Fim da picada! Até setores da imprensa hostilizam os que protestam contra a corrupção.

Publicado em 08/12/2014 10:36 e atualizado em 09/12/2014 14:27
por REINALDO AZEVEDO, de Veja.com

Fim da picada! Até setores da imprensa hostilizam os que protestam contra a corrupção. Afinal, os manifestantes não carregam bandeiras vermelhas, sujas de sangue! Ou: Eles gostam de democracia desde que seja exercida só por esquerdistas

Há gente no Brasil achando que só manifestações das esquerdas são democráticas — justamente as da turma que é inimiga teórica e prática da… democracia! Mais: há espertinhos lendo pelo avesso uma pesquisa Datafolha publicada nesta segunda pela Folha. Já chego lá. Antes, algumas considerações.

O esforço para matar os protestos de rua contra a corrupção é indecente e junta, como não poderia deixar de ser, os petistas e parte expressiva da imprensa. A má vontade dos jornalistas — e não adianta tentar atribuir apenas à linha editorial dos veículos — chega a ser eticamente asquerosa. Se eu dispusesse de tempo para isso, não ficaria difícil demonstrar que os black blocs mereceram tratamento bem mais respeitoso. Façam o trabalho vocês mesmos. Recuperem as notícias sobre os mascarados, que chegaram a ser tratados até como estetas. Já os que se manifestam contra a roubalheira na Petrobras são jogados na vala dos golpistas. O mal que a petização das redações fez à inteligência é bem mais grave do que parece e será mais duradouro. Mas espero que os manifestantes não desanimem. Para tanto, não podem ficar ao relento. Já chego lá.

No sábado, cerca de 5 mil pessoas — segundo estimativas da PM — foram às ruas em São Paulo para protestar contra o assalto ao estado brasileiro. Os que organizaram a manifestação fizeram tudo certo: distinguiram-se dos idiotas que pedem intervenção militar e os isolaram, deixando claro que o impeachment de Dilma está condicionado, como não poderia deixar de ser, à comprovação de que ela sabia de tudo. Ou por outra: os que protestavam levavam à rua um discurso afinado com a democracia e com o estado de direito.

Mas quê… Os manifestantes estão sendo tratados com ironia, desprezo e sarcasmo. Chega a ser nojento. Nesta segunda, a Folha publica números de uma pesquisa Datafolha indicando que, para 66%, a democracia é sempre melhor do que qualquer outra forma de governo. Dizem não se importar com o regime 15%. Apenas 12% sustentaram que, sob certas circunstâncias, uma ditadura pode ser melhor. E 7% afirmam não saber.

Maliciosos estão querendo ver uma dissonância entre esses números e os que vão protestar. Ou por outra: os que vão às ruas contra Dilma estariam na contramão dos 66% que defendem a democracia. Na melhor das hipóteses, é uma bobagem. Na pior, uma canalhice. O que essa gente sustenta? Que a democracia é boa desde que não seja posta em prática? Ora…

É preciso tomar cuidado com ligeirezas. Em artigo na Folha de domingo, Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha, e Alessandro Janoni, diretor de pesquisas, produziram um parágrafo que não honra a especialidade de ambos. Lá está escrito:
“Quanto às mobilizações populares da oposição, sua ocorrência localizada e regional — assim como o ruído em suas intenções — têm servido muito mais para fixar a ideia de provincianismo na empreitada do que propriamente para gerar fato político relevante para a população”.

Epa! Aí não! Pergunto à dupla: isso é pesquisa ou é só preconceito? Os pesquisados estão dizendo que os protestos são “provincianos”, “localizados” e “regionais”? A propósito: como é que surge uma manifestação universalista, generalizada e nacional? Assim, não, rapazes! Isso não é pesquisa, é chute; não é nem análise nem opinião técnica, mas só uma visão preconceituosa da mobilização.

Ah, sim: a pesquisa aponta também que, para a maioria, a miséria do sistema de saúde é um problema mais grave do que a corrupção. E daí? Isso quer dizer que as pessoas não se importam pouco com a roubalheira? Não! Isso apenas quer dizer que a saúde consegue ser ainda pior do que a… corrupção! Entenderam?

Para encerrar: o senador eleito por São Paulo, José Serra (PSDB), compareceu ao protesto do sábado. Fez bem! Aliás, é o que deveriam fazer todos os líderes tucanos. Nem que houvesse apenas 50 pessoas nas ruas. E tanto mais devem fazê-lo num momento em que antigos defensores das “manifestações populares” deram agora para achar que os que protestam são golpistas ou provincianos. A menos que estes carreguem a universalista bandeira vermelha nas mãos. O vermelho? Ok, serve de alusão aos milhões que morreram ao longo da história para realizar a utopia desses bananas.

Texto publicado originalmente às 4h34

Por Reinaldo Azevedo

 

 

Contadores de cabeças do UOL acabam de descobrir os 800 manifestantes mais numerosos de todos os tempos

“A concentração de protesto no vão do MASP reuniu cerca de 800 pessoas”, calculou o UOL às cinco da tarde deste sábado, atribuindo a indecência matemática a uma “assessoria de imprensa da PM” que, se é que existe, nunca deu as caras na Avenida Paulista. Já eram milhares os indignados com o governo mais corrupto desde a chegada das primeiras caravelas.

A multidão continuou crescendo até o fim da passeata na Praça Roosevelt, atestam os dois vídeos enviados à coluna pela mais confiável das fontes: byMel. “O número de manifestantes cresceu ao longo da caminhada”, acautelou-se o redator decidido a impedir que qualquer ajuntamento hostil ao PT e ao Planalto tenha mais de três dígitos.

Vão perder leitores e vão perder a briga. Para aflição dos jornalistas amestrados, para angústia dos quadrilheiros presos ou (ainda) em liberdade, para desespero da presidente cujo segundo mandato agoniza antes de ter começado, as ruas serão progressivamente tomadas por democratas que redescobriram a força da indignação.

O PT do Mensalão e do Petrolão já foi varrido de São Paulo pelas urnas de outubro. Mesmo investindo dinheiro de propina em tubaína, gorjeta e mortadela, as plateias que junta lembram comício em lugarejo. Logo será assim em todo o Brasil. Mas os redatores a serviço de uma causa perdida são duros na queda.

Como o cálculo não foi corrigido, o UOL tem o dever de pendurar na manchete durante ao menos três dias a proeza dos seus contadores de cabeças. Neste 6 de dezembro de 2014, eles descobriram os 800 brasileiros mais numerosos de todos os tempos.

(por Augusto Nunes)

 

Serra na manifestação em São Paulo: `A corrupção virou método de governo’

 

Dilma e a corrupção na Petrobras: presidente viverá dias mais difíceis do que sugerem analistas do Datafolha. E quem me diz isso é o… Datafolha!

Em alguma medida, Delúbio Soares acertou. O mensalão, diante do petrolão, acabou mesmo virando, como ele previu, “piada de salão”. É claro que por motivos diferentes dos antevistos pelo ex-tesoureiro do PT. Certo da impunidade e de que estava “tudo dominado”, Delúbio fez a ironia arrogante para indicar que aquela coisa toda não daria em nada. Não foi bem assim, embora ele próprio já esteja flanando por aí. Mas houve punição. Pode-se, no entanto, afirmar que aquele crime acabou perdendo importância relativa. Uma única personagem do petrolão, Pedro Barusco, aceitou devolver aos cofres públicos US$ 97 milhões — ou R$ 253 milhões —, bem mais dos que os R$ 141 milhões que puderam ser identificados naquele escândalo. Lembrança importante: Barusco era subordinado do petista Renato Duque; não passava de personagem menor no esquema. Imaginem quanto dinheiro não foi movimentado pela organização criminosa só na estatal. Por que isso tudo? Vou falar aqui da pesquisa Datafolha divulgada neste domingo e discordar de uma afirmação feita pelos comandantes do instituto.

Neste domingo, a Folha traz os números que revelam como os brasileiros enxergam o escândalo da hora. São muito ruins para a presidente Dilma, embora alguns possam achar, por erro ou interesse político, que a coisa não é assim tão grave para a petista. Para 43% dos que responderam à pesquisa, a presidente tem “muita responsabilidade” na roubalheira; afirmam que ela tem “um pouco de responsabilidade” outros 25%. Assim, nada menos de 63% entendem que a governanta, em algum grau, tem de responder pelos desmandos. Só 20% acham que a mandatária não tem nada com isso, e 12% não souberam responder. A Folha ouviu 2.896 pessoas em 173 municípios, no dias 2 e 3 de dezembro, com margem de erro de 2 pontos para mais ou para menos.

A despeito dos esforços do governo e da campanha eleitoral do PT para transformar em vilões os que apontam a ladroagem, o escândalo da Petrobras “pegou”. Dizem ter ouvido falar do assunto 84%: 28% se consideram bem informados; 42%, “mais ou menos bem informados”, e 14%, mal informados; só 16% ignoram o assunto. Sigamos. Apesar disso, o efeito negativo da sem-vergonhice na imagem do governo ainda é limitado — mas pode vir a preocupar (já chego lá). A gestão Dilma segue sendo ótima ou boa para 42%, número idêntico ao do dia 21 de outubro. Cresceram de 20% para 24% os que a tomam como ruim ou péssima, e caíram de 37% para 33% os que a veem como regular.

As coisas podem piorar para a presidente? Há sinais de que sim. No dia 21 de outubro, às vésperas do segundo turno, 44% achavam que a situação do país iria melhorar; agora, só 33%; 15% diziam que iria piorar, número que saltou para 28% em pouco mais de um mês; e permanece praticamente igual o índice dos que opinam que vai ficar na mesma: de 33% para 34%. Pois é… O caso Petrobras está longe do fim, e os dias futuros não são exatamente sorridentes para Dilma. O pessimismo, aponta a pesquisa, cresceu bastante.

Há um texto na Folha assinado por Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha, e Alessandro Janoni, diretor de pesquisas, em que se afirma o seguinte, prestem atenção: “No caso de corrupção na Petrobras, apesar de a grande maioria ter ouvido falar do tema e ver a responsabilidade da presidente no episódio, efeitos mais expressivos na imagem da petista são anulados pelo reconhecimento por parte dos entrevistados de que, no seu governo, há investigação e punição dos envolvidos”.

Pois é… O que leva a dupla a afirmar que uma coisa anula a outra, o que me parece não ter fundamento nenhum? Vamos ver. Indagados em qual governo houve mais corrupção, os que responderam a pesquisa puseram o de Dilma em segundo lugar, com 20% — só perdendo para o de Collor: 29%. Mas 46% afirmam que a gestão da governanta é aquela em mais se investiga, e 40% sustentam que é aquela em que mais se pune. Será que isso anula mesmo a percepção de que Dilma é a responsável pelos desmandos na Petrobras, como querem os comandantes do Datafolha? Acho que não.

E por quê? Porque, obviamente, expressiva maioria ou não tem memória de governos passados — alguns eram bebês, crianças ou nem tinham nascido — ou simplesmente não se lembram de punições porque os casos de corrupção não eram tão presentes. Querem um exemplo? Só 1% afirmou que a gestão Itamar foi aquela em que mais se puniu; esse mesmo 1% entende que foi o governo em que mais se investigou, mas também ficou em 1% os que afirmaram que foi o governo mais corrupto.

Assim, uma coisa não anula outra. A estarem certos os números — e não entendi por que nem a Folha nem o Datafolha deram visibilidade aos dados —, no dia 21 de outubro, era de 29 pontos o saldo favorável ao governo entre os que achavam que a situação econômica do país iria melhorar (44%) e os que achavam que iria piorar: 15%. Agora, os dois grupos estão bem próximos, e o saldo caiu para 5 pontos: apenas 33% dizem que vai melhorar, mas 28%, que vai piorar. Com margem de erro de 2 pontos para mais ou para menos, é quase empate técnico. Tudo o mais constante — as notícias sobre a roubalheira e o mau desempenho da economia —, é só uma questão de tempo para que os dois fatores incidam negativamente na popularidade da presidente.

Dilma viverá, fiquem certos, dias mais difíceis do que sugerem os comandantes do Datafolha.

Texto publicado originalmente às 2h46

Por Reinaldo Azevedo

 

Delator defendeu aditivo que gerou prejuízo de US$ 177 milhões à Petrobras

Por Grabiel Mascarenhas e Dimmi Amora, na Folha:
Ex-gerente da Petrobras que fez acordo de delação premiada e prometeu devolver US$ 97 milhões recebidos em propina, Pedro Barusco também é apontado pelo Tribunal de Contas da União como um dos responsáveis por um prejuízo de US$ 177 milhões — o equivalente a R$ 458 milhões — à estatal. A partir de 2005, ele defendeu junto ao comando da petroleira um reajuste em favor de empresas contratadas para construir as plataformas P-52 e P-54. Uma das beneficiadas foi um braço do Grupo Setal, que está entre os integrantes do cartel que pagava suborno em troca de contratos com a Petrobras, conforme as investigações da Polícia Federal na Operação Lava Jato. Dois de seus executivos –Julio Camargo e Augusto Ribeiro, ambos da empresa Toyo Setal– firmaram acordos de delação premiada. Eles confessaram a participação no esquema, inclusive pagamento de propina a diretores da estatal e ao próprio ex-gerente Pedro Barusco.

No caso auditado pelo TCU, as prestadoras de serviço pleiteavam um acréscimo no valor dos contratos assinados entre 2003 e 2004 por um valor total de R$ 4 bilhões. Argumentavam que vinham acumulando perdas por causa da variação cambial. À época, o real atravessava um processo de valorização frente ao dólar. O negócio foi firmado em dólar, por meio da Petrobras Netherlands, uma subsidiária da estatal brasileira registrada na Holanda. Os custos das empresas, porém, eram pagos em real. Como a moeda brasileira começou a se valorizar, as companhias contratadas alegaram perdas e pediram o reajuste do valor original.

Embora ocupasse uma gerência, Barusco tinha poderes para atuar junto à diretoria. Foi ele que analisou a demanda das prestadoras de serviço e deu parecer favorável pela área de engenharia. Outros setores, como o departamento jurídico, também deram aval. A diretoria, então, aprovou a correção. No TCU, internamente, o caso é considerado um dos maiores escândalos contábeis envolvendo a Petrobras.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

 

CPI da Petrobrás terá “relatório paralelo”

Por Ricardo Britto e Daiene Cardoso, no Estadão:
Na expectativa de um relatório final “chapa branca” da CPI mista da Petrobrás, a ser apresentado quarta-feira pelo deputado Marco Maia (PT-RS), parlamentares da oposição preparam um contra-ataque: a apresentação de um texto paralelo mais crítico ao trabalho da comissão.  Segundo o deputado Rubens Bueno (PR), líder do PPS na Câmara, nesse documento alternativo sobre as investigações não está descartada a possibilidade de se pedir o indiciamento da presidente Dilma Rousseff pelo escândalo de corrupção que envolve a maior estatal do País.

A intenção dos oposicionistas é mostrar que o governo barrou o avanço das apurações, iniciadas oficialmente em maio, e impediu que envolvidos e empreiteiras se tornassem alvos de convocações e quebras de sigilo. Eles devem adotar o discurso de que, por serem minoria e não terem o controle do comando da CPI, ficaram a reboque da blindagem do Palácio do Planalto. O PSDB e o DEM incumbiram o deputado tucano Carlos Sampaio (SP), ex-coordenador jurídico da campanha de Aécio Neves, de apresentar relatório paralelo. Outro está sendo feito pelo PPS.

Sem surpresa
Até o momento, Marco Maia não tornou público o relatório que vai apresentar. Integrantes da base aliada acreditam que o texto não trará qualquer surpresa para o Planalto – a expectativa de todos é que, como o conteúdo das delações premiadas da Operação Lava Jato não foi remetido oficialmente à comissão, não pode constar do texto final. O relatório de Maia vai explorar os quatro eixos de criação da CPI, entre eles o da refinaria de Pasadena, nos EUA. Também deve sugerir mudanças legislativas referentes à Petrobrás. 

 Em março, Dilma disse ao Estado que se baseou em um parecer “juridicamente falho” do ex-diretor da estatal Nestor Cerveró para aprovar em 2006 a compra da metade da refinaria. Na época, ela presidia o Conselho de Administração da Petrobrás. O Tribunal de Contas da União isentou todo o conselho de responsabilidade pelos prejuízos de US$ 792 milhões com a operação – decisão que a oposição questiona.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

 

Barusco entrega documentos contra Renato Duque, o petista que comandava a diretoria de Serviços 

Por Daniel Haidar, na VEJA.com:
O ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco Filho entregou documentos que comprometem o ex-diretor de Serviços da estatal Renato Duque, libertado por liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) na quarta-feira. As provas foram oferecidas no acordo de delação premiada fechado com o Ministério Público Federal e a Polícia Federal, em que ele admitiu ter participado do esquema de corrupção e passou a colaborar com as investigações em troca de uma punição mais branda da Justiça.

Barusco é o mais recente delator da Operação Lava Jato a identificar beneficiários do petrolão. Depois de presos, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef passaram a ajudar nas investigações, principalmente apontando políticos beneficiários do esquema. O empresário Augusto Mendonça Neto e o lobista Júlio Camargo, ambos do grupo Toyo Setal, se anteciparam a uma ação da polícia e também conseguiram acordos de delação premiada. Os executivos descreveram o funcionamento do cartel formado por algumas das maiores empreiteiras do país e entregaram documentos contra Duque e o lobista Fernando Soares, o Baiano, apontado como o operador do PMDB na Diretoria Internacional. Só Mendonça Neto e Camargo descreveram o pagamento de mais de 60 milhões de dólares em propina para Barusco e Duque.

Por ter sido subordinado a Duque, indicado pelo então ministro José Dirceu para o cargo de diretor da estatal, Barusco colaborou significativamente para apontar provas contra o antigo chefe, mas não apenas contra ele. Foram mencionados, nos depoimentos da delação premiada, novos operadores que atuavam como intermediários dos pagamentos de propina para os executivos da estatal. Barusco confirmou a participação de Shinko Nakandakari como operador do PT na Diretoria de Serviços, como apontou Erton Medeiros da Fonseca, presidente da divisão industrial da Galvão Engenharia. A colaboração de Barusco deve motivar uma nova leva de prisões desses intermediários, de acordo com investigadores.

“Barusco presenciou muitos anos de corrupção. Tem muito mais gente envolvida”, afirmou uma fonte que acompanha a investigação.

A insistência da família levou Barusco a se entregar e colaborar. A esposa chegou a acompanhá-lo em depoimentos ao Ministério Público. Ele enfrenta um câncer ósseo e tenta escapar da prisão. Já se comprometeu a devolver 97 milhões de dólares escondidos na Suíça e a devolver outros 6,5 milhões de reais, parte da propina que recebeu em espécie. Barusco disse que vai provar aos investigadores que gastou “apenas” cerca de 1,5 milhão de dólares do dinheiro desviado da Petrobras.

Por Reinaldo Azevedo

 

 

PT: sempre nivelando por baixo

Haddad

O culto à mediocridade é a marca registrada do PT. O partido está sempre nivelando por baixo, como se fosse uma vingança dos piores contra os melhores, em tudo. A relativização ética, por exemplo, visa a colocar todos no mesmo saco pobre, o joio e o trigo sem diferenciação, como se pessoas fossem “apenas diferentes”, e jamais piores ou melhores. O “todos fizeram” para justificar os infindáveis escândalos de corrupção segue a mesma linha.

E eis que o prefeito Fernando Haddad, o mais rejeitado da história, resolveu aprovar alunos com nota vermelha. Essa coisa de cobrar mérito de forma objetiva é muito antiquada, ideia de liberal chato ou conservador elitista, que não compreende que não importa a nota do aluno, pois o importante é ser aprovado e ponto. Quem disse que o aluno que tira 10 é melhor do que aquele que tira 4? Quem foi que inventou isso? Diz a notícia na Folha:

Os estudantes das escolas municipais de São Paulo serão aprovados de série mesmo que tenham nota vermelha em todos os bimestres, afirmou o secretário de Educação, Cesar Callegari.

Para professores e diretores de escola, isso contraria o discurso oficial de que há mais rigor com os alunos da rede municipal.

[...]

Mas, segundo o secretário, o importante é avaliar se o aluno tem melhorado ou possui potencial para continuar na turma. “O sujeito teve 3, 2, 2, 4 [notas bimestrais] e, como ficou tudo no vermelho, será reprovado. Não é isso. Queremos avaliação do processo inteiro”, disse à Folha.

Essa diretriz é criticada por profissionais da rede de ensino. Eles acham que a gestão Haddad faz um discurso de cobrança de desempenho dos alunos, mas na prática evita que eles sejam retidos.

Sou do tempo em que o aluno que não tirava média 7 era reprovado e ponto final. Sou, como o leitor pode perceber, do século passado! Idos em que meritocracia era uma palavra valorizada. Ou seja, antes de o PT chegar ao poder, com seu culto à mediocridade.

Agora, toda vez em que um critério objetivo é usado temos a acusação de “preconceito”. Afinal, é “preconceito” cobrar o uso correto da nossa língua, ou obrigar que o aluno compreenda que 2 + 2 = 4. O ex-presidente Lula se vangloriava de seu português errado, e os petistas juram que 2 + 2 = 7, por isso aumentam tanto os gastos públicos mesmo sem a devida receita.

Quando alguém do futuro analisar nosso presente lá na frente, eis o que dirá como resumo: aqueles brasileiros viveram enaltecendo tudo o que havia de pior, pois morriam de medo de constatar que o melhor existe, para não serem acusados de preconceito. Isso, claro, se houver um futuro melhor, ou seja, se o Brasil for capaz de se livrar do PT…

Rodrigo Constantino

 

 

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Fonte:
veja.com

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1 comentário

  • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

    Alguém se lembra do “FORA FHC”? Esta campanha foi lançada em 1999, no inicio do segundo mandato de FHC e, segundo a história, que não pode ser reescrita, desejo de muitos leninistas petistas, foi um movimento onde o PT foi um dos protagonistas.

    Neste espaço surgem, alguns fatalistas, pessoas adeptas ao fatalismo, que é a aceitação da desgraça. Desgraça esta, que se resume na continuação do governo que privilegia as oligarquias privadas com o patrimonialismo de Estado.

    EM ALTO E BOM TOM: “FORA PT” !!!

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