Grandes empresários próximos do governo do PT abandonam o barco: antes tarde do que nunca!

Publicado em 30/08/2014 18:54 e atualizado em 06/03/2020 13:03
POR RODRIGO CONSTANTINO, DE VEJA.COM

Grandes empresários próximos do governo do PT abandonam o barco: antes tarde do que nunca!

Muitos são aqueles que condenam o modelo capitalista pois o confundem com o “capitalismo de estado” ou o “capitalismo de laços”, com aquela enorme simbiose entre grandes empresários e estado. Os liberais defendem algo bem diferente. Clamam por menos intervencionismo estatal e menos poder concentrado no estado, justamente porque sabem do risco de sua captura por grandes grupos, que passam a demandar subsídios e barreiras protecionistas que dificultam a livre concorrência.

O liberal é pró-mercado, não necessariamente pró-negócios. É o processo competitivo que funciona bem, não a aliança nefasta entre governo e grandes empresas. O caso da Fiesp é claro: vários liberais, como eu mesmo, reconhecem que a entidade muitas vezes joga contra o livre mercado, pois pressiona o governo por vantagens ou privilégios. É do jogo, e com um Custo Brasil tão alto, nada mais natural do que essas empresas buscarem compensações.

O problema é que isso acaba produzindo um modelo cada vez mais ineficiente, repleto de remendos pontuais que ignoram a essência do mal e contribuem para a perpetuação do monstrengo estatal obeso e poderoso ao extremo. As empresas acabam reféns dos governantes, e o “investimento” em lobby em Brasília passa a ser mais relevante do que o investimento produtivo.

Alguns empresários grandes, no legítimo esforço de lutar pelo interesse de seus milhares de acionistas, aproximaram-se bastante do governo Dilma desde o começo. Alguns se excederam nos elogios, outros na ingenuidade de que seria possível influenciar a gestão de dentro, ignorando o viés ideológico e o perfil autoritário da presidente. Deram com os burros n’água. E agora acusam o golpe, apontam para as falhas do governo, abandonam o barco furado.

É o caso de Benjamin Steibruch, que até ontem era só elogios ao governo Dilma, e hoje diz que só louco investe no Brasil. Ele já foi devidamente criticado por mim aqui. Foi o entrevistado nas páginas amarelas da Veja desta semana. Seguem alguns trechos:

Steinbruch3

O principal problema de Dilma não é deixar de escutar o “mercado”, para ela sinônimo de 30 grandes empresários reunidos numa sala; e sim seu viés intervencionista, sua descrença no funcionamento do mercado, da iniciativa privada. É um ranço ideológico que estava visível desde o começo. Nenhuma reforma estrutural foi realizada por seu governo, e tudo apontava para a direção atual, de um quadro recessivo e com alta inflação.

Steinbruch

Agora Steinbruch resolve subir o tom, alertar que, no rumo atual, bateremos no muro. Antes tarde do que nunca! O desemprego será a próxima vítima das trapalhadas de Dilma. A perda de credibilidade é total. As medidas pontuais para ajudar uns e outros criaram distorções, insegurança nas regras do jogo. O gasto público só aumenta. Não são medidas positivas, como afirma o empresário. São ruins, equivocadas, erráticas.

Steinbruch2

Aqui Steinbruch deixa transparecer que ainda não está totalmente curado de sua cegueira. Ainda parece acreditar na boa vontade da presidente, diz que o Brasil não está tão mal assim, mesmo se comparado a outros países. Mentira! Está muito pior que a grande maioria. Talvez seja receio de Dilma ser reeleita. Ninguém gosta de ficar mal com o governo. Mas é preciso ter coragem para dizer a verdade e, com isso, contribuir para a efetiva mudança de rumo.

Steinbruch não foi o único a pular do barco que afunda. Antes dele, Jorge Gerdau já vinha atacando o governo, a quantidade insana de ministérios, a burocracia. Como alguém que tentou ajudar de dentro, ele sabe como é difícil mexer no que precisa ser mexido, ainda mais com uma equipe tão ideológica como a de Dilma, além de incompetente.

Abílio Diniz foi outro que subiu o tom e agora critica o governo Dilma, junto com o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual. Ambos fizeram comentários negativos e demonstraram preocupação com os rumos atuais, conforme relata uma reportagem da Veja:

Gerdau

Não foi por falta de aviso. De bobos esses empresários não têm nada, ou não chegariam aonde chegaram. Com muitos bilhões em risco, talvez seja natural adotar um viés otimista, desejar crer que é possível levar um pouco de razão aos governantes, mesmo quando se trata de alguém como Dilma. Era uma doce ilusão.

Dilma está blindada contra a lógica. Sua carcaça ideológica a torna impermeável à razão. Esses grandes empresários levaram tempo demais para perceber isso. Alguns ainda não caíram na real totalmente. Mas antes tarde do que nunca, pois com mais quatro anos de governo Dilma, o Brasil teria o mesmo destino da Argentina. Esses empresários precisam parar de alimentar o monstro que quer devorá-los…

Rodrigo Constantino

Eleições 2014

Se eleita, Marina deve pôr em xeque modelo de coalizão

Candidata do PSB pode formar terceira maior bancada da Câmara dos Deputados caso tucanos integrem o seu eventual governo

A candidata à Presidência da República pelo PSB, Marina Silva

A candidata à Presidência da República pelo PSB, Marina Silva (Felipe Cotrim/VEJA.com)

Com uma base no Congresso que deverá ser semelhante à do ex-presidente Fernando Collor, a eventual eleição da candidata do PSB, Marina Silva, deve pôr em xeque o modelo de presidencialismo de coalizão que sustenta as relações do Executivo com o Legislativo desde a redemocratização, em 1985, e deverá levá-la a uma dependência grande do PSDB.

Como há uma rejeição forte do grupo da candidata ao PMDB, e o PT já sinaliza que migrará para a oposição se Marina for eleita, a expectativa é que a sigla tucana integre o centro de forças de um eventual governo de Marina Silva, formando a terceira maior bancada na Câmara dos Deputados, atrás de petistas e peemedebistas.

A agenda legislativa anunciada por Marina até o momento reforça essa expectativa: ela pretende aprovar duas grandes reformas constitucionais, a política e a tributária, que precisam do apoio de ao menos 308 dos 513 deputados federais.

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PSDB — Outro motivo da dependência do PSDB é o fato de o PSB ter boa interlocução com os tucanos. São três os principais nomes a fazer esta ponte. O deputado Márcio França (PSB), que nesta eleição concorre como vice do governador Geraldo Alckmin; Walter Feldman (PSB), atual coordenador da campanha de Marina e ex-tucano; e Roberto Freire (SP), presidente do PPS, antigo aliado do PSDB. Além deles, o ex-governador José Serra (PSDB), que concorre ao Senado por São Paulo, é um interlocutor no partido. A ex-ministra já declarou que gostaria de contar com o apoio de Serra caso ele seja eleito.

Por meio do PSDB, outros partidos poderiam aos poucos aderir a um eventual governo Marina e lhe dar a maioria que ela precisa. Caso, por exemplo, do PSD de Gilberto Kassab. Secretário-geral do partido, o ex-deputado Saulo Queiroz acha que o PSDB não terá outro caminho a não ser apoiá-la e diz que a sua própria sigla poderia integrar sua base.

"Todo mundo que não está no jogo da Dilma poderá fazer o jogo da Marina. Não mantivemos nenhum cargo no governo Dilma. O único que temos é uma indicação pessoal dela, não do partido. Até mesmo uma aproximação com o PSD é perfeitamente viável, por que não?", diz Queiroz.

Apoio — Estimativa feita pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) aponta que Marina teria um apoio consistente de 80 a 120 deputados, no máximo, na próxima legislatura. Esse seria o chamado "núcleo duro" da presidente, formado por parlamentares eleitos pela coligação dela e de outros que passam a apoiar o governo após as eleições.

Marina também deve ter o apoio condicionado de 213 a 253 deputados. O Diap prevê que 180 deputados fariam oposição frontal a uma gestão Marina. Os dados são semelhantes aos que Collor teve durante seu governo, entre 1990 e 1992. Para a aprovação de um projeto de lei, são necessários 257 dos 513 deputados. Para emendas constitucionais, são necessários 308 votos.

Modelo Itamar — O modelo idealizado é o mesmo colocado em prática pelo presidente Itamar Franco (1992-1994): escolhas pessoais para os ministérios e maiorias eventuais para aprovar projetos. "Duvido que alguém vá querer um ministério, uma emenda e que o governo vai pressionar alguém para votar", afirmou o senador Pedro Simon, líder do governo Itamar no Senado e aliado de Marina. Ele citou como padrão de comportamento a aprovação das propostas que culminaram na criação do Plano Real.

(Com Estadão Conteúdo)

Pânico na elite vermelha. Ou: Os petistas vão esverdear?

Os vermelhos vão tentar invadir o verde!

Guilherme Fiuza chegou aos dez mais vendidos com sua coletânea Não é a mamãe – para entender a era Dilma, que cheguei a comentar aqui. Merecido. O livro é uma radiografia excelente dos últimos anos de hipnose coletiva no Brasil. Resta saber se agora terá de escrever o Não é a Madre – para entender a era Marina, como ironizou nosso editor.

Em sua coluna de hoje, Fiuza fala do desespero que a turma do PT deve estar sentindo com o risco real de perder suas boquinhas e ter de, finalmente, trabalhar de verdade. Marina Silva chegou para abalar as estruturas da acomodação parasitária dos petistas. Claro, o risco de essa “elite vermelha” tentar se “esverdear” para preservar tetas gordas é grande, como reconhece o jornalista ao término do texto:

Pode-se imaginar o movimento fervilhante nas centrais de dossiês aloprados. Há de surgir na Wikipédia o passado tenebroso dos adversários de Dilma Rousseff. Logo descobriremos que foram eles que sumiram com Amarildo, que depenaram a Petrobras, que treinaram a seleção contra os alemães. É questão de vida ou morte: como se sabe, a elite vermelha terá sérias dificuldades de sobrevivência se tiver que trabalhar. Vão “fazer o diabo”, como disse a presidente, para ganhar a eleição e não perder a gerência da boca.

[...]

O PSDB, como os outros partidos, adora vender contos de fadas. Mas seu candidato, Aécio Neves, resolveu anunciar previamente o seu principal ministro. Eis a sutil diferença entre o compromisso e a conversa fiada.

Marina Silva também é uma boa notícia. Só o fato de ser uma pessoa íntegra já oferece um contraponto valioso à picaretagem travestida de bondade. Nunca é tarde para o feminismo curar a ressaca dos últimos quatro anos. O que seria um governo Marina, porém, nem ela sabe. Se cumprir a promessa de Eduardo Campos e empurrar o PMDB S.A. para a oposição, que grande partido comporia a sua sustentação política? Olhe em volta e constate, com arrepios, a hipótese mais provável: ele mesmo, o PT — prontinho para a mudança, com frete e tudo.

Marina vem do PT e está no PSB, cujo ideário é de arrepiar o maior sonho cubano de José Dirceu. E tentar governar acima dos partidos foi o que Collor fez. Que forças, afinal, afiançariam as virtudes de Marina? A elite vermelha está pronta para se esverdear.

Marina já sinalizou que pretende governar usando os melhores quadros do PT e do PSDB, para colocar para escanteio as raposas velhas do PMDB. Resta saber que quadros bons tem o PT! No mais, retórica à parte, há claros indícios de que, ao menos na economia, Marina vem flertando com o modelo tucano.

As presenças de Eduardo Giannetti e Andre Lara Resende atestam isso, assim como o programa divulgado ontem, que defende até a independência de Banco Central, o fim dos preços represados e o tripé macroeconômico com um estado mais enxuto. A ponto de o brincalhão e humorista que posa de pensador, Emir Sader, fazer o seguinte comentário em seu Twitter:

Emir Sader

Eis que Marina já virou, para a esquerda retrógrada, uma representante do estado mínimo! Deixando a gargalhada de lado, é notável que a ex-petista vem fazendo um esforço na direção correta. O discurso de Marina tem tido viés claro de oposição ao governo atual. Não faria sentido algum compor com o próprio PT depois. Seria uma traição aos seus eleitores. Claro que tudo é possível, que Marina é uma incógnita, e que seu passado é, afinal, petista. Mas seria bastante estranho e contraditório.

Que o PT vai oferecer seus “serviços”, caso derrotado, não resta dúvida. Mesmo depois de massacrá-la em um jogo sujo e baixo, como só o PT sabe fazer. Rato magro quando chega ao poder não larga o osso facilmente, nem depois de ficar obeso. Mas Marina faria bem em deixar muito claro que rejeitará qualquer parceria com essa turma, que não aceitará o vermelho “convertido” em verde da noite para o dia.

Mesmo sendo ela uma “melancia” (verde por fora, mas vermelha por dentro), as chances de vitória real como oposição ao PT devem jogá-la mais para o centro, especialmente na economia, adotando o maior bom senso dos tucanos. Marina assinou ontem sua “Carta ao Povo Brasileiro”, como fez Lula em 2002. Lula cumpriu o prometido, ao menos no começo, e depois enganou a todos. E Marina, fará o mesmo? Quem viver, verá.

Rodrigo Constantino

A crise é mundial, diz Saci Pererê!

Quando há um problema que ajudamos a criar, existem duas posturas distintas: assumir a responsabilidade para resolvê-lo; ou enfiar a cabeça na areia feito um avestruz e sair culpando os outros com uma metralhadora giratória. A primeira é aquela das pessoas com dignidade, caráter e coragem, não por acaso as vencedoras na vida; a segunda é a dos covardes, mentirosos, frouxos, não por acaso a dos perdedores.

O PT, obviamente, adota sempre a segunda postura. Diante de uma recessão antecipada pelos economistas sérios e causada pelos constantes equívocos do governo, o que fazem Dilma e Mantega? Culpam as estrelas, a Copa, a seca, o resto do mundo, e mentem para os ignorantes, afirmando que tudo será melhor daqui para a frente, quando as eleições já tiverem passado.

Repetir que a crise é mundial e que por isso estamos em recessão é tão ridículo que só mesmo um perfeito alienado poderia acreditar. É como crer que Saci Pererê existe de fato. O problema, como sabemos, é que existem muitos eleitores alienados. Pois bem: vejamos a grande crise internacional que seria a responsável pela nossa recessão:

PIB mundo

O Brasil só está melhor do que a Ucrânia, país praticamente em guerra civil com os separatistas bancados pela Rússia. Parabéns, PT! Até mesmo a Grécia consegue “crescer” mais do que a gente! É o resultado de uma ideologia fracassada, de um modelo intervencionista, repleto de truques rudimentares, de empulhação, de embuste, de arrogância.

Os mesmos de sempre vão apontar para bodes expiatórios agora, ou fingir que não aplaudiam antes as medidas adotadas por Dilma. É sempre assim: aprendemos com a história que não se aprende muito com ela. O que dizer de um país em que gente como Maria de Conceição Tavares e Luiz Gonzaga Belluzzo ainda é ouvida pela imprensa para dar sua inestimável visão econômica, sempre errada?

Como disse Elena Laudau: “Nos últimos três anos, o Brasil cresceu 1,8% por ano em média. Muito menor que a América Latina. Não é uma questão pontual. [...] O Brasil perde de todo mundo. Não é por culpa de uma crise internacional. É erro na política econômica. Quando as commodities nos ajudaram a crescer, diziam que era a política econômica. Agora, dizem que é crise externa”.

O Brasil caminha ladeira abaixo, e temos no volante uma “presidenta” que acelera cada vez mais… rumo ao fundo do poço! Tirar o PT do poder é a grande prioridade. Ninguém pode ser pior do que Dilma…

Rodrigo Constantino

Ué, não era culpa da tal crise externa? Ou: Desmascarando Dilma com uma imagem

Está tudo jóia, é só um probleminha com a economia americana… ops!

A presidente Dilma tem repetido ad nauseam que estamos enfrentando dificuldade por conta de uma suposta crise externa, aquela que o ex-presidente Lula garantia ser apenas uma “marolinha”. Há só um detalhe: não está fácil identificar tal crise!

Dilma tem citado o Japão ou a Europa. Oh, really? Vai mesmo escolher a dedo os países em maior dificuldade no epicentro do furacão? Que tal comparar o Brasil com os países emergentes asiáticos? Não quer tanta covardia? Então que tal comparar o Brasil com seus vizinhos latino-americanos?

Ainda acha covardia? De fato, esses países, especialmente os que fizeram a Aliança do Pacífico e abraçaram a globalização, crescem bem mais do que a gente, e com bem menos inflação. Vamos, então, usar os Estados Unidos mesmo, a maior economia do planeta. Se até os Estados Unidos conseguem crescer nesse cenário, por que só o Brasil deveria justificar sua recessão com a tal “crise externa”? Vejam:

PIB Brasil news

 

 

PIB EUA news

São chamadas de notícias com apenas um dia de distância. Dados quentíssimos! O gigante americano, com todos os seus problemas, no epicentro do furacão e responsável em boa parte pela crise de 2008, está agora crescendo 4% ao ano, surpreendendo os analistas.

Já o Brasil está com queda de 0,6% no trimestre e 0,9% ano contra ano, também surpreendendo os analistas e especialmente o governo, só que para baixo. Será que Dilma ainda vai ter a cara de pau de acusar os críticos de “pessimismo”? Dessa turma tudo é possível…

Rodrigo Constantino

Um tango brasileiro

Dilma e Kirchner: mais do que companheiras; irmãs de ideologia!

A sucessão de malfeitos é inacreditável, mas isso não impediu que até bem pouco tempo atrás alguns proeminentes economistas brasileiros os indicassem como exemplo a ser seguido. No front doméstico, houve elevação da inflação, deterioração da infraestrutura, enfraquecimento das instituições e queda dos indicadores de bem-estar social.

Ao mesmo tempo em que as condições de 2003 eram extremamente difíceis, havia uma grande oportunidade para colocar o país nos trilhos. Teve início o ciclo de alta das commodities puxado pela China, que muito beneficiou os países produtores. A balança comercial saiu de uma situação de forte déficit.

As condições para a estabilidade estavam dadas. Bastava uma política de austeridade fiscal, combate à inflação e câmbio flutuante. No entanto, o governo enveredou-se por um caminho errado. O câmbio foi novamente usado como âncora para combater a inflação. A política fiscal cedeu ao populismo, com gastos crescentes. A inflação foi encarada como mal menor. As taxas de juros se mantiveram muito baixas, artificialmente.

Com o tempo, outras distorções foram sendo introduzidas na economia. Os preços administrados foram fortemente subsidiados, com destaque para a energia elétrica. O resultado, como não poderia deixar de ser, foi a queda dos investimentos. O governo passou também a adotar uma postura de confronto com os empresários.

As arbitrariedades não param por aí. O instituto nacional de pesquisas foi loteado e passou a falsificar estatísticas. Resultado: ninguém confia mais nas estatísticas oficiais. Não se sabe ao certo o tamanho da inflação ou quanto cresce a economia. O Banco Central também está sendo usado para fechar as contas, em uma típica operação de impressão de moeda para financiar a dívida pública. Causa espanto como a inflação não acelerou para níveis ainda mais altos. Isso se deu provavelmente por causa da âncora cambial.

O texto acima são trechos retirados da coluna do economista da JGP Fernando Rocha,publicado no Valor nesta quinta. De quem ele está falando? Parece claramente que fala de nosso Brasil, certo? Errado. Está relatando a desgraça que se abateu sobre nossa vizinha Argentina, cujo populismo do casal Kirchner afundou sua economia no caos.

Rocha conclui seu alerta: “A sucessão de eventos parece um pesadelo, mas tudo isso poderia ter sido evitado. A Argentina é o exemplo de como o populismo político, aliado à má condução da economia, pode levar ao retrocesso um país cheio de potencialidades, rico em recursos naturais e com um povo relativamente educado. Que nos sirva de lição.”

Resta saber: servirá?

Rodrigo Constantino

Uma entrevista hipotética com Guido Mantega

Nota do autor: a entrevista abaixo foi realizada após a administração do “gás da verdade” no ministro.

RC: Ministro Guido Mantega, obrigado por “aceitar” essa entrevista hipotética. Sei o quanto deve ser duro para o senhor ter de enfrentar alguém que lhe faça perguntas incômodas, sem levantar bola para suas fugas habituais. Sem mais delongas, vamos em frente que tempo é dinheiro. O que aconteceu com esse PIB? Estamos em recessão! Mas a Copa não seria boa para o país?

GM: Olha, meu jovem, a Copa seria ótima para a economia. Ao menos era isso que dizíamos antes. Mas sabe como é, o resultado foi ruim, muito aquém do que gostaríamos, os turistas que vieram em grande parte eram molambos (posso usar essa palavra?), tivemos muitos dias enforcados…

RC: Pois é. Aproveitando a deixa, isso não é prova do fracasso da gestão e de nossa infraestrutura, que teve sete longos anos para ser resolvida?

GM: Talvez, talvez. Mas isso não importa mais. O fato é que a Copa, que achávamos que ajudaria, atrapalhou.

RC: Mas isso não explica nem de perto a situação econômica em estado grave. O declínio vem de longa data, a indústria está em frangalhos. O que se passa?

GM: Veja, há a questão da crise externa…

RC: Aquela que o ex-presidente Lula chamou de “marolinha”?

GM: Sim, essa mesmo! A “marolinha” virou um tsunami e varreu tudo!

RC: Mas ministro, sem querer ser chato, os países asiáticos crescem bem mais do que a gente e com bem menos inflação. Mesmo na América Latina os países da Aliança do Pacífico crescem muito mais, também com menos inflação. E até a economia americana está crescendo bem agora. Que crise é essa?

GM: Ora, basta olhar o PIB dos países europeus…

RC: Então o senhor quer dizer que o Brasil deve ser comparado com os países mais doentes da doente Europa, no epicentro de um furacão econômico?

GM: Eu escolho sempre os piores para pintar um quadro relativo melhor para o Brasil, sabe? Estamos em ano eleitoral. Aliás, convenhamos: para o PT todo ano é de eleição, pois vivemos num eterno palanque… (risos)

RC: E a questão do setor elétrico, ministro? Estamos vendo a fatura bilionária do intervencionismo do governo, um “tarifaço” que vai punir o consunidor, e o risco de racionamento ou apagão que não vai embora.

GM: Culpa de São Pedro. Se ao menos chovesse mais…

RC: E o caso de nosso setor automotivo massacrado, tendo de demitir milhares de pessoas?

GM: Culpa da Argentina…

RC: Ministro, assim fica difícil. Quer dizer que todos esses inúmeros problemas particulares do Brasil são culpa das estrelas, dos astros, sempre de algo fora de sua responsabilidade, longe da alçada do governo Dilma?

GM: Ora bolas! A culpa é MINHA, e eu a coloco em quem eu bem entender!

RC: Obrigado pela sinceridade, ministro. O senhor não acha que a turma da Unicamp já causou estrago demais ao Brasil?

GM: Sempre há mais o que fazer…

RC: Já tem planos para 2015, quando perder o emprego?

GM: Conhece alguém que precise de um estagiário em economia? Posso lhe mandar um currículo?

RC: Farei o que for possível para ajudá-lo. Talvez alguma vaga de contínuo eu consiga arrumar. Até nunca mais, ministro.

Rodrigo Constantino

 

ARTIGO NA FOLHA DE S. PAULO, POR ROGÉRIO CEZAR DE CERQUEIRA LEITE:

Desvendando Marina

Não me sinto confortável em ter como presidente uma pessoa que acredita que o Universo foi criado em sete dias há apenas 4.000 anos

A inesperada candidatura da sra. Marina Silva à Presidência da República deixa perplexos tanto a população como a opinião pública, inclusive os mais avisados. Todos reconhecem sua honestidade e inquestionável obstinação pelo progresso do homem brasileiro. Mas, por que então esse embaraço? Essa inquietação? Detecto, em casos extremos, cidadãos bem-intencionados que dizem que votarão em Marina, mas que, consciente ou inconscientemente, preferem que ela perca. Por que essa ambivalência?

Não é por causa de seu apego a questões ecológicas, certamente, pois percebemos que as circunstâncias e as necessidades materiais imporão limites realistas a eventuais ações nesse campo. Não é por medo de inadequação em gestão, pois sua equipe, principalmente aquela que a assistia quando montava o seu partido, a Rede, inclui executivos, economistas e intelectuais reconhecidamente competentes.

Resta considerar suas crenças mais íntimas, inclusive religiosas. Minha convicção é a de que o comentarista não tem o direito de especular sobre a religião das pessoas que analisa. Todavia, há exceções quando se suspeita que essas crenças possam ter influência no bem-estar do povo. É o caso de fundamentalismos, inclusive o criacionismo.

Marina Silva, no passado, admitiu essa sua convicção. Ultimamente, evita discussões sobre o problema. Pois bem, não me sinto confortável em ter como presidente uma pessoa que acredita concretamente que o Universo foi criado em sete dias há apenas 4.000 anos, aproximadamente.

Pois, para isso, é preciso ignorar a montanha de dados cientificamente incontornáveis e todo o patrimônio intelectual que a humanidade acumulou durante séculos. Percebo no fundamentalista cristão uma arrogância incomensurável, que apenas pode ser entendida como uma perversão intelectual, que não pode deixar de impor tendências cujos limites são imprevisíveis.

Muitos de seus seguidores vão perguntar qual seria a explicação para o fato de que tantos intelectuais (ou seriam pseudointelectuais) tivessem se integrado à Rede? Pois bem, Marina é um tesouro eleitoral, arrasta com ela uma multidão de eleitores bem-intencionados. Teria sido pelas suas ideias que esses economistas e intelectuais aderiram à Rede ou seria por causa do caudal aurífero eleitoral que, na sua liderança, perceberam?

Outros vão interpor contestações subjetivas como aquelas relacionadas às suas incontestáveis qualidades, tais como articulação oral, capacidade como debatedora, eloquência etc. Ora, o fenômeno que foi chamado originariamente "idiot--savant" (savantismo) é hoje universalmente aceito.

A ciência reconhece que o cidadão pode atuar de maneira coerente em um campo, ser mesmo genial, enquanto em outras áreas do comportamento mostra-se incapaz, por vezes incontrolável. Ou seja, pior ainda. O fundamentalismo de Marina Silva não decorre da ignorância, mas de um defeito de percepção. Os especialistas chamam essa condição de desordem do desenvolvimento neural.

Essa é a razão por que espero que Marina não ganhe esta eleição.

A magia ao luar é o enigma do amor. Ou: O intelectualismo como fuga da vida

magia ao luar

Assisti nesta sexta a “Magia ao luar”, novo filme de Woody Allen. Trata-se de um legítimo Woody Allen! Há quem não goste do estilo, mas, fazer o quê? Gosto não se discute; lamenta-se. Para mim, Allen é um dos maiores diretores existentes, e seus filmes são deliciosos. Essa é a palavra.

É um deleite acompanhar seu ritmo, a escolha das imagens e do visual, sua trilha sonora (que está magnífica neste filme), seus diálogos inteligentes e, claro, o humor “involuntário” de seus personagens autobiográficos. Nesse caso na atuação brilhante de Colin Firth, que incorpora como poucos o perfil de neurótico obsessivo racionalista e, portanto, pessimista e “sem humor” do próprio Allen.

Não pedimos para nascer, nada fizemos de errado, e já viemos ao mundo condenados à morte! Essa “sentença” captura com perfeição a visão de mundo racionalista de um típico obsessivo. Mas será que não há nada além do que nossa vista alcança mesmo? Será que os céticos infelizes é que estão certos, afinal? Estamos condenados à maldição de Sísifo e nada mais?

Difícil falar do filme sem “spoilers”. É preciso ver. Eis a curta sinopse oficial: Stanley (Colin Firth), um falso mágico com talento para desmascarar charlatões, é contratado para acabar com a suposta farsa de Sophie (Emma Stone), simpática jovem que afirma ser médium. Inicialmente cético, ele aos poucos começa a duvidar de suas certezas e se vê cada vez mais encantado pela moça.

Os diálogos do filme parecem reflexões pessoais do próprio Woody Allen, também ele um ateu convicto. Qual o sentido nisso tudo? Na vida? Talvez seja relativamente fácil destruir todas as ilusões. O “martelo” de Nietzsche fez bem esse papel. A questão que surge é: o que colocar em seu lugar? Apenas o niilismo? Nem Allen suportaria, e a sublimação pela arte – arte obsessiva, com sua indelével impressão digital – é sua resposta.

Lembro-me de um colóquio que participei há muitos anos, em minha fase mais “objetivista” de seguidor fiel de Ayn Rand, em que uma senhora perguntou, no intervalo, se eu realmente acreditava que até a “escolha” do amor era tão racional assim, um cálculo objetivo de prós e contras, de qualidades e defeitos. Fiquem encasquetado, confesso.

No filme “Quero ficar com Polly” (2004), com Ben Stiller e Jannifer Aniston, há uma cena que retrata o absurdo dessa postura. O personagem de Stiller começa a introduzir inputs em sua planilha, ele sendo um avaliador de riscos para seguros, de modo a confirmar com quem ele deveria ficar. Ele já sabia a resposta. E ela não era tão racional assim. Não era fruto de um cálculo milimétrico de vantagens e desvantagens, o que seria muito frio, sem graça.

Felizmente, há alguma magia na vida, algo que nos escapa, que foge à razão. Existe um enigma que não pode ser respondido, mesmo pelos mais céticos e racionais. O filme novo de Woody Allen é uma homenagem a isso, a essa pitada de sal maravilhosa em nossas vidas “sem sentido”. O cético racional pode até desmascarar um embuste, mas não pode evitar cair no feitiço do amor.

O que me remeteu a um texto que escrevi com base em um dos melhores livros de Aldous Huxley, escrito coincidentemente na época em que o filme de Allen se passa, os anos 1920. Para ser mais preciso, no exato ano: 1928. Segue:

O intelectualismo como fuga da vida

“Refreia as tuas paixões, mas toma cuidado para não dar rédeas soltas à tua razão.”  (Karl Kraus)

O homem mesmo se denominou homo sapiens, de forma um tanto arrogante. Sim, está claro que somente os humanos desfrutam da potente capacidade racional da mente, por meio de sua autoconsciência e raciocínio lógico-dedutivo. E que ferramenta fantástica! A razão é sem dúvida aquilo que mais nos diferencia dos demais animais. Mas, e quanto aquilo que nos aproxima deles? Por que evitar ou jogar no lixo? Por que achar que são menos humanos os “instintos” animais responsáveis por nossas paixões? Será que faz sentido cortar o homem em duas partes, mente e corpo, e ainda por cima alçar uma ao pedestal de deusa, atirando a outra no fogo?

Em seu magnífico livro Contraponto, Aldous Huxley fala, por meio do personagem Rampion, sobre esse assunto, de forma bastante apaixonada – como não poderia deixar de ser. Para Rampion, a “alma consciente quer mal às atividades da parte inconsciente, física e instintiva do ser total”. Ele continua: “A vida de uma é a morte de outra e vice-versa. Mas o homem são de espírito pelo menos procura guardar o equilíbrio. Os cristãos, que não eram sãos de espírito, disseram às gentes que elas deviam lançar uma metade de si mesmas na lata do lixo. E agora os cientistas e os homens de negócio vieram para nos dizer que devemos jogar fora a metade que os cristãos nos deixaram. Prefiro ficar vivo, inteiramente vivo. É tempo de fazer uma revolta a favor da vida e da plenitude”.

Escrito em 1928, o livro captura bem a essência das diferenças entre a vida de um Rampion e de um típico “intelectual puro”, Philip Quarles. O interessante é que o próprio Quarles tinha noção disso, e relata em seu caderno de notas: “A companhia de Rampion me deprime um pouco; porque ele me faz ver quão grande é o abismo cavado entre o conhecimento da evidência e o simples fato de vivê-la realmente. Ah! Que dificuldades há para transpor esse abismo! Percebo agora que o verdadeiro encanto da vida intelectual – da vida consagrada à erudição, à pesquisa científica, à filosofia, à estética, à crítica – é a sua facilidade. É a substituição de simples esquemas intelectuais em lugar das complicações da realidade; da morte silenciosa e rígida em lugar dos movimentos desconcertantes da vida”.

Quarles descobre então que o “intelectualismo” não passa de uma fuga também, como tantas outras que os homens inventam para o desespero de uma vida sem muito sentido lógico: “A corrida para os livros e para as universidades lembra a corrida para as tavernas. Essa gente necessita afogar a consciência das dificuldades que há em viver decentemente neste grotesco mundo contemporâneo; têm necessidade de esquecer a sua deplorável insuficiência como cultivadores da arte de viver. Uns afogam suas tristezas no álcool, mas outros, ainda mais numerosos, as afogam nos livros e no diletantismo artístico; uns procuram achar o esquecimento de si mesmos na libertinagem, na dança, no cinema, no rádio; outros nas conferências e nas ocupações científicas”. Ele passa a ver a “procura pela verdade” não mais como a tarefa nobre dos homens, mas simplesmente como um “divertimento, uma distração como todas as outras”.

As revelações pessoais vão além na mente de Quarles: “Percebi igualmente que a busca da verdade não passa de um nome polido para designar o passatempo favorito dos intelectuais, que consiste em substituir por abstrações simples, e por conseguinte falsas, as complexidades vivas da realidade”. E, para concluir sua descoberta, faz uma pergunta retórica, cuja resposta ele já sabe antes: “Terei algum dia bastante força de espírito para me livrar desses hábitos indolentes de intelectualismo e para consagrar minha energia à tarefa mais séria e mais difícil de viver integralmente?”

O personagem de Philip Quarles era desapegado de fortes emoções, um novelista frio, que analisava o mundo de forma sempre impessoal e abstrata, para o desespero de sua esposa, que desejava ardentemente uma prova de vida, de paixão do seu marido (ainda que fosse com outra!). Entretanto, o curioso era sua própria consciência disso tudo, inclusive da demanda de sua mulher, que ele não conseguia atender, sabendo da artificialidade que seria seu ato “apaixonado” consciente. Em suas reflexões, ele mesmo escreve: “Por esta supressão das relações emotivas e da piedade natural, parece-lhe (ao intelectualista) ter atingido a liberdade – a liberdade com relação à sentimentalidade, ao irracional, à paixão, ao impulso, à emotividade”. E dispara: “Sua razão permaneceu livre – mas para se ocupar somente com uma pequena fração dos fatos da experiência”. Essa vida simplesmente intelectual era mais fácil, pois evita os outros seres humanos.

Rampion, que não tinha papas na língua, jogava a realidade crua com violência na cara do amigo: “Nossa verdade, a verdade humana que nos interessa, é uma coisa que se descobre vivendo, vivendo completamente, com a totalidade do nosso ser. Os resultados dos divertimentos de vocês, Philip, todas essas famosas teorias sobre o cosmo e todas as suas aplicações práticas não têm absolutamente nada que ver com a única verdade que nos importa. E a verdade inumana não é meramente alheia a nós; é perigosa. Ela distrai a atenção de cada um da importante verdade humana. Ela os faz falsificar a sua própria experiência, a fim de que a realidade vivida possa ajustar-se à teoria abstrata”.

Na tentativa de criar algo mais que humano, acabamos menos que humanos, era a conclusão de Rampion. A cabeça até pode voar pelas nuvens, com a condição dos pés ficarem firmes no chão. É quando as pessoas se empenham em voar o tempo todo que vem a destruição. “Têm a ambição de ser anjos; mas o mais que conseguem ser são cucos e gansos, por um lado, ou então abutres repugnantes e corvos carniceiros, por outro”. Para Rampion, o homem não é anjo nem diabo, mas homem, um ser que “anda sobre uma corda esticada, que caminha sobre ela delicada, equilibradamente, tendo, numa das extremidades da vara que lhe dá estabilidade, o espírito, a consciência, a alma, e na outra extremidade o instinto e tudo o que é inconsciente, tudo o que é terreno e misterioso”.

Do ponto de vista puramente lógico, isso pode ser um contra-senso. Mas para Rampion, eis justamente o ponto fundamental: “a lógica é um simples contra-senso também à luz da verdade viva”. Para ele, pode-se escolher a que se quiser – a lógica ou a vida. “É questão de gosto. Algumas pessoas preferem ser cadáveres”. Entre bestas e anjos, o segredo estaria em buscar o equilíbrio. O intelectualismo puro seria apenas mais uma forma de fuga da vida humana. 

Rodrigo Constantino

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1 comentário

  • João Alves da Fonseca Paracatu - MG

    Prezado Marcelo Luiz , concordo com o senhor em gênero,número e grau,quando diz que estas entidades não representam o produtor.Quero relatar um fato,outro dia enviei uma carta e um email para a ABAG,sugerindo um tema a ser colocado em pauta em seu congresso(POR QUE AS MÁQUINAS,IMPLEMENTOS E INSUMOS AGRÍCOLAS CUSTAM ,NO BRASIL,NO MÍNIMO O DOBRO QUE CUSTAM NOS EUA?),sabemos que tem o famigerado custo Brasil,mas não é só isso,pedi a eles que propusessem uma discussão,onde o antes e o depois da porteira não esfolassem tanto o produtor,que é o elo mais importante e mais frágil da corrente,tudo isto respeitando as leis do mercado,que criassem um código de ética.Sabe o que eles me responderam? NADA... Só não vou arriscar dizer que limparam o bumbum com o papel,porque em seus confortáveis escritórios deve haver papel mais macio.Saudações mineiras,uai!

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