Gleisi Hoffmann fala como se fosse líder do crime organizado e ameaça país com mortes se Lula for preso. Entenda por quê

Publicado em 16/01/2018 18:43
Por REINALDO AZEVEDO (RedeTV)

A senadora-ré Gleisi Hoffmann (PR), que preside o PT, é uma irresponsável. E não é de hoje. Já quando ministra da Casa Civil no governo Dilma, entre 8 de junho de 2011 e 2 de fevereiro de 2014, isso ficou patente no ambiente do próprio governo, em especial no relacionamento com setores da oposição. Bem, não custa lembrar que a pasta era uma das responsáveis pela articulação política e por gerenciar as obras de infraestrutura. As duas coisas entraram em colapso. Não por culpa exclusiva de Gleisi, porque ela foi um tanto irrelevante até como elemento negativo. Mas a ela cumpria perceber primeiro os sinais da deterioração que levaram a sua então chefe à lona. Não é, pois, apenas irresponsável. É também incompetente.

Já censurei aqui a gritaria de juízes, que saem alardeando por aí o risco de caos no dia 24, quando o TRF 4 julga o recurso de Lula contra a condenação imposta por Sérgio Moro no caso do tríplex do Guarujá. Sim, já deixei claro aqui que o juiz não ancorou a sua decisão em provas, mas numa leitura derivada da chamada “teoria do domínio do fato”, que jamais poderia ser aplicada à área penal. Espremendo-se todos os argumentos de Moro, chega-se à conclusão de que o petista foi condenado no caso do apartamento de Guarujá porque, com efeito, havia um grupo atuando de forma criminosa na Petrobras. Tal grupo tinha conexões com o PT — entre eles, havia os escolhidos pelo partido. Lula sempre mandou no PT, e sua família deixou pistas de vínculos com o apartamento. Logo, ele é culpado.

Qualquer pessoa razoável sabe que isso é exercício, digamos, precário do direito. Estamos diante de uma Justiça que tem a ambição de corrigir os vícios da sociedade corrigindo o que considera os vícios de alguns homens. Pune-se um símbolo com o intuito de ser exemplar. É o que se tem no caso, numa análise desapaixonada. Esse tipo de comportamento, ao contrário do que pensam os tolos, faz mal ao Brasil, não bem. Ademais, note-se: o fato de o MPF não ter apresentado as provas não quer dizer que o crime não tenha sido cometido. Acontece que ao estado de direito interessa o que está nos autos, não o que está na convicção pessoal dos juízes. Ou juízes não teríamos. Em seu lugar, haveria 18 mil ditadores. Dito o necessário, ponto, parágrafo.

Isso não dá à senhora Gleisei Hoffmann, ela também uma ré, o direito de pôr a faca no pescoço da Justiça. Até porque está fazendo um falso alarde. A menos que o PT tenha organizado uma milícia armada, cuja existência desconhecemos, pergunta-se: quem vai se apresentar para:

  1. a) o sacrifício, candidatando-se à condição de cadáver?;
  2. b) para o trabalho sujo, candidatando-se à condição de homicida?

Eu não entendi, senadora Gleisi Hoffmann! A senhora está dizendo que o PT está disposto a morrer, a matar ou às duas coisas? No primeiro caso, o partido teria um estoque de mártires, não é? Quem sabe a legenda tenha treinado, nesse tempo, uma milícia suicida, que estará disposta a atear fogo às próprias vestes. No segundo caso, a legenda teria organizado um bando de sicários, dispostos a sair por aí a eliminar aqueles que não concordam com seus postulados. No terceiro, tratar-se-ia de um anúncio de rompimento com a legalidade e de adesão à luta armada.

Já censurei aqui o alarde de juízes, que estão superestimando as possibilidades de conflito. Querem saber o que acho que vai acontecer no dia 24? Nada! Uma escaramuça ou outra dos mais exaltados e pronto! Não vai além disso. Ao elevar a tensão retórica e o risco de confronto, os senhores juízes abrem caminho para o triste proselitismo da senhora Gleisi Hoffmann.

Ao dizer o que diz, na prática, a senadora está desafiando a Justiça a prender Lula, uma possibilidade que existe, é claro!, embora me pareça remota no momento. Gleisi quer uma de duas coisas:

a: por motivos técnicos, a Justiça não prende Lula, e os petistas saem alardeando vitória entre os seus, mesmo com Lula condenado, como deve ser. Assim, mantém-se a fantasia de uma legenda que atua na resistência e que logrou uma “vitória” contra o sistema. A próxima é vencer a eleição;

b: a Justiça decide prender Lula: os petistas vão organizar protestos e vão forçar o limite da contenção policial, buscando alguns confrontos, e Lula se torna, então, o líder encarcerado.

Em qualquer dos casos, estamos diante de politicagem mixuruca, que responde com irresponsabilidade à irresponsabilidade daqueles que viram um clima de conflagração armada onde se tem nada além de uma pressão que deve ser considerada normal numa democracia. No mundo inteiro, grupos organizados tentam interferir em decisões da Justiça.

Mas não é corriqueiro que o comandante de um partido político ameace o país com cadáveres caso a Justiça não decida segundo o gosto do grupo que lidera. Isso não é conversa de presidente de partido, mas de líder de milícia ou de bando dedicado ao crime organizado.

Gleisi Hoffmann é o quê?

“Ceder à gritaria das redes sociais é ruim sob  qualquer perspectiva”, diz William Waack em entrevista à Folha

Por Cristina Padiglione:
Após romper o silêncio com o artigo publicado na Folha (“Não sou racista, minha obra prova” ), o jornalista William Waack diz em entrevista que estuda propostas para voltar a trabalhar em breve, após um período de férias. “Eu me sinto livre de um peso, com horizontes amplos e avenidas abertas”, afirmou, em conversa por telefone.

No dia 8 de novembro passado, veio à tona o áudio de um comentário feito por ele um ano antes, atribuindo a “coisa de preto” o buzinaço ouvido do local em Washington onde ele e o comentarista Paulo Sottero conversariam sobre a eleição presidencial que resultou na vitória de Donald Trump. Em seu artigo, Waack sustenta que fez uma “piada idiota”, reforçando que não é racista.

Na entrevista a seguir, ele fala ainda sobre o ônus de nunca ter sido “um profissional que jogasse para a torcida, no sentido de atuar para angariar aplausos”.
*
Folha – Em seu artigo, você diz que a Globo cedeu a grupos de pressão organizados na internet. No seu caso eram grupos identitários. Como você diferencia as demandas legítimas desses grupos dos excessos que você aponta?
William Waack
 – Eu não disse que a emissora cedeu. Eu afirmo que a revolução digital coloca empresas tradicionais em situação complicada, diante de desafios difíceis: Não foram apenas grupos identitários, mas grupos políticos organizados também. A questão não é o que eles defendem, mas, sim, como empresas grandes na era da revolução digital encontram equilíbrio diante da contestação que sofrem através de redes sociais.

Como os meios de comunicação devem enfrentar esse fenômeno sem ter seus interesses comerciais afetados pela ação desses grupos?
Interesses comerciais são legítimos, e os defendo. Para lidar com esse desafio são necessários visão estratégica e coragem para enfrentar momentos adversos, como a contestação ao papel dos próprios veículos.

Acho que ceder à gritaria é ruim sob qualquer perspectiva em qualquer lugar, especialmente num período de crise política e rápidas transformações, como vivemos. O mais preocupante não é o que grupos organizados fazem para destruir órgãos de imprensa, mas sim a percepção cada vez mais abrangente, por parte do grande público, de se sentir “órfão” em relação aos tradicionais guardiães da “verdade dos fatos”.

Além, o que é pior ainda, dessa percepção se ampliar ao ponto de muita gente atribuir a grupos grandes um papel na manutenção de padrões de miséria intelectual e pobreza política no nosso País, pois assim prosperam melhor. Estamos falando de percepções, evidentemente.
(…)
Leia a íntegra aqui

A “regra de ouro” das contas públicas e a forma como Lula e Bolsonaro sabotam o país, o seu futuro e o futuro dos seus filhos

Vamos a um assunto complicado, mas essencial para o futuro do país. O Inciso III do Artigo 167 da Constituição estabelece que é proibida “a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta”. O que esse fundamento, conhecido como “regra de ouro”, quer dizer? O governo não pode emitir dívida para financiar despesa corrente em valor superior aos investimentos.

A exigência é correta? É. Trata-se de uma maneira de preservar os brasileirinhos de amanhã das bobagens feitas pelos brasileirões de hoje. Ocorre que a estupenda deterioração das contas públicas, especialmente a partir de 2014, somada à recessão e às desonerações destrambelhadas do lulo-petismo, pode transformar em zerda a regra de ouro. Por quê?

Notem! O governo estabeleceu um teto de gastos, no que fez bem. Esse teto já prevê um rombo de R$ 159 bilhões, como se sabe. O que é o rombo? Justamente a emissão de dívida. Ocorre que boa parte das despesas é constituída de desembolsos obrigatórios. Sim, amiguinhos, a Previdência está lá. Vale dizer: na hora de cortar de verdade, para fazer cumprir o teto, adivinhem que rubrica acaba sofrendo mais… Justamente os investimentos. E se detectou o risco de a emissão de dívida ser superior aos ditos-cujos já em 2018, o que caracterizaria crime de responsabilidade do presidente e das pessoas encarregadas da área. O risco é ainda maior em 2019.

Há dias circula a notícia de que o Planalto estuda flexibilizar essa regra por intermédio de uma PEC. Não se sabe ainda como isso seria feito. Fala-se na suspensão temporária da punição até que se façam as correções necessárias, vale dizer: até que o governo consiga fazer os cortes de modo a manter aquela relação dívida/investimento. A encalacrada é grande e expõe, uma vez mais, a irresponsabilidade dos que estão sabotando a reforma da Previdência.

O Brasil teve há pouco rebaixada a sua nota pela agência de risco Standard & Poor’s. Basicamente, deveu-se ao imbróglio previdenciário. A Moody’s alertou que uma mudança de critérios na chamada “regra de ouro” poderia levar o país a um novo rebaixamento, desta feita nessa agência.

Nesta segunda, Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, afirmou acreditar que se possa cumprir a “regra de ouro” sem precisar de nenhuma flexibilização. Ele destaca, por exemplo, que o déficit fiscal deste ano deve ficar em R$ 110 bilhões, distante dos R$ 159 bilhões possíveis. Também cresce a pressão para que o BNDES devolva recursos ao Tesouro. Por quê? Esse dinheiro é usado para amortizar a dívida pública, e a lei permite que seja considerado investimento, o que permite ao governo gastar mais.

Em 2017, o banco devolveu R$ 50 bilhões. O Tesouro espera que o valor chegue a R$ 130 bilhões neste ano. Mas o próprio banco vê dificuldades para alcançar esse montante.

O ponto é o seguinte: o desejável é que a regra de ouro seja mantida, sem espaço para acomodações. Ocorre que o governo também não consegue operar milagres: não tendo como mexer nas despesas obrigatórias, resta passar o facão nos investimentos; ao investir menos, cai a sua capacidade de emitir dívida e, pois, de financiar o déficit, fabricado, em boa parte, pelas tais despesas obrigatórias…

É o ciclo do capeta. Há uma saída? Há, sim! O Estado brasileiro tem de gastar menos. Ponto. Ou é isso ou é o caos. Assim, quando você ouvir alguém vociferar contra a reforma da Previdência, como fazem Lula e Jair Bolsonaro, esteja certo: eles estão atuando contra o futuro do Brasil. Contra o seu futuro. Contra o futuro de seus filhos.

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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo (RedeTV)

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