"Aécio ressuscita o sonho do segundo turno", por Augusto Nunes

Publicado em 30/09/2014 22:17 e atualizado em 07/03/2020 13:43
de veja.com

Aécio ressuscita o sonho do segundo turno

pesquisa_datafolha-30-09-size-575

A pesquisa Datafolha que acaba de ser divulgada mostra Aécio Neves a um passo do segundo turno. A vantagem de Marina Silva sobre o senador tucano, que chegou a 20 pontos percentuais no início de setembro, caiu para 5. Com 20%, o candidato do PSDB tentará ultrapassar os 25% de Marina com ataques simultâneos em três frentes: São Paulo, Minas Gerais e o difuso território que abriga eleitores oposicionistas decididos a votar em quem tiver mais chances de vencer Dilma Rousseff.

Aécio acredita que, com os ventos do voto útil soprando a seu favor, ficará menos complicado conquistar o apoio da multidão de mineiros e paulistas que, historicamente simpáticos ao PSDB, ainda não encontraram motivos para transformar o senador em presidente. A paisagem política recomenda que a ofensiva se estenda a uma quarta frente, povoada por brasileiros ainda à espera de um porta-voz da indignação provada pelo mais corrupto dos governos.

Faltam quatro dias para a eleição. Na mais surpreendente disputa presidencial da história republicana, 96 horas são uma eternidade.

Datafolha mostra que Aécio volta a estar na disputa — agora, só depende dele chegar ao 2º turno. Vejam os caminhos que ele pode trilhar

Aécio Neves durante caminhada em Madureira, no Rio:  (Foto: Orlando Brito/Coligação Muda Brasil/Fotos Públicas)

Aécio Neves durante caminhada em Madureira, no Rio: (Foto: Orlando Brito/Coligação Muda Brasil/Fotos Públicas)

Subindo dois pontos no levantamento divulgado hoje pelo Instituto Datafolha, enquanto Marina Silva (PSB) cai dois pontos, o presidenciável tucano Aécio Neves dá sinais fortes de que ainda pode estar no segundo turno.

Aécio sobe aos poucos, mas vem subindo nos últimos quatro levantamentos, enquanto Marina caiu em cada um desses quatro.

Marina ainda está à frente e deve ser respeitada, mas seu pouco tempo na TV, os ataques pesados que vem recebendo da presidente Dilma e seu programa na TV, mais as críticas de Aécio estão mostrando seu efeito.

Tudo indica que o tucano cresceu porque começou a demonstrar o que boa parte de seus partidários queriam desde o início da campanha — firmeza e indignação diante dos despautérios do lulopetismo e da incompetência do governo Dilma.

Sua possível chegada a um segundo turno com Dilma, que prossegue sendo a candidata que tem o maior índice de rejeição — fator crucial em uma disputa –, vai depender principalmente dele mesmo.

Sua atuação, para tanto, precisaria se desenrolar em quatro frentes diferentes:

1. Continuar trabalhando duro em Minas, como fez nos últimos dias, para reverter a vantagem de Dilma em seu Estado natal, bem como a possibilidade — terrível para o tucano — de que o petista Fernando Pimentel derrote ainda no primeiro turno o candidato do PSDB a governador, Pimenta da Veiga. Incursões a várias regiões do Estado nesses dias finais, discursos veementes, apelo a símbolos fortes — como foi o batismo dos filhos gêmeos Júlia e Bernardo na mesma igreja em que ele próprio foi batizado, como ocorrera com o avô, o presidente Tancredo Neves.

Não custa lembrar que, em Minas, o candidato a senador pelo PSDB, o ex-governador Antonio Anastasia — figura fundamental para os dois governos de Aécio no Estado como secretário de Planejamento e Gestão  –, lidera disparado as intenções de voto, exibindo sempre mais de 40% em qualquer pesquisa. Se Anastasia conseguiu, é sinal de que Pimenta, embora um candidato “pesado”, pode diminuir a diferença que o separa de Pimentel e chegar com ele ao segundo turno.

Anastasia indica também o índice que o próprio Aécio poderia/deveria alcançar em seu Estado.

2. Fazer uma última e forte incursão em São Paulo, com seu colossal contingente de 32 milhões de eleitores — que, dos 22% do total de eleitores do país que representou no pleito anterior, em 2010, subiu quase meio ponto, passando para 22,4%. “Colar” mais ainda do que tem feito no governador Geraldo Alckmin, que ostenta vantagem espetacular sobre seus adversários e está praticamente eleito no primeiro turno.

3. Bater mais forte no governo Dilma e no lulopetismo: Aécio só aumentará suas chances se conseguir convencer parte dos cerca de 8 milhões de brasileiros indecisos e mesmo parte do eleitorado de Marina de que é ele, e não a candidata do PSB, o anti-PT nestas eleições.

4. Ter um desempenho firme e convincente no mais importante debate do primeiro turno, o da Globo: por ser o último antes das eleições, ser levado a efeito menos de 72 horas antes de começar a votação e realizar-se na emissora líder, de longe, de audiência no país, o debate da Globo é fundamental. Aécio precisa brilhar se quiser ter chances no dia 5.

 

Petrobras: real fraco aumenta prejuízo na gasolina

A desvalorização do real nos últimos dias quase dobrou a defasagem do preço da gasolina em um mês e vai aumentar o prejuizo da Petrobras se o preço na bomba não for reajustado.

De acordo com cálculos do Credit Suisse, o preço da gasolina no Brasil agora está 21% defasado em relação a preços internacionais. No início de setembro, com o real mais valorizado, a defasagem era de apenas 10%.

Lembrando: a Petrobras compra gasolina lá fora para vender aqui dentro porque as refinarias brasileiras não dão conta do consumo. Como o preço praticado pela Petrobras é abaixo do que ela paga lá fora, a empresa tem prejuizo nesta operação.

Nos últimos anos, a gasolina artificialmente barata retirou a competitividade do etanol na bomba, e com isso o Brasil, que não importava gasolina em 2009, hoje importa 13% de seu consumo.

Já o diesel está 10% defasado em relação ao preço lá de fora, contra 7% no início de setembro.

Pelas contas do Credit Suisse, cada 10% de desvalorização do Real achata a geração de caixa da Petrobras (EBITDA) em cerca de 16%, ou 5 bilhões de dólares por ano.

Em resumo: o aumento da gasolina vem aí, ou as ações da Petrobras sofrerão ainda mais. A ação PN fechou nesta terça a 18,09 reais.

Por Geraldo Samor

 

Um país à beira do precipício – artigo do GLOBO

Precipicio

Como ainda ter esperanças no eterno “país do futuro” quando vemos que a presidente Dilma, depois dos novos escândalos da Petrobras, continua como favorita na corrida eleitoral? Não só isso: a delação premiada do importante ex-diretor Paulo Roberto Costa, chamado de “Paulinho” por Lula, não fez um único arranhão na candidatura da presidente. É um espanto!

Quando estourou o escândalo do mensalão em 2005, muitos acharam que era o fim de Lula e do PT. Os tucanos julgaram melhor deixá-lo sangrando até as eleições em vez de partir para um pedido legítimo de impeachment. Lula foi reeleito. A economia ia bem, graças principalmente ao crescimento chinês.

Em 2010, Lula decidiu iluminar seu “poste”, e Dilma, sem jamais ter vencido uma eleição na vida, foi alçada diretamente ao posto máximo de nossa política. Havia vários escândalos de corrupção divulgados pela imprensa, mas nada disso adiantou. A economia estava “bombando”, no auge da euforia com o Brasil. E, como sabemos, é a economia que importa, certo?

Mas o que dizer de 2014, então? Os escândalos só aumentaram, a imagem de “faxineira ética” virou piada de mau gosto, e até a economia mudou o curso, derrubando o mito de “gerentona eficiente”. Já estamos em recessão, apesar de uma inflação bastante elevada. Não obstante, Dilma ainda é a líder nas pesquisas. Como?

Leia mais aqui.

A destruição da Petrobras sob o governo Dilma

Uma das desvantagens de viajar para fazer palestras é não conseguir acompanhar o noticiário com mais atenção e eventualmente perder ótimas reportagens. Felizmente é possível recuperar o tempo perdido depois. Foi o caso com essas duas matérias publicadas na Veja.com sobre o estrago que o governo Dilma fez na Petrobras. Recomendo!

O futuro incerto da Petrobras após 12 anos de PT

Quando assumiu a presidência da Petrobras, em 13 de fevereiro de 2012, Graça Foster protagonizou uma cerimônia digna de chefe de estado. Assistiram à posse ao menos uma dezena de governadores, além de cabeças coroadas do Congresso e do meio empresarial. A convidada de honra foi sua amiga de longa data, a presidente Dilma Rousseff. Num discurso que enaltecia a Petrobras e o trabalho de Graça, Dilma afirmou que a indicação era decorrente do mérito da funcionária, que iniciou carreira na empresa havia mais de três décadas. “Agora é tudo contigo, graciosa”, disparou a presidente, ao encerrar o pronunciamento. Dois anos e sete meses depois, a Petrobras é o epicentro de um escandaloso esquema de corrupção que, segundo a Polícia Federal, drenou mais de 10 bilhões de reais, tudo indica, para partidos da base aliada. Graça teve de prestar contas ao Congresso, ser sabatinada numa CPI e só não teve seus bens bloqueados porque houve pressão do Palácio do Planalto junto ao Tribunal de Contas da União (TCU). Endividada e aparelhada, a empresa deixou de ser a joia da coroa petista e virou a estatal dos panos quentes. Entre seus ex-diretores, um foi preso e seis são investigados. O restante foi colocado em descrédito.

É com esse pano de fundo pouco animador que o governo que assumir em 2015 terá de trabalhar. O site de VEJA conversou com mais de vinte empresários, especialistas, políticos do alto escalão dos partidos e ex-diretores. A expectativa é unânime: não importa quem ganhe nas urnas, tudo mudará na liderança da estatal. Seja por convicção do novo presidente ou por pressão pública sobre Dilma, se reeleita. No seio do PT, a estratégia é executar uma “faxina” na diretoria da estatal, como forma de apresentar à sociedade alguns bodes expiatórios. Uma das primeiras baixas deve ser a própria Graça Foster. Se sua saída é dada como certa caso vençam Marina Silva ou Aécio Neves, a executiva já afirmou a pessoas próximas que não ficará na Petrobras nem mesmo se Dilma Rousseff se reeleger. “Está cansada e sob intensa pressão. Só está esperando as eleições terminarem para sair”, afirmou um político da alta cúpula petista a quem Graça fez confidências.

Leia mais aqui.

Com Dilma, Petrobras perde ‘um Bradesco’ em valor de mercado

A Petrobras deixou de ser a maior empresa do Brasil em valor de mercado nesta segunda-feira. Após a queda de 11% de suas ações na Bolsa, a empresa encerrou o dia valendo 236 bilhões de reais. Com isso a Ambev voltou a ser a maior empresa, posto que ocupava até março deste ano, avaliada em 253 bilhões de reais. Com a queda desta segunda-feira, as ações da estatal acumulam, apenas no governo Dilma, recuo de 144 bilhões de reais em valor de mercado, ou 41%. É como se a estatal tivesse perdido “um Bradesco” em menos de quatro anos. O banco está avaliado em 149 bilhões de reais, de acordo com dados da Economatica.

A Petrobras perdeu 65% de seu valor de mercado entre maio de 2008, quando o preço da ação da empresa atingiu seu auge, e os dias de hoje. 

A estatal tem vivenciado um ano de altos e baixos na Bolsa. Investidores passaram a apostar nos papéis da empresa em março, quando as primeiras pesquisas de intenção de voto mostravam a presidente Dilma Rousseff com um baixo nível de aprovação e um alto nível de rejeição entre os eleitores. Se contabilizadas as perdas apenas até março deste ano, somam 73%. Isso significa que o brasileiro que investiu 1.000 reais em papéis da empresa em 2008, tinha em março apenas 270 reais.

Com a aproximação das eleições, tanto as ações da empresa quanto a de todas as estatais se valorizaram, com investidores apostando numa mudança de governo. Alvo de corrupção e ingerência, a Petrobras atingiu no governo Dilma o título de empresa de petróleo mais endividada do mundo, com uma dívida de 300 bilhões de reais — maior, inclusive, que seu valor de mercado.

Contudo, com a melhora de Dilma nas pesquisas, as ações da estatal voltaram a cair. Mergulharam 20% no acumulado de setembro, com a ação ordinária da empresa cotada a 17,75 reais nesta segunda-feira. No mesmo intervalo, a retração do preço das ações da Ambev foi de 1%.

Como meus leitores estão cansados de saber, a solução definitiva para esses problemas na estatal é a privatização. Mas como isso está fora de questão, que ao menos a medida paliativa proposta por Aécio Neves seja implementada: “reestatizar” a empresa. Afinal, hoje ela foi privatizada, mas da pior forma possível: virou propriedade de uma máfia incrustada no poder. Despolitizar a Petrobras é prioridade, portanto. Mas ninguém espere isso do próprio PT…

Rodrigo Constantino

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Fonte:
Blogs de veja.com.br

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

1 comentário

  • EDMILSON JOSE ZABOTT PALOTINA - PR

    E O QUE O MUNDO EMPRESARIAL , ECONOMISTAS , GLOBO E OUTRAS FONTES DE MIDIA ESTÃO ESPERANDO P ESCANCARAR ESTE GOVERNO DO PT . E NÃO É SÓ A PETROBRAS , AS OUTRAS ESTATAIS ( CEF, BCO BRASIL ) ESTÃO SENDO SUGADAS PARA OS COFRES DO PT. VAMOS ACORDAR POPULAÇÃO O BRASIL ESTA SENDO VENDIDO POR NINHARIA P OUTROS E P O PT. AÉCIO NELES URGENTE. CHEGOU A HORA BRASIL

    0