Marilena Chauí descobriu que, “quando Lula fala, o mundo se ilumina”. Celso Arnaldo prova em mais um texto arrasador que, quando Dilma Rousseff resolve acender a luz, os brasileiros são tungados no escuro. Confira:
Dilma Luz para Todos é seu nome. Uma das coisas que admiro nela é sua capacidade de esclarecimento pleno de todas as dúvidas — e são incontáveis –- que pairam sobre sua candidatura e seu provável futuro governo.
Sempre que surge uma controvérsia, uma polêmica, uma declaração desastrada, um fantasma do passado, Dilma vem para explicar e a tudo alumiar. A verdade límpida instantaneamente se acende aos olhos de todos – da massa ignara aos leitores de José Sarney.
A manchete da Folha de ontem era forte: “CONSUMIDOR DE LUZ PAGOU 1 BI POR FALHA DE DILMA”.
Grave, gravíssimo, prejuízo enorme justamente para o povão que vai sagrá-la presidente. Resumindo: a tarifa social de luz, criada em 2002 ainda no governo FHC, isentando consumidores de baixa renda, não foi implementada em 2003 pela então ministra das Minas e Energia Dilma Rousseff – que, alertada várias vezes pelo TCU, fez-se de surda. Só em 2006 a lei saiu do papel, e em termos. No período que lhe cabe nesse atraso, 1 bilhão de reais foram tungados da patuleia, como diria Elio Gaspari.
Se há algum assunto que Dilma domina -– se há, repita-se -– esse é energia. Por isso, a manchete é caluniosa, claro. É hora de entrar em cena a Luz para Todos. Microfones a postos, ela se apresenta, mais maquiada do que de costume, talvez para disfarçar o abatimento pela grave pecha de prevaricação. Mas a fala, como sempre, é cara lavada – sem um pingo de retoque:
“Eu queria hoje fazê uma avali…uma observação sobre uma matéria que me surpreendeu sobre a questão da baixa renda na área de energia elétrica”.
Nada como conhecer um tema a fundo: na abertura, Dilma já vai à raiz da questão – o problema não envolve a energia elétrica na baixa renda, mas a baixa renda na energia elétrica. A energia elétrica está ganhando pouco – daí os apagões, uma espécie de operação-tartaruga.
“Primeiro cabe esclarecê em relação à matéria que em 2002 foi feito uma lei chamada 10438”.
Se a lei foi feito, foi malfeito. Deveria ter sido feita. Mas o que mais chama a atenção é o “nome” da lei – um número. Eu não disse que Dilma é Luz?
Daqui pra frente, é cada um por si: se os colaboradores da coluna quiserem se arriscar no restante do esclarecimento feito por Dilma, pelos próximos 10 minutos de vídeo, sugiro acender uma tocha de paciência olímpica. E perdoem-lhe os frequentes “kilowatt horas/mês” – Dilma é uma mulher sem medidas.
Ouvindo assim por alto parece que ela culpa FHC pela tungada. Mas vou direto aos 10m40s do vídeo, quando se aproxima o grand finale:
“Eu tô cruzano baxa (sic) renda com consumidor (não maldem, por favor, o gesto de Dilma simbolizando cruzamento) de energia. Então, se eu tivesse o baxa renda, todo o cadastro do baxa renda, eu baxo todo ele para as distribuidoras e as distribuidoras só vão botá aquilo que tá no cadastro”.
Mas esse tal “baxa renda”, segundo ela, é inocente. Alguém o colocou nessa história à revelia do governo. Dilma promete investigar de onde tiraram a informação:
“Agora eu vou levantá a fala que diz que o governo federal escolheu isentá quem ganhava até 80 kilowatts horas/mês (sic). Não é critério do nosso governo. Está na lei aprovada em 2002.”
Como se vê, a lei “chamada” 10438 instituiu uma nova moeda no Brasil – o kilowatt. Mas o culpado por ela ter demorado quatro anos para entrar em vigor é o tal cadastro:
“Eu não sei se ocês sabem como funciona o cadastro. Deixa eu só esclarecê isso. A gente paga, é, é, a gente faz… nós não conseguimo fazê o cadastro. Nós”.
Eu não disse que seria esclarecedor?
Sejamos justos: não é outra história quando Dilma conhece o assunto?
O PT pede e o TSE atende: o eleitorado está proibido de saber que Collor apoia Dilma
Valter Antoniassi Fátima do Sul - MS
Reconheço,que posso estar desinformado quanto estas privatizações duvidosas,porém vale lembrar ,quando Evo morales tomou posse da Petrobrás ,o atual governo não só foi leniente como apoiou-o...,também no caso do bispo falsificado do paraguai,os próprios funcionários do Lula disseram que nosso contrato dava respaldo que não era necessário ceder,e o que é que aconteceu? Que eu saiba mais uma taxinha extra em nossa energia...portanto este governo não vende barato,ele "doa" os bens da união,ele pode ele é o "CARA"...e los hermanos agradece...
Valter Ambiel Itanhangá - MT
Aproveite a política de privatizações do governo brasileiro. Confira
nas páginas seguintes os grandes negócios que foram feitos com as privatizações – “negócios da China” para os “compradores”, mas péssimos para o Brasil. Antes de vender as empresas telefônicas, o governo investiu 21 bilhões de reais no setor, em dois anos e meio. Vendeu tudo por uma “entrada” de 8,8 bilhões de reais ou menos – porque financiou metade da “entrada” para grupos brasileiros. Na venda do Banco do Estado do Rio de Janeiro (Banerj), o “comprador” pagou apenas 330 milhões de reais e o governo do Rio tomou, antes, um empréstimo dez vezes maior, de 3,3 bilhões de reais, para pagar direitos dos trabalhadores. Na privatização da rodovia dos Bandeirantes, em São Paulo, a empreiteira que ganhou o leilão está recebendo 220 milhões de reais de pedágio por ano desde que assinou o contrato – e até abril de 1999 não começara a construção da nova pista. A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) foi comprada por 1,05 bilhão de reais, dos quais 1,01 bilhão em “moedas podres” – vendidas aos “compradores” pelo próprio BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), financiadas em 12 anos. Assim é a privatização brasileira: o governo financia a compra no leilão, vende “moedas podres” a longo prazo e ainda financia os investimentos que os “compradores” precisam fazer – até a Light recebeu um empréstimo de 730 milhões de reais no ano passado. E, para aumentar os lucros dos futuros “compradores”, o governo “engole” dívidas bilionárias, demite funcionários, investe maciçamente e até aumenta tarifas e preços antes da privatização. Aproveite você também, conheça os detalhes neste livro. www.aloysiobiondi.com.br/IMG/pdf/02brasilprivatizado1.pdfTelmo Heinen Formosa - GO
Só tem sentido comparar as privatizações com qualquer coisa, dentro do contexto da época. Fora disso não procede. É misturar alhos com bugalhos. Por exemplo, se a Prefeitura é a proprietária da Estação Rodoviária da cidade e a Estação dá prejuizo todos os meses, a Prefeitura pode DOAR a Rodoviária para os concessionários que ainda assim ficará na lucro. Vendendo-a, melhor ainda. Se dali a um ano ou 12 anos depois esta Rodoviária valorizar-se muito, em vez de culpar a privatização, temos que louvá-la pois graças a ela foi que houve a valorização. Impressionante como tem poetas mundo a fora que pensam o contrário.
Valter Ambiel Itanhangá - MT
Recomendo a leitura de um livro disponível em pdf, no site www.aloysiobiondi.com.br, que fala como se deu o mito das privatizações, os grupos que foram beneficiados,e faz um balanço sobre o desmonte do Estado Brasileiro, um dramático balanço - fartamente documentado - e dos resultados que a política de privatização deixou para o país na área social e econômica. Acredito que alguns setores se beneficiaram das privatizações, mas o que é triste saber é que a maioria das estatais foram vendidas a preço de banana, citando como exemplo o BANERJ que foi vendido por um preço dez vezes menor que o valor do passivo trabalhista que o estado do RJ assumiu. No Brasil Privatização e corrupção andaram de mãos dadas! Dêem um google sobre o assunto, quem pesquisar vai descobrir muita coisa...
Valter Antoniassi Fátima do Sul - MS
Não estou aqui para defender o FHC,ou quem quer que seja,mas não vamos confundir corrupção com privatização,uma coisa não tem nada a ver com a outra,se fossemos um país sério a primeira seria um crime grave e a segunda muitas vezes necessário pois existem estatais que só da prejuízo,como diz meu chara, a vale só vale o que vale depois que deixou de ser estatal....
Telmo Heinen Formosa - GO
Eu não conseguia achar minhas malas na área de bagagens do aeroporto. Fui então até o setor de bagagem extraviada e disse à mulher que minhas malas não tinham aparecido.
Ela sorriu e me disse: "Não se preocupe, porque sou uma profissional treinada e o senhor está em boas mãos. Apenas me informe: o seu avião já chegou?". Ela também vota! E você aí se pergunta, quem elege os politicos?Valter Ambiel Itanhangá - MT
Esse povo da veja fala numa linguagem complicada, só crítica em cima de crítica, como se o governo FHC fosse o mais puro dos puros! Vou falar na linguagem de produtor pois sou produtor e não intelectual da veja ou da Folha de SP.
Na década de 90 as ferrovias foram privatizadas, o governo federal atual criou a VALEC, empresa estatal para construir ferrovias, para integrar o Brasil de leste a oeste, norte sul. Isso nunco governo neoliberal nunca iria ocorrer! O Brasil saiu da crise rapidamente, porque tem o BNDES, Banco do Brasil, Petrobrás em suas mãos. Se tivessem sido privatizadas, o Brasil não teria dinheiro para injetar na economia para adotar as políticas anti-cíclicas que adotou. Sobre meio ambiente: FHC aumentou o percentual de reserva legal, de 50% pra 80% via MP 2.166/2001, criou o maior Parque de Preservação Ambiental do Mundo no Estado do Amapá de 3,9 milhões de hectares, com 9.9985/2000 o Brasil destinou à preservação mais de 80 milhões de hectares. E Hj a Turma do PSDB é contra o pré-sal(porque combustível fossil faz aquecer o planeta! Vendeu a Vale por 3 bilhões e alguem sabe quanto ela vale hj? Vendeu o BANERJ por 330 milhões e engoliu um passivo trabalhista de 3,3 bilhões. A corrupção no governo LULA é fichinha se comparado com as privatizações!