Repórteres de VEJA denunciam a fraude nas demarcações indígenas

Publicado em 01/05/2010 10:49

CARTA AO LEITOR: “Uma cadeia de fraudes e abusos”

Entre as ações de cunho demagógico e dilapidador que emperram o desenvolvimento do Brasil, está a demarcação selvagem de terras. Não se discute que o país precisa ter reservas ambientais, alguns assentamentos agrícolas e áreas que preservem culturas autóctones. Mas o que ocorre hoje passa muito longe do bom senso, como mostra a reportagem especial que começa na página 154 desta edição. Para se ter uma ideia, se o governo demarcar toda a extensão reivindicada por sem-terras, índios, quilombolas, ambientalistas e ideólogos do atraso travestidos de antropólogos, sobrarão para as atividades produtivas apenas 8% do território nacional - uma área equivalente à soma de Bahia e Piauí. O cálculo alarmante foi feito pela Embrapa, a respeitada agência de tecnologia rural do país.

Para verificar como funciona na prática a demarcação no Brasil, VEJA enviou os repórteres Leonardo Coutinho, Igor Paulin e Júlia de Medeiros a campo, coordenados pelo editor Felipe Patury. Durante um mês, eles visitaram onze municípios em sete estados. Percorreram mais de 3 000 quilômetros de carro e barco, para conhecer reservas e entrevistar setenta pessoas, entre autoridades federais, policiais, juízes, religiosos, pesquisadores, beneficiários da criação das reservas e vítimas desses processos. Ao final, descobriram uma verdadeira fauna de espertalhões: negros e brancos que se declaram índios, padres que “ressuscitam” etnias desaparecidas há 300 anos e ONGs que estimulam moradores de cidades a se passar por silvícolas - para, desse modo, receber mais dinheiro de organizações estrangeiras e de Brasília. A reportagem produziu uma evidência enfática de como boas causas podem deflagrar uma cadeia de fraudes e abusos que, se não forem detidos, prejudicarão a todos - inclusive as minorias de verdade, que precisam mesmo da proteção do estado. 

ELES QUEREM DAR UM SUMIÇO EM 90% DO TERRITÓRIO BRASILEIRO. E ISTO NÃO É FORÇA DE EXPRESSÃO!


Abaixo, segue trecho de uma das melhores reportagens que li nos últimos tempos. Saiba como um conluio de ONGs brasileiras e estrangeiras, de organismos federais e de pilantras, todos sob a batuta do governo, está atuando para DAR UM SUMIÇO EM 90,6% DO TERRITÓRIO BRASILEIRO. Não, leitor! Não é erro de digitação. Todos esses entes se organizaram para seqüestrar de 200 milhões de brasileiros a quase totalidade de seu território. Uma única ONG, em Roraima — aquela que mais lutou pela estupidez que foi a demarcação contínua de Raposa Serra do Sol — já recebeu dos cofres da União quase RS 88 milhões. Não deixe de ler a íntegra da reportagem. Há coisas verdadeiramente espantosas. Segue o trecho.
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Manoel Marques
LEI DA SELVA
Lula na comemoração da demarcação da Raposa Serra do Sol, que feriu o estado de Roraima

Por Leonardo Coutinho, Igor Paulin e Júlia de Medeiros:

As dimensões continentais do Brasil costumam ser apontadas como um dos alicerces da prosperidade presente e futura do país. As vastidões férteis e inexploradas garantiriam a ampliação do agronegócio e do peso da nação no comércio mundial. Mas essas avaliações nunca levam em conta a parcela do território que não é nem será explorada, porque já foi demarcada para proteção ambiental ou de grupos específicos da população. Áreas de preservação ecológica, reservas indígenas e supostos antigos quilombos abarcam, hoje, 77,6% da extensão do Brasil. Se a conta incluir também os assentamentos de reforma agrária, as cidades, os portos, as estradas e outras obras de infraestrutura, o total alcança 90,6% do território nacional. Ou seja, as próximas gerações terão de se contentar em ocupar uma porção do tamanho de São Paulo e Minas Gerais. E esse naco poderá ficar ainda menor. O governo pretende criar outras 1 514 reservas e destinar mais 50 000 lotes para a reforma agrária. Juntos, eles consumirão uma área equivalente à de Pernambuco. A maior parte será entregue a índios e comunidades de remanescentes de quilombos. Com a intenção de proteger e preservar a cultura de povos nativos e expiar os pecados da escravatura, a legislação brasileira instaurou um rito sumário no processo de delimitação dessas áreas.

Os motivos, pretensamente nobres, abriram espaço para que surgisse uma verdadeira indústria de demarcação. Pelas leis atuQais, uma comunidade depende apenas de duas coisas para ser considerada indígena ou quilombola: uma declaração de seus integrantes e um laudo antropológico. A maioria desses laudos é elaborada sem nenhum rigor científico e com claro teor ideológico de uma esquerda que ainda insiste em extinguir o capitalismo, imobilizando terras para a produção. Alguns relatórios ressuscitaram povos extintos há mais de 300 anos. Outros encontraram etnias em estados da federação nos quais não há registro histórico de que elas tenham vivido lá. Ou acharam quilombos em regiões que só vieram a abrigar negros depois que a escravatura havia sido abolida. Nesta reportagem, VEJA apresenta casos nos quais antropólogos, ativistas políticos e religiosos se associaram a agentes públicos para montar processos e criar reservas. Parte delas destrói perspectivas econômicas de toda uma região, como ocorreu em Peruíbe, no Litoral Sul de São Paulo. Outras levam as tintas do teatro do absurdo. Exemplo disso é o Parque Nacional do Jaú, no Amazonas, que englobou uma vila criada em 1907 e pôs seus moradores em situação de despejo. A solução para mantê-los lá foi declarar a área um quilombo do qual não há registro histórico. Certas iniciativas são motivadas pela ideia maluca de que o território brasileiro deveria pertencer apenas aos índios, tese refutada pelo Supremo Tribunal Federal. Há, ainda, os que advogam a criação de reservas indígenas como meio de preservar o ambiente. E há também – ou principalmente – aqueles que, a pretexto de proteger este ou aquele aspecto, querem tão somente faturar. “Diante desse quadro, é preciso dar um basta imediato nos processos de demarcação”, como já advertiu há quatro anos o antropólogo Mércio Pereira Gomes, ex-presidente da Funai e professor da Universidade Federal Fluminense.

DANDO UM SUMIÇO NO BRASIL - OS NOVOS CANIBAIS


Abaixo, uma das muitas tramóias relatadas na reportagem de VEJA:
Manoel Marques


A foto acima parece estranha - e é. O baiano José Aílson da Silva é negro e professa o candomblé. Seu cocar é de penas de galinha, como os que se usam no Carnaval. Silva se declarou pataxó, mas os pataxós disseram que era mentira. Reapareceu tupinambá, povo antropófago extinto no século XVII. Ele é irmão do também autodeclarado cacique Babau, que vive em uma área que nunca foi habitada pelos tupinambás. Sua “tribo” é composta de uma maioria de negros e mulatos, mas também tem brancos de cabelos louros. Há seis anos, o grupo invade e saqueia fazendas do sul da Bahia, crimes que levaram Babau à prisão. Seu irmão motorista também esteve na cadeia, por jogar o ônibus sobre agricultores. As contradições e os delitos não impediram a Funai de reconhecê-los como índios legítimos e de oferecer-lhes uma reserva gigantesca, que englobaria até a histórica Olivença, um das primeiras vilas do país.

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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo (Veja)

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1 comentário

  • Claudio Luiz Galvão Cuiabá - MT

    É POR ESTE E OUTROS MOTIVOS QUE NÓS BRASILEIROS QUE REALMENTE QUEREMOS TRABALHAR E VIVER EM UM PAIS LIVRE DE VERMES, DEVEMOS NOS MOVIMENTAR E AJUDAR O BRASIL A TOMAR UMA DOSE CAVAR DE VERMÍFOGO NESTA ELEIÇÃO, SABEMOS QUE VAI SER UM JOGO DURO E MUITO SUJO POR PARTE DOS PARASITAS, VÃO FAZER AMEAÇAS DE TODO TIPO ( BOLSA FAMILIA, PARAR O QUE NEM COMEÇARAM TIPO OS PACs. FURADOS) ETC. PARABÉNS A REVISTA VEJA E AO REINALDO AZEVEDO, QUE NÃO TEM MEDO DE DIZER A VERDADE.

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