Pinóquia e Pixuleco isolados e protegidos pelo “muro da vergonha” do próprio povo

Publicado em 09/09/2015 02:27
É o fim melancólico de um partido que se diz popular, mas nunca foi nada mais do que populista (artigo de RODRIGO CONSTANTINO, de VEJA.COM) + Josias de Souza (do UOL)

A imagem desse sete de setembro vai entrar para a história: uma presidente de um “governo popular” acuada, isolada, impedida de falar em cadeia nacional de televisão e rádio para evitar os “panelaços”, separada do povo por um muro vergonhoso de placas de metal, e protegida ironicamente pelos militares, os mesmos que essa turma combateu na década de 1960 quando desejava transformar o Brasil numa enorme Cuba.

Toda aquela “luta pela democracia” foi para terminar assim, como uma espécie de tirana isolada sem nenhum apoio popular? Uma presidente que não pode mais sair às ruas e ter contato direto com a população? Que coisa lúgubre. Mas ninguém pode negar que foi o próprio PT que plantou isso que agora colhe. Foram anos de populismo, de roubalheira, de cinismo, de segregação da população, de incompetência.

O resultado está aí: inflação de 10%, queda do PIB de uns 3%, recessão, desemprego crescente, e um governo que mal consegue simular um reconhecimento de culpa. Dilma grava vídeo pela internet, para fugir das vaias, em que diz que pode ter errado, e seu “erro” foi ter reagido de forma excessiva à crise internacional. Ou seja, ela continua culpando a crise lá fora pela lambança que suas medidas, e apenas suas medidas, produziram no país.

Dilma é totalmente incapaz de ter a humildade para aprender com os erros, para admitir que sua “nova matriz macroeconômica” foi um completo fracasso, como nós liberais alertamos que seria. Ela não tem a dignidade de reconhecer que o “nacional-desenvolvimentismo” que adotou como fundo ideológico é um enorme equívoco. Não tem a coragem de vir a público pedir abertamente desculpas pelo estelionato eleitoral, pela propaganda enganosa abjeta que fez durante a campanha eleitoral.

Lula sumiu, não tem como sequer cumprir o que prometeu, sair às ruas para defender seu “legado”, pois todos sabem que seu verdadeiro legado é a presidente Dilma, sua criatura, ele mesmo em outra forma, como o próprio cansou de dizer. Nem no nordeste, foco maior do populismo alimentado pela miséria e a ignorância maiores, o PT consegue circular em paz. A máscara caiu. O povo acordou. O PT definha.

E ver uma cena digna de um regime ditatorial, em que, na celebração da independência, há apenas uma presidente isolada do povo e cercada de militares, falando com as placas de metal que não podem reagir, vaiar, gritar, é algo lamentável, melancólico. Mas é a cara do PT, um partido que sempre falou em nome do povo, mas fez tudo contra ele. Um partido que se dizia popular, mas nunca passou de nada além de populista, como seus companheiros bolivarianos, que não por coincidência também precisam de guardas armados para lhes separar do povo revoltado e indignado.

Como o Brasil ainda não é a Venezuela, nem será, a população pode ser impedida de vaiar a presidente nas comemorações da independência, mas não pode ser impedida de, depois, protestar. E com criatividade e humor, marcas registradas do brasileiro. Enquanto o PT se isola cada vez mais, tendo “apoio” apenas dos “movimentos sociais” vendidos, as ruas são tomadas pelos bonecos Pixuleco 13-171 e Pinóquia, a mentirosa compulsiva. É a resposta de um povo cansado de ser massacrado por esse desgoverno incompetente, corrupto e cínico.

Rodrigo Constantino

 

Pixuleko é empreendimento de dar inveja no PT, por JOSIAS DE SOUZA,  do UOL

Comercializado a R$ 10 a unidade, Pixulekinho virou um sucesso de vendas

Com a tesouraria crivada de escândalos e o tesoureiro João Vaccari Neto trancafiado numa cadeia do Paraná, o PT deflagrou na internet a campanha ‘Seja Companheiro’, cujo lema é o seguinte: ‘O Brasil precisa do PT e o PT precisa de você. Faça sua doação’. A iniciativa testa a disposição da militância petista para garantir ao partido uma ‘autossustentação’ financeira que permita abrir mão das doações de empresas privadas. O sonho do PT está na bica de ser realizado pelo Movimento Brasil, um grupo antipetista que luta pelo impeachment de Dilma.

Depois de levar às ruas do país o Pixuleko, numa espécie de caravana da cidadania do gigantesco boneco inflável de Lula vestido de presidiário, o grupo lançou o Pixulekinho. Trata-se de uma miniatura do bonecão, feita com propósitos comerciais. Confeccionaram-se 600 peças. Foram rapidamente vendidas durante a parada militar de 7 de Setembro, em Brasília, ao preço de R$ 10 a unidade.

Outro sucesso de vendas do Movimento Brasil são as camisetas com imagens do Pixuleko e do principal algoz do petismo no escândalo da Petrobras, o juiz Sérgio Moro. São comercializadas pelo valor unitário de R$ 30. O dinheiro coletado banca as viagens dos manifestantes e a manutenção do Pixuleko. A coisa caminha tão bem que o grupo decidiu expandir os negócios.

No desfile desta segunda-feira, estreou em Brasília, ao lado do Pixuleko, a Pixuleka. Trata-se de uma enorme boneca de Dilma, com nariz de Pinóquio. Vem aí a pixulekinha e as camisetas com a cara da presidente inflável. Suprema ironia: o comércio da raiva contra as duas principais lideranças do ex-PT garante a autossustentação da causa pró-impeachment.

O sucesso dos souvenirs é a mais eloquente evidência de que um pedaço crescente das ruas já não se dispõe a engolir a imagem que Lula e Dilma fazem de si mesmos. Descanonizado, o criador é visto por parte dos brasileiros como um candidato ao xilindró. Desmistificada, a criatura é enxergada como uma reles mentirosa. O mais dramático é que os personagens caminham em direção ao abismo com as próprias pernas.

O PT ainda não divulgou um balanço da sua campanha de coleta de fundos, lançada há apenas oito dias. Se for um fiasco, o partido talvez devesse pensar em abrir uma lojinha com produtos anti-petistas. Os fins justificam os meios, ensina o velho adágio. Aplicada ao caso do próprio PT, a frase serviu para justificar qualquer coisa —das alianças com os capazes de tudo às nomeações de incapazes de tudo. Na fase atual, em que o partido se desobrigou de fazer sentido, é uma desculpa como qualquer outra.

 

 

Entre Reagan e Carter, FHC escolhe o “progressista”, mas ainda há quem diga que nosso ex-presidente é de direita!

O fato de o PSDB ainda ser visto como um partido "neoliberal" no Brasil diz muito sobre nosso atraso ideológico

Outro dia mesmo FHC disse que o ministro Joaquim Levy era mais liberal do que ele, como se isso fosse algo difícil. Levy, que vem recebendo – e merecendo – inúmeras críticas dos verdadeiros liberais, pois liberal algum que se preza defenderia aumento de impostos num país como o nosso, não deve estar com muito prestígio na Universidade de Chicago, onde fez seu doutorado, já que a escola de Milton Friedman jamais compactuaria com as medidas do governo Dilma e seu “ajuste fiscal”.

Mas eis que agora Fernando Henrique escreve um artigo no GLOBO enaltecendo a “liderança moral” de Jimmy Carter, talvez o segundo presidente mais medíocre dos Estados Unidos nas últimas décadas (o primeiro, claro, é Obama). Lamento o câncer de Carter, e toda a minha solidariedade ao ser humano que merece nosso respeito. Mas não é por sua doença que vamos ignorar seu legado negativo tanto para os americanos como para o mundo. Diz FH:

Durante a campanha presidencial americana de 1980, aliados de Ronald Reagan acusaram Carter de ter comprometido as relações de Washington com Brasil e outros governos autoritários em nome da defesa dos direitos humanos. Carter se manteve fiel a seus princípios, como sempre. Ele perdeu seu pleito por reeleição. No entanto, pode-se dizer que a perda dos Estados Unidos foi ganho nosso. Os bons trabalhos realizados por Carter na região — e no mundo — estavam apenas começando.

Perda para os americanos? Terem colocado no poder Ronald Reagan em vez de dar mais quatro anos ao fracassado Jimmy Carter, que levou seu país à estagflação? Os “bons resultados” dos trabalhos realizados por Carter estavam apenas começando? Quais? A escalada do populismo latino-americano? Fora do nosso continente, a chegada ao poder dos aiatolás malucos no Irã? Carter é o ícone daqueles que colocam a retórica acima dos resultados concretos, as “lindas intenções” à frente do realismo frio. É o típico guru da esquerda caviar!

Sua “liderança moral”, após a saída do governo, foi chancelar pleitos “democráticos” claramente falsificados, distorcidos pelo abuso da máquina estatal, como na Venezuela de Hugo Chávez. Carter emprestou seu “prestígio” para regimes nefastos, foi, na melhor das hipóteses, um inocente útil da esquerda radical, e na pior delas seu cúmplice consciente. Ou seja, se não desejamos colocar seu caráter em xeque, a única alternativa é considerá-lo um banana, um bobo manipulável.

Quem valoriza mais os resultados obtidos do que as nobres intenções propagadas, não pode colocar Carter à frente de Reagan. Foi o presidente liberal-conservador que conseguiu colocar a União Soviética de joelhos, contribuir para a derrubada do Muro de Berlim, levar mais prosperidade para o mundo todo que abraçou sua visão de mercado e de privatizações, inclusive no Brasil de FHC. Se dependesse de Carter, teríamos “inspeções” nas eleições que manteriam populistas e demagogos no poder, espalhando apenas miséria e corrupção.

Ao tomar partido e escolher Carter, chegando a lamentar sua derrota para Reagan, FHC demonstra, uma vez mais, não passar de um “progressista” que pode até ser mais civilizado, educado e razoável do que seus pares radicais, mas que nem por isso deixa de ser de esquerda. Que alguém assim seja “acusado” de ser “neoliberal” e de direita diz muito sobre o atraso intelectual do Brasil, um país que acha que o PSDB representa para os brasileiros o que Reagan representa para os americanos.

Rodrigo Constantino

O sucesso no socialismo

A mentalidade totalitária dos herdeiros ideológicos de Lenin continua presente na esquerda radical brasileira (Por João César de Melo, publicado no Instituto Liberal)

O colapso social e econômico da Venezuela evidencia não apenas o poder de destruição do intervencionismo estatal, mas também a forma como regimes socialistas medem o sucesso de seus projetos. Evidência que se torna absurda quando a comparamos com um dos principais fundamentos do capitalismo: A satisfação do cliente.

Como forma de se detectar qual item poderia ser melhorado no cardápio, muitos donos de restaurantes checam o que seus fregueses deixam nos pratos ou simplesmente vão até eles perguntar se gostaram da comida. Para o dono de um restaurante, seu gosto particular, o conceito no preparo dos pratos e a historinha por trás de cada ingrediente são menos importantes do que a satisfação dos fregueses, pois é apenas isso que fará com que cada um deles recomende o restaurante aos amigos. É satisfazendo os outros que donos de restaurantes pagam aluguel, funcionários, fornecedores e impostos para só depois ver se obtém lucro. É assim que se alcança o sucesso no capitalismo. No socialismo, ao contrário, o sucesso independe da satisfação do freguês, do cliente ou do cidadão que é obrigado a pagar os impostos. Em tese e em prática, o socialismo tenta impor a satisfação das pessoas; e a insatisfação delas é vista como manifestação burguesa e reacionária.

Lenin, em 1920, publicou um livro chamado Esquerdismo, A Doença Infantil do Comunismo, no qual dedica-se a enaltecer a revolução que liderou baseando-se apenas na superação dos inimigos, sem fazer qualquer menção à melhoria de vida da população. Se tivesse mencionado alguma, teria mentido, pois a revolução de 1917 apenas substituiu a corrupção, a exploração e a violência czarista pela corrupção, pela exploração e pela violência comunista, imensuravelmente superiores.

Lenin não fez menção ao seu povo simplesmente porque não o enxergava como seres humanos com necessidades humanas, mas sim como milhões de peões num tabuleiro de xadrez ideológico. À Lenin, só importava a vitória sobre osoportunistas, como chamava os socialistas menos à esquerda – mencheviques, kautskistas, sociais-democratas, sociais-chauvinistas etc. A Lenin, assim como para os demais líderes comunistas que surgiram ao longo do último século, o que importava era o prazer de enxergar suas ideias sendo impostas a todos, como se elas oferecessem, em si mesmas, benefícios à população.

O comunismo sustentou-se por décadas patrocinando incontáveis eventos e publicações que difundiam seu sucesso medido a partir da satisfação de seus líderes, enquanto dezenas de milhões de cidadãos comuns morriam de fome, de doenças, de frio ou assassinados pelas forças de preservação de suas ideias.

As levas de imigrantes que chegam à Europa todos os dias deveriam fazer o mundo se lembrar que, em pleno século XXI, existem dois países, Cuba e Coreia do Norte, que proíbem seus cidadãos de buscarem uma vida melhor noutros lugares; e tão vergonhoso quanto é sabermos que muitos líderes e militantes socialistas do Brasil insistem em dizer que apesar das restrições de liberdade em Cuba, são boas as ideias que sustentam o regime – a liberdade, sob a ótica socialista, é um princípio negociável.

Um pouco mais ao sul, o povo venezuelano a cada dia é mais privado de comida, de liberdade, de paz e de futuro enquanto o governo bolivariano continua vangloriando-se que seu projeto é maravilhoso, que tirou milhões de pessoas da pobreza e que devolveu ao povo as riquezas do país − a vitória do socialismo sobre o capitalismo. O que acontece nas ruas, nas casas e nas vidas das pessoas não interessa à Nicolas Maduro nem a qualquer outro líder socialista. O que importa é o projeto, são as ideias sendo colocadas em prática e a vitória sobre o inimigo, custe o custar.

Não por coincidência, o Partido dos Trabalhadores também se sustenta no poder exaltando as ideias, não o resultado da aplicação dessas ideias. Exaltam os montantes de recursos destinados aos programas sociais e o número de beneficiados de cada um deles a despeito da realidade de que a educação, a saúde, a segurança e o transporte público continuam péssimos. Segundo Dilma Youssef, as “dificuldades” atuais são apenas transtornos da vida assim como um dia de chuva, logo tudo será resolvido por meio da insistência em ideias que nunca dão certo.

No livro citado, Lenin deixa claro que um governo comunista deve ter capitalistas e esquerdistas − socialistas menos radicais – como inimigos iguais, portanto, devem ser combatidos de maneira igual, o que expõem seu nível de psicopatia política e também a razão do PT empenhar tantos esforços para destruir o PSDB até quando ele não está no poder.

Saber como Lenin pensava e agia continuará sendo importante enquanto nossademocracia abrigar partidos que o tem como uma das principais referências de tomada e de preservação do poder −instrumento de combate, como já disse Florestan Fernandes. Comparando as clássicas publicações comunistas com os atuais programas, artigos e declarações de partidos socialistas como PT, PSOL, PCdoB, PCO e PSTU, vemos a mesma linguagem, o uso das mesmas retóricas, a identificação dos mesmos vilões e dos mesmos métodos de manipulação social e cultural em favor pura e simplesmente da exaltação do espírito revolucionário daqueles que nunca ofereceram nada ao mundo além de discursos empolgantes, colapsos econômicos e escravidão. O socialismo ainda se baliza pelas ideias daqueles que só se mantiveram no poder por meio do terror.

Um século depois de Lenin, ainda temos que nos preocupar com um movimento que se resume a conquistar o poder absoluto para sustentar ideias absolutas.

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