O presidente tarja preta: Cenas explícitas de pornografia ética

Publicado em 25/02/2010 20:40 e atualizado em 26/02/2010 11:38

Antes de Fábio Luís da Silva virar um empresário milionário — o que aconteceu de 2003 para cá, depois que o pai virou presidente —, ele era monitor de jardim zoológico. O visitante queria ver a zebra. Lá ia Lulinha mostrar onde estava a zebra. “Cadê o jumento?” E Lulinha mostrava o caminho do jumento. “E a anta? Tem anta, moço?” E Lulinha demonstrava a sua intimidade com a morada das antas. Se fosse preciso, descrevia a sua dieta, hábitos, ciclo reprodutivo, tudo.

Ele cansou de ver, em seu ofício original, gente a fazer o que seu pai faz na foto acima, que está na primeira página do Estadão de hoje: de câmera em punho, os visitantes saíam fotografando coisas que julgavam exóticas: aquele macaco que tem o traseiro colorido, o besouro rola-bosta, um bicho qualquer que se alimenta de carniça.

Foi o que fez Lula: fotografou o bicho exótico e moribundo Fidel Castro. Poderia ser o rola-bosta. Poderia ser um urubu. Poderia ser uma hiena. Mas é o vagabundo que se sustenta de carne humana. É o porco fedorento que sobreviveu no século 21. É o ditador desprezível que fuzila sem julgamento. É o norte (i)moral por trás do terrorismo das Farc. Ao fotografá-lo, diriam os otimistas, Lula evidencia que, mais do que exótico, o moribundo rejeitado, por ora, até pelo inferno é um animal em extinção. Assim, a sabujice do Apedeuta, o seu deslumbramento basbaque, corresponderia a uma antecipação da sentença de morte.

Infelizmente, não é bem assim. O ato de Lula evidencia como este pobre continente ainda está tomado pela estupidez ideológica. Vocês podem não acreditar, mas há um liame entre a genuflexão lulista ao carniceiro e o Plano Nacional de Bandalheira Larga, por exemplo, que transforma milhão em bilhão só na base do gogó e já rendeu, por enquanto, R$ 620 mil a José Dirceu.

A justificativa que se pretende “moral” para o ato imoral, já nos informaram seus biógrafos que dão plantão da imprensa, é levar banda larga os pobres, em nome do social. Lula estaria, assim, consoante com aquele a quem fotografa, defendendo o país dos interesses do grande capital estrangeiro, que viria aqui explorar os botocudos. Compreendem o nexo? O Babalorixá de Banânina seria um resistente, da safra desses gentis homens latino-americanos que fazem tudo pelo povo precisando, eventualmente, da colaboração de alguns empresários amigos.

Fidel é o símbolo do parasitismo esquerdofrênico ainda presente no continente. Na Colômbia, esse parasitismo encontrou na cocaína o seu sustento; no Brasil, faz tráfico com as leis de estado. Sim, Fidel é um cadáver político, é um cadáver moral e já é quase um cadáver físico. Mas ainda procria. Na Colômbia, ele seqüestra e mata; no Brasil, rouba, esbulha a lei e invade propriedades privadas; na Venezuela, constrói o comuno-fascismo bolivariano.

A foto tirada por Lula significa uma escolha. E, por isso, é um dever moral de quem tem apreço pela democracia mobilizar todos os recursos que a lei oferecer para combatê-lo: de forma sistemática, organizada, contínua, inflexível.

Impressionante
Alguns devem ter-se lembrado. O texto acima, com pequenas atualizações de dados
a questão da Plano Nacional de Bandalheira Larga foi publicado neste blog no dia 16 de janeiro de 2008. Lula visitou Cuba há pouco mais de um ano. E se deixou fotografar fotografando Fidel: uma espécie de metalinguagem da morte.

Convenhamos: ninguém esperava mesmo que Lula fosse defender democracia em Cuba. Toda a sua severidade foi guardada para Honduras. Conhecendo a moral do petista, eu não alimentava a expectativa nem mesmo de que ele se solidarizasse com a família de Zapata, o dissidente morto na cadeia. Isso não quer dizer que essa celebração de pornografia ética explícita não seja chocante.

Reparem na alegria de Franklin Martins de volta a seu ambiente natural. Imagino o tempo que a alma desse sujeito passou torturada no figurino do rapaz que, oriundo do MR-8 e do jornal Hora do Povo, só queria fazer jornalismo… Reparem na mão colocada sobre os ombros que suportam 100 mil cadáveres.

É coerente. Gente que participou, com Franklin, do seqüestro de Charles Elbrick achava que a ameaça de matar o embaixador americano caso o governo não cedesse à exigência dos seqüestradores não era para valer. Franklin, um homem muito sério e determinado, fez ver aos moços de coração mais mole que não se tratava de brincadeira.

Diante de Elbrick, Zapata ou dos 100 mil cubanos que Fidel já matou, não seria estranha à ideologia de Franklin uma consideração como esta: “Gente, infelizmente, para construir o Novo Homem, a gente tem de matar alguns inocentes”.

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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo (Veja)

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