiador.”

A única luz no fim do túnel veio da Hering, cujos executivos se mostraram mais animados depois de um primeiro semestre muito dificil e pelo fato das iniciativas anunciadas no final de 2013 estarem agradando o canal de franqueados.

***

Ainda neste tema, uma empresa de software de logística que tem clientes em vários setores da economia disse à coluna que o volume de fretes está em queda de 17% desde o início do ano, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Por Geraldo Samor

Pronto! Marina enterrou Eduardo Campos. Líder da Rede já jogou no lixo os primeiros compromissos e deu um pé no traseiro do PSB. Quem está surpreso? Ou: de novo, a vespa e a joaninha inocente

A vespa se aproxima da Joaninha inocente; o objetivo é injetar um ovo em seu abdômen sem que a coitadinha perceba. Nem dói...

A vespa se aproxima da Joaninha inocente; o objetivo é injetar um ovo em seu abdômen sem que a coitadinha perceba. Nem dói…

Depois de algum tempo, a Joaninha passa a carregar a estrovenga, como um zumbi, uma morta-viva. Assim que a nova vespa nascer, a hospedeira morre... para valer

Depois de algum tempo, a Joaninha passa a carregar a estrovenga, como um zumbi, uma morta-viva. Assim que a nova vespa nascer, a hospedeira morre… para valer

O PSB oficializou nesta quarta-feira a candidatura de Marina Silva à Presidência da República, tendo o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS) como vice. Para não variar, tudo está sendo feito de acordo com as exigências de… Marina. O partido que a recebeu já foi transformado em mero hospedeiro. Ela não está nem aí para a legenda que a abrigou. Pois é… Eu sempre disse que seria assim. Vamos ver?

1: Marina disse há quatro dias que acataria os acordos regionais feitos por Eduardo Campos. Isso não vale mais: ela só vai subir em palanques em que todos os partidos pertençam à coligação nacional. Isso exclui São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio.

2: O comando do PSB afirmou que Marina assinaria uma carta de compromisso mantendo os fundamentos do programa que Campos queria para o país. Marina já deixou claro que não assina nada.

3: O PSB tinha o comando da campanha de Eduardo Campos, que estava a cargo de Carlos Siqueira. Marina resolveu dividir a função com o deputado federal marineiro Walter Feldman (SP). Na prática, todo mundo sabe, Siqueira foi destituído.

Vale dizer: Marina está, como sempre, fazendo tudo o que quer, do modo que quer, na hora em que quer. Para alguma melancolia deste escriba, acabo de ouvir na TV uma jornalista a dizer que isso só prova a… “coerência” de Marina. É mesmo, é? Entre a burrice e a desinformação, acuso as duas.

Feldman, agora seu braço-direito, é um portento da “nova política” que Marina diz abraçar. Foi secretário do governador Mário Covas e dos prefeitos José Serra e Gilberto Kassab. Só não se tornou secretário de Saúde do então prefeito Paulo Maluf porque Covas não deixou. Saiu do PSDB atirando contra o governador Alckmin e voltou tempos depois, fazendo uma espécie de mea-culpa. Durou pouco a fidelidade. Ainda como deputado tucano, juntou-se aos marineiros e passou a comandar a resistência a qualquer acordo com o PSDB em São Paulo. Não se trata de uma sequência para depreciá-lo. Trata-se apenas de fatos.

É claro que Feldman vai atuar contra a candidatura de Alckmin à reeleição. Até aí, tudo bem, né? Faça o que quiser. Ocorre que o candidato a vice na chapa do governador é o deputado Márcio França, do PSB, partido ao qual, formalmente ao menos, Marina e seu coordenador pertencem. Aliás, depois de Campos, França era a liderança de maior expressão nacional da legenda, que tem uma grande chance de ocupar um posto político importantíssimo no Estado mais rico do país e com o maior eleitorado.

Se Marina já deixou claro que não vai respeitar os acordos firmados por Campos, ainda que esteja ocupando o seu lugar, por que ela respeitaria o programa do PSB caso se eleja presidente da República? A minha tarefa é fazer a pergunta. A dela é cuidar da resposta.

Olhem aqui. No dia 19 de dezembro de 2013, escrevi um post em que comparava Marina a certa vespa que usa outros insetos, especialmente a joaninha — ainda viva — para depositar seu ovo. A estrovenga é injetada diretamente no abdômen da vítima, que carrega, então, a larva até que uma nova vespa venha à luz. Quando esta nasce, o hospedeiro morre. O nome disso é “parasitoidismo”, que é diferente do parasitismo, que não mata o hospedeiro. Há oito meses, portanto, com Campos ainda vivo, afirmei que era precisamente isso o que Marina faria com o PSB. Como eu sabia? A partir de determinado momento, ela tentou ser um parasistoide do PT, com agenda própria. Foi repelida. Buscou fazer o mesmo com o PV. Foi repelida outra vez — e sua grande votação não levou a um aumento da bancada da legenda. Era o partido do “Eu-Sozinha”. Terminada a eleição, tentou tomar a direção dos Verdes. Não conseguiu e saiu para fundar a Rede. Agora, no caso do PSB, não sei, não, parece que o ovo foi parar no abdômen da legenda.

Ganhe Marina a eleição ou não, tão logo ela migre para a sua Rede, o PSB será menor do que era antes da sua entrada. Na nova legenda, aí sim, ela será, como sempre quis, em sua infinita humildade, Igreja e Estado ao mesmo tempo; rainha e autoridade teológica. E sempre cercada de fanáticos religiosos, com diploma universitário.

Por Reinaldo Azevedo

Segundo homem na hierarquia do PSB se irrita com Marina e deixa campanha

Por Marcela Mattos, na VEJA.com:
O secretário-geral do PSB, Carlos Siqueira, que ocupava a coordenação de campanha do partido à Presidência da República, irritou-se com a candidata Marina Silva e deixou a campanha. “Eu não estou deixando porque eu não estava (na campanha da Marina). Eu estava na campanha do Eduardo Campos. Nela eu sempre estive. Agora é uma nova fase e tem que ter uma nova coordenação. Eu disse claramente isso a ela na quarta-feira, que eu não ficaria na sua coordenação”, disse Siqueira, ao chegar à sede do partido nesta quinta-feira. Ele afirmou que não vai recuar da decisão “de forma alguma”. “Eu estava na coordenação de uma pessoa que era do meu partido, que eu tinha estrita confiança. Agora, terminou essa fase e vai começar uma campanha com uma nova candidata. E essa nova candidata deve escolher seu novo coordenador.”

Ao longo de toda a quarta, tensões marcaram as reuniões que antecederam a confirmação da candidatura de Marina. Ela pediu que funções como a coordenação da campanha e finanças fossem assumidas por nomes mais próximos a ela. A coordenação-geral ficou com o deputado licenciado Walter Feldman, porta-voz da Rede Sustentabilidade e braço direito de Marina. O cargo era ocupado por Carlos Siqueira. O PSB ficou apenas com a coordenação adjunta. Ao anunciar as mudanças aos membros do partido e da Rede, a ex-senadora afirmou que aguardaria a indicação dos socialistas para o nome que comporia a coordenação com Feldman. Siqueira sentiu-se desprestigiado, uma vez que Marina não citou seu nome. “Essa mulher me maltratou”, afirmou aos presentes à reunião. Na quarta, Henrique Costa, responsável pela tesouraria, foi substituído por Bazileu Margarido, que ocupava o posto de coordenador-adjunto da campanha. Costa, que não é filiado ao PSB, foi indicado ao cargo por Eduardo Campos. Com carreira em instituições financeiras, ele cursou economia com a viúva do ex-governador de Pernambuco, Renata Campos.

Irritado com Marina, Siqueira abandonou a reunião. E só voltou mais tarde, quando membros do PSB conseguiram acalmá-lo. Ao site de VEJA, Feldman afirmou que Siqueira pode ter interpretado mal a afirmação de Marina. Segundo ele, a ex-senadora é “muito rigorosa nas decisões democráticas” e não se sentiu à vontade para anunciar um nome pelo PSB. “Ele esperava ser indicado pela Marina. Nós queríamos que ele fosse indicado pelo partido. Isso é o correto. Nós demos todos os indicativos de que queríamos que fosse ele”, afirmou. Feldman diz esperar que Siqueira recue da decisão. “Ele é uma pessoa capaz e que estava muito envolvida no projeto. O Siqueira desenvolveu com a gente uma relação muito positiva”, afirmou Bazileu Margarido. Segundo ele, Marina tentou conversar com Siqueira na noite de quarta, mas não houve conciliação.

Membros do partido presentes à reunião negam que Marina tenha sido grosseira e creditam a decisão de Siqueira à pressão emocional. O racha interno um dia depois da oficialização da nova chapa presidencial mostra a caminhada conjunta do PSB e da Rede não se dará da maneira pacífica que se tentou demonstrar na noite de quarta – houve, inclusive, uma carta-compromisso para consolidar a união. No documento, o presidente socialista, Roberto Amaral, afirma que os dois partidos serão “generosos, unidos e solidários” e superarão “eventuais divergências” e repudiarão “interesses menores”. Na prática, não é o que se percebe. “Tem gente aqui que tem um ego muito grande. Não dá pra ser desse jeito”, diz um articulador da Rede, evidenciando o clima de tensão entre as legendas.

Siqueira recusou-se a relatar a reunião da noite, em que o partido anunciou o nome de Marina na corrida ao Planalto. Como secretário-geral do PSB, cabe a ele relatar as reuniões da sigla. A função ficou, então, com Joilson Cardoso, secretário Nacional Sindical do PSB. Fontes no partido afirmam que a decisão de Siqueira reflete um esgotamento há muito percebido entre os membros da sigla. Embora sua relação com Marina não fosse claramente de enfrentamento, tampouco era de calmaria. De acordo com membros do partido, é bastante difícil negociar com membros da Rede. E a pressão exercida pelo setores do PSB contrários à ex-senadora recaia toda sobre o secretário-geral. Além disso, Siqueira estaria bastante estressado desde a morte de Campos e já havia sinalizado a intenção de ficar em Brasília, com o presidente do PSB, Roberto Amaral, dedicado a eleger deputados e senadores pela sigla.

“Isso não é divergência com a campanha. É um problema pessoal de um companheiro que quer mudar de função e vai mudar”, disse o presidente do PSB. Para ele, a saída de Siqueira não traz prejuízos. “Eu acho a participação dele mais importante junto a mim. Ele vai trabalhar ao lado do presidente do partido. Eu preciso reforçar a minha estrutura”, disse Amaral. O substituto de Siqueira, segundo Amaral, deve assumir a coordenação-geral, e não adjunta, como pretendia a Rede. O novo nome pode ser anunciado ainda nesta quinta-feira.

Por Reinaldo Azevedo

Radiografia de uma Fraude: um retrato sem retoques da guerrilheira que registra na ficha policial mais codinomes que tiroteios

ATUALIZADO ÀS 10:45

O farto material publicado nesta coluna sobre Dilma Rousseff inclui quatro posts que compuseram, em novembro de 2009, a Radiografia de uma Fraude. O primeiro contempla a guerrilheira de araque, cujo prontuário exibe mais codinomes que tiroteios. O segundo trata da secretária do governo gaúcho que renegou Leonel Brizola para garantir o emprego. O terceiro exibe a ministra que subiu na vida porque o presidente eleito Lula consultou o futuro presidente Lula. O quarto e último descreve o país em que finge viver a candidata que Lula inventou. Tem até trem-bala.

Como a farsa ameaça estender-se por mais quatro anos, é hora de reapresentar a trajetória da nulidade que governa o Brasil, reproduzindo na seção Vale Reprise os textos publicados há quase cinco anos. O conteúdo do primeiro post está resumido no título: “O histórico da guerrilheira tem mais codinomes que tiroteios”Poucos parágrafos bastam para mostrar que, somadas, as ações revolucionárias em que se meteu a jovem doutora em luta armada foram menos assustadoras que um foguetório de festa junina.

A biografia oficial da presidente festeja a valente mineira que enfrentou a bala a tirania dos quartéis. Conversa de 171, corrige a exumação dos fatos. Entre o mergulho na clandestinidade e o dia em que foi presa, Dilma sonhou com a troca da ditadura militar pela ditadura comunista, trocou de marido (uma vez), trocou de organização (duas) e trocou de codinome (várias). Mas a ficha policial não registra uma única e escassa troca de chumbo com tropas inimigas.

Em 2005, quando foi despejado da Casa Civil, o mensaleiro que saía saudou a “camarada de armas” que chegava. A dupla talvez não saiba exatamente a diferença entre gatilho e culatra. O guerrilheiro de festim combateu a ditadura entrincheirado no balcão do Magazine do Homem, em Cruzeiro do Oeste, interior do Paraná. Depois de libertada, Dilma seguiu lutando como comerciante em Porto Alegre. A loja de artigos masculinos resistiu a Dirceu. A lojinha 1,99 não sobreviveu à gerente.

(por Augusto Nunes)

A elite culpada: avenida aberta para populismo e demagogia

Maria Alice Setubal, herdeira do Itaú e amiga de Marina Silva. Fonte: TPM

Pergunto ao leitor: se economia não é jogo de soma zero, se o estado natural da humanidade é a miséria, se José para ficar rico não precisa tornar Pedro pobre, se o lucro não é pecado, então por que os ricos deveriam se sentir culpados por sua riqueza?

Entendo um rico corrupto, tipo os líderes do PT, sentirem-se culpados. Na verdade, deveriam, mas não se sentem. Agora: por que um rico empresário, que amealhou sua fortuna no mercado, na iniciativa privada, por meio de trocas voluntárias, oferecendo valor aos seus clientes, deveria se sentir culpado? Só por ser rico?

Talvez essa seja a maior diferença cultural entre americanos e brasileiros. Lá, os ricos empresários são admirados, valorizados, vistos como exemplos, até mesmo heróis. Ficaram ricos porque se destacaram em uma economia competitiva. No Brasil, os ricos quase sempre são vistos como canalhas, exploradores, fruto do ranço marxista e da falácia da “mais-valia”. Nas novelas da TV Globo o empresário rico é sempre canalha e infeliz, já notaram?

Essa mentalidade produz uma elite culpada, prato cheio para os oportunistas de plantão, os abutres igualitários. Para tentar “expiar seus pecados”, esses ricos passam a adotar uma mensagem esquerdista, até mesmo socialista, e financiam políticos com viés claramente estatizante, o que dificulta a criação de riqueza dos outros.

Pensei nisso tudo ao ler que a socióloga Maria Alice Setubal, herdeira do maior banco do país,reconheceu ter precisado de muita análise para superar sua culpa (se é que a superou mesmo). Diz ela:

Tpm. Você já sentiu culpa por transitar entre dois mundos social e economicamente opostos?

Maria Alice Setubal. Muita! Por muito tempo. Fiz bastante análise para poder superar essa culpa. Ter superado isso me dá a tranquilidade para sentar, conversar, ouvir desgraça ou não, sem culpa.

Caberia perguntar: culpa só por ser rica? E por que isso deveria ser motivo de culpa? Culpado deveria se sentir o filho de um deputado, senador ou ex-presidente petista envolvido em escândalos, que pode usufruir das benesses capitalistas apenas por meio de pilhagem. Mas um empresário que construiu sua fortuna competindo no mercado? Por quê?

O maior problema é justamente que tal sentimento de culpa faz com que esses herdeiros destinem fartos recursos para políticos de esquerda, que adotam uma mensagem contra a própria riqueza, a desigualdade material, como se ela em si fosse o problema, e não a pobreza absoluta, muitas vezes impossibilitada de ser reduzida pelo excesso de governo.

Maria Alice Setubal é bastante próxima de Marina Silva. Não tem problema na narrativa de esquerda, pois o discurso é igualitário. Mas quando um sujeito negro que veio da pobreza como Joaquim Barbosa cumpre as leis e pune os corruptos de esquerda, vira símbolo da tal “elite branca” que “controla” o país há 500 anos. Faz sentido?

No mais, vale perguntar: será que é o PSDB o “partido dos ricos e banqueiros” mesmo?

Rodrigo Constantino

Quem foi que disse que não há tecnologia no socialismo?

A “fartura” em um supermercado venezuelano

Para aqueles críticos do socialismo em sua vertente moderna do século 21, que alegam se tratar do mesmo fracasso de antes, vejam que coisa incrível: a Venezuela de Maduro, o companheiro do PT, inovou! Agora há claros avanços tecnológicos no país, de deixar a Wal-Mart de queixo caído com todos os seus bilhões investidos na área só para lucrar mais.

A Venezuela deve adotar até o fim do ano um sistema biométrico para racionar as vendas de produtos alimentícios em supermercados públicos e privados. O sistema de controle funciona com o cadastramento da cédula de identidade e impressão digital do comprador, evitando que a pessoa compre o mesmo produto mais de uma vez na mesma semana.

Andrés Eloy Méndez, responsável pela fiscalização dos preços, disse, segundo o jornal venezuelano El Universal, que o sistema será implementado até o dia 31 de dezembro. Em abril, o Ministério da Alimentação anunciou que o programa piloto seria adotado na rede pública, mas agora informou que será ampliado para a rede privada.

A intenção do governo é controlar a venda de itens básicos por pessoa. Com o sistema biométrico, será possível, de acordo com autoridades venezuelanas, “receber informações sobre o que os venezuelanos compram, em qual quantidade e com que frequência”, possibilitando o desperdício de alimentos.

[...]

O ministro de Ciência e Tecnologia, Manuel Fernández, informou, citado pelo El Universal, que o ministério trabalha em parceria com o Ministério da Alimentação no desenvolvimento do programa e espera que o piloto esteja pronto em 90 dias. “O sistema biométrico chega para colocar em ordem o mecanismo de abastecimento e torná-lo mais justo”, afirmou Fernández.

Pergunto ao leitor burguês: por acaso os Estados Unidos possuem alguém “responsável pela fiscalização de preços”? Não? Pois é! Vejam só como são os bolivarianos que se preocupam com os mais pobres, não esses capitalistas malditos que só querem lucrar.

É verdade que não vemos filas enormes nos supermercados americanos, que há produtos em fartura nas prateleiras para todos os gostos. Mas há fartura na Venezuela também! “Farta” feijão. “Farta” arroz. E “farta” até papel higiênico! É uma fartura só, sô!

E o governo dos pobres, com viés igualitário, não poderia ignorar essa desigualdade cruel onde uns podem tudo (os poderosos ligados ao governo) e outros nada (o povo). Com biometria de ponta, agora cada um poderá comprar apenas sua ração semanal e dar a vez ao próximo, de forma mui abnegada e altruísta, como sói acontecer em todas as nações socialistas que constroem o “novo homem”.

Um típico alienado pelo império estadunidense, do tipo que lê Veja, poderia dizer que os poderosos vão continuar se dando bem, no mercado negro, como acontecia no socialismo do século 20. A esses patifes “neoliberais” eu digo: o que vale é a intenção!

A Venezuela nos mostra o futuro! E, se Dilma vencer e tiver mais quatro anos no poder, de fato o futuro chegará logo…

Rodrigo Constantino

Mais de 50 milhões de brasileiros devem e não conseguem pagar, e governo quer estimular mais crédito ainda!

Nesta quarta-feira, o “Jornal Nacional” fez uma reportagem sobre o elevado grau de endividamento dos brasileiros. Segundo pesquisa, mais de 50 milhões de brasileiros devem e não conseguem pagar suas dívidas todas. Isso representa algo como 40% dos brasileiros adultos. O país nunca teve tanta gente nessa situação antes.

No mesmo JN, foi divulgada de forma um tanto rápida a decisão do Banco Central ontem de tomar novas medidas para estimular o crédito. Eis tudo o que foi dito por Patrícia Poeta:

O Banco Central anunciou duas medidas para aumentar em até R$ 25 bilhões a oferta de crédito no país. Os bancos poderão reduzir a parcela dos depósitos que precisa ficar retida como reserva de segurança do sistema financeiro. E também poderão diminuir as reservas obrigatórias específicas contra calotes. No mês passado, o Banco Central tinha anunciado medidas semelhantes.

Ou seja, grego para a imensa maioria dos brasileiros. Como não é hábito abaixo da linha do Equador ligar “lé” com “cré”, ou seja, fazer um elo lógico entre as coisas – caso contrário não seríamos mais um continente imerso em tanto populismo e demagogia – seria de bom alvitre o JN ter ajudado a ligar um ponto ao outro.

De um lado, temos famílias cada vez mais endividadas e incapazes de chegar ao final do mês sem dever alguma coisa. Do outro, temos um governo que, por só pensar nas próximas eleições chegando, decide estimular ainda mais o crédito no país no afã de produzir um tiquinho mais de crescimento artificial para reduzir a sensação – legítima – de crise, em uma economia estagnada e com elevada inflação.

No meu dicionário, isso se chama irresponsabilidade. O governo está fomentando uma bolha de crédito que irá, inevitavelmente, estourar um dia. Depois não adianta culpar o mercado, a ganância, o capitalismo, os banqueiros, os agiotas, os abutres ou os ETs.

As impressões digitais do verdadeiro culpado estão sendo deixadas em todas as cenas do crime. É o próprio governo quem está estimulando a farra como se não houvesse amanhã. Guess what? Há amanhã! Ele é inexorável. E chegará cobrando juros e correção monetária daqueles que, hoje, caem no canto da “sereia”, ou seja, Dilma Rousseff.

Rodrigo Constantino

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1 comentário

  • Telmo Heinen Formosa - GO

    Quem são estes energúmenos do mercado "que já aceitam Marina?" Devem ser energúmenos acéfalos, desejosos de brincar com o fogo, apoiar esta marxista para ser nossa GovernANTA. Com o Aécio em baixa, prefiro a Dilma, afinal manter uma PORCA gorda custa menos do que engordar uma PORCA magra, qualquer criador de suinos sabe disso. Ademais, a Dilmanóquia sendo reeleita ela terá uma forte chance de derrotar-se a si mesma e levar de roldão toda petralha.

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