NÃO, MARINA, ISTO NÃO É NEM BOM NEM NOVO!!! CHEGA A SER MAIS VELHO DO QUE LULA

Publicado em 17/04/2010 05:19

NÃO, MARINA, ISTO NÃO É NEM BOM NEM NOVO!!! CHEGA A SER MAIS VELHO DO QUE LULA


Lembram-se do que escrevi ontem sobre a pré-candidata do PV à Presidência, Marina Silva? Pois é. Leiam o que vai abaixo. Volto em seguida:

Por Gustavo Hannemann, na Folha Online:
A pré-candidata do PV à Presidência, Marina Silva, defendeu a reforma agrária e disse que há “extrapolações” cometidas também por parte de ruralistas no conflito no campo. A  senadora esteve hoje em Araçatuba (SP), cidade em que predomina o cultivo de cana-de-açúcar e a criação de gado em grandes propriedades.

“As extrapolações não acontecem só do lado dos sem-terra. Eu, durante minha vida toda, fui vítima dessas extrapolações [de ruralistas]. Há uma tendência de satanização dos movimentos dos trabalhadores [sem-terra], como se fossem só eles que atuassem eventualmente em desacordo com o movimento democrático. É preciso falar com todos os lados quando se cobra o Estado de Direito”, disse.

Marina também chamou de “contradição” e “retrocesso” a proposta de flexibilização do código florestal brasileiro que tramita no Congresso e que é defendida por produtores rurais. “É contrário à natureza do próprio código, porque a mudança não quer proteger a vegetação, quer expandir as atividades produtivas em áreas onde há floresta.”

Comento
Pois é… É nessas horas que a “moderna” Marina não consegue abandonar o atraso mental que “vitimiza” quem não cumpre a lei e “banditiza” quem cumpre. Isso só faz supor que, caso eleita presidente, os conflitos rurais iriam aumentar. Por que digo isso?

Ora, quem é tratado na imprensa brasileira como vítima? O MST. E quem é tratado como bandido? Por incrível que pareça, é o setor rural.

Para Marina ser o que seus “engenheiros de candidatura” querem que ela seja, precisa trocar o lugar das orações adversativas. Eduardo Giannetti da Fonseca, que há muito tempo não é mais esquerdista, pode entender o que estou falando. Aparentemente, estas duas construções com orações coordenadas adversativas têm o mesmo conteúdo:
1 - Os proprietários rurais têm de cumprir a lei, mas os sem-terraprecisam entender que eles também estão subordinados à ordem legal;
2 - Os sem-terra têm de cumprir a lei, mas os proprietários ruraisprecisam entender que eles também estão subordinados à ordem legal.

Na acepção 1, o leitor já percebeu, a recomendação para que a lei seja cumprida recai sobre os sem-terra. São eles os advertidos. Na acepção 2, o contrário. Marina certamente fica com a segunda construção, como se os proprietários rurais estivessem na ofensiva na determinação de desrespeitar a lei. E isso é mentira!!! As mais de NOVECENTAS invasões por ano promovidas pelo MST demonstram quem está afrontando o estado de direito.

Existe proprietário bandido? Certamente! Mas são exceções repudiadas pelas entidades que representam o setor. No caso dos sem-terra, o banditismo é oficializado, escancarado. Eles até avisam que vão promover as invasões — com seu ritual conhecido de violências, depredações e intimidação.

Cadê a palavra de Marina contra isso? Quando ela mistura, então, o MSY com o Código Florestal, aí a lambança é completa. Por quê? O dito-cujo está sendo discutido no Congresso. O relator da proposta é ninguém menos do que um deputado do PC do B, ex-presidente da Câmara: Aldo Rebelo (SP). O debate não está entregue, sei lá, a um “ruralista”, desmatador ou não. Quer dizer que ninguém pode ter um entendimento diferente do de Marina nessa questão que logo pode ser acusado de estar querendo devastar a floresta. Marina, por acaso, considera equivalentes um debate no Congresso e invasões de propriedade?

Tem mais: os sem-terra — em defesa de quem ela, na prática, fala — são notórios desmatadores também. Marina está misturando alhos com bugalhos para, uma vez mais, ficar em cima do muro e declarar a culpa de todos, mas, visivelmente, com o dedo especialmente apontado para os proprietários rurais — que cometem o crime de responder pela estabilidade econômica do Brasil.

Um dos pensadores de Marina hoje é Giannetti, homem inteligente, ex-trotskista como eu, professor de talento reconhecido, bom texto, às vezes vítima da rede de maledicência que atinge todos os que não rezam pela cartilha da esquerda. Esse discurso da senadora, além de ir contra os fatos — e eu a desafio a demonstrar que não —, está mais próximo de um petismo que, curiosamente, está à esquerda do próprio Lula.

“Ah, a gente não opera mais com critérios como direita, esquerda etc”. Ok. Então que se continue nessa balada tão doce aos ouvidos do MST. Vai ver João Pedro Stedile também não está nem lá nem cá, mas acima.

PS - Ah, sim: Marina poderia parar com essas lulices de usar a experiência pessoal para explicar o mundo. Uma reminiscência ou outra, ok: ficam bem nela,  em Serra, em Dilma etc. Mas não dá para se posicionar sobre uma questão candente hoje no Brasil com base na experiência vivida. Não tivesse Marina sido seringueira ou algo assim, estaria impedida de ser, na sua consideração ao menos, tão “justa” quanto é? Giannetti certamente saberia explicar por que não.

Afinal, ele também combateu as idéias de Stálin, o filho de um sapateiro com uma costureira, que carregou alegremente nos ombros a morte de 25 milhões de pessoas.  O professor não foi um defensor do camponês Mao Tse-Tung, o dos 70 milhões de cadáveres, nem quando era de esquerda. Esse papo é puro atraso. Os que hoje debatem o novo Código Florestal ou que enfrentam o banditismo do MST não são símiles daqueles contra quem Marina lutou.

Esse vitimismo orgulhoso é uma chatice! Além de ser, se me permitem o neologismo, “emburrecente”.

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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo (Veja)

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