Entrevista do Prefeito do Rio ao RJ-TV ontem ao vivo!

Publicado em 10/12/2008 15:09
ENTREVISTA DO PREFEITO DO RIO AO RJ-TV-1 ONTEM AO VIVO!

Duas partes. Clique abaixo.
https://www.youtube.com/watch?v=Fn54JlqT-g0
https://www.youtube.com/watch?v=ywhr1S7UQvk


AI-5: UMA OUTRA VERSÃO!

1. A história do AI-5, que completa 40 anos dia 13 de dezembro, é contada como desdobramento da decisão da Câmara de Deputados de não permitir o julgamento do deputado Marcio Moreira Alves, garantindo sua imunidade parlamentar. Em seguida o presidente Costa e Silva convocou os ministros próprios para tomar a decisão.

2. Este Ex-Blog conversou com o Prefeito do Rio, que estava preso na época no DOPS de Minas Gerais, a respeito e obteve outra versão. Naquele dia 13, conta o Prefeito, os presos políticos no DOPS foram chamados a arrumar seus pertences e subir a ante-sala do delegado. Este leu o mandato de soltura dos mesmos. E em seguida leu o AI-5, o que tornava sem efeito o mandato e os mandou de volta para a cela.

3. Para o Prefeito, tudo leva a crer que o caso Marcio Moreira Alves foi um pretexto para uma decisão que estava madura para ser tomada. A matéria de domingo, da FSP com o ex-ministro-chefe da Casa Civil do Presidente Costa e Silva, Rondon Pacheco, confirma essa avaliação do Prefeito. O Prefeito lembra que o voto sendo secreto, parlamentares da própria base do governo poderiam ter votado contra o governo por recomendação deste.

4. Os presos no DOPS de BH estavam juntos no Congresso de Ibiuna, mas todos eram dirigentes de suas organizações políticas, que adotaram a luta armada.
Já estavam presos, portanto há 2 meses. A leitura deste mandato de soltura sugere que o judiciário estivesse adotando o mesmo procedimento no caso de outros presos políticos, já que estes, naquela época, tinham destaque.

5. Segundo o relato de Rondon Pacheco à FSP, na reunião de ministros, a proposta do ministro da justiça, Gama e Silva, incluía o fechamento do Supremo. Ou seja, a intervenção seria na justiça também. A ditadura perderia o disfarce.  O voto do ministro Aliomar Baleeiro, no STF, autorizando processar o deputado, é mostra disso e foi uma tentativa, ingênua, de salvar o judiciário.

6. A decisão final, e para isso basta ler o texto do AI 5, resumido pelo ESP no caderno especial de domingo, cumpriu com os mesmos objetivos ao restringir o direito ao habeas corpus, assim como a quaisquer recursos à justiça por parte dos presos políticos.

7. Com isso, o poder judiciário, em todas as suas instâncias, deixava de decidir no caso de presos políticos. Era como se houvessem dois judiciários.
Um, o próprio governo federal, para os casos dos presos políticos, onde o judiciário deixou de ser um poder. E o outro, o judiciário, para todos os demais casos.

8. Na versão do Prefeito, o AI-5 foi baixado contra o judiciário, retirando dele qualquer poder de julgamento sobre os presos políticos. E isso deve ter ocorrido pelo fato de mandatos de soltura, habeas corpus, relaxamento de prisões, acesso de advogados ou familiares estarem começando a serem decididos pelo judiciário.

9. Mas como fazê-lo? E por quê? Nada mais adequado do que estabelecer uma ruptura provisória com o legislativo usando o caso do deputado como pretexto. Em seguida se excluía os presos políticos do alcance do judiciário e se reabria o Congresso, mantendo a mesma caricatura de democracia.

10. Na medida em que a repressão ganharia, a partir daquele momento, uma intensidade de violência muito maior, com depoimentos sob tortura e com confronto com as organizações armadas, haveria a necessidade de retirar tais atos do alcance do judiciário. Se o judiciário já começava a decidir em casos mais simples, como o exemplificado no início, ele não poderia funcionar. Mas fechá-lo seria de uma vez por todas tirar as máscaras do regime. A solução melhor foi o pretexto, e em seguida o AI-5, deixando o judiciário aberto, mas fora dos "crimes" políticos.


SOBRE OS GASTOS DO PAN!

1. Muitos e-mails chegaram a este Ex-Blog pedindo detalhes sobre o que o Prefeito do Rio falou na rádio CBN e na TV Globo a respeito do orçamento do PAN-07. O Prefeito disse que o orçamento apresentado à Odepa (Organização Desportiva Pan-americana) e levado a assembléia na cidade do México, quando o Rio foi escolhido, foi preparado para equipamentos médios, tendo em vista as exigências dos Jogos Pan-americanos. Ou seja, teríamos equipamentos melhores que os do Pan de Santo Domingo por exemplo.

2. Mas depois da vitória conquistada para o PAN e tendo em vista a exclusão do Rio dos JJOO de 2012, o COB retornou com a convicção que o Rio só seria competitivo para 2016 se construísse equipamentos de nível olímpico. Ou seja, o Ginásio teria que ser uma Arena NBA, o aproveitamento de piscinas que antes poderia incluir o Vasco, virou parque Aquático, a Vila do Pan poderia ser feita na área do antigo hospital Pedro II, no Grande Méier, foi para a Barra, o velódromo que poderia ser provisório, passou a ser do melhor padrão mundial, etc.

3. O orçamento de origem, apresentado para a disputa foi de 224 milhões de dólares, sendo que a Prefeitura executaria 127 milhões de dólares ou 57%, o comitê organizador com a venda de ingressos e publicidade aportaria 49 milhões, ou 22%, a União 39 milhões ou 17% e o Estado apenas 9 milhões de dólares por atravessar uma situação financeira difícil.

4. Após o PAN, o governo federal exagerou na publicidade de seus gastos, incluindo investimentos e despesas que ou já estavam andando (aeroporto Santos Dumont...), ou seriam feitos com ou sem Pan (central de telecomunicações planejada ainda em 2002...), ou empréstimo da CEF contado como despesa. Mas de toda forma seu aporte financeiro foi decisivo e alcançou 800 milhões de reais.

5. A prefeitura desembolsou 1 bilhão de reais e em gasto de capital sem desembolso (concessão ao Rio-Centro, prorrogação da Marina da Glória, gabarito da Vila Pan-americana), mais 400 milhões de reais. Os gastos do Estado no complexo do Maracanã e na festa de abertura/encerramento foram realizados com recursos federais estando incluídos nos 800 milhões de reais.
Estima-se que o CO-RIO tenha aportado 50 milhões de reais. No total 1.850 milhões de reais em desembolso ou 2.250 milhões de reais com o gasto de capital.

6. Se tomarmos um câmbio de fins de 2006 ou 2,16 reais por dólar, as despesas/desembolso, foram de 856 milhões de dólares ou 1 bilhão de dólares, incluindo o gasto de capital. Se usarmos o câmbio de hoje, 2,50, foram 740 milhões de dólares ou 900 milhões de dólares, conforme a hipótese. A decisão que elevou os gastos foi a de construir equipamentos olímpicos, tendo em vista a derrota para 2012.

7. A prefeitura, que desembolsaria 127 milhões de dólares com câmbio a 2,50, desembolsou 400 milhões de dólares e o governo federal (estado incluído), que desembolsaria 48 milhões de dólares, desembolsou 320 milhões de dólares (a 2,50). Ao câmbio de  2,16 foram 463 milhões de dólares e 370 milhões de dólares, respectivamente. Claro, sem contar o gasto de capital.

8. Essa foi a diferença anotada e publicada que nada tem a ver com falta de planejamento ou superfaturamento de obras ou coisas no estilo. O que ocorreu foi apresentar uma candidatura para um projeto, e realizar outro projeto muito diferente. O planejamento financeiro foi atropelado pelo novo projeto:
JJOO-2016 e os custos mudaram radicalmente de patamar. Uma pedra de quartzo foi trocada por um rubi. Que naturalmente custou muito mais caro.


COPIAR AS INSTITUIÇÕES????

Imagine se o Brasil adotasse o sistema do Estado de Illinois e coubesse aos governadores escolher o senador substituto no caso do titular se afastar? No senado, hoje, seriam 25 senadores escolhidos por governadores.


FRAUDE ELEITORAL!

O deputado-cantor popular Frank Aguiar foi candidato a vice-prefeito na chapa de Luiz Marinho, amigo do Lula, ministro da previdência e ex-presidente da CUT. Hoje na Coluna Panorama Político do Globo, ele diz que não vai assumir e, mais ainda, vai mudar seu título eleitoral para o Piauí e concorrer a vaga de senador em 2010. Ou seja, ele não era candidato de verdade a vice. Estava ali para iludir o eleitor e ajudar a eleger Marinho.
Uma descarada fraude eleitoral. E fraude assumida e confessada de público no jornal.


O VICE-PRESIDENTE!

1. Este Ex-Blog recebeu vários e-mails pedindo a opinião sobre como se deve organizar uma chapa de Presidente e Vice no Brasil e se o ideal é que o Presidente seja de uma região e o vice de outra para somar votos. As eleições brasileiras, assim como outras nas Américas, onde há vice-presidente, não têm demonstrado isso. Em geral o papel do candidato a Presidente é tão destacado e a eleição tão personalizada nele, que o vice, em outra região, cumpre muito pouco ou nada o papel de agregador de votos.

2. É claro que numa Federação como o Brasil, obrigatoriamente o vice terá que ser de um Estado diferente do Presidente, mas não será isso que vai afetar o resultado eleitoral. JK escolheu Jango por razões de ordem política para mobilizar o PTB, um partido popular em razão do acordo por espaços no governo.

3. Jânio escolheu Milton Campos para compor seu discurso da ética. Collor escolheu Itamar pensando na questão regional, mas essa não teve qualquer impacto. FHC compôs com Marco Maciel muito mais pela capilaridade do PFL em áreas onde o PSDB era fraco. Mas a eleição se deu em torno do Plano Real.
Lula escolheu José de Alencar para sinalizar que não haveria radicalização política em seu governo, não por razões regionais.

4. As questões que cercam a escolha do vice são de duas índoles: a confiabilidade, a lealdade e a discrição, de forma a que o presidente possa ser substituído em viagens e que a personalidade do vice não concorra com a do presidente. Uma vez vencido esse obstáculo, então se avalia que perfil reforçaria a imagem do presidente e geraria mais entusiasmo com a expectativa de poder.

5. A escolha que não atentar para estas razões pode produzir um multiplicador negativo. A chapa Lott-Jango não foi sinérgica, assim como a Lula-Brizola. Na ânsia de agregar, muitas vezes se constrói o inverso. Não observando o item 4, a chapa mesmo que vencedora vai realizar um governo instável, com a expectativa do vice de ir além das funções de substituição na ausência. Exemplo disso foi a chapa Getulio Vargas-Café Filho onde o vice conspirava contra o presidente no momento da crise de 1953/1954. A tudo isso se chama de engenharia política, onde se trabalha simultaneamente a melhor equação de vitória e a melhor de governo sem que uma afete a outra.



BANCO MUNDIAL: BRASIL CRESCE 2,8% EM 2009!

BBC, em 11/12/2008

Os efeitos da crise financeira global levaram o Banco Mundial (Bird) a rever para baixo o crescimento econômico brasileiro em 2009, na atualização do relatório Global Economic Prospects 2009 (Perspectivas Econômicas Globais 2009), divulgada nesta terça-feira. A estimativa do Bird no estudo divulgado no ano passado era de que o país cresceria 4,3% em 2009, mas agora o órgão estima que o Brasil avance 2,8%.


OS DISPLAYS DE SPLIT-FLAP DA SOLARI di UDINE!

Nota enviada por W.K. a este Ex-Blog

Temo que nossa cidade esteja prestes a perder valiosas peças de sua história moderna. A Infraero começou a fazer a instalação de painéis de LCD no Galeão e, aparentemente, os grandes displays de split-flap da Solari di Udine estão com seus dias contados. Esses painéis sempre foram considerados engenhocas admiráveis e fizeram parte do cotidiano de aeroportos e estações ferroviárias por todo o mundo. O Galeão tem várias formas deles no terminal 1, desde os painéis de vôos até os relógios. Não somente são uns dos mais velhos ainda em operação, mas também são uns dos últimos ainda em operação em aeroportos. O MoMA de Nova Iorque reconhece o valor de seu design, adquiriu e colocou em exposição um antigo painel do Aeroporto de Milão-Malpensa, que foi fabricado em 1996. Os do Galeão são dos anos 70.


Fonte: Blog do Cesar Maia
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Blog do Cesar Maia

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