O país quer saber os nomes dos mandantes

Publicado em 25/07/2010 18:55


“Isso é a espetacularização do nada”, recitou Dilma Rousseff em sucessivas entrevistas depois de pilhada em flagrante fabricando, nas catacumbas da Casa Civil, um dossiê atulhado de calúnias envolvendo Fernando Henrique e Ruth Cardoso. Os jornalistas mal começavam a formular a pergunta e lá vinha a expressão indigente ─ que ainda não usou para livrar-se de ser julgada por reincidência. Talvez tenha entendido que é ínútil debitar na conta da espetacularização do nada a repercussão dos casos do dossiê contra José Serra e do estupro do sigilo fiscal de Eduardo Jorge Caldas Pereira, vice-presidente do PSDB. Desta vez, Dilma terá de arranjar algum álibi menos raquítico. O Brasil que presta quer saber quem reativou a usina de papelórios bandidos e exige a identificação dos autores das delinquências gravíssimas.

Não faz tanto tempo assim, os envolvidos em bandalheiras de grosso calibre saíam de circulação por algum tempo. Hoje o período de quarentena, quando há, restringe-se aos soldados rasos. Os superiores não só permanecem no local do crime como acusam as vítimas, debocham da plateia, provocam a polícia e desdenham da Justiça. O companheiro José Eduardo Dutra, por exemplo, resolveu processar José Serra pelo pecado de ter responsabilizado os responsáveis. Confrontado com a revelação da infâmia que atingiu Eduardo Jorge, avisou que o problema é da Receita Federal e dos agredidos.

O deputado Rui Falcão, um dos coordenadores da campanha de Dilma Rousseff, dedicou ao assunto seis palavras: “O fato não merece nossa preocupação”. Mas a turma por trás do fato merece cadeia, berraria em resposta o Brasil inteiro se não parecesse apalermado pela institucionalização da impunidade. Os culpados não se preocupam com o merecidíssimo castigo por confiarem na proteção do presidente, na indulgência do Judiciário e na abulia que paralisa milhões de brasileiros. Quem se considera intocável sempre engorda o prontuário. Assim, ao dossiê cafajeste e ao sigilo estuprado somou-se a acobertamento dos mandantes e executores da ação criminosa.

Em qualquer país sério, as investigações não iriam ãlém de algumas horas, consumidas na coleta das abundantes provas materiais e na tomada de meia dúzia de depoimentos prestados por figuras que entendem do assunto e sabem muito sobre as ocorrências recentes. Todos tem endereço certo e sabido. Na sede da campanha de Dilma Rousseff, por exemplo, estão Antonio Palocci, que encomendou o estupro da conta bancária do caseiro Francenildo Costa, e a própria candidata, que encomendou o dossiê contra Fernando Henrique e Ruth Cardoso, além dos companheiros que contrataram os encarregados do serviço sujo. Na sucursal paulista do PT pode ser encontrado Aloísio Mercadante, especialista em espionagens alopradas. Eles poderão dizer quem produziu e dirigiu esse filme policial classe C.

Para desvendar o caso da violação das declarações de imposto de renda, basta submeter a um interrogatório que mereça tal nome o superintendente da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, preveni-lo dos riscos do perjúrio e alertá-lo para as consequências da cumplicidade ativa. Cartaxo precisa interromper imediatamente o falatório diversionista e identificar os  figurões que arquitetaram a operação. O dossiê contra FHC foi engavetado pela invenção de um “banco de dados” da Casa Civil e pelo afastamento de um assessor disposto a sobreviver em silêncio. Os reincidentes estão tentando reprisar a esperteza com uma analista do Fisco.

Cada vez mais atrevidos, começam a costurar a fantasia que apresenta como estupradora uma funcionária que nem é ligada a partidos. Deve ter agido por curiosidade, portanto. Os fora-da-lei querem convencer os homens honestos de que o Código Penal não vale para todos. Além do presidente Lula, o resto do governo e o comando do PT resolveram tratar como imbecis todos os eleitores. Eduardo Jorge já deixou claro que não é: continua lutando corajosamente pelo esclarecimento do crime. Todos os oposicionistas, e com mais agressividade os candidatos, precisam juntar-se ao combatente solitário.

Os brasileiros prontos para engajar-se na resistência são bem mais numerosos do que imagina o grande clube dos cafajestes. E exigem a pronta identicação dos mandantes.

Oração da Conversão Eleitoreira

Promovida a Jesus Cristo durante o Sermão da Blasfêmia, declamado em Garanhuns pelo Mestre Lula, Dilma Rousseff viajou sem escalas do paraíso socialista para o Reino dos Céus, baixou em Brasília com um brilho estranho no olhar e recitou num templo da Assembleia de Deus a Oração da Conversão Eleitoreira. Deu azar: Celso Arnaldo estava de olho na candidata e resumiu a discurseira em três assombros. Confira:

“Eu quero, ao agradecer a vocês por estarmos aqui, pedir a vocês que orem por mim e pedir a Deus a sabedoria e o discernimento nessa caminhada, que em conjunto com o meu povo, com nosso povo, com cada um de vocês, eu abracei. Muito obrigada e a paz esteja convosco”
(A pastora Dilma Rousseff neste sábado, em culto na Assembleia de Deus de Brasília, ousando pedir a Deus algo que é impossível até para Ele)

“Na Bíblia, em várias passagens, Jesus mostrou uma preocupação com a vida e é essa preocupação com a vida que eu quero afirmar aqui”
(A teóloga Dilma Rousseff, insinuando que Jesus preocupava-se com a vida apenas em algumas passagens bíblicas, não em todas, ao mesmo tempo em que promete seguir a plataforma dele)

“Eu sou a favor da vida em todas as suas dimensões, em todos os seus sentidos. Sou a favor da preservação da vida. Sou a favor da melhoria da vida das pessoas”
(A santa Dilma Rousseff demonstrando que ainda não será desta vez que um candidato a presidente da República virá a púlpito para se declarar contra a vida e contra a “melhoria da vida das pessoas”)

Dilma conta mentiras com tanto gosto que até parece mentira.

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Fonte:
Blog Augusto Nunes (VEJA)

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