Marketing Viral: Análise e alternativa!

Publicado em 29/12/2009 08:13

Trechos da coluna de Cesar Maia na Folha de SP (26).
                 
1. Entrou na moda o marketing viral. Jovens agências vendem a ideia de que, por meio de ações na internet, pode-se produzir um efeito virótico, promovendo ou desmontando virtudes.  Jonah Peretti e Duncan Watts criticam como ingênua essa ideia. E ironizam: "É o almoço grátis perfeito. Pegue um pequeno grupo e semeie sua ideia. Faça-a virótica e a assista se espalhar, sem esforço, alcançando milhões". "Criar mensagens que contenham propriedades virais é muito difícil".
                 
2. Peretti e Watts usam uma equação simples: para serem viróticas, a taxa de reprodução -R- terá que ser maior que um para a maioria das pessoas que a recebem; como as "pirâmides".  É fácil entender. A internet tem mais audiência que os meios de comunicação. Imagine um público a ser alcançado. Os meios de comunicação são alguns para atingir esse público. Pense num cone com a base para cima. A mídia é o vértice de baixo.
                 
3. Agora pense num paralelepípedo em que a base é igual à parte de cima. Essa é a internet -o número de emissores é igual ao de receptores. Penetrar não é tão simples. Mais que na mídia, aqui, a força é dos receptores.
                 
4. Num artigo sobre as redes complexas de influências sociais, Alexandre Abdo, doutor pela USP-Universidade Columbia, resenha a história das teorias sobre formação de opinião pública. E mostra que, na internet, os ditos influenciadores são menos importantes que os receptores, pois aqueles não são repassadores como estes. Assim, chegar ao ponto de potencial virótico não é simples.
                 
5.  Abdo cita Jonah Peretti, veterano de campanhas pela internet, que oferece uma alternativa à dualidade mídia-internet. Peretti chama de "big seed marketing", ou marketing de grande semeadura: "foca pessoas comuns, ignorando os influenciadores". Consiste em utilizar a mídia de massa para lançar o processo. E a internet capilariza, o que torna maior o multiplicador, e mais barato.
                 
6.  Essa estratégia, segundo Peretti gerou retornos de duas a quatro vezes maiores que a TV.  Peretti e Duncan dizem que o marketing de grande semeadura gera sinergia entre mídia de massa e internet. Com taxa de reprodução -R- menor que um -por exemplo, 0,5-, um grupo inicial dobra seu alcance. Duplica uma campanha tradicional pela TV.
                 
7.  Não tem a imprevisibilidade do marketing viral. Exemplifica com diversas campanhas que, com R menor que um, produziram enorme impacto pela combinação de mídia de massa e internet. Muito mais eficaz que a viral e muito mais barato que só TV.

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O SOCIÓLOGO IGNÁCIO CANO DEVERIA DIZER ONDE ISSO ACONTECE!
           
Trecho da entrevista ao El País (29).

"Existem áreas pobres no Rio nas quais não há homens: as mulheres não têm com quem casar-se, porque os homens morrem por causa da violência".

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PERDA DE COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA BRASILEIRA!
                 
Trechos do Editorial do Estado de SP (28). Talvez tenha faltado agregar que com a crise de 2008/2009 a exigência tecnológica, de maior produtividade e competitividade, aumentará significativamente nos próximos anos.
     
1. A indústria de transformação brasileira registrou um superávit recorde de US$ 22,4 bilhões em 2005, mas, desde então, suas importações crescem mais depressa do que as exportações. Em 2008, registrou o primeiro déficit comercial (de US$ 7,17 bilhões) desde 2001 e, em 2009, o resultado negativo deve ficar entre US$ 6 bilhões e US$ 7 bilhões. Mas, em 2010, poderá superar o déficit de 1998, o maior já registrado até agora (de US$ 11,3 bilhões).
     
2. Não foi a crise mundial que provocou essa mudança. A deterioração da balança comercial da indústria brasileira começou bem antes da quebra do Lehman Brothers, em setembro de 2008. Tantas vezes apontada como a grande vilã do comércio exterior, na verdade a taxa de câmbio tem um papel secundário na transformação pela qual vem passando a balança da indústria, como reconhecem instituições de pesquisas ligadas ao setor. Outros fatores reduzem a competitividade do produto brasileiro.
     
3. O Brasil, diz o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), tem um grande déficit na "competitividade sistêmica". Altos custos do crédito interno, tributos muito elevados e "indevidamente cobrados", encargos excessivos sobre a folha de salários, o alto custo e a má qualidade da infraestrutura são os fatores apontados pelo Iedi,  junto com a valorização do real em relação ao dólar, como responsáveis pela perda do dinamismo das exportações da indústria brasileira.
     
4. É nos segmentos que usam mais intensivamente a tecnologia que a indústria apresenta, nos últimos anos, os piores resultados comerciais. Esse fato foi observado em 2008 e se repetiu em 2009. Nos três primeiros trimestres desse ano, os segmentos de alta e média-alta intensidade tecnológica registraram déficits comerciais muito altos, de US$ 12,7 bilhões e US$ 19,2 bilhões, respectivamente.
     
5. Esses números mostram que o Brasil não acompanha a tendência do comércio mundial, no qual os segmentos mais dinâmicos são justamente os de maior intensidade tecnológica. 

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ROMBO NAS CONTAS DO GOVERNO LULA!
           
(Estado SP, 29) Rombo nas contas públicas cresce 278% e derruba meta de déficit zero. Governo projetava déficit nominal zero para 2010, mas rombo cresceu de R$ 36,4 bi para R$ 137,9 bi em 12 meses. Foi para o arquivo a expectativa de a equipe econômica atingir o déficit nominal zero em 2010, último ano do segundo mandato do governo Lula. De outubro de 2008 para outubro passado, o déficit nominal cresceu 278%, de R$ 36,4 bilhões para R$ 137,9 bilhões. Em proporção do PIB, o índice saltou de 1,27% para 4,61% do PIB no período.

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PARAGUAI: UM CHAVISMO QUE SAI DOS TRILHOS!
             
1. O kit Chávez -eleição, popularidade, constituinte, dissolução do congresso, partido único, mudança na corte suprema...,- não vai dando certo no Paraguai. Os partidos políticos entenderam (os da Venezuela, Bolívia e Equador não entenderam) que o vestibular de chavismo deve ser respondido com uma concentração do foco no congresso e uma unidade siderúrgica dos partidos que se opõem, deixando as diferenças para depois.
                            
2. Com isso, o chavismo não entrou no Paraguai, ainda, e espera-se que não entre nunca. Os filhos ocultos e um sequestro emblemático serviram como tempero para a oposição. Uma ampla pesquisa realizada em nível universitário, na quinzena passada, deixou isso muito claro.

3. Os três primeiros pontos destacados que explicam a impopularidade de Lugo foram: sensação de insegurança com o sequestro de um grande fazendeiro; novos casos de paternidade com familiares de Lugo acusando; primeiro caso de corrupção envolvendo o entorno próximo de Lugo.

4. Os 54% favoráveis em setembro, agora em dezembro são 40%. Desfavoráveis agora são 53%. Já são 35% os que acham que Lugo poderá ter julgamento político. 60% acham que há uma campanha contra Lugo.     

5. Desemprego e Segurança são os dois problemas principais anotados. Expectativa sobre a economia em 2010: Ficar igual 37%, Piorar 25%, Melhorar 31%.

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DIPLOMATA VENEZUELANO SE APOSENTA E FALA DA DIPLOMACIA DE LÁ, EM REUNIÃO RESERVADA EM SP!
         
Disse estar se aposentando prematuramente por discordar  da política externa e dos procedimentos administrativos da Carreira diplomática em seu país. Contou que: (a) o recrutamento de diplomatas (100 ao ano) se faz mediante um concurso fraudado; (b) em seguida, os candidatos aprovados são enviados para um estágio de seis meses em Cuba; e (c) ingressam na Carreira como diplomatas e assim permanecem até se aposentarem, sem jamais portarem os títulos tradicionais (Secretário, Conselheiro, Ministro, etc., algo demasiado burguês, no entender das autoridades de seu país).

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HUGO CHÁVEZ VAI AS COMPRAS!

(El Tiempo, em 28/12/2009) O ato, transmitido pelas TVs e rádios do Sistema Nacional de Mídia Pública, foi realizado no Forte Mara, região noroeste, diante de 5 mil soldados.  Chávez explicou que as novas unidades estão armadas com rifles de precisão "Dragunov", lançagranadas "RPG-7" e mísseis portáteis antiaéreos "Iglas", todos de fabricação russa.  "Estamos dispostos a dar nosso sangue pela  soberania e independência da pátria", disse Chávez. "Estamos defendendo o direito a ser livres e a deixar de ser colônia do império norte-americano", insistiu o governante venezuelano.  Chávez também confirmou a próxima chegada de um lote de tanques T-72 que passarão a formar parte dos batalhões acantonados no Forte Mara, na Guajira venezuelana.

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Fonte:
Ex-Blog César Maia

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