Lava Jato: "Quantos serão soltos hoje"? e o "Ar irrespirável"...

Publicado em 18/11/2014 14:27
por Lauro Jardim, de veja.com e Rodrigo Constantino, que analisa: Situação de Graça Foster é insustentável...

Quantos serão soltos?

sergio moro

Mais tempo para ouvir os presos

Em tese, dezenove presos sexta-feira na Operação Lava-Jato deverão ser soltos hoje, após terem cumprido cinco dias trancafiados. Mas os advogados dos suspeitos acreditam que boa parte da turma fará hora extra na prisão. Avaliam que o juiz Sergio Moro não os libertará para, obviamente, pressioná-los mais a falar.

Por Lauro Jardim

Na FOLHA: PF quer terminar depoimentos da Lava Jato nesta terça

A Polícia Federal pretende terminar nesta terça-feira (18) de ouvir os oito depoimentos restantes dos 23 presos na sétima fase da operação Lava Jato, que investiga desvios de recursos em contratos da Petrobras.

Dos 23 executivos que estão presos desde sábado (15) na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, 17 tiveram decretada a prisão temporária, cujo prazo é de cinco dias –a PF ainda não informou se tentará renovar as prisões ou transformá-las em prisões preventivas.

Entre os depoimentos previstos para esta terça, estão os de três executivos da UTC –o presidente Ricardo Pessoa, e os funcionários Ednaldo Alves da Silva e Walmir Pinheiro Santana– e dois da Camargo Corrêa –Dalton Santo Avancini e João Ricardo Auler.

O advogado Alberto Toron, que defende os executivos da UTC, disse na manhã desta terça que orientou seus clientes a responder todas as questões feitas durante o depoimento. "Eles não vão ficar em silêncio" afirmou.

Toron foi um dos primeiros advogados a chegar à sede da PF em Curitiba nesta manhã. Ele reclamou do atraso do delegado Igor Romário de Paula, que estava marcado para as 9h.

O criminalista disse ter informações de que o juiz Sérgio Moro já teria pedido a transformação das prisões temporárias em preventivas. A informação não foi confirmada pela assessoria de imprensa da Justiça Federal.

 

Gerente vale mais?

barusco

Barusco roubou mais que PRC?

Se não tiver ninguém escondendo o jogo, o que é muito provável,  a roubalheira na Petrobras não era muito de respeitar hierarquias. O gerente Pedro Barusco se disse disposto a devolver 100 milhões de dólares. Paulo Roberto Costa, que era diretor, negociou devolver 26 milhões de dólares.

Por Lauro Jardim

 

Aporte adiado

Ficou na mão

Ficou na mão

Por causa da Operação Lava-Jato, o  governo decidiu hoje adiar a reunião de hoje do comitê de investimentos do Fundo de Investimentos do FGTS, que discutiria aportes bilionários em diversas empresas e projetos.

Entre os diversos investimentos, havia um em especial que era delicado aprovar, depois das prisões de sexta-feira. A Queiroz Galvão Energias Renováveis pedia um aporte de 600 milhões de reais – equivalente a 30% das ações da empresa.

O pedido já fora aprovado em etapas anteriores das discussões do FI-FGTS. Agora, seria a chancela final para a liberação do dinheiro.

Aliás, quem sempre fez lobby pela aprovação do investimento na empresa foi Eduardo Cunha, que tem um fiel escudeiro entre os integrantes do fundo, o vice-presidente da Caixa, Fabio Cleto.

O adiamento da reunião de hoje pegou os integrantes do FI-FGTS de surpresa. A comunicação foi feita de manhã, horas antes do horário marcado para o encontro começar.

Por Lauro Jardim

 

“Ar irrespirável”

Palácio do Planalto: ar rarefeito

Palácio do Planalto: ar rarefeito

Dilma Rousseff está de volta ao Brasil e ao Palácio do Planalto após uma semana. Nos últimos sete dias, as facções internas do governo brigaram como nunca. De acordo com um auxiliar de Dilma, “o ar no Palácio está irrespirável”.

Por Lauro Jardim

 

Eu quero essa diretoria

Quem vai assumir a nova diretoria?

Quem vai assumir a nova diretoria?

Gozadores brasilienses já espalham: PMDB, PP e PT  disputam a indicação da nova diretoria de governança da Petrobras, anunciada ontem por Graça Foster.

Por Lauro Jardim

 

Esquema na CSA

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Negociatas sem fim

Até a polêmica obra da Companhia Siderúrgica do Atlântico, localizada no Rio de Janeiro, usou o esquema de Alberto Youssef. A ThyssenKrupp CSA, segundo a PF, utilizou os serviços da OAS que, posteriormente, repassou recursos para a empresa Rigidez, de Youssef.

A Rigidez recebeu um repasse de 1,8 milhão de reais da OAS por um contrato de 13 meses. A PF, no entanto, insinua que os documentos que homologam o acordo inicial e o de encerramento foram feitos no mesmo dia.

A cores das canetas usadas para a assinatura de cada representante são as mesmas – preta para o representante da Rigidez e azul para o da OAS. A testemunha dos dois documentos também é a mesma.

A CSA é um empreendimento privado, mas teve muitos problemas com o poder público no Rio: a empresa teve que pagar cerca de 18 milhões de reais em multas e indenizações devido a poluição causada na Zona Oeste; além disso, envolveu-se em polêmica com o Ministério do Trabalho por usar o trabalho de chineses.

Por Lauro Jardim

 

Quem na Fazenda?

Pressão para nomear titular da Fazenda

Pressão para nomear novo titular da Fazenda

A pressão de governistas – principalmente do PT e do PMDB – para que Dilma Rousseffanuncie o novo ministro da Fazenda vai aumentar a partir de hoje, com seu retorno a Brasília.

A análise de aliados é que o governo precisa de uma nova agenda, que o retire da paralisia em que está mergulhado desde o fim das eleições e na qual só faz submergir.

Por Lauro Jardim

 

Corrupção sistêmica, de Merval Pereira

Publicado no Globo

O escândalo da Petrobras está produzindo reações curiosas no governo, alguns até mesmo engraçados, se o momento não fosse trágico. Anuncia-se que o PT pretende questionar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a escolha, por sorteio, do ministro Gilmar Mendes para relator das contas da campanha presidencial do partido em 2014. Por sorteio, ressalte-se, e a mando do presidente do TSE, ministro Dias Toffoli, o mais próximo ao PT de todos os integrantes do Supremo Tribunal Federal. Nunca vi tamanha confissão de culpa.

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‘Crime de responsabilidade’, editorial do Estadão

Publicado no Estadão

Quando começou a vir à luz o conteúdo das investigações da Operação Lava Jato, lançada pela Polícia Federal (PF) em março deste ano para apurar a corrupção dentro da Petrobrás, houve quem previsse que a dimensão dessa encrenca poderia comprometer a realização das eleições presidenciais. Esse vaticínio catastrófico era obviamente exagerado. Mas os acontecimentos dos últimos dias revelam que esse escândalo sem precedentes não apenas compromete indelevelmente a imagem da maior empresa brasileira e da cúpula do partido que controla o governo federal há 12 anos – inclusive o ex-presidente Lula e a presidente reeleita Dilma Rousseff, como mostramos em editorial de sexta-feira -, mas pode ser só a ponta de um gigantesco iceberg.

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Situação de Graça Foster é insustentável

Graça Foster e Dilma

Há certas coisas que nos forçam a constatar que o Brasil ainda não é um país sério. Em qualquer lugar do mundo a presidente de uma empresa como a Petrobras, mergulhada num mar de lama com infindáveis escândalos de corrupção, já teria caído faz tempo. No Japão, teria vergonha de sair na rua, e talvez até colocasse um fim na própria vida para evitar a humilhação. No Brasil, ela dá entrevistas confessando saber da propina holandesa há meses, e fica por isso mesmo. Disse Graça Foster:

“Passadas algumas semanas, alguns meses [da investigação interna da Petrobras], eu fui informada de que havia, sim, pagamentos de propina para empregado ou ex-empregado de Petrobras. Imediatamente, e imediatamente é “imediatamente”, é que informamos a SBM de que ela não participaria de licitação conosco enquanto não fosse identificada a origem, o nome de pessoas que estão se deixando subornar na Petrobras. E é isso que aconteceu, tivemos uma licitação recente, para plataformas nos campos de Libra e Tartaruga Verde, e a SBM não participou.”

E diz isso assim, na maior normalidade, como se fosse a coisa mais natural do mundo. Então ela sabia da propina, algo que não confessou antes, mas sua única medida tomada foi tirar a empresa das novas licitações? Só isso? Por que as “investigações” internas que não deixariam “pedra sobre pedra” não trouxeram à tona os nomes dos corruptos dentro da empresa?

Foster insiste, ainda, que não há nada “avassalador” nesses casos divulgados pela imprensa e expostos pelo trabalho independente do Ministério Público e da Polícia Federal. Como é? Nada “avassalador”? O que seria avassalador então? Afinal, um subalterno de Renato Duque, o homem do PT na diretoria da estatal, disse que vai devolver US$ 100 milhões. Um subordinado do diretor ligado ao PT! Um simples gerente! Sozinho, cem milhões de dólares!

Imagina o que significa “avassalador” na cabeça de Graça Foster. Talvez o padrão PT de corrupção tenha mexido com seus conceitos, e ela pense que cem milhões de dólares são troco. Talvez ela ache que desvios bilionários na empresa que pertence ao povo brasileiro sejam algo aceitável, um pequeno contratempo a ser superado sem maiores dificuldades.

É uma situação completamente insustentável. Só no Brasil mesmo alguém como Graça Foster continua no comando da maior empresa do país depois de tudo o que já emergiu do pântano, e que não sabemos se esgota ou não a podridão montada pela quadrilha incrustada na Petrobras. A permanência de Foster como CEO da empresa é a triste evidência de que ainda precisamos evoluir muito para sermos um país levado minimamente a sério…

Rodrigo Constantino

 

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