FORA LADRÕES, FORA PETRALHAS CORRUPTOS

Publicado em 07/03/2010 20:30 e atualizado em 08/03/2010 11:15
FORA LADRÕES, FORA PETRALHAS CORRUPTOS

Por Reinaldo Azevedo

Caras e caros, antes que reproduza um trecho da reportagem de capa da VEJA, algumas considerações.

Como é mesmo aquela frase que vivo repetindo aqui? "A cada enxadada, uma minhoca". Quando se lança a ferramenta em solo petista, então, basta que se tire um pouquinho de terra, e o que se vê é aquela celebração de anelídeos se retorcendo. Acostumados aos subterrâneos, reagem à luz. O Brasil assiste atônito, mas também satisfeito, ao descalabro instalado no Distrito Federal. Atônito com a canalhice. E satisfeito em ver José Roberto Arruda na cadeia. Mas há uma coisa que, até agora, está no grupo das coisas jamais vistas - como enterro de anão e cabeça de bacalhau: petista na cadeia! A sensação, não muito distante da realidade, é a de que membros do partido têm especial licença para a falcatrua. E olhem que nem é preciso falar do mensalão do PT.

Lembram-se do famoso Dossiê dos Aloprados, aquela safadeza protagonizada por petistas - todos muito próximos de Lula -, que tentava armar uma acusação falsa contra tucanos em São Paulo? Pois é. Ninguém está na cadeia. A Polícia Federal, sempre tão eficiente, não conseguiu chegar à origem daquele R$ 1,7 milhão carregado por Hamilton Lacerda, braço direito do senador Aloizio Mercadante, que Lula quer disputando o governo de São Paulo.

Um dos figurões daquela tramóia era João Vaccari, este barbudo pançudo que vocês vêem aí abaixo, amigo pessoal do presidente da República. E quem é que o PT resolveu botar na tesouraria do partido para cuidar justamente do caixa da campanha de Dilma Rousseff? O Pançudo. Reproduzo um trecho da reportagem. Volto em seguida.
*
O Ministério Público quebra sigilo da Bancoop e descobre que dirigentes da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo lesaram milhares de associados, para montar um esquema de desvio de dinheiro que abasteceu a campanha de Lula em 2002 e encheu os bolsos de dirigentes do PT. Eles sacaram ao menos 31 milhões de reais na boca do caixa

Por Laura Diniz

Montagem sobre foto Jose Meirelles Passos/ Ag. O Globo

NÃO É SÓ A BARBA QUE LEMBRA O ANTECESSOR - João Vaccari, o novo tesoureiro do PT, é o homem por trás do esquema Bancoop,diz o Ministério Público 

Depois de quase três anos de investigação, o Ministério Público de São Paulo finalmente conseguiu pôr as mãos na caixa-preta que promete desvendar um dos mais espantosos esquemas de desvio de dinheiro perpetrados pelo núcleo duro do Partido dos Trabalhadores: o esquema Bancoop. Desde 2005, a sigla para Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo virou um pesadelo para milhares de associados. Criada com a promessa de entregar imóveis 40% mais baratos que os de mercado, ela deixou, no lugar dos apartamentos, um rastro de escombros. Pelo menos 400 famílias movem processos contra a cooperativa, alegando que, mesmo tendo quitado o valor integral dos imóveis, não só deixaram de recebê-los como passaram a ver as prestações se multiplicar a ponto de levá-las à ruína. Agora, começa-se a entender por quê.

Na semana passada, chegaram às mãos do promotor José Carlos Blat mais de 8 000 páginas de registros de transações bancárias realizadas pela Bancoop entre 2001 e 2008. O que elas revelam é que, nas mãos de dirigentes petistas, a cooperativa se transformou num manancial de dinheiro destinado a encher os bolsos de seus diretores e a abastecer campanhas eleitorais do partido. "A Bancoop é hoje uma organização criminosa cuja função principal é captar recursos para o caixa dois do PT e que ajudou a financiar inclusive a campanha de Lula à Presidência em 2002." Na sexta-feira, o promotor pediu à Justiça o bloqueio das contas da Bancoop e a quebra de sigilo bancário daquele que ele considera ser o principal responsável pelo esquema de desvio de dinheiro da cooperativa, seu ex-diretor financeiro e ex-presidente João Vaccari Neto. Vaccari acaba de ser nomeado o novo tesoureiro do PT e, como tal, deve cuidar das finanças da campanha eleitoral de Dilma Rousseff à Presidência. Aqui

Comento
Vocês precisam ler a reportagem na íntegra para ter noção da extensão das falcatruas e saber quantas vidas foram lesadas - algumas destruídas - para sustentar o esquema. Vocês se lembram, por exemplo, de Freud Godoy, o homem de nome certo para representar o inconsciente do petismo e parceiro de Vaccari nas lambanças do dossiê? Pois é. Ele está neste escândalo também. Leiam mais um trecho da reportagem:

Outro frequente agraciado com cheques da Bancoop tornou-se nacionalmente conhecido na esteira de um dos últimos escândalos que envolveram o partido. Freud "Aloprado" Godoy - ex-segurança das campanhas do presidente Lula, homem "da cozinha" do PT e um dos pivôs do caso da compra do falso dossiê contra tucanos na campanha de 2006 - recebeu, por meio da empresa que dirigia até o ano passado, onze cheques totalizando 1,5 milhão de reais, datados entre 2005 e 2006. Nesse período, a Caso Sistemas de Segurança, nome da sua empresa, funcionava no número 89 da Rua Alberto Frediani, em Santana do Parnaíba, segundo registro da Junta Comercial. Vizinhos dizem que, além da placa com o nome da firma, nada indicava que houvesse qualquer atividade por lá. O único funcionário visível da Caso era um rapaz que vinha semanalmente recolher as correspondências num carro popular azul. Hoje, a Caso se transferiu para uma casa no município de Santo André, na região do ABC.

Comecei lembrando o escândalo dos aloprados, certo? Como vocês leram, o esquema do Bancop costumava lidar com dinheiro sacado na boca do caixa. Vejam esta imagem para refrescar a memória:

Patricia Santos/AE

A TROCO DE QUÊ?
Lacerda (à dir.) ligou para Vaccari uma hora depois de entregar o dinheiro que pagaria o dossiê 

Então fiquem com um novo trecho da reportagem:
João Vaccari Neto e Freud Godoy, envolvidos agora no esquema Bancoop, já atuaram juntos em passado recente. Pelo menos é o que sugere o registro dos telefonemas trocados pela dupla às vésperas do estouro do escândalo dos "aloprados" - como ficaram conhecidos os petistas apontados pela Polícia Federal como integrantes da quadrilha que tentou comprar um dossiê supostamente comprometedor para tucanos durante a campanha presidencial de 2006. No caso de Vaccari, então presidente da Bancoop, os vestígios de participação no caso guardam cheiro de tinta fresca. Foi para ele que Hamilton Lacerda - na ocasião coordenador de comunicação da campanha do senador Aloizio Mercadante - telefonou uma hora antes de fazer a entrega de parte do 1,7 milhão de reais que seria usado para comprar o dossiê.

E o que vai acima, meus caros, está longe de ser tudo. Mais detalhes na revista.


BANCOOP - VELHO É O PASSADO DO PT!!! OU: UMA HISTÓRIA QUE ESTÁ LONGE DO FIM

domingo, 7 de março de 2010 | 6:57

Engraçada e cínica a reação de petistas e petralhas diante dos descalabros do esquema Bancoop: “Ah, isso é notícia velha, requentada!” Velho, nesse ramo, é o passado do PT! Que o escândalo é antigo, disso ninguém dúvida. Já houve manifestações de protesto das pessoas que tiveram a vida arrasada pelos “companheiros”: investiram suas economias no sonho de um apartamento próprio e acabaram enriquecendo larápios.

Também já se suspeitava que o “Bangolpe” desviava recursos para o PT e para o bolso dos chefes da cooperativa. Mas faltavam as evidências materiais da safadeza. E elas apareceram. Sim, a investigação é antiga, como atestam as primeiras palavras da reportagem de VEJA — “Depois de quase três anos de investigação…”—, mas há evidências que são notícia fresquinha: “O Ministério Público de São Paulo finalmente conseguiu pôr as mãos na caixa-preta que promete desvendar um dos mais espantosos esquemas de desvio de dinheiro perpetrados pelo núcleo duro do Partido dos Trabalhadores: o esquema Bancoop”.

O que se tem agora e não se tinha até a semana passada:
1 - 8.000 páginas de registros de transações bancárias realizadas pela Bancoop entre 2001 e 2008;

2 – As evidências dos saques na boca do caixa feitos pela diretoria da cooperativa; no lote analisado, apenas uma parte dos documentos recebidos, eles já somam R$ 31 milhões;

3 – o pedido do Ministério Público de quebra de sigilo bancário de João Vaccari Neto, ex-diretor financeiro e ex-presidente da cooperativa e atual tesoureiro do PT e da campanha de Dilma Rousseff à Presidência;

4 – o valor de dinheiro transferido da cooperativa para o bolso de quatro dirigentes da cooperativa: o ex-presidente Luiz Eduardo Malheiro e os ex-diretores Alessandro Robson Bernardino, Marcelo Rinaldo e Tomas Edson Botelho Fraga – os três primeiros mortos em um acidente de carro em 2004 em Petrolina (PE). No total, R$ 10 milhões — no lote já analisado dos documentos, destaque-se;

5 – a informação de que 11 cheques, totalizando 1,5 milhão, datados entre 2005 e 2006, foram parar numa “empresa de segurança” de Freud Godoy — aquele do escândalo dos aloprados. A dita-cuja ficava em Santana do Paranaíba, cidade conhecida por contar com muitas empresas que só existem no papel. Os vizinhos nunca a viram funcionando no nº 89 da Rua Alberto Frediani.

MAS O LEITOR ESTÁ CERTO EM INTUIR QUE AINDA FALTA SABER MUITA COISA, NÃO É? E, BEM, ACHO QUE VAMOS FICAR SABENDO.

Fundos de pensão
O caso Bancoop é uma espécie de escândalo-símbolo ou escândalo-emblema do que é o petismo — ou, mais amplamente, de como se comporta isto que chamo “nova classe social” no poder. Recorri a esta expressão antes do sociólogo de esquerda Francisco de Oliveira; daí empregar a primeira pessoa. Eu até a batizei, como bem sabem os meus leitores mais antigos: “burguesia do capital alheio”.

O escândalo é exemplar porque não lhe falta o clássico desvio de dinheiro para o partido. Nesse sentido, antecipa, como apontado por VEJA, uma das faces do escândalo do mensalão do PT. Não lhe falta ainda o puro e simples enriquecimento ilícito de alguns “companheiros”. Afinal, vocês sabem, a ideologia dessa gente não é assim tão de ferro que resista ao ouro… Mas não é aí que está a cereja do bolo.

E onde está a cereja?
1
 – como vocês já leram, Luiz Eduardo Malheiro, Alessandro Robson Bernardino, Marcelo Rinaldo e Tomas Edson Botelho Fraga eram diretores da Bancoop. Mas também eram, vejam que fabuloso!, donos da Germany Empreiteira, que tinha um único cliente: a Bancoop!!!;

2 – A Germany era a empresa que fazia a lambança com a dinheirama, conforme atesta ao Ministério Público um outro Malheiro, Helio, irmão de Luiz Eduardo, morto num acidente em novembro de 2004, em companhia de Bernardinho e Rinaldo. Ameaçado de morte, Hélio está num programa de proteção a testemunhas;

3 – Uma outra testemunha disse ao Ministério Público que Luiz Eduardo entregava envelopes de dinheiro diretamente a Vaccari, o chefão do PT;

4 – em 2004, Luiz Eduardo procura Ricardo Berzoini, então ministro do Trabalho, e diz que a cooperativa precisa de ajuda;

5 – em novembro de 2004, acontece o acidente de carro (ver post abaixo), e Vaccari assume a presidência da cooperativa;

6 – em dezembro, a Bancoop, que já estava quebrada, conseguiu captar no “mercado”, por meio da corretora Planner, nada menos de R$ 43 milhões — R$ 36,9 milhões dos quais saíram dos fundos de pensão de estatais controlados pelo… PT!!!

7 – Como dizia Clodovil, “boi preto conhece boi preto”: a corretora Planner foi investigada pela CPI dos Correios sob a acusação de ter causado um prejuízo de R$ 4 milhões ao fundo de pensão da Serpro.

Eis a cereja: cooperativa, fundos de pensão, estatais… Perceberam como essas coisas se misturam num todo orgânico, e o conjunto, no fim das contas, obedece a um ente, a um cérebro, que é o partido? Não por acaso, Vaccari foi presidente do Sindicato dos Bancários, dirigente da CUT, presidente da Bancop e é agora o tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff à Presidência.

O nome de Vaccari, que presidia a cooperativa em que se fizeram saques na boca do caixa de pelo menos R$ 31 milhões, aparece no escândalo dos aloprados. Foi para ele que Hamilton Lacerda, o homem que carregava a mala de grana do dossiê dos aloprados, ligou uma hora antes de fazer o pagamento. Sintetizo: Lacerda, braço direito de Aloizio Mercadante, ligou para Vaccari, o homem da cooperativa do dinheiro vivo, que coordenava a campanha do senador ao governo de São Paulo em 2006 e que também é seu segundo suplente. A Polícia Federal não conseguiu descobrir a origem do dinheiro.

Pedro Abreu Dallari, advogado da Bancoop, tem uma explicação para a coisa toda: alimentar o pedido do PSDB de CPI na Assembléia paulista. “É a única explicação que encontro para tantas leviandades.” É a famosa tese da conspiração dos adversários.

A gente não deve perguntar a Dallari — já que ele é pago para defender — se também é leviandade apontar o rombo de mais 100 milhões na cooperativa e as três mil famílias lesadas pelos “companheiros”. Vai ver isso tudo não passa de uma trama tucana!

Pedrinho vai ter de usar melhor o seu bodoque. Essa história parece bem longe do fim.

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Por Reinaldo Azevedo

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PETISTAS NO FLAGRA: SEM MEDO DE SER RIDÍCULOS

domingo, 7 de março de 2010 | 6:55

Antes, eles se diziam sem medo de ser felizes. Agora, não têm medo de ser ridículos. Sabem o escândalo do Bancoop? O PT já tem uma explicação. Leiam trecho de reportagem do Estadão:
O deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) queixou-se da atuação do promotor José Carlos Blat. “A obrigação dele é apresentar uma denúncia consistente à Justiça e não ficar dando entrevistas”, reagiu Berzoini. “No mínimo, levanta a suspeita de que ele age a serviço de setores do Ministério Público alinhados ao Serra”, emendou, em referência ao governador de São Paulo, José Serra, pré-candidato do PSDB ao Planalto. Sucessor de Berzoini na presidência do PT, José Eduardo Dutra engrossou o coro. Queixou-se do “jornalismo panfletário” que, diz ele, tem por objetivo interferir na eleição. “A serviço de quem? Do PT é que não é.”

Entenderam?
Sabem o escândalo do Plano Nacional de Bandalheira Larga (há novidades a respeito posts abaixo). José Dirceu já tem uma explicação. Leiam trecho de outra reportagem do Estadão:
Em meio à polêmica que se formou em torno do caso Eletronet, José Dirceu agora prefere não se pronunciar sobre a consultoria que presta a grupos privados. Desde que veio à tona a notícia sobre seu relacionamento com o empresário Nelson dos Santos, em reportagem do jornal Folha de S. Paulo, o ex-ministro se queixa a aliados do que considera ser uma ação de setores da mídia para prejudicá-lo e atingir a campanha presidencial da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.

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Por Reinaldo Azevedo

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DIRIGENTE DA BANCOOP MORTO EM ACIDENTE TERIA RECEBIDO UM ALERTA DE SEGURANÇA DE LULA

domingo, 7 de março de 2010 | 6:53

Vamos refrescar um pouco a memória dos leitores. No dia 8 de junho de 2008, o Estadão trazia a reportagem abaixo, sobre a morte de Luiz Eduardo Malheiro, ex-presidente do Bancoop. Leiam. Volto depois:
*
A morte de Luís Eduardo Saeger Malheiro, ex-presidente da Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo), vai ser investigada pelo Ministério Público de São Paulo. A versão oficial é que Malheiro foi vítima de um acidente de carro, em 12 de novembro de 2004, no município de Petrolina (PE). Mas, segundo seu irmão, Hélio Malheiro, ele havia sido alertado para reforçar sua segurança pessoal.

O alerta, afirmou Hélio, ocorreu no início de fevereiro de 2002. Duas semanas antes, no dia 18 de janeiro daquele ano, Celso Daniel (PT), prefeito de Santo André, fora seqüestrado e fuzilado em um atalho de terra em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo.

Segundo Hélio, o alerta foi dado por José Carlos Espinoza, que depois seria chefe do Gabinete Regional da Presidência da República em São Paulo. Para Hélio, o acidente está mal explicado. Em depoimento à Promotoria de Justiça, ele pediu investigações sobre o caso. Disse que considera “estranhas as circunstâncias” do desastre que vitimou seu irmão e outros dois dirigentes da Bancoop.

Hélio Malheiro depôs terça-feira. Foi o seu segundo relato à promotoria, em menos de uma semana. No primeiro, dia 29 de maio, ele afirmou ter ouvido do irmão que “tinha de ceder às pressões políticas e, muitas vezes, se via obrigado a entregar valores de grande monta para as campanhas eleitorais do Partido dos Trabalhadores, desviando os recursos que eram destinados à construção das unidades habitacionais”.

CAMPANHAS Hélio denunciou que recursos que teriam sido desviados da Bancoop abasteceram a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República em 2002 e do deputado Ricardo Berzoini (PT-SP). Ele contou que, naquele dia, em 2002, foi à sede da Bancoop, à Rua Líbero Badaró, Centro, chamado por seu irmão “para tratar de assuntos referentes a uma obra”.

Quando chegou à sala de Luís Eduardo viu que ele conversava com Espinoza. Depois, ouviria do irmão: “Esse cara (Espinoza) é segurança do Lula. Em função da morte do Celso Daniel, ele me orientou a reforçar minha segurança pessoal.”

“Fiquei preocupado porque a morte do prefeito não tinha nenhuma relação com a atividade do Luís Eduardo à frente da presidência de uma cooperativa habitacional”, declarou Hélio ao promotor José Carlos Blat, que conduz investigação sobre supostas irregularidades na Bancoop. “Meu irmão respondeu que se tratava de questões relacionadas ao crescimento da Bancoop e que o cargo dele estava sendo muito visado. Fiquei bastante desconfiado.”

A versão que recebeu sobre o acidente não o convenceu. A ele, disseram que seu irmão estava no banco traseiro do carro. Na frente iam os outros dois diretores da entidade. O que estava ao volante teria adormecido e o carro bateu de frente com um caminhão. O acidente ocorreu à tarde. “Meu irmão era uma pessoa muito desconfiada. Quando não estava dirigindo, não dormia em hipótese alguma.”

“É muito esquisito”, avalia o promotor Blat, que enviou cópia do relato de Hélio ao promotor Roberto Wider, de Santo André, responsável pela apuração do assassinato de Celso Daniel. Wider jamais aceitou a versão policial de crime comum - o prefeito petista, concluiu o Departamento de Homicídios, foi vítima de seqüestradores que agiram sem motivação política.

Para Blat, “são fortes os indícios de crimes e de caixa 2 com recursos da Bancoop”. Suspeita que a entidade “tem perfil de organização criminosa”. “O caso é muito grave, gravíssimo.”

Blat disse que Hélio decidiu contar o que sabe e o que diz ter ouvido do irmão porque a investigação apontava para ele. Outros depoimentos ao Ministério Público indicam que parte dos recursos que teriam sido desviados circulou por contas correntes de Malheiro.

Espinoza não foi encontrado pela reportagem.

Voltei
Espinoza, Espinoza… O leitor se inquieta: “Esse nome não me é estranho…” Não é mesmo! Mas vocês vão ter de se lembrar antes de Gedimar Passos, aquele policial aposentado preso no caso do dossiê dos aloprados. À Polícia Federal, ele não hesitou: apontou a cumplicidade de Freud Godoy — sim, o dono da “empresa” que recebeu R$ 1,5 milhão da Bancoop. Acusou, mas depois mudou de idéia. Márcio Aith informava, então, numa reportagemna VEJA de 18 de outubro de 2006:

(…)
A atividade do outro segurança e assessor de Lula, Espinoza, também chamou a atenção dos promotores. Ele foi um personagem ativo na negociação do providencial recuo de Gedimar. Foi no apartamento de Espinoza em São Paulo que se colocou de pé um plano e suas bases materiais capazes de dar a Freud a tranqüilidade necessária para enfrentar as acusações de que estava sendo alvo. Bons amigos, Freud e Espinoza são unidos também pelo devotamento total a Lula. Em seu livro Do Golpe ao Planalto – Uma Vida de Repórter, o jornalista Ricardo Kotscho – amigo de Lula desde 1984, seu assessor em diversas campanhas e secretário de Imprensa e Divulgação da Presidência até 2004 – refere-se a Espinoza como o “faz-tudo de Lula”. Em muitas das viagens de campanha, Kotscho dividia o quarto com Espinoza e Wander Bueno, ex-secretário de Governo da prefeitura de Santo André na gestão Celso Daniel.

Segundo um relato escrito por três delegados da Polícia Federal e encaminhado a VEJA, Espinoza e Freud, acompanhados de dois homens não identificados, fizeram uma visita a Gedimar na noite de 18 de setembro, quando ele ainda estava preso na carceragem da PF em São Paulo. A visita ocorreu fora do horário regular e sem um memorando interno a autorizando. Um encontro com um preso nessas condições é ilegal. Ele pode ser encarado como obstrução das investigações ou coação de testemunha. De acordo com o relato dos policiais, o encontro foi facilitado por Severino Alexandre, diretor executivo da PF paulista. O encontro ocorreu logo depois da acareação regular entre Freud e Gedimar, um encontro de cinco minutos que, segundo o relato oficial, transcorreu em silêncio da parte de Gedimar. O mais interessante, no relato dos policiais, viria a seguir. Severino teria acomodado os petistas em seu gabinete e determinado a Jorge Luiz Herculano, chefe do núcleo de custódia da PF, que retirasse Gedimar de sua cela. Herculano resistiu, pretextando corretamente que o preso estava sob sua guarda e que não havia um “memorando de retirada”.

A PF é uma organização altamente profissional mas seus delegados são pessoas, eleitores e têm lá suas ligações políticas com o PT e com seu adversário, o PSDB. VEJA procurou esclarecer se os delegados que narraram as cenas citadas o fizeram por motivação política e, principalmente, se elas podiam ser levadas a sério. Em conversas telefônicas com os três delegados da PF, duas delas presenciadas por repórteres de VEJA, Herculano disse ter obedecido a ordem do delegado Severino de levar o preso Gedimar para um encontro com os petistas. Ele alegou na conversa presenciada pelos repórteres que o fez por receio de problemas futuros com seu superior hierárquico. Disse também que receava confirmar o caso a jornalistas e deu a seguinte explicação: “Depois nossos chefes vão dizer que sou louco e vão tentar me demitir, como fizeram com o delegado Bruno”, disse ele. Foi nesse encontro que se armou o recuo de Gedimar? Não se sabe. Os policiais da PF não sabem o que se passou na sala fechada. O carcereiro diz que não ouviu nada. Nem gritos, nem sussurros.

(…)
Imitando as propagandas de cerveja, recomendo: ”comentem com moderação”.

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Por Reinaldo Azevedo

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COMO A BANCOOP DOS COMPANHEIROS AJUDA O “POVO TRABALHADOR”

domingo, 7 de março de 2010 | 6:51

Segundo os petistas, as acusações referentes à Bancoop não passam de uma grande conspiração do PSDB e da oposição. Acompanhem a história de um motoboy conspirador.

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Por Reinaldo Azevedo

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UM PROTESTO DAS VÍTIMAS

domingo, 7 de março de 2010 | 6:49

Abaixo, segue um vídeo com um protesto de pessoas lesadas pela cooperativa. Um dos alvos da manifestação é o criador da estrovenga: ninguém menos do que Ricardo Berzoni, presidente do PT até o mês passado. Faixas chamam a Bancoop de “cooperativa do Berzoini”. Uma outra conclama: “Lula, cadê você? A Bancoop também é dona do seu AP”. A convocação se refere ao fato de que Lula comprou um apartamento do Guarujá por meio da cooperativa.

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Por Reinaldo Azevedo

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UM PRÉDIO DO BARULHO. OU: SOBRE APARTAMENTOS EM PERMUTA…

domingo, 7 de março de 2010 | 6:47

É incrível a coerência dessa gente. Leiam um post deste blog de 20 de outubro de 2006. Ele começa falando do dossiê dos aloprados e termina na… Bancoop!!!

Sabem Freud Godoy? (…) Reportagem do Estadão desta sexta, de Ricardo Brandt, mostra que o homem continua a merecer toda a atenção dos assessores de Lula. Anteontem, por quase três horas, ele esteve reunido com Rogério Aurélio Pimentel, outro que tem sala a alguns metros da de Lula, no Palácio do Planalto. Os dois se encontraram no apartamento 183 do Blobo B do edifício Torres da Mooca. No 20º andar, mora outro homem da segurança pessoal de Lula, José Carlos Espinoza. Foi ali que, no dia 18 ou 19, Freud, Espinoza e o tesoureiro do PT, Paulo Ferreira, fizeram uma reunião. Segundo ainda apurou a Veja, Espinoza e Freud estiveram na Polícia Federal de São Paulo e se encontraram com Gedimar Passos, que acusava Freud de ser o chefe da operação do dossiê. O edifício, aliás, merece entrar para a história. O apartamento 174 pertence a uma outra personagem envolvida na tramóia: Osvaldo Bargas. No momento, é ocupado pelo presidente da CUT, Artur Henrique.

UM PRÉDIO DO BARULHO - Mas por que tanto petista reunido num prédio só, meu Deus? Ora, o Torres da Mooca é um empreendimento da Cooperativa Habitacional do Sindicato dos Bancários (Bancoop), criada por Ricardo Berzoini, presidente afastado do PT. Segundo informam alguns moradores, na assembléia em que foram sorteados os apartamentos, 18 deles apareciam como objeto de permuta e não poderiam ser sorteados. Entre estes, vejam só, estavam o 183B e 203B, que vêm a ser justamente os de Aurélio Pimentel e de Espinoza. Permuta??? O que será que eles deram à Bancoop de Berzoini em troca dos imóveis? A cooperativa constrói um prédio de apartamentos no Guarujá. Uma personagem ilustre é dono de um deles: Lula.

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Por Reinaldo Azevedo

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PLANO NACIONAL DE BANDALHEIRA LARGA: Gushiken ofereceu Eletronet para operadoras privadas de telefonia

domingo, 7 de março de 2010 | 6:45

Lembram-se do Plano Nacional de Bandalheira Larga? Pois é… Leiam manchete de hoje do Estadão:

Por Renato Cruz:
O governo ofereceu a Eletronet para operadoras privadas, depois de o empresário Nelson dos Santos, que tem negócios com o ex-ministro José Dirceu, comprar o controle da companhia por R$ 1. Fernando Xavier Ferreira, que comandava o Grupo Telefônica no Brasil, teve um encontro em Brasília com Luiz Gushiken, então responsável pelo Núcleo de Assuntos Estratégicos (NAE) da presidência da República.

Em seu blog, o ex-ministro José Dirceu confirmou na semana passada ter recebido R$ 620 mil pelo pagamento de uma consultoria à empresa Adne, do empresário Nelson dos Santos, entre março de 2007 e setembro de 2009. Ele argumentou que, quando Nelson dos Santos adquiriu 51% da Eletronet, em 2005, nem conhecia o empresário. Se Gushiken tivesse obtido sucesso em negociar a Eletronet com alguma empresa privada, acabaria beneficiando Nelson dos Santos.

Ferreira afirma que, na reunião com Gushiken, foi consultado se queria comprar a Eletronet. “Realmente, houve um momento em que foi colocada essa questão, do interesse nosso em avaliar a Eletronet, mas, na ocasião, comunicamos que não tínhamos interesse na avaliação”, diz Ferreira.

Antes de comandar a NAE, Gushiken foi ministro-chefe da Secretaria de Comunicação. Ele admite ter conversado com empresas para saber se tinham interesse na Eletronet, incluindo a Telefônica. “Na época, fiz reunião com muita gente”, afirma o ex-ministro, que deixou o cargo em 2006. “Mas nunca apresentei um modelo pronto e acabado. Cheguei a sondar muita gente, sobre como viam essa rede, e sondava com toda a cautela que merece uma coisa desse tipo. Eu articulei esse assunto por muito tempo. E não passou pelo José Dirceu como a imprensa vem falando.”

Gushiken nega ter tido qualquer contato com Nelson dos Santos, sócio privado da Eletronet e cliente de José Dirceu. “Nem sei quem é”, diz o ex-ministro, apesar de admitir que tinha informações sobre a mudança de controle na época em que procurava uma saída para a empresa. “Fiquei sabendo no meio do caminho desse pessoal que tinha comprado a Eletronet por R$ 1 da AES, mas ninguém tinha clareza de qual impacto legal poderia ter a medida que foi tomada por esse empresário.”

No fim do ano passado, o governo retomou na Justiça do Rio a posse das fibras ópticas que não estão sendo usadas pela Eletronet, e pertencem às distribuidoras de energia. Para isso, teve de fazer um depósito judicial de R$ 270 milhões para garantir o ressarcimento dos credores, se o tribunal assim o decidir. A Eletronet está em processo de falência, e tem dívidas de cerca de R$ 800 milhões. Os maiores credores são as fabricantes Furukawa e Alcatel Lucent, que forneceram os equipamentos e os cabos para a Eletronet. A Eletrobrás tem 49% da Eletronet.

BANDA LARGA
A Eletronet controla uma rede de 16 mil quilômetros de fibras ópticas, presente em 18 Estados brasileiros. O governo planeja usá-la no Plano Nacional de Banda Larga que propõe, entre outras medidas, ressuscitar a Telebrás. A proposta seria usar a infraestrutura de fibras ópticas para oferecer internet rápida de baixo custo.

Segundo Gushiken, essa ideia começou quando ele ainda estava no governo. “A gente não tinha um formato jurídico adequado para isso, mas chegamos a pensar na Telebrás, chegamos a pensar no Serpro, e cheguei a pensar também numa estrutura em que tivesse o setor privado participando minoritariamente”, diz o ex-ministro. “Não podíamos pensar numa rede puramente estatal, porque iria tirar um volume de recursos que estava no setor privado, o que poderia criar algum constrangimento.”

Apesar de Gushiken falar em participação minoritária do setor privado, na reunião com o ex-presidente da Telefônica, a consulta foi sobre o interesse da empresa em comprar toda a Eletronet. Ferreira explica que o grupo espanhol já tinha avaliado a empresa quando foi chamado pelo governo. “O assunto Eletronet já havia sido trazido à Telefônica pelos próprios credores, interessados em achar uma solução para o problema deles”, diz. “Já tínhamos feito uma análise e chegado à conclusão de que não se tratava de algo interessante para a Telefônica.” Aqui

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Por Reinaldo Azevedo

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FAMÍLIA SARNEY - O FILHO DO “HOMEM COMUM” E A GRANA NO EXTERIOR

domingo, 7 de março de 2010 | 6:43

O senador José Sarney não é um homem comum”, já pontificou Lula. E essa fidalguia, obviamente, estende-se à família. Leiam trecho de reportagem da Folha:

Por Leonardo Souza, na Folha:
O governo brasileiro obteve documentos que comprovam que o filho do presidente do Senado, José Sarney, movimentou dinheiro no exterior sem declará-lo à Receita Federal.
Autoridades da China informaram ao Ministério da Justiça que o empresário Fernando Sarney opera pessoalmente uma conta num paraíso fiscal, em nome de uma empresa “offshore” com sede no Caribe.

No começo de 2008, Fernando usou esse canal financeiro para transferir US$ 1 milhão para uma agência do banco HSBC em Qingdao, na China. A autorização da transação contém a assinatura dele.

Recursos no exterior não informados ao fisco podem ser fruto de sonegação de tributos, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Empresas da família Sarney, que vão de emissoras de rádio e TV a shopping center, são investigadas pela Receita e pela Polícia Federal sob acusação desses crimes.

A operação policial, que levava o nome de Boi Barrica e depois foi rebatizada de Faktor, já indiciou Fernando Sarney sob acusação de formação de quadrilha, gestão de instituição financeira irregular, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Ele nega as irregularidades.

A remessa para a China é alvo da Faktor. Em 2009, Fernando negou a movimentação em entrevista à Folha. Laudo enviado pelo governo chinês para o Departamento de Recuperação de Ativos do Ministério da Justiça contradiz a versão do empresário.

A partir de autorização assinada por Fernando, autoridades chinesas rastrearam a origem do dinheiro e confirmaram que os recursos foram creditados na conta da Prestige Cycle Parts & Accessories Limited (pelo nome, uma empresa de acessórios de bicicleta), conforme ordem bancária.

Os investigadores brasileiros ainda não sabem qual a finalidade desse depósito. Acordos multilaterais permitem ao governo solicitar bloqueio e a repatriação de recursos enviados ilegalmente para fora do país.
Procurado pela reportagem, Fernando disse que não se pronunciaria sobre o assunto por orientação de seus advogados, alegando que o inquérito policial está sob segredo de Justiça.
Conforme a Folha publicou em 2009, as empresas da família Sarney passam por uma devassa feita pela Receita, iniciada a partir do trabalho da PF. Os auditores detectaram indícios de crimes contra a ordem tributária, como remessa ilegal de recursos para o exterior, falsificação de contratos de câmbio e lavagem de dinheiro.

Segundo a reportagem apurou, não há nas declarações à Receita das pessoas físicas e jurídicas ligadas à família a menção a nenhuma conta corrente em paraíso fiscal no Caribe. Aqui

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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo (Veja)

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