OBAMA RECUSA O CONVITE DE LULA PARA VISITAR O BRASIL, E JORNALISTA OUVE FONTE SECRETA QUE CULPA…ADIVINHEM!!!

Publicado em 25/05/2010 09:42
O presidente do EUA, Barack Obama, rejeitou um convite do “Cara” para visitar o Brasil antes das eleições de 3 de outubro. Sinal de que o bom senso falou mais alto. Afinal, Obama, a esta altura, já tem alguma experiência nesse negócio de eleições… e de Brasil. E conta com uma secretária de Estado, Hillary Clinton, ainda mais experiente do que ele.

Não fosse o calendário, há também uma questão de agenda. Por que Obama visitaria o Brasil agora? Para incensar Lula pelo comportamento estúpido da política externa brasileira em relação a temas que podem ir, literalmente, de A a Z, de Ahmadinejad a Zelaya, passando pelo B, de Bolívia; C, de Colômbia; D, de desarmamento nuclear; E, de  Equador… e por aí afora? É claro que a Casa Branca sentiu o cheiro da exploração eleitoreira no ar, mas há também um contencioso que não faz senão aumentar.

A recusa de Obama em visitar o Brasil neste momento é, na verdade, uma sinal de desagrado com a política externa brasileira, que preferiu, já não há mais dúvidas a esta altura, alinhar-se com os inimigos dos EUA. Não que isso possa nos trazer alguma vantagem. Não traz nenhuma! Mas o antiamericanismo continua a embalar o sonho dos nossos esquerdistas de gabinete.

Como Lula não pode arcar com essa recusa, tem de atribuir a responsabilidade a alguém. E quem fica bem no papel de culpado? Ora, FHC!!! Se essa versão precisa circular, ninguém mais adequado para a tarefa do que Kennedy Alencar, que ouviu uma daquelas suas fontes com acesso ao círculo íntimo do poder, vocês sabem. Segue trecho de seu texto, em vermelho:

Segundo um ministro, o governo brasileiro acredita que o bom relacionamento do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso com o ex-presidente dos EUA Bill Clinton e com a atual secretária de Estado, Hillary Clinton, frearam uma aproximação maior de Lula com Obama.
Na versão desse ministro, houve gestões do PSDB com os Clinton para evitar o encontro antes das eleições e, por extensão, um benefício eleitoral a Dilma.
A recusa provocou decepção no governo brasileiro, que via na oportunidade uma forma de demonstrar o prestígio de Lula no mundo e na América Latina.

Estou tão confuso! Quem seria esse ministro? Celso Amorim? Não! Não é. Seria admitir que FHC é mais influente na política externa brasileira do que ele próprio. Não combina com o megalonaniquismo. Acho que é coisa mesmo do megalogigantismo. Deve ter sido Franklin Martins. Falta agora Lula fazer a segunda parte: acusar o antecessor de se alinhar com os americanos para prejudicar o Brasil.

O ridículo é de tal ordem que o texto de Kennedy aponta um segundo motivo, além da influência de FHC junto aos Clintons:
Também foi entendida como um recado do presidente americano de que, se o Brasil vai se contrapor aos EUA em assuntos como o Irã, o país deverá arcar com alguma retaliação política da maior potência do planeta.

A qualquer pessoa dotada de um mínimo de lógica e de bom senso vai ocorrer que o segundo motivo seria forte o bastante para dispensar o primeiro. Ainda que aquela outra situação fosse verdadeira, ela não seria nada além de uma circunstância associada a uma causa. Afinal, as coisas têm ordem de grandeza. Imaginem se o presidente do EUA deixaria de visitar um país a pedido de um antecessor, que teria sido mobilizado por um ex-presidente do país em questão… O jornal do futuro deve fazer, de vez em quanto, algumas indagações no futuro do pretérito para testar algumas hipóteses e, assim, mergulhar um pouco no terreno da lógica. Ou a lógica é menos confiável do que a OPINIÃO de uma fonte secreta?

- Qual é a evidência que tem a fonte de Kennedy, que fala em off, de que FHC interferiu para impedir a visita de Obama? A “reportagem” não diz. Qual a diferença entre um off nessas condições, uma invenção e uma mentira? Se alguém souber a resposta, publicarei com gosto.
- Qual é o sentido de pôr para circular uma opinião de alguém sem nome, sem se ocupar, por exemplo, de ouvir FHC? “Ah, o texto está só dando a versão do ministro”. É? Então basta alguém em off dar uma versão para que ela ganhe lugar na reportagem?

A historinha de Lula como secretário-geral da ONU era mais bacana…

Tenham paciência! Não há nada com mais cara de passado do que o “Jornalismo Franklinstein“.

PS: É claro que conto com a possibilidade de ser tudo verdade. Mesmo afastado do poder há oito anos, FHC continuaria, então, mais influente junto ao governo americano do que Lula. Faz sentido. Lula é muito influente em Teerã, Caracas, Quito, Manágua…


ESTUDO DO IPEA PROVA INEFICIÊNCIA DO… MODELO DILMA!

Da Agência Brasil. Volto em seguida:
As rodovias brasileiras necessitam de R$ 183,5 bilhões em investimentos para dar conta das demandas atuais. Deste total, apenas 13% estão contemplados pela primeira versão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), segundo o estudo Rodovias Brasileiras: Gargalos, Investimentos, Concessões e Preocupações com o Futuro, divulgado nesta segunda-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

- Identificamos três categorias de gargalos. A primeira, relacionada ao campo de recuperação, adequação e duplicação, é a que mais demanda recursos: R$ 144,18 bilhões. Para construção e pavimentação serão necessários outros R$ 38,5 bilhões. E a terceira categoria está relacionada com o que chamamos, do ponto de vista da engenharia, de obras de arte. Estas, que envolvem obras como pontes e viadutos, carecem de R$ 830 milhões - explica o coordenador de Infraestrutura Econômica do Ipea, Carlos Campos.

- O PAC cobre aproximadamente 13% das demandas identificadas, e apenas 7% no que se refere a recuperação e duplicação de vias - avalia Campos.

- O programa é um grande avanço em relação ao que vinha sendo feito, que era praticamente nada. Mas ainda é insuficiente em relação à degradação que houve na malha rodoviária brasileira, em consequência de 25 anos sem investimentos - acrescenta.

Segundo o pesquisador, 70% das obras do programa ligadas a rodovias estão com o cronograma atrasado.

- Parte dos atrasos da execução física dessas obras é justificada pelas paralisações do TCU (Tribunal de Contas da União) - acrescenta.

Campos explica que o estudo do Ipea só leva em consideração o PAC 1, que prevê investimentos de R$ 23,3 bilhões entre 2007 e 2010. A segunda versão do programa prevê investimentos de R$ 50,4 bilhões entre 2011 e 2014.

O economista também chama a atenção para a necessidade de ampliação e duplicação das estradas prevista para os próximos anos, em decorrência do crescimento da economia. Isso, segundo ele, implica aperfeiçoar o modelo de concessão de rodovias.

- Há inclusive problemas no sistema de contratos de concessão, que têm prazos de 25 anos e não preveem a ampliação da malha brasileira prevista para o período - avalia. Ele sugere que, para amenizar esse tipo de problema, o país adote um sistema similar ao do Chile.

- No modelo chileno, a empresa diz qual é o total de receita necessária para cobrir os investimentos e a manutenção, além, é claro, do lucro. Ganha quem apresentar a menor receita, e o contrato se encerra no momento em que a receita se iguala ao total previsto de custos e de lucro. Ou seja: o aumento da receita, após a concessão, faria com que o contrato termine antes - explica.

- Como sempre, as rodovias continuarão dependendo dos investimentos públicos, que, reforçados pelo PAC, tiveram crescimento superior a 500% entre 1999 e 2008 - disse o pesquisador.

Ele acrescenta que apenas 15% das rodovias interessam ao setor privado.

- Se considerarmos que 9% da malha já está com eles, vemos claramente que há um teto (de investimentos privados) muito próximo ao quadro atual.

De acordo com o Ipea, há no Brasil 170 mil quilômetros de rodovias pavimentadas. Deste total, 61 mil quilômetros são de vias federais.

Segundo o estudo, os recursos destinados ao setor de transporte subiram, em termos proporcionais ao Produto Interno Bruto, de 0,38% em 1999 para 1,15% em 2008. Em termos de valor, isso equivale a um aumento de R$ 1,7 bilhão para R$ 33 bilhões. No caso específico do transporte rodoviário, o aumento médio foi de 70%, passando de R$ 1,1 bilhão para R$ 26,6 bilhões.

O estudo diz, ainda, que mais de 65% das estradas federais estão em um estado entre deficiente e péssimo e que apenas 12% estão pavimentadas. Um retrato que, segundo Campos, não condiz com a importância desse tipo de transporte, que é responsável pelo deslocamento de cerca de 60% das cargas transportadas nacionalmente.

Comento
Os números são do próprio governo, mais propriamente do Ipea, daí a tentativa, a despeito do rigor técnico, de atacar governos passados. O fato é que Lula está em seu oitavo ano de governo. E o PAC, para o setor, como se nota, é irrelevante. O estado de 65% dos 61 mil km de estradas federais é considerado “deficiente” ou “péssimo”.

Se vocês clicarem aqui, encontrarão alguns links de textos deste blog sobre a questão das rodovias federais. Creio que todos se lembram do anúncio estrepitoso feito pelo governo, em 2007, quando a então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, anunciou o seu próprio “modelo” de privatização das estradas. Houve colunista que chegou a escrever que ela dava uma espécie de “aula” aos tucanos sobre como fazer. O resultado do “modelo Dilma” é um desastre.

Dez das dez melhores estradas do país são estaduais e estão em São Paulo, onde vigora o tal “modelo tucano” que os petistas tanto detestam. Aloizio Mercadante pretende fazer do valor do pedágio nas estradas paulistas uma das peças de resistência de sua campanha. Bom mesmo é o sistema que vigora na federal Régis Bittencourt, por exemplo, que continua a ser a “estrada da morte”… Mas, ao menos, morre-se por ali pagando muito pouco, entenderam? O pedágio para o céu, sem querer ser macabro, é bem barato no “modelo Dilma”.

 Só para registro: quase 70% das estradas paulistas, segundo pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes,  são consideradas “ótimas ou boas”.

TODO MUNDO JÁ PERCEBEU: INTELECTUAL FAZ PICADINHO DE LULA E CELSO AMORIM NO “EL PAÍS”

Jorge Castañeda, ex-ministro de Relações Exteriores do México e professor de Estudos Latino-Americanos da Universidade de Nova York, escreve no jornal espanhol El País de hoje um artigo educadamente devastador sobre a política externa brasileira. Enquanto, por aqui, os mistificadores continuam a converter os desastres de Lula num sucesso formidável, que o habilitaria a se candidatar a secretário-geral da ONU, o mundo começa a perceber que, para ser líder mundial, é preciso um pouco mais do que papo furado.

Castañeda, um intelectual bastante respeitado, afirma que, um formidável “trabalho de relações públicas” e “16 anos de bom governo (Cardoso e Lula), aliados a um crescimento econômico mediano, porém sustentado”, escondem várias aventuras diplomáticas malsucedidas”, pautadas pela “superficialidade” e “inércia midiáticas”. Para ele, o caso do Irã faz aproximar-se a hora da verdade, “seja para confirmar o surgimento de um novo ator global, seja para provar uma obviedade: não basta vontade para ser uma potência mundial”. Qual será a sua aposta? Vamos ver.

O autor lembra que a Turquia tem bons motivos para tentar manter a cordialidade com o Irã: os dois países mantêm um intenso comércio; ambos contam com uma população curda significativa; os iranianos exportam petróleo e gás para o vizinho, e parte da população do Irã fala turco. Mais ainda: a política externa turca está mais voltada hoje a uma aproximação com o mundo islâmico, ainda que o país seja um dos fundadores da Otan. Já a lógica brasileira, sustenta ele, é “menos evidente”: Lula teria se aproveitado da crise para firmar seu lugar no cenário internacional.

Segundo Castañeda, tudo indica que os Estados Unidos já tinham os nove votos necessários no Conselho de Segurança para impor novas sanções ao Irã — ainda que Rússia e China venham a se abster (para evitar o veto). Para o autor, caso prospere a iniciativa dos Estados Unidos, França e Reino Unidos, e o Conselho vote as sanções contra o Irã, o Brasil fica no pior de dois mundos: terá de tomar partido claramente, o que procurou evitar ao propor o tal acordo.

Acordo que, segundo Castañeda, padecia de um mal congênito: os EUA nunca o apoiaram de verdade. E ele então considera: “Se o Brasil vota a favor das sanções no Conselho de Segurança da ONU, estará se desdizendo; se vota contra, terá a companhia, na melhor das hipóteses, da Turquia e do Líbano. Caso se abstenha, confirmará o que muitos analistas têm reiterado: Lula quer jogar na primeira divisão, mas sem se comprometer”. E Castañeda avança, então, para uma análise um pouco mais ampla da política externa brasileira.

Afirma que o Brasil tem conquistado muito pouco no cenário internacional. Escreve: “O objetivo diplomático número um de Lula — conquistar um lugar permanente no Conselho de Segurança da ONU — é, ao fim de oito anos, menos viável do que nunca”. E lista outros insucessos, como a restituição, que não houve, de Manuel Zelaya ao poder e o naufrágio da rodada Doha. Outras iniciativas do Brasil, de mãos dadas com Hugo Chávez, tampouco resultaram produtivas. E Castañeda chega, então, ao que parece ser a parte mais importante de seu artigo:

“O tamanho de uma economia (Japão) ou de uma população (Índia) não garantem a ninguém, ipso facto, o papel de ator mundial.” Mais importantes do que isso para alçar um país ao estrelato internacional são a clareza de propósitos, os valores que os animam e a eficácia de um país na política regional. Ele lembra que o Brasil faz fronteira com nove países, “e todos eles padecem de sérios conflitos internos (Colômbia, Bolívia e Venezuela) ou com seus vizinhos (a Argentina com o Uruguai; a Colômbia com a Venezuela e com o Equador; o Peru com o Equador e com o Chile; a Bolívia com o Chile).” E lembra: “Mas Lula não quis se meter nesse pântano: mantém-se numa prudente passividade antiintervencionista ou dá franco respaldo às posições bolivarianas de Chávez, Rafael Correa, Evo Morales, Daniel Ortega (na Nicarágua) e dos Irmãos Castro, em Havana”.

Para Castañeda, Lula se nega a ser relevante em seu próprio quintal. Escreve  o autor com ironia que não chega a ser sutil: “Talvez seja mais fácil mediar conflitos entre Teerã e Washington (ainda que ninguém tenha sido bem-sucedido desde 1979) do que entre Caracas e Bogotá ou entre Buenos Aires e Montevidéu”. Sigamos com a conclusão do artigo:

“Apesar de sua óbvia irritação, talvez Barack Obama e Hillary Clinton prefiram dar o benefício da dúvida ao projeto turco-brasileiro antes de ceder à impaciência de Israel e da França. Lula pode sair bem das planícies persas ou acabar mal com todo mundo.”

E aí o arremate: “Lula deveria ter-se dado por satisfeito com as capas das revistas, sem procurar preenchê-las com conteúdo efetivo. Isso costuma ser mais difícil”.

A íntegra do artigo, em espanhol, estáaqui.


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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo (veja.com)

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