DILMA, A FILHA DO MENSALÃO!

Publicado em 21/03/2010 22:20

DILMA, A FILHA DO MENSALÃO!


“Estão tentando trazer 2005 para a eleição de 2010, mas não acho que isso seja eficaz”.

A frase é da ainda ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, candidata do PT à Presidência da República. Ela está se referindo ao fato de que os senadores da oposição na CPI das ONGs conseguiram aprovar a convocação de João Vaccari Neto, tesoureiro do PT e ex-presidente da Bancop, para depor. Também foram convidados  Hélio Malheiro, irmão de Luís Eduardo Malheiro, já morto, que presidiu a cooperativa antes de Vaccari, o promotor José Carlos Blat e o doleiro Lúcio Funaro.

Helio trabalhava com Luís Eduardo e diz que o irmão colaborava com o esquema de desvio de recursos da cooperativa, que lesou milhares de pessoas, para o PT; Blat investiga a lambança, e Funaro, em depoimento sigiloso à Procuradoria Geral da República, disse que Vaccari cobrava pedágio dos bancos que recebiam investimentos dos fundos de pensão das estatais. Por isso Dilma fala que estão “querendo ressuscitar 2005″.

Ela sabe muito bem o que aconteceu naquele ano. Seu partido foi flagrado naquele que pode ser considerado o maior e mais grave esquema de corrupção do período republicano: o mensalão do PT. Tanto é assim, que há 40 réus processados pelo Supremo Tribunal Federal.

NINGUÉM PODE RESSUSCITAR O QUE NÃO MORREU, CANDIDATA! O MENSALÃO ESTÁ VIVO, E, ATÉ AGORA, NENHUM DOS QUADRILHEIROS PETISTAS FOI PUNIDO, COMO A SENHORA SABE MUITO BEM. JOSÉ ROBERTO ARRUDA PRECISA DE COMPANHIA PARA JOGAR DOMINÓ!

O escândalo do Bancoop não tem nada a ver com mensalão. O que ele tem em comum com aquele escândalo é uma personagem: Vaccari. Não se sabia, e VEJA revelou na semana passada: Funaro, o doleiro também processado no caso do mensalão, acusou, em depoimento na Procuradoria Geral da República, Vaccari de cobrar propina dos bancos que recebiam recursos dos fundos de pensão — com a anuência desses, é óbvio. Tanto a Procuradoria considera suas informações relevantes que ele recebeu o benefício da delação premiada. POR QUE VACCARI NÃO É O 41º ELEMENTO? Eis um bom mistério da República.

O tom
Dilma fala em “ressuscitar 2005″ naquele tom de quem sugere que nada de errado aconteceu naqueles dias, que tudo não passou de uma grande conspiração, coisa da “imprensa golpista”, como acusou, então, a filósofa e moralista Marilena Chaui, aquela que começou estudando Spinoza e terminou justificando Delúbio Soares, coitada!!!

Dilma, falando por si mesma, tudo indica, vai render. Até agora, nós só a vimos escondida atrás de Lula, como teleguiada dele, como subordinada, como boneco de ventríloquo, como títere. Pensando por conta própria, ela realmente é capaz de enormidades.

NÃO CUSTA LEMBRAR QUE DILMA É FILHA DO MENSALÃO. Eu explico: sem o escândalo, que esterilizou uma geração de petistas — incluindo estrelas de primeira grandeza como José Dirceu, Antônio Palocci (numa escândalo derivado) e José Genoino —, ela seria até hoje uma burocrata cinzenta e meio enfezada, a falar uma estranha língua na fronteira do português com o tecnocratês mal digerido.

Assim, o escândalo do mensalão vive, sobretudo, na candidata Dilma Rousseff. Sem as estrepolias criminosas de seus companheiros, não seria ela a candidata do PT.

Simples, não é mesmo, candidata?


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Diogo Mainardi - A história em inquéritos


“Júlio César foi retratado por Plutarco. Lorenzo de Medici foi retratado por Maquiavel. Frederico II foi retratado por Thomas Carlyle. Lula será eternamente recordado pelos depoimentos de Roberto Jefferson, Hélio Malheiro e Lúcio Bolonha Funaro”

A biografia de Lula será escrita nos tribunais. O julgamento histórico de seus oito anos no poder estará estampado numa série de inquéritos penais. Ele permanecerá na memória nacional através do testemunho daqueles que rapinaram em seu nome. Júlio César foi retratado por Plutarco. Lorenzo de Medici foi retratado por Maquiavel. Frederico II foi retratado por Thomas Carlyle. Lula? Lula será eternamente recordado pelos depoimentos de Roberto Jefferson, Hélio Malheiro e Lúcio Bolonha Funaro. Quem precisa de Plutarco, se tem o presidente do PTB? Quem precisa de Maquiavel, se tem um técnico da Bancoop? Quem precisa de Thomas Carlyle, se tem o doleiro da Garanhuns?

Lula, até recentemente, ainda podia esperar que as ilegalidades praticadas em seu governo passassem impunes. As reportagens publicadas em VEJA, nas duas últimas semanas, demonstraram que isso nunca vai acontecer. No futuro, quando alguém quiser relatar os fatos deste período, terá de recorrer necessariamente aos processos judiciais, que detalharam o modo lulista de se organizar, de se acumpliciar, de se infiltrar e de fazer negócios. Está tudo lá: dos adesivos da campanha eleitoral de 2002, pagos com o dinheiro dos mutuários da Bancoop, às propinas dos parlamentares mensaleiros, pagas com o dinheiro do Banco Rural. As tramas, os nomes dos personagens e as mentiras repetem-se continuamente.

Alguns dos processos contra os lulistas podem desandar. Alguns dos réus podem ser inocentados. Mas um depoimento como o de Lúcio Bolonha Funaro assombrará para sempre a memória de Lula, como o fantasma do pai de Hamlet, que vem do purgatório para delatar seu assassino, o rei Cláudio:

FANTASMA - Escuta, Hamlet! Conta-se que o diretor-presidente da Portus, indicado pelo senhor José Dirceu, me picou quando eu me achava a dormir num shopping de Blumenau. Assim, todo o povo da Dinamarca foi ludibriado por uma notícia falsa da ASM Asset Management. Mas escuta, nobre mancebo! O pagamento “por fora” de 500 000 reais ao Partido dos Trabalhadores, que lançou veneno na vida de teu pai, agora cinge a coroa dele.

HAMLET - Vilão! Vilão que ri! Vilão maldito!

Hamlet sai dali e, muitas páginas depois, acaba se vingando do assassino de seu pai. Mesmo que os procuradores engavetem todas as provas contra os lulistas, mesmo que Dilma Rousseff seja eleita, a história de Lula será contada a partir dos depoimentos desses fantasmas.

Hamlet diz um monte de frases que podem ser aplicadas a Lula. A melhor delas é dirigida a Ofélia: “Vai embora. Vai depressa. Adeus”.


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ACREDITEM! ISTO ACONTECEU! EU JURO!!!

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Quem é o personagem que paga para pregar ética na política a universitários no interior de Goiás?


Por Sofia Krause, na VEJA

PATRONO
O professor e a turma de formandos em administração e gestão empresarial

A cena acima é um registro para a posteridade de um momento ímpar na vida de 22 formandos da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas de Goiatuba, no interior de Goiás. Sorriso no rosto, diploma nas mãos orgulhosamente levantadas e…, no alto, alguém que, aparentemente, não combina muito com o ambiente. O homem de terno e gravata é um professor, o patrono da turma, o escolhido para render homenagens aos alunos. Parece o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares - aquele acusado de corrupção e formação de quadrilha? Parece. Mas, ouvindo suas palavras na solenidade de formatura, não é possível que seja. É muito importante a ética na política, na educação e na cultura do povo”, afirmou o professor, diante dos olhares atentos de mais de quatro centenas de convidados. E concluiu sua pregação: “É importante ter ética em tudo o que se faz na vida”. O homem que está no epicentro do maior escândalo de corrupção da história do Brasil, que manuseou milhões de reais em dinheiro roubado dos cofres públicos, agora empenha seus fins de semana pregando ética a jovens. Bonito, se estivesse cumprindo uma expiação. Mas nem isso é o que parece.

O ex-tesoureiro petista foi homenageado pela turma de futuros administradores por seu principal talento - a capacidade de arrumar dinheiro. Conta o presidente da comissão de formatura: “A gente ficou sabendo que o Delúbio gostava de participar desse tipo de festa, inclusive ajudando financeiramente. Fomos até sua fazenda e fizemos o convite para ele ser o nosso padrinho. Ele topou na hora e, aí, a gente perguntou se ele poderia dar uma ajudazinha nas despesas. Ele perguntou de quanto. Deixamos por conta dele”. Dias depois do convite, em novembro, o ex-tesoureiro depositou 6 000 reais, o equivalente a 13% das despesas da festa, na conta da comissão. “A gente sabe que a fama dele é horrível, mas fazer o quê, se ele pode bancar a festa?”, justifica Cezar Barros.

Tão impressionante quanto imaginar que um grupo de jovens universitários não se importe com a biografia de seus homenageados é perceber que a direção da faculdade também dá de ombros. “Nós respondemos ao MEC e ao Conselho Estadual de Educação, órgãos do governo. Por isso não vejo problema algum”, afirma Cleiton Camilo dos Santos, responsável pela instituição. Segundo ele, Delúbio é ligado ao governo do PT, logo não vai haver problema algum em tê-lo como patrocinador da formatura. “A escolha, afinal, foi dos alunos.” Delúbio fez dois depósitos, cada um de 3 000 reais, nas contas de dois formandos. Embora more em Buriti Alegre, no interior de Goiás, trabalhe na capital, Goiânia, e tenha sido patrono de uma festa em Goiatuba, parte do dinheiro, vivo, saiu de uma agência bancária de São Paulo. Hummm!


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A revolta dos royalties no seu devido lugar no texto da VEJA


Mais de 150 000 pessoas vão às ruas, no Rio de Janeiro, protestar contra uma emenda que reduz drasticamente os ganhos do estado com o petróleo - e faz refletir sobre a melhor maneira de dividir tamanha riqueza


Por Ronaldo França, na VEJA:

Fotos Paulo Vitor/AE e Marcelo Regua/Ag. O Dia
UNIDOS NA GUERRA
Cabral, entre Carlos Minc e Paulo Hartung (à esq.): políticos de diferentes matizes e artistas na passeata para manter o dinheiro do petróleo

Agitando cartazes com dizeres do tipo “Não mete a mão no meu petróleo”, 150 000 pessoas - algumas até com a cara pintada de azul e branco, cores da bandeira do estado do Rio de Janeiro - marcharam nas ruas do centro da capital, na última quarta-feira, em protesto contra uma emenda que, se aprovada no Senado, passará a destinar os royalties do petróleo a todos os estados e municípios brasileiros - e não apenas àqueles que têm reservas ou refinarias, como é hoje.
(…)
Rediscutir a divisão dos royalties do petróleo faz todo o sentido num cenário em que, às jazidas exploradas em campos já maduros, se soma agora uma gigantesca reserva sob a área do pré-sal, ainda por desbravar.
(…)
A emenda Ibsen nada acrescenta ao debate. Seu primeiro absurdo diz respeito à abrangência pretendida: além de englobar as áreas do pré-sal cujas regras para a exploração não foram definidas, a ideia é também incluir aquelas que já foram licitadas e ainda as jazidas em que o petróleo jorra há mais de uma década, como na Bacia de Campos.
(…)
Outro problema com a emenda em questão é a distorção que ela cria ao se balizar pela lógica do Fundo de Participação dos Estados e Municípios, criado em 1965, para ratear os royalties.
(…)
A polêmica dos royalties chama atenção para a maneira pedestre como o assunto vem sendo tratado no Brasil.
(…)
Ao contrário da racionalidade que requer questão tão complexa, ela repousa hoje sob a sombra da ideologia. Para se ter uma ideia, a atual emenda Ibsen está compreendida num projeto de lei que o governo federal enviou ao Congresso, em setembro do ano passado, cujo objetivo é mexer no próprio modelo de exploração do petróleo no país. A ideia, de um nacionalismo obtuso que relembra os tempos da campanha “O petróleo é nosso”, da década de 50, é fazer vigorar o sistema de partilha, segundo o qual, no lugar de certos impostos recolhidos das empresas, a União passa a receber o pagamento em barris. Periga tornar-se um monopólio da exploração. À espera de aprovação no Senado, o texto havia sido meticulosamente discutido em reunião no Palácio da Alvorada, ocasião em que um dos presentes chegou a indagar: “Alguém já viu coisa parecida noutro lugar?”. A que o ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, respondeu: “Na Líbia”. Trata-se de uma das mais longevas ditaduras do planeta. Espera-se que, junto com a questão dos royalties, toda essa discussão passe a ser conduzida à luz da democracia - e da razão.
Assinante lê reportagem completa Aqui


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O agronegócio abre-alas na Sapucaí


Na Coluna Holofote, de Felipe Patury, na VEJA:

A Confederação Nacional da Agricultura patrocinará o desfile da Mocidade Independente de Padre Miguel em 2011. E os recursos poderão ser abundantes como a safra deste ano. A presidente da entidade, a senadora Kátia Abreu, já reuniu um grupo de empresas interessadas em bancar o 1,5 milhão de reais a que a escola tem direito em incentivos fiscais pela Lei Rouanet. Além desse valor, também poderá injetar até 1 milhão de reais sem nenhum benefício oficial. Alguns gigantes do agronegócio já pensam até em comprar fantasias para clientes, funcionários e personalidades do setor, o que deverá render outro milhão. Os ex-ministros da Agricultura Roberto Rodrigues e Alysson Paulinelli poderão aparecer como destaques. Porta-bandeira do mundo ruralista, Kátia Abreu desfilará, mas no chão.

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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo (Veja)

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