Dilma, Erenice e afinidades que vão além de pingentes e brincos

Publicado em 17/09/2010 12:21 e atualizado em 17/09/2010 17:50

Dilma, Erenice e afinidades que vão além de pingentes e brincos

Os brincos e os pingentes da chefa...

Os brincos e os pingentes da chefa...

...iguais aos da subordinada. A moral e a ética também são as mesmas

...iguais aos da subordinada. A moral e a ética também são as mesmas

Chega a ser divertido notar o esforço de alguns coleguinhas para tentar distinguir Dilma Rousseff de Erenice Guerra e até mesmo para tentar divisar algumas supostas diferenças de estilo entre o presidente e a sua criatura eleitoral. Ela seria mais resoluta e determinada do que ele, menos tendente a passar a mão na cabeça dos faltosos. A demissão de Erenice na quinta, à esteira de uma crise iniciada no sábado, quando VEJA começou a chegar aos leitores, seria uma evidência disso. O que dizer a respeito? Trata-se, não necessariamente nesta ordem, de:
a) besteira:
 para que fosse assim, Dilma teria de ter existência autônoma; por enquanto, não tem;
b) mistificação:
 para que fosse assim, seria necessário haver alguma tensão ou contradição entre Lula e Dilma e entre Dilma e Erenice; isso é falso;
c) lobby de marqueteiro: 
tenta-se criar a imagem de uma Dilma independente, com poder sobre seu próprio destino. Nesse particular, estou com José Dirceu e não abro: Lula pode ser maior do que o PT, mas Dilma é menor do que o partido. Pode até ser eleita com os votos do Babalorixá, mas será governada pelo PT e assediada pelos bárbaros do PMDB.

A pergunta é óbvia: se Erenice conseguiu se mexer com tanta desenvoltura sem que Dilma soubesse, com a Casa Civil servindo para abrigar lobistas, o que devemos esperar da petista se eleita presidente? Como diria Gregório de Mattos, “não sabe governar sua cozinha e quer governar o mundo inteiro”? Sob a sua gestão, o ministério parece ter virado uma lojinha. Só que os produtos que se vendiam ali eram bem mais caros do que bugigangas de R$ 1,99 importadas do Panamá (!?), para lembrar a malsucedida experiência da candidata no setor privado. Essa gente gosta mesmo é de coisa pública. A Dinastia dos Eus, então, adora!

Erenice é petista faz tempo. Grandeza, no entanto, ela só encontrou com Dilma Rousseff, de quem é uma invenção. São parceiras em tudo. Não há saia-justa pela qual a chefa tenha passado que a sua, vamos brincar um pouco, “Leporella” não estivesse pronta a coonestar. Foi assim no dossiê contra FHC, na tumultuada venda na Varig, no convite a Lina Vieira para um papinho, no PNBL (Plano Nacional de Bandalheira Larga)…  Será que Erenice ganhou autonomia só agora, quando a barra pesou? Então Dilma não tem nada com isso? Ah, tem. Num outro post, digo por quê.

Truculência
Lula lidera o governo institucionalmente mais truculento desde o fim do regime militar. Nenhum outro, por exemplo, atacou a oposição nos termos em que ele o faz. Um petista poderia responder: “Mas quem, antes, nestepaiz, teve 78% de aprovação?” Então a popularidade do demiurgo serve para que transgrida leis, Constituição, regras, decoro, em vez de ser a expressão do triunfo da democracia? Nem mesmo Collor, chegado a faniquitos, ousou ir tão longe. E o PT age assim porque, em muitos aspectos, continua a ser aquele mesmo que já foi oposição um dia, quando votou contra RIGOROSAMENTE TODAS AS PROPOSTAS QUE CONSTITUEM OS FUNDAMENTOS DA ESTABILIDADE BRASILEIRA. Atenção,leitores! “Todas” quer dizer “todas”.

E a truculência daquele partido de oposição se manteve depois que ele chegou ao poder. Não respeita o trabalho de FHC, que o precedeu. Passou oito anos atacando-o de forma vil. E Dilma segue seus passos no horário eleitoral, nos debates, nas entrevistas. As mentiras contadas são pavorosas. Não se trata de exposição da divergência. Não! O outro tem de ser aniquilado. Truculenta foi também a resposta dada às evidências de invasão ilegal de sigilo de pessoas ligadas ao PSDB e de familiares do presidenciável tucano, José Serra. A escolha petista foi a mais sórdida possível: culpar a vítima. Por incrível que pareça, alguns setores até então respeitáveis do jornalismo acabaram aderindo a essa delinqüência. Parecia que Serra havia estimulado os petistas a rasgar a Constituição para que pudesse criticá-los depois.

Assistimos a um show diário de brutalidade, arrogância e falta de educação cívica: as evidências eram tratadas como “factóide”, “agenda do meu adversário”, “coisas de caluniadores”. Qual a certeza? “A população não consegue entender nada disso, e as pesquisas continuam na mesma”. O auge da ação truculenta foi a ida de Lula à TV, com o brochinho que usa na lapela em solenidades e em pronunciamentos oficiais, para afirmar que Serra era o “candidato da turma do contra”, aquele “que torce o nariz para tudo”. Ainda ontem, numa daquelas inserções curtas, repetiu a primeira expressão.

Sábado, com a reportagem da VEJA já nas ruas relatando coisas cabeludas  — e documentadas —, a reação não foi diferente, culminando com aquela nota bucéfala de Erenice Guerra. Depois o Planalto tentou tirar a corpo fora: ela teria feito aquilo sozinha, como se fosse possível… Dilma reiterou a sua confiança na colega. E, de novo, veio a conversa mole: tudo não passaria de uma movimentação de adversários para tentar interferir nas eleições… Aí veio a reportagem da Folha…

Mudou o tom
Na quinta, o tom mudou. O Lula rancoroso do horário eleitoral concedeu uma entrevista afirmando que aquele que comete erro tem de responder e tal. Dilma, no estilo condoreiro-indignado, quis saber se não existe mais presunção de inocência no Brasil, uma “conquista da civilização”. E afirmou que Erenice fez muito bem em se afastar para que a investigação possa ser isenta — a Receita nos mostra com que isenção as coisas estão sendo conduzidas.

O que terá determinado a mudança de comportamento? Em primeiro lugar, o fato de que se trata de um assunto “mais compreensível para as massas” do que invasão de sigilo; em segundo lugar, a existência de farta documentação evidenciando que o tal Israel andou se metendo onde não devia — além de Mamãe Gansa ter-se encontrado com seus clientes. Em terceiro lugar, a constatação de que há setores da imprensa ainda não moralmente corrompidos para os quais urna, afinal de contas, não é tribunal de absolvição de malfeitores.

Dilma pode até tentar se descolar de Erenice, mas Erenice não vai descolar de Dilma. As duas construíram juntas um método. E dividem bem mais do que o gosto por pingentes e brincos. E compartilham da moral petista. No PT, a comunhão vai da moral aos adereços.

Por Reinaldo Azevedo

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, esteve ontem na Associação comercial do Rio. Era a ministra da Casa Civil, chefe de Erenice, quando os dois — até agora conhecidos! — escândalos aconteceram na pasta. Alguém indagou como ela poderia NÃO ser envolvida no caso. Respondeu o seguinte (vi no Jornal da Globo):

“Eu não estou envolvida nesse caso. Não é ‘como eu não posso’. Ao contrário: como eu estou envolvida nesse caso? Aonde (sic) está a prova de que eu esteja envolvida nesse caso? É importante, no Brasil, que a gente não perca, né?, a referência das conquistas da civilização. Tem de provar que você fez, e não você provar que não fez”.

É, num tribunal, é isso mesmo! Por isso, diga-se, Fernando Collor, atual aliado de Dilma (aliás, em 1992, ela era aliada dele), foi inocentado no STF. Mas perdeu o mandato e os direitos políticos mesmo assim. Dilma confunde responsabilidade criminal, que é uma outra fase ou lado da questão, com responsabilidade política. E convém não confundir as coisas. Por enquanto, candidata, dá para assegurar uma coisa: a responsabilidade política é sua, sim! Erenice gozava de sua mais absoluta confiança — tanto que foi guindada ao posto de titular da Casa Civil com a sua saída. O lobby estava incrustado no ministério.

Dilma lembrando as “conquistas da civilização”??? Não tentar destruir a reputação de antecessores e não reescrever a história é uma conquista da civilização. Não chamar a agressão a uma Constituição democrática de “factóide” é uma “conquista da civilização”. Não endossar um discurso que pede a eliminação de um partido de oposição é uma “conquista da civilização”. Não usar a máquina pública a serviço de uma candidatura é uma “conquista da civilização”. Sempre gosto quando políticos dizem, em tom de censura, “No Brasil, a gente precisa…” Fica parecendo que brasileiros são sempre os outros.

Ainda que os dias que correm não ajudem muito, convém Dilma não confundir política com polícia, responsabilidade política e funcional com responsabilidade criminal, urna com tribunal.

Ademais, em fevereiro, o consultor Rubnei Quícoli denunciou, em e-mail enviado à Casa Civil, a existência de um lobby operando dentro da Casa Civil. Dilma era a chefe. Vamos ser claros: fosse ela a ministra, e estourasse um escândalo desse, teria de ser demitida junto com Erenice. Como é a candidata que lidera as pesquisas,  pode se tornar, em vez de desempregada, presidente da República. Com Lula, ela já aprendeu a lição nº 1 do bom petista”: dizer “Eu não sabia!”. A nº 2 é culpar a vítima. A nº 3 é afirmar que foi o PSDB que começou.

Conquistas da civilização…

Por Reinaldo Azevedo

O dia começou ontem com um Lula todo decoroso e respeitoso (ver post abaixo) a afirmar que aquele que erra tem de pagar etc. No Rio, Dilma Rousseff (post nesta página) defendeu as conquistas da civilização. Pois é.

À noite, o Babalorixá de Banânia foi a um comício em Belém em favor de Ana Júlia Carepa (PT), que disputa a reeleição. E como foi que o PRESIDENTE DA REPÚBLICA se referiu aos partidos de oposição? Assim, segundo informa o Diário do Pará:
“Todos são farinha do mesmo saco. Começaram como Arena, PDS, PSL, DEM e tucanos. Eles ficavam trocando o poder entre eles, e nós brigando aqui embaixo. Antes da Eleição, todo mundo se preocupa com os pobres, mas, depois da eleição, o primeiro café, almoço e janta é com os ricos, e a bordoada é com os pobres”.

A esmagadora maioria dos “ricos” do Brasil apóia a candidatura de Dilma Rousseff. José Sarney, que já foi presidente do PDS (antiga Arena), é um dos preciosos aliados de Lula, que se uniu também a Fernando Collor, entre outros.

E Lula deu o remédio para todos os males:
“Queria dizer que aprendi uma lição: quando a situação está difícil, só tem um remédio. Ir com o povo nas ruas. O povo sabe como falar. Só não pode se esconder”.
Tradução: se um governante tiver o apoio do povo,  o negócio é ir para as ruas, pouco
 importa o crime que cometa. Corolário: a lei é para governos impopulares!

Por Reinaldo Azevedo

Em entrevista a um portal de Internet, Lula, o decoroso, declarou, pouco antes de demitir Erenice Guerra: “Quando a gente está na máquina pública, não tem o direito de errar. E, se errar, a gente tem de pagar”.

Uau! Que homem público exemplar! É por isso que os mensaleiros e aloprados foram todos punidos, certo? Algum apressadinho poderia protestar: “Mas isso é com a Justiça; ele não tem culpa se ela é lenta!” Uma ova! O partido poderia ter-se livrado dos malfeitores. E não o fez. Ao contrário: passou a mão na cabeça de todos eles,.

Mais do que isso. A evolução do caso do mensalão comprova a seriedade da fala de Lula: ele começou se dizendo traído, passou a chamar tudo de mero caixa dois e agora está na fase da negação. Nos palanques Brasil afora, chama as acusações — COMPROVADAS — de “tentativa de golpe”. A ser assim, o STF está processando 39 inocentes, vítimas das oposições. Tenha paciência!

A depender do desdobramento do escândalo de agora, fará o mesmo. E ninguém vai pagar nada! Pegue-se o caso da Receita. Otacílio Cartaxo já deveria ter ido para a rua há muito tempo. E, no entanto, está no posto. Sobram evidências de que a máquina oficial opera para que não se chegue a lugar nenhum.

Lula identificou no episódio um potencial de desgaste e está atuando preventivamente, ainda um tanto acuado. Mais: não sabe o que vem por ai. Vamos ver quanto tempo  demora para subir num palanque e afirmar que tudo não passa de uma grande conspiração contra o seu virtuoso governo.

Só para encerrar: diverte-me a informação de que o Planalto não gostou daquela nota agressiva de Erenice. Não? O que foi que ela disse que já não tenha sido dito com ainda mais estupidez pelo próprio presidente da República? Ora, ele tinha acabado de pedir que se “extirpasse” um partido de oposição. Ele comandou a “reação”.

Digamos que ela tenha feito aquilo sem consultar ninguém (o que é cascata)… Estava apenas seguindo o exemplo do chefe, que agora se sai com a máxima acaciana de que os responsáveis devem pagar. Em Roma, Erenice achou que poderia imitar César.

A gente sabe que Lula não está falando a sério.

Por Reinaldo Azevedo

Por Rubens Valente, Fernanda Odilla e Andreza Matais, na Folha:
O consultor Rubnei Quícoli diz ter alertado a Casa Civil sobre a existência do esquema de lobby que era operado dentro do órgão pelo filho da então secretária-executiva, Erenice Guerra. A Folha obteve cópias de dois e-mails, que ele alega ter enviado em 1º de fevereiro, endereçados a assessores e secretárias de Erenice. Na época, a ministra da Casa Civil era Dilma Rousseff (PT).

Nos textos, o consultor reclamava da cobrança de dinheiro para que a empresa de energia EDRB recebesse um empréstimo no BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) e pedia que Erenice e Dilma fossem avisadas. O projeto pleiteado pela EDRB previa a captação de recursos junto ao banco para a construção de torres geradoras de energia solar no Nordeste. Quícoli foi contratado pelos donos da EDRB para, segundo eles, “fazer virar o negócio”.

A ideia foi apresentada em audiência na Casa Civil em 10 de novembro. Pela EDRB, estavam um dos sócios, Aldo Wagner, e Quícoli. Ambos dizem que Erenice participou da reunião, o que ela nega. Ontem a Folha revelou que a Capital Consultoria, firma do filho de Erenice, encaminhou à EDRB uma minuta de contrato, cobrando R$ 240 mil e 5% de “comissão de sucesso” sobre o empréstimo, caso fosse aprovado.

As suspeitas de tráfico de influência resultaram na demissão de Erenice, que havia substituído Dilma no comando da Casa Civil em abril. Quícoli e Wagner confirmaram à Folha o recebimento em 10 de dezembro da minuta de contrato -que o consultor chamou de “extorsão”. A EDRB negou-se a assiná-lo. Em março, o BNDES rejeitou o pedido de crédito.

Quícoli disse ontem que, com a recusa, o projeto parou de andar. Ele, então, decidiu avisar a Casa Civil. Num e-mail, o consultor ameaçou revelar o pedido de dinheiro feito pela empresa Capital. Em outro e-mail, Quícoli escreve não ter “vínculos com bandidos”. Ele encerra, em tom de ameaça, com o pedido de que a mensagem fosse encaminhada ao comando da Casa Civi. “Se vocês não fizerem chegar [a mensagem], eu faço chegar”, escreveu.

Por Reinaldo Azevedo

Na Folha:
(…)
Segundo pesquisa Datafolha realizada nos dias 13 e 14, Alckmin tem 51% das intenções de voto, dois pontos a mais que no levantamento anterior, feito nos dias 8 e 9. Seu adversário mais próximo é o senador Aloizio Mercadante (PT), que repetiu o desempenho da pesquisa passada e tem 23% da preferência do eleitor paulista. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos, para mais ou para menos.

Se considerados apenas os votos válidos, o ex-governador atinge 59%. O petista tem 26%. No cálculo de votos válidos, a taxa de votos brancos, nulos e indecisos é distribuída proporcionalmente entre os candidatos segundo o percentual de intenção de voto de cada um. O deputado federal Celso Russomanno (PP) continua em terceiro, com 8% (9% no levantamento anterior). Em quarto lugar está Paulo Skaf (PSB), com 3%, índice que vem mantendo desde meados de agosto. Brancos e nulos somam 5%, e 8% estão indecisos.

Na simulação de segundo turno entre Alckmin e Mercadante, o tucano venceria com quase o dobro dos votos do petista: 60% a 31%.
(…)
[no interior] a vantagem do tucano cresceu. No levantamento anterior, ele tinha 50%. Agora tem 55%. Mercadante, que tinha 23%, caiu para 20%. O petista melhorou seu desempenho na região metropolitana de São Paulo. Enquanto Alckmin oscilou negativamente um ponto (está com 47%), Mercadante passou de 23% para 26%.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

Na Folha:
Antonio Anastasia (PSDB) voltou a crescer nas intenções de voto para o governo de Minas Gerais, passou numericamente Hélio Costa (PMDB) pela primeira vez, mas a disputa no Estado continua indefinida, segundo pesquisa Datafolha.

Anastasia, atual governador e candidato apoiado por Aécio Neves (PSDB), passou de 36% para 40%. Ele está tecnicamente empatado com Costa, senador e ex-ministro das Comunicações, que oscilou de 39% para 37%.

A margem de erro máxima da pesquisa é de dois percentuais para mais ou para menos. O levantamento foi feito na segunda e terça-feira desta semana com 1.837 eleitores de 83 municípios.

Anastasia cresceu 22 pontos desde julho. O candidato tucano ao governo era vice-governador e assumiu a titularidade em abril após a renúncia de Aécio, seu padrinho político, para disputar uma cadeira no Senado. De acordo com o Datafolha, se a eleição fosse hoje Anastasia terminaria com 50% dos votos válidos, em situação de empate técnico com Costa, que atinge 46%.

Ou seja, não é possível atestar que a eleição terminaria no primeiro turno. Mesmo tendo apenas dois candidatos competitivos, a soma dos votos dos candidatos “nanicos” pode levar a eleição para o segundo turno. Em um eventual segundo turno, Anastasia teria 45% dos votos contra 42% de Hélio Costa. Mais uma vez, empate técnico.

Por Reinaldo Azevedo

Na Folha:
A menos de um mês das eleições, a disputa pelo governo do Paraná está indefinida. Pesquisa Datafolha mostra os dois principais candidatos empatados tecnicamente em primeiro lugar.

A vantagem, contudo, ainda é de Beto Richa (PSDB), que vem liderando a disputa desde o início da campanha. Segundo pesquisa realizada nos dias 13 e 14, Richa tem 45% das intenções de voto, e Osmar Dias (PDT), 40%. No levantamento anterior, realizado nos dias 8 e 9, o atual prefeito de Curitiba tinha 44%, e Dias, 38%. A margem de erro máxima da pesquisa é de três pontos percentuais, para mais ou para menos. Brancos e nulos somam 3%, e 11% dos entrevistados ainda estão indecisos. Como os demais candidatos não atingiram 1% cada um, é provável a definição da disputa no primeiro turno.

Se as eleições fossem hoje, Richa teria 52% dos votos válidos, contra 46% de Dias (no cálculo dos votos válidos, os percentuais de indecisos, brancos e nulos são distribuídos proporcionalmente segundo o índice obtido por cada candidato). Na simulação de eventual segundo turno, Richa teria 49%, e Dias, 43%.

Quando os nomes dos candidatos não são mostrados aos entrevistados, Richa mantém vantagem. Ele é mencionado espontaneamente por 34% dos eleitores, e Dias, por 29%.
O prefeito de Curitiba tem melhor desempenho se consideradas apenas a capital e a região metropolitana: 58% contra 28% de seu adversário. Na pesquisa anterior, esses índices eram 54% e 33%, respectivamente. No interior, Dias ganhou cinco pontos e chega a 45%, contra 40% de Richa, que se manteve estável.

O Datafolha também mediu o conhecimento sobre o número dos candidatos. Metade (54%) dos paranaenses ignoram o número correto. Entre os eleitores de Richa, 43% sabem qual número devem digitar na urna eletrônica, e entre os de Dias, 34% respondem corretamente qual o número do candidato.

Por Reinaldo Azevedo

Pernambuco
Eduardo Campos (PSB) - 67%
Jarbas Vasconcelos (PMDB) - 20%

Distrito Federal
Agnelo Queiroz (PT) - 44%
Joaquim Roris (PSC) - 31%

Bahia
Jaques Wagner (PT) - 53%
Paulo Souto )DEM) - 16%

Rio
Sérgio Cabral - 58%
Fernando Gabeira (PV) - 18%

Rio Grande do Sul
Tarso Genro (PT) - 44%
José Fogaça (PMDB) - 24%
Yeda Crusius (PSDB) - 11%

Por Reinaldo Azevedo

Aldo Wagner, sócio da empresa EDBR, concedeu entrevista ao Jornal Nacional e a Rubens Valente, da Folha,  em que confirma o relato do consultor Rubnei Quícoli.

Por Rubens Valente, na Folha Online:
O empresário Aldo Wagner, sócio da EDRB do Brasil Ltda., espera que a revelação do caso dos lobbies dentro da Casa Civil não atrapalhe o projeto de construção de um centro de energia solar no semiárido do Nordeste.

Em entrevista à Folha, ele afirma que Erenice Guerra participou da audiência para discutir a idéia em 10 de novembro, apesar das negativas da Casa Civil.

Confirma, ainda, que recebeu a minuta de contrato da firma de lobby do filho da ex-ministra, cobrando comissão para ajudar na tramitação do projeto, e que o consultor Rubnei Quícoli tinha sido contratado pela EDRB para “fazer virar o negócio”. A seguir, trechos da entrevista gravada.

Folha - A dúvida que ficou é como a minuta [do contrato da Capital Consultoria] foi encaminhada em seu nome, e não no nome dele [Rubnei Quícoli], gostaríamos de checar. 
A gente está trabalhando nesse projeto desde 2002 e apresentamos no final do governo FHC e depois voltamos a apresentar para o governo que está por aí, no Ministério de Minas e Energia. Não teve um buraco que a gente não andou com o projeto embaixo do braço tentando viabilizar ele. Os números não são pequenos, são grandes. Conhecemos o Rubnei faz uns três anos e ele se encantou com o projeto e saiu a campo. Então apresentamos o projeto lá na Casa Civil.

Você esteve na reunião com a Erenice? 
Sim, estivemos. Fomos apresentar o que já apresentamos há muito tempo. É um projeto de envergadura, de interesse do governo. Em fevereiro deste ano, a gente apresentou um plano de negócios para o BNDES. O BNDES respondeu para gente que faltava garantias. O projeto está lá e ficamos buscando quem financeiramente garanta isso. É o trâmite normal, até aí não tem nada errado. Quanto à parte desse negócio, foi-nos apresentada uma minuta de contrato [da empresa Capital Consultoria], onde a gente contrataria uma empresa jurídica para fazer o acompanhamento jurídico desse negócio todo. É a empresa do filho da dona Erenice. Eu olhei os valores e disse “bom, para fazer acompanhamento jurídico desse troço a gente não concorda pagar isso”. E aí o negócio terminou por aí.

Então vocês não fizeram pagamentos? 
Não, não fizemos nada. Não concordamos com isso. Em janeiro ou fevereiro deste ano, demos entrada no banco. Recebemos uma resposta do BNDES e estamos brigando num segundo passo, que é atender as exigências do banco.

Vocês têm um contrato com o Rubnei? 
Nós temos um contrato de parceria no projeto, caso ele consiga fazer virar o negócio. Ele já buscou diversos investidores, só que ninguém se candidatou a fazer o negócio virar. A gente, por outro lado, também tentou com outros investidores. Nós temos um acordo onde ele se propõe a buscar investidores, das pessoas que ele conhece.

Ele é um representante da empresa? 
É basicamente um parceiro de negócios, em energia renováveis. O negócio todo vai na base de passinhos.

A não contratação dessa empresa (Capital) prejudicou a liberação de recursos? 
Esse nível de informação eu não posso dizer. A gente não quer que esse projeto vá por água abaixo por intriga política.

Por Reinaldo Azevedo

Como se fazem salsichas, certo “jornalismo” e certa política

Uma revistinha aí, que funciona como cartilha do PT e de quem mais se interessar em atacar os “tucanos de São Paulo”, traz uma “reportagem” sustentando que Aécio Neves pretende deixar o PSDB e fundar um novo partido para fazer oposição moderada a Dilma Rousseff, tratada, seguindo entendi, como eleita. É claro que, como quase todo mundo, não li nem lerei a dita-cuja. Sabemos da história porque os sites noticiosos resolveram “repercutir” (como se diz por aí, espancando o sentido do verbo) a “matéria”. Publicações desse gênero existem para isso: imprimem ali um merrequinha de exemplares, pegam a grana, geralmente oficial e de estatais, e contam com a Internet para difundir o seu “jornalismo de servicinhos”.

Como dois e dois são quatro, daqui a pouco, alguém ligado ao ex-governador nega a intenção com a ênfase não mais do que necessária: não será uma negativa forte o bastante para que isso vire uma cobrança um dia nem fraca a ponto de caracterizar um trânsfuga precoce. E assim seguem sendo feitos certo jornalismo, certa política e as salsichas. Terá Marcos Coimbra escrito um pequeno ensaio sobre o assunto? Estaria à altura do conjunto da obra.

Acho cedo para esse, como posso chamar?, protagonismo, né? Até porque não existem “oposição moderada” e “oposição radical” em si. Se um governo propõe, por exemplo, mecanismos para controlar a imprensa, o que faria um “opositor moderado”? Tentaria “melhorar” a proposta de censura? Nesse caso, ele não seria um “moderado”, mas um canalha. A única coisa decente a fazer seria, obviamente, “oposição radical”. E quando a Constituição é agredida, como está sendo, e o chefe do Executivo abusa do poder? Qual é a posição do “moderado”? Fazer de conta que não está acontecendo ou se opor radicalmente a tais práticas?

De todas as bobagens e patifarias que se dizem por aí, esta é uma das maiores: a suposta “oposição radical” que o PSDB teria feito ao governo Lula. Ora, o que faltou foi justamente oposição. Tivesse havido, dadas as condições da economia no Brasil e no mundo, Lula seria, ainda assim, um presidente popular. Mas só vive a sua fase de mito — até que a história não corrija a estupidez — porque passou oito anos pontificando sozinho.

A propósito: digam aí uma só escolha “radical” feita pelos tucanos que não teria sido feita pelo suposto “partido moderado” conduzido por Aécio ou por outro qualquer. Sei lá se o ex-governador está nessa ou não. A conversa é tão bucéfala que tendo a achar que não. No molde em que a coisa vem a público, fica parecendo que é preciso, primeiro, escolher um candidato à Presidência da República para, depois, ver com que arranjo partidário ele disputará a eleição. Depois é só combinar com os eleitores.

Posso achar o petismo um horror, e acho, mas eu nunca disse que os petistas são burros — podem procurar. Eles não devem me achar grande coisa, compreendo os motivos, mas certamente reconhecem que os trato com o peso que realmente têm: pensam a política. Pensam um monte de porcaria, mas pensam. Diante de coisas como essas de que trato aqui, devem rir satisfeitos: “Pô, pode ser mais fácil do que a gente pensa ficar no poder uns 70 anos”…

Por Reinaldo Azevedo

Existirá o misterioso “bad boy” do BNDES?

interrogacaoQue o governo não gostou do que o consultor Rubnei Quícoli tem em mãos, pouco importa a sua ficha criminal, isso é fato. Erenice caiu repidinho não porque seja este um governo diligente. É que não dava para negar as evidências de dois casos escancarados de lobby: o relatado pela VEJA e o relatado pela Folha.

Quícoli concedeu uma entrevista ao Estadão em que fala da existência de um certo “Stevam”, um jovem, segundo ele, de aparentes 25 anos, que mandaria soltar e prender no BNDES. Verdade ou mentira? Até agora, Quícoli apresentou todos os documentos que dizia ter. Leia a entrevista publicada na edição de hoje do Estadão.
*

Por Fausto Macedo:
Personagem central da queda da ministra Erenice Guerra, da Casa Civil, o empresário e consultor Rubnei Quícoli, de 49 anos, apontou ontem um novo personagem na trama, que identifica como Stevam. “Ele é um avião, tem uma porta aberta na Casa Civil e outra no BNDES”, afirma Quícoli.

Segundo ele, em meio às negociações para aprovação de projeto destinado à implantação de energia solar no Nordeste - empreendimento estimado em R$ 9 bilhões que não saiu do papel - surgiu Stevam, cerca de 25 anos. “Ele é a ligação do governo com a Capital Consultoria”, diz o consultor, que diz representar a EDRB do Brasil Ltda, em Campinas (SP).

A Capital Consultoria citada por Quícoli pertence a um dos filhos da ex-ministra e opera em Brasília. Sua especialidade é o lobby comercial nas entranhas da administração federal.

Condenado a 3 anos de reclusão por uso de dinheiro falso e mais um ano por receptação - sanções trocadas por penas restritivas de direito, segundo acórdão do Tribunal Regional Federal -, Quícoli passou o dia de ontem aos celulares que leva nas mãos, três aparelhos que não pararam de tocar. Era gente de Brasília, do Rio e de São Paulo. Foi sondado por gente que se apresentou como do PSDB, pessoas interessadas em seu relato na reta final da campanha presidencial.

Ele narrou o que chama de “violência praticada por uma quadrilha”.

Como o sr. foi parar na Casa Civil?
Eu havia comentado sobre o projeto com o Marco Antonio Oliveira, que era diretor de operações dos Correios. Ele me foi apresentado no Rio por amigos comuns. No dia 17 de novembro, por intervenção do Marco Antonio, nos reunimos na Casa Civil com a então secretária executiva do ministério, Erenice Guerra. Ela participou sim. Ouviu nossa exposição sobre o projeto de instalação de torres solares no Nordeste e reconheceu a importância da proposta. Aplaudiu o projeto e nos encaminhou ao escritório da Companhia Hidrelétrica do São Francisco.

Quem mais participou do encontro?
O Vinícius Castro, que era o assessor jurídico da Casa Civil, mais uma outra funcionária desse setor, os sócios da EDRB (Aldo Wagner, diretor técnico, Marcelo Escarlassara, diretor comercial) e o Carlos Augusto Cavenaria, da KVA Elétrica. O governo estava funcionando provisoriamente no Centro Cultural do Banco do Brasil porque o Planalto estava em reforma. De lá fomos para um escritório no Shopping Brasília. Houve um interesse muito grande de Erenice, mas ela não falou em dinheiro, nem recomendou a empresa do filho. Ela foi muito verdadeira naquele momento.

As dificuldades surgiram já nesse encontro?
Não houve dificuldades na Casa Civil. Fora de lá começou essa violência. Logo que chegamos no escritório do shopping, por orientação da Casa Civil. Fomos surpreendidos com um contrato. Estavam lá o Vinícius e o Stevam, o homem do BNDES. Na hora que o Vinícius entregou o contrato nas minhas mãos ele disse: “Daqui pra frente quem resolve é ele, é o Stevam”. Eu e os sócios da EDRB nos entreolhamos, preocupados. Aquilo não estava combinado. Pedi que nos transmitissem o contrato por e-mail. Se houvesse alguma mudança a gente poderia sugerir. Sabe como é, o cabelo vai caindo a gente vai aprendendo. A gente precisava documentar tudo.

Eles mandaram o contrato?
Enviaram no e-mail de uma certa GC Empresarial, que era o contato do Stevam. Mas esse endereço nem está mais conectado. Você tenta e volta. Acho que criaram só para algumas operações. Na última reunião o Stevam ficou ameaçando, disse que a gente ia ter que pagar senão o BNDES não ia liberar o dinheiro. Era uma coisa de louco. O contrato rezava R$ 40 mil por mês a título de manutenção e mais 5% de um aporte de R$ 9 bilhões. São R$ 450 milhões, é muito dinheiro jogado no lixo do Brasil. Vi que estava diante de uma quadrilha que montou uma ação muito bem planejada.

O que você fez?
Saí à procura do Marco Antonio. Foi ele quem fez o contato com a Casa Civil. Ele havia ficado maravilhado com o projeto, disse que já conhecia a experiência na Alemanha. O Marco Antonio me apresentou ao sobrinho dele, o Marcos Vinícius. O que me causou muita estranheza é que a mãe do Vinícius é sócia da Capital. Fiquei atônito. Onde é que estou me metendo?

Vocês não assinaram?
Não assinamos nada. Depois que nos recusamos a assinar o contrato naquelas condições espúrias o BNDES reprovou nosso projeto alegando falta de detalhes técnicos, ausência de sustentação. Pedimos ao banco que pontuasse onde estava o erro. O projeto tem patente alemã. Uns dois meses depois, em maio, o Marco Antonio me procurou dizendo que poderia viabilizar a liberação do dinheiro.

E depois?
Voltei a Brasília e o Marco Antonio disse que precisava de R$ 5 milhões. Ele disse que o filho da Erenice, o tal Israel, não iria liberar nada se a gente não pagasse. Expliquei que para fazer essa operação a gente precisava de uma nota fiscal para o faturamento. Eu disse que não dava para enfiar tanto dinheiro na cueca e sair distribuindo por aí. Aí me mandaram uma nota de uma empresa que é do Saulo, filho da Erenice, a Synergy. Mostraram que eu poderia pulverizar os R$ 5 milhões, diluir em consultoria e intermediação.

Ele disse para que seriam os R$ 5 milhões?
Disse que era para apagar um fogo da Dilma Rousseff e da Erenice, dívidas acho que de campanha. E outra parte era para apagar o fogo do Hélio Costa, candidato do PMDB em Minas. É a palavra do Marco Antonio. Eu sustento isso, vou até o fim. Saímos de Brasília determinados a não pagar nada. Depois que me recusei a assinar o contrato o Stevam ficou ligando. Ligava de telefone público. Fez pressão, “se você não assinar não vai mais chegar na Chesf, se não assinar não vai ter mais nada”. Não ligava de celular. Usava cartão, dois, três minutos. Caía a ligação, ligava de novo. É um avião. Tem uma porta aberta na Casa Civil, outra no BNDES.

Tomou alguma medida?
Fui informado que esse Stevam tem uma ligação muito forte com o BNDES. Não sei de onde vem esse trânsito todo dele no banco. Motivo deve ter. Ele compõe o grupo da Capital, é o elo dos contratos para projetos via BNDES. Passei e-mails para a Casa Civil alertando sobre os métodos dele. Um rapaz de 25 anos não pode fazer isso. Pedi providências. Aí houve aquele abafa, tiraram ele do circuito. Foi quando o Marco Antonio me pediu os R$ 5 milhões. Quem me passou os dados da empresa para justificar o dinheiro foi o Vinícius.

O sr. tem provas do que diz?
Está tudo documentado. Tenho toda a troca de e-mails com a Casa Civil, minhas mensagens direcionadas às secretárias da Erenice, inclusive aquelas em que relato a forma de abordagem que o Stevam fez, violência inaceitável. Meus e-mails comunicando que não iria pagar nada daquilo a título de manutenção de uma coisa que não existia ainda. A Erenice nos encaminhou para a Chesf. Foi o papel dela. Se ela sabia ou não da propina é uma questão de consciência de cada um. Meus celulares estão à disposição, podem quebrar meu sigilo telefônico.

Qual o seu objetivo?
Mostrar que o Brasil não pode engavetar projetos importantes para uma região de excluídos. Um projeto barato que iria gerar empregos e tributos. Não queria a queda da ministra. Esse estrago não foi eu que causei, foi a quadrilha que eles montaram.

O sr. tem folha corrida na polícia?
Uma vez fui processado porque cobrei uma pessoa, levei prejuízo. Fui acusado de ameaça e processado por coação de testemunha. Fui absolvido. Na Justiça Federal fui acusado de uso de dinheiro falso. Coisa de 7 notas de 50 reais falsas que entraram no meu posto de gasolina. Não sabia que eram notas falsas. Não prejudiquei ninguém. Cabe à Justiça me julgar. Isso é jogo sujo. Quando você lida com bandido, com gente que não tem escrúpulos, tem reação. Sentamos com bandidos que agem dentro da Casa Civil.

O sr. tem ligação com partido político?
Nunca tive envolvimento político a não ser nos meus 20 a 28 anos. Pertenci à juventude socialista no Estado, uma entidade vinculada ao PDT. Depois participei de um evento político em Campinas, do PSDB. Mas não sou filiado a partido. Se existe essa filiação foi há 20 anos, quando eu era garoto. Não tenho nada com Serra nem com Marina. Meu vínculo é com o trabalho ambiental.

Por Reinaldo Azevedo

Esculhambação na Casa Civil, os petralhas e o capim

A rede petralha não se cansa de satanizar o consultor Rubnei Quícoli em razão de suas condenações judiciais. E manda bala: “A imprensa golpista está dando trela a bandido!” É mesmo? Então vamos ver.

No sábado, a VEJA traz a reportagem sobre o lobby feito por Israel Guerra no caso da renovação da licença da MTA, prova que existia um grupo operando dentro da Casa Civil e que Erenice se encontrou com o “cliente” do filho. A Al Qaeda eletrônica se assanha: “Calúnia! Mentira! Processa! Pega! Esfola!” . Erenice divulga aquela nota cheia de “moral”… Os petistas falam em factóide. Dilma ensaia a tese de que “filho não é parente”… Na quarta, a Folha publica a reportagem sobre a ação da turma no caso da EDRB, empresa de que Quícoli é consultor.

Na quinta, Erenice é demitida. E hoje ainda é sexta, se é que vocês me entendem…

Nunca antes da história destepaiz a ministra mais poderosa do governo caiu tão rápido por causa de “uma reportagem falsa” e do “testenho de um bandido” (como dizem os petralhas). Ora, se era assim, Lula que não vitimasse uma inocente.

Qual foi a dificuldade para sustentar que tudo não passava de uma tramóia da oposição? Os e-mails, contratos, minutas, reuniões de Erenice com os “clientes” etc.

Digamos que as coisas não tenham acontecido rigorosamente de acordo com o que dizem os denunciantes. Não importa! A VERSÃO DOS PRÓPRIOS ACUSADOS É PÉSSIMA. Ela basta para mandar Erenice pra casa e para evidenciar a esculhambação da Casa Civil na gestão Dilma.

PS - E que fique claro: se Marcola ou o chefão do Comando Vermelho apresentarem evidências de que fazem negócios com figurões da República, o fato de serem quem são só agravaria a denúncia, não é mesmo? Não, não estou comparado Quícoli a esses dois. Só estou evidenciando a falha lógica do raciocínio dos petralhas. Eles não são bons nisso. Preferem capim.

Por Reinaldo Azevedo

No país da piada pronta - Comissão de Ética aplica censura em Erenice por ter deixado de informar patrimônio

Na Folha Online. Volto em seguida:
A ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra deixou de apresentar à Comissão de Ética Pública da Presidência documentos com informações sobre a sua evolução patrimonial e relação de parentes ocupando cargos públicos.

Chamado de DCI (Declaração Confidencial de Informação), o documento deve ser apresentado por todas as autoridades que assumem cargo na alta administração pública federal.

Por não ter obedecido à exigência, a Comissão entendeu, em reunião extraordinária nesta sexta-feira, que Erenice cometeu falta ética e aprovou, em votação unânime, a aplicação de censura à ex-ministra.

A Comissão também aprovou na reunião a abertura de um processo para apurar as suspeitas de envolvimento de Erenice em casos de tráfico de influência dentro da Casa Civil que têm como pivô o seu filho Israel Guerra. A investigação será sigilosa.
(…)
Censura
De acordo com o conselheiro Fábio Coutinho, relator do caso envolvendo Erenice, a ex-ministra deveria ter apresentado a DCI em até dez dias após ter tomado posse na Casa Civil, o que aconteceu em abril. Erenice assumiu o cargo com a saída de Dilma Rousseff para disputar a Presidência.

Ainda segundo Coutinho, após o descumprimento do prazo, Erenice ainda recebeu outras duas notificações, cada uma estipulando outros 30 dias para a entrega da declaração, que também não foram atendidas. A ex-ministra não apresentou justificativa para o descumprimento.

Perguntado porque a punição por não apresentar o documento aconteceu apenas agora com a saída de Erenice da Casa Civil, Coutinho alegou que a Comissão só se deu conta da falta cometida pela ex-ministra com a investigação preliminar aberta na segunda-feira, após publicação das primeiras denúncias contra seu filho.

A censura aplicada a Erenice fica registrada durante os próximos três anos, mas não impede, por exemplo, que ela volte a assumir um cargo público.

Por ter deixado o cargo, uma nova censura é o máximo que a ex-ministra pode receber caso o processo aberto hoje chegue à conclusão de que ela cometeu nova falta ética no caso das suspeitas de tráfico de influência.

Comento
A comissão afirmou que não precedem as informações de que deixou escapar uma tartaruga perneta… Tenham paciência! Censura a Erenice? Agora?

Por Reinaldo Azevedo
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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo (Veja)

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