PT e seus braços na imprensa tentam fazer com o juiz Sérgio Moro o mesmo que fizeram com Joaquim Barbosa

Publicado em 16/10/2014 11:22 e atualizado em 16/10/2014 20:40
por Reinaldo Azevedo, de veja.com

PT e seus braços na imprensa tentam fazer com o juiz Sérgio Moro o mesmo que fizeram com Joaquim Barbosa

Espero que Deus me fulmine antes com um raio, daqueles que eram muito comuns no Velho Testamento — sem chance para apelo a instância inferior (já que se tratava de uma decisão do Supremo) —, se, algum dia, eu me sentir tentado a censurar um juiz por ter cumprido a sua função só para proteger um partido da minha predileção.

A que me refiro? Leio colunistas isentos como militantes do Talibã a condenar o juiz Sérgio Moro por ter autorizado a divulgação do depoimento de Paulo Roberto Costa, que não estava protegido pelo sigilo de justiça. Um desses colunistas chega a afirmar que o Moro poderia ter esperado mais três semanas. A afirmação é explícita, é arreganhada: o sujeito acha que a ignorância do que lá foi dito faria bem ao brasileiro. Desligadas as urnas, então o eleitor ficaria sabendo: “Ah, então, dos 3% da propina, 2% iam para o PT? Que bom que ninguém me avisou antes!”.

O mesmo senhor vetusto que afirma essa barbaridade babava de satisfação com os vazamentos sobre o suposto cartel de trens em São Paulo, que vinham do Cade — cuja investigação, esta sim, estava e está protegida por sigilo. Que tipo de gente é essa que cobra que se omita dos brasileiros o conteúdo de uma investigação aberta, pública, e que se regozija com a divulgação ilegal de informações? Eu respondo: é uma gente que pretende que petistas e, no geral, esquerdistas estejam acima da moralidade comum e mereçam um tipo especial de proteção.

Sempre que leio um troço asqueroso assim, como aconteceu há pouco, fico com vergonha em lugar da pessoa. Sobretudo porque o sujeito serviria para ser meu pai. Coloco-me no lugar do suposto filho e fico com vergonha. Graças a Deus, o Rubão nunca me fez passar por isso. Quem era o Rubão? Ora, o meu pai, que jamais justificaria a ação de ladravazes e vagabundos só porque fossem seus amigos ideológicos. Até porque não era amigo nem de ladravazes nem de vagabundos. Ganhava a vida trocando molas de caminhão, como operário. Em vez de culpar os outros por isso e por aquilo, ele preferiu me passar uma orientação: “Estude!”.

Daqui a pouco, tentarão mandar o juiz Sérgio Moro para a guilhotina moral, como fizeram com Joaquim Barbosa. Não que ambos sejam iguais ou operem com os mesmos critérios. Nada disso! A única coisa que os une é tomar decisões que estão em desacordo com o partido oficial e com seus porta-vozes oficiosos na imprensa. Para essa gente, uma verdadeira indústria criminosa que estava em ação tem de ser omitida para que ela não contamine a decisão do eleitor. Que caráter tem uma pessoa que defende que a ignorância faz bem à democracia?

É uma gente literalmente nojenta.

Por Reinaldo Azevedo

Ibope, Datafolha e “spin doctors”

Tão logo vieram a público ontem os números de Datafolha e Ibope, teve início uma intensa plantação dos “spin doctors” do PT para vender a ideia de que o resultado é ruim para Aécio e bom para Dilma, embora ela esteja atrás. O que é um “spin doctor”? É gente especializada em engravidar as pessoas pelo ouvido, em passar adiante a sua versão, em manipular a opinião alheia.

O resultado seria ruim para Aécio porque foi a semana em que ele obteve o apoio de Marina Silva e de Renata Campos. Bobagem! O eleitorado de Marina já havia migrado em sua maior parte. O efeito Renata Campos, se houver, ainda vai aparecer. O ponto absolutamente não é esse.

Reitero: na semana em que o PT submeteu Aécio a uma impressionante pancadaria, ele resistiu. E, se a eleição fosse hoje, provavelmente venceria a disputa. Até então, ele não havia passado por essa saraivada.

De resto, seus estrategistas já devem ter se convencido de que não existe suavidade possível no confronto com o petismo. 

Por Reinaldo Azevedo

Emissários do PT espalham boato terrorista contra Aécio. Nunca vi tanta baixaria e desespero. Será tudo medo de perder a boquinha?

Eu e todos os jornalistas que lidam com política e que são obrigados a transitar nos bastidores desta arte recebemos a informação, vinda na forma de boato, de que, na sexta-feira, uma acusação muito grave será levada ao ar contra o candidato tucano Aécio Neves. Qual acusação? Ninguém diz. Trata-se de terrorismo da pior espécie.

“Ah, mas será verdade ou mentira?” Que diferença faz? Desde quando terroristas ligam para isso? Não estão preocupados com essa bobagem. É que eles têm uma causa, não é? E, em nome dela, tudo é justificável. Vocês acham que aqueles celerados do Estado Islâmico, por exemplo, se ocupam de saber da justeza dos seus atos? Ou as pessoas estão com eles ou estão contra eles. É simples assim.

Essa máquina que está ativa no Brasil lava e suja reputações com a mesma sem-cerimônia. Se antigos inimigos se ajoelharem e reconhecerem o poder supremo do PT, prestando-lhe vassalagem, então passam a ser considerados homens de primeira linha. Não só recebem o certificado de pessoas honradas como podem ser sócios do poder, gozando de suas benesses. Perguntem a José Sarney, por exemplo, se ele, alguma vez, foi incomodado pelos “companheiros”. Nunca! Ao contrário: ele se tornou um sócio privilegiado no poder e, na sua capitania, continuou a ser rei.

Mas ai daquele, de dentro ou de fora do partido, que ouse desafiar o Supremo Mandatário. Aí, meus caros, vale literalmente tudo. Não! Eles não estão preparados para deixar o poder. Pior do que isso: se o eleitorado demonstra disposição de apeá-los do trono — o que é normal na democracia, que se caracteriza, entre outros atributos, pela alternância de poder —, então eles gritam: “Sabotagem! Golpe! Crime!”. E se organizam para o vale-tudo.

Sabem por que um terrorista nunca se arrepende dos atos mais detestáveis? Porque ele se considera uma vítima e acha que está apenas reagindo. Não é assim com todos os celerados do já citado Estado Islâmico? Eles não dizem abertamente que estão apenas respondendo a supostas agressões dos países ocidentais? Quando cortam uma cabeça, eles pretendem fazê-lo na condição de ofendidos.

Assim estão agindo alguns terroristas eleitorais no Brasil. Eles consideram ilegítimo que seu adversário vença a eleição e acham que isso só será possível com um… golpe. Infelizmente, até a presidente Dilma — também candidata Dilma — empregou essa palavra. Se vem ou não a tal “bomba”, não sei. O simples fato de o boato circular nos bastidores já é um troço asqueroso. Em si, já se trata de ação terrorista.

Independentemente de afinidades eletivas e de escolhas, espero que as pessoas responsáveis saibam repelir esse tipo de comportamento. E, claro!, é importante que a campanha de Aécio esteja preparada para golpes muito abaixo da linha da cintura. Que os eleitores sejam advertidos, se for o caso, para o risco de atentados terroristas, como fazem os governos diante da iminência de um ataque. Nunca vi nada parecido. Nunca vi tanto ódio sendo destilado. Nunca vi tanta gente desesperada com a possibilidade de perder uma boquinha. Sim, meus caros, algo bem mais sonante do que valores ideológicos move os terroristas.

Confrontos políticos os mais duros fazem parte do jogo; o terrorismo não!

O desespero, reitero, é inédito. Talvez haja um quê de ideologia… Mas o que apavora mesmo é o medo de perder a boquinha, não é mesmo? Vai que essa gente seja obrigada a trabalhar… Se forem obrigados a fazê-lo, ainda acabam criando um partido de trabalhadores!

Por Reinaldo Azevedo

No DF Rollemberg vai confirmando favoritismo; Ceará pode cair nas mãos do PT

Desde que a Justiça Eleitoral cassou a candidatura de José Roberto Arruda no Distrito Federal, estava claro que Rodrigo Rollemberg, do PSB, se elegeria governador. É o que vai acontecer. Segundo o Datafolha, ele teria hoje 47% dos votos válidos, contra 43% de Jofran Frejat, do PR. O PT foi expulso no jogo logo no primeiro turno: o governador Agnelo Queiroz foi humilhado nas urnas.

Os petistas têm motivos para estar otimistas no Ceará. Coma ajuda da máquina do governador Cid Gomes (PROS), Santana Camilo lidera a disputa no segundo turno: o Datafolha afirma que ele teria hoje 53% dos votos válidos, contra 47% de Eunício Oliveira, do PMDB. Como a margem de erro é de três pontos, há uma empate técnico.

Por Reinaldo Azevedo

Tudo indica que o dono da Record e da Igreja Universal ainda não terá um Estado para chamar de seu: Pezão deve vencer Crivella

Parece que ainda não será desta vez que Edir Macedo, o dono da TV Record e da Igreja Universal do Reino de Deus, terá um Estado. Segundo o Datafolha, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) seria reeleito se a disputa fosse hoje, derrotando o universalista Marcelo Crivella (PRB) por 56% a 44% dos votos válidos. Os evangélicos sabem o respeito que lhes tenho e a importância que lhes atribuo no país. Mas Igreja é Igreja, e Estado é Estado — ou, se quiserem, igreja é igreja, estado é estado. A pesquisa foi realizada nesta quarta-feira (15), com 1.493 entrevistados em 36 municípios. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

Por Reinaldo Azevedo

Tarso deve tomar uma sova de guasca no Rio Grande, tchê! Valoroso povo gaúcho!

O valoroso povo gaúcho caminha para dar uma sova de guasca eleitoral no petista Tarso Genro. Ele deve perder a eleição para José Sartori, do PMDB. Segundo o Datafolha, se a eleição fosse hoje, o peemedebista venceria por 60% a 40% dos votos válidos. O índice dos que dizem que votarão com certeza em Sartori é de 50%; em Tarso, de apenas 32%. O Datafolha entrevistou 1.452 eleitores em 54 municípios do estado no dia 15 de outubro. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

Por Reinaldo Azevedo

Tudo igual no Datafolha. E por que isso é especialmente bom para Aécio

Datafolha 15.10

Nada mudou na pesquisa Datafolha. Tudo segue como na semana passada, mas a situação melhorou para o tucano Aécio Neves, já digo por quê. Segundo o instituto, se a eleição fosse hoje, ele teria 51% dos votos válidos, contra os mesmos 49% dela. Brancos e nulos somam 6%, mesmo percentual dos que dizem que não votarão em ninguém. Considerado o conjunto dos votos, o tucano variou de 46% para 45% na semana passada, e a petista, de 44% para 43% — ambos oscilaram 1 ponto para baixo, dentro da margem de erro, que é de 2 pontos para mais ou para menos. O Datafolha ouviu 9.081 eleitores em 366 municípios. O nível de confiança do levantamento é 95% (em 100 pesquisas com a mesma metodologia, os resultados estarão dentro da margem de erro em 95 ocasiões). O registro do estudo no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) é BR 01098/2014. Daqui a pouco, o Jornal Nacional divulga os números do Ibope. Duvido que sejam diferentes disso.

Ele leva uma ligeira vantagem nos dados, digamos, laterais. O índice dos que dizem que votarão com certeza em cada um dos candidatos é o mesmo: 42%. Ocorre que 18% dizem que podem votar em Aécio, contra 15% que afirmam o mesmo sobre Dilma. A rejeição a ela é ligeiramente maior do que a dele: 42% a 38%. Sim, tudo está na margem de erro, mas é muito provável que a situação seja favorável ao tucano.

Muito bem: por que afirmo que Aécio está melhor hoje do que na semana passada? Porque, até agora, ele não havia apanhado tanto no horário eleitoral gratuito. Como o PT havia se ocupado em desconstruir Marina Silva, ele havia ficado um pouco de lado. Agora, o alvo da campanha suja é ele — e põe campanha suja nisso! O levantamento foi feito nestas terça e quarta e, portanto, já sob o impacto, tendo havido algum, do debate havido na Band.

O PT já investiu contra FHC, já investiu contra o governo de Minas, já tentou provocar uma guerra do Nordeste contra o Sudeste… Até agora, sem efeito nenhum.

Outro elemento pode contar em favor do tucano, mas aí não se trata de ciência, de lógica, de nada, apenas de fatos informados pela história, que podem ou não se repetir: petistas têm sempre menos votos do que lhes conferem as pesquisas, e tucanos, sempre mais. Por que tem sido assim? Por causa da patrulha que os “companheiros” exercem na rua, na chuva, na fazenda, numa casinha de sapé ou nas redes sociais. Por incrível que pareça, existe um voto antipetista que tem medo de dizer seu nome.

Por Reinaldo Azevedo

Eleições 2014

Eleições: o Planalto “torce” pela falta de água

dilma

Será que chove?

A falta de água em São Paulo é uma das grandes esperanças da campanha de Dilma Rousseffpara minar Aécio Neves no maior colégio eleitoral do Brasil. Ninguém admitirá isso nem sob tortura, mas a torcida é pela torneira seca o quanto antes.

Por Lauro Jardim

O terrorismo da água

A sede para politizar a falta d’água em São Paulo é de tal sorte que o terrorismo começou a comer solto. Em depoimento a uma CPI da Câmara que investiga um contrato da Sabesp com a Prefeitura, Dilma Pena, presidente da Sabesp, afirmou que, se não chover até novembro, acaba a água da primeira reserva estratégica — estupidamente chamada de volume morto. Não! Dilma Pena não disse que, se não chover, vai acabar a água em São Paulo.

Aliás, essa é a razão por que a empresa já se preparou para usar a segunda reserva do volume estratégico, o que os Ministérios Públicos Estadual e Federal querem impedir. Ok. Caso consigam, que seus respectivos representantes arquem, então, com o peso do racionamento.

Há problemas de abastecimento? Há. Nunca choveu tão pouco. É claro que é chato. A culpa pode ser de Deus, do aquecimento global, da humanidade, sei lá. A nascente primeira do Rio São Francisco secou. Não tem chovido lá também. Infelizmente, esses problemas costumam ser suprapartidários.

Por Reinaldo Azevedo

Eleições 2014

Marina e Aécio: o roteiro da união

aecio e marina

Encontro em São Paulo

Não será uma cerimônia de casamento, mas de união, com certeza: Marina Silva e Aécio Neves se reúnem na sexta-feira às 10h, em São Paulo, para uma conversa, a sós, de 30 minutos.

Depois, a dupla será recepcionada por políticos e intelectuais ligados à Rede e ao PSDB para uma espécie de confraternização.

E, juntos, aparecerão para fotos, abraços e discursos. Tudo isso será devidamente gravado para os programas eleitorais de Aécio e abertos para a imprensa em geral.

Por Lauro Jardim

Caio Blinder, de Nova York:

Mr. Neves merece ganhar

Que desolação!

Que desolação!

Yes, nós temos Dilma Rousseff. Hora de dar uma banana para a presidente. A revista The Economist na sua tradição de se meter nos assuntos internos de outros países (faz muito bem) acaba de endossar a oposição em editorial. Na expressão da publicação, Mr. Neves merece ganhar.  Na tradição do meu Twitter (@caioblinder) eu uso a expressão Manchete Brazil. Está lá o meu tuíte, mas na verdade uma manchete sensacionalista seria a contrária: Mrs. Rousseff merece ganhar. Imagine, The Economist é revista da elite, não é “desinformada”. O mínimo que ela poderia fazer era este endosso de Mr. Neves. O resto cabe ao candidato.

(por Caio Blinder)

 

O fracasso do FHC

Um de saco cheio; uma com o voto do porteiro; e outro, fracasso como cabo eleitoral

Um de saco cheio; uma com o voto do porteiro; outro, fracasso de cabo eleitoral (o quarto, bicão na foto)

O ex-presidente Lula disse estar de “saco cheio” das denúncias sobre corrupção envolvendo o PT. Com outros termos, também se disse cansado do elitismo e do preconceito contra os nordestinos expressado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. FHC disse que Lula não se emenda com estas “pegadinhas”. E, apesar de elogiar a emenda do FHC, eu vou confessar que estou de saco cheio de ser denunciado como puxa-saco do ex-presidente.

Não vou mentir: adoro as participações do FHC no final do ano no Manhattan Connection, da Globo News, todo fim de ano. É um ritual, é um presente aos espectadores. Puxa vida (não sou puxa saco), mas ainda bem que o FHC é elitista e sofisticado. Ele consegue viajar, na vertical e na horizontal, falando de tudo sobre o Brasil e o mundo, sobre política, economia, cultura e comportamento. Fácil para nós criar a pauta com um convidado como ele. E nos livramos da chatice que é fazer programas de retrospectiva e perspectiva, algo que assola a mídia no final de ano.

Desgalhei. Quero apenas provar aqui que não sou puxa-saco do FHC. Então, eu vou fazer a denúncia bombástica: ele é um fracasso como cabo eleitoral. A prova foi no sábado passado. Eu tenho minhas fontes. FHC veio almoçar no São Paulo Athletic Club (também conhecido como Clube Inglês) em São Paulo, no bairro da Consolação.  Já vão dizer que o FHC é mesmo elitista e chegado nos ex-colonizadores (hoje decadentes).

No entanto, o clube deixou de ser inglês há muito tempo e não tem nada mais de elitista. Verdade que sua localização é um privilégio, um luxo: na área central de São Paulo, com suas piscinas, quadras de tênis e meu amado squash (três quadras!). Como sei de tudo isso? Fui criado ao lado do clube (desde os 10 anos de idade), onde bati muita bola e aprendi a jogar squash. Minha família mora no prédio adjacente em quatro apartamentos (mãe, irmão da mãe, minha irmã e sobrinha). Prédio de nome elitista e colonizado: Queen Mary. E tenho amigos de toda vida no prédio e no clube. Portanto, várias fontes me relataram a história.

FHC foi almoçar no restaurante do São Paulo Athletic Club e na saída fez campanha eleitoral com o Cícero, um dos porteiros do clube (nem é nordestino, é goiano). Tentou convencê-lo a votar no Aécio. Um fiasco político. O porteiro não foi dissuadido pelo sociólogo/presidente. Vai cravar Dilma no dia 26. Muitos sócios souberam do fracasso do nobre cabo eleitoral da oposição e agora estão na luta para convencer o Cícero a votar no Aécio (ele deve estar de saco cheio do assédio). Sabem como é São Paulo: bastião tucano, vanguarda do elitismo.

No entanto, o Cícero não precisa se preocupar com o FHC caso o Aécio vença. Ele não terá problemas com o ex-presidente na sua próxima visita ao clube. FHC vai tratar o eleitor da Dilma com sua nobreza cívica. Tem político que acha normal que o outro lado vença uma eleição (não é golpismo). Será que isto é elitismo? Pronto, sou incorrigível. Cá estou puxando o saco do FHC.

(Caio Blinder)

A eleição brasileira e o rolo da Cubazuela

Maduro na ONU (a Venezuela terá ainda mais palanque)

Maduro na ONU (a Venezuela terá ainda mais palanque)

Política externa é periférica na corrida eleitoral brasileira, mas quem sabe agora na campanha do segundo turno e nos debates tenhamos algumas referências ao relacionamento do Brasil com regimes delinquentes na América Latina. Li no Radar, de VEJA.com, que a líder oposicionista venezuelana Maria Corina Machado, cujo mandato de deputada foi cassado pelo chavismo, se posicionou a favor de Aécio Neves. Como se dizia antigamente, notícia alvissareira.

Agora, vamos a algumas más notícias sobre regimes delinquentes na América Latina. A Comissão Cubana de Direitos Humanos documentou 411 prisões políticas pelo regime Castro apenas no mês de setembro. Com isto, o número total de prisões políticas nos primeiros nove meses de 2014 chegou a 7.599, superando de longe o total para os anos de 2010 (2.074), 2011 (4.123), 2012 (6.602) e 2013 (6.424).

Cuba por si é má notícia. E a Venezuela, que foi do podre Chávez para Maduro, também. O ex-embaixador da Venezuela nas Nações Unidas, Diego Arria, escreveu no Miami Herald ser uma vergonha, uma irresponsabilidade, que as democracias da América Latina e do Caribe estejam apoiando a meta da Venezuela por um assento rotativo no Conselho de Segurança em 2015-16.

Como escreve Arria, estes governos estão plenamente cientes do “infame prontuário” da Venezuela em direitos humanos. E estes governos também sabem que o “regime da Venezuela está sob a influência do governo cubano, o que significa que, dando à Venezuela a oportunidade de servir em seu nome, eles estão permitindo que Cuba tenha representação de facto no Conselho de Segurança”.

Arria questiona os motivos deste endosso latino-americano e caribenho ao delinquente regime chavista. E responde que alguns países estão pagando favores no esquema da petrodiplomacia venezuelana. Outros fazem média com grupos esquerdistas locais e há ainda aqueles que simplesmente querem desferir golpes contra os EUA no Conselho de Segurança através da Venezuela.

Arria considera dois casos bem ilustrativos: o governo conservador na Colômbia, de Juan Manuel Santos, que conhece muito bem as conexões do chavismo com o narcotráfico das FARC, e o governo esquerdista de Michelle Bachelet, no Chile, que embarcou na onda, embora muitos dos seus integrantes tenham sido resgatados da ditadura Pinochet por governos democráticos venezuelanos.

Arria lembra que a Venezuela já teve quatro vezes assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas. E ele foi o seu representante no último mandato, em 1992-93, nos tempos em que o país “se distinguia por ser um membro de confiança da comunidade internacional e um ativo promotor e defensor dos direitos humanos e do respeito à lei internacional”.

Que haja algum espaço para o debate dos temas alinhados acima na campanha eleitoral brasileira. Vamos debater menos médicos cubanos no Brasil e mais direitos humanos na ilha castrista; vamos debater os rolos do chavismo e a falta de papel higiênico naquele país; e vamos debater a necessidade de uma liderança diplomática do Brasil na América Latina com mais compasso moral e menos compasso de espera diante de barbaridades cometidas no mundo.

(Caio Blinder)

 

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1 comentário

  • Claudio Cassol Santa Maria - RS

    A DEMOCRACIA O VOTO LIVRE E CONSCIENTE É A MELHOR FORMA DE EXPRESSARMOS NOSSAS OPINIÕES. E, EDUCAÇÃO NELES - Opinião, dia 18.10.2014. - Tudo pela Democracia. - SE OS BONS FICAM QUIETOS, OS MAIS TOMAM CONTA. VAMOS MOSTRAR A NOSSA CARA, A NOSSA GARA, O NOSSO AMOR PELO RIO GRANDE DO SUL, PELO BRASIL. Vamos DECIDIR PELA, PELA DEMOCRACIA, pelo Respeito às LEIS, Pela IGUALDADE DE OPORTUNIDADE, respeitando-se TODAS AS DIFERENÇAS. Por isso VAMOS VOTAR PARA GOVERNADOR SARTORI 15 e para Presidente, AÉCIO NEVES 45, a bem do BRASIL. E, assim, rechaçarmos esta Ditadura Civil, Deslavada, a moda PT e OUTROS, PARTIDOS ALINHADOS,contra as Liberdades Individuais, que presenciamos e sentimos, dividindo a Nação Brasileira, JOGANDO-NOS LUNS AOS OUTROS, entre IRMÃOS, Querendo criar, CISÕES SOCIAIS: Entre, Brancos, Negros, Indíos, kilombolas, Pobres, Ricos, MST, VIA CAMPESINA, Agricultores Familiares, Grandes Produtores, Exportadores, em fim, é, necessário. que COMPREENDAMOS, que SOMOS TODOS IRMÃOS, SOMOS TODOS BRASILEIROS, e PRECISAMOS, TODOS NÓS UNIR-MO-NOS, PARA que Possamos, CONSTRUIR UM PAÍS, UMA NAÇÃO FORTE, LIBRE, de LIVRE INICIATIVAS, para que, sejamos DIGNOS DE UMA SOCIEDADE DE PAZ, de SOLIDARIEDADE e GENEROSIDADE, onde, PODEMOS ter a LIBERDADE DE ESCOLHERMOS o Nosso CAMINHO, sem ferir o caminho do Outro. Esta é Uma Opinião Pessoal, aceitamos, críticas, contra ponto e diversidade de posicionamentos. Escrito pro adv. Claudio Heleno CASSOL.

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