Centrais sindicais, supostos movimentos sociais e partidos de esquerda fazem ato CONTRA a liberdade de expressão

Publicado em 21/09/2010 18:49


Vocês não leram errado, não. O PT lidera, nesta quinta-feira, o que pretende ser um ato público contra o que chama “velha mídia”, expressão utilizada por blogs sustentados pelo Palácio do Planalto e por estatais. Sabem quem vai abrigar o “protesto”? O Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo. Além do PT, endossam a manifestaçãoPC do B, PSB, PDT, CUT, CTB, CGTB, MST e UNE.

Lê-se no convite de convocação:
“Na reta final da eleição, a campanha presidencial no Brasil enveredou por um caminho perigoso. Não se discutem mais os reais problemas do Brasil nem os programas dos candidatos para desenvolver o país e para garantir maior justiça social. Incitada pela velha mídia, o que se nota é uma onda de baixarias, de denúncias sem provas, que insiste na ‘presunção da culpa’, numa afronta à Constituição que fixa a ‘presunção da inocência’”.

Trata-se de uma tentativa de impedir os jornalistas de fazer o seu trabalho. Como fica evidente, o que se tem acima é a pauta de um partido, e o grito de guerra foi lançado por Lula. O Sindicato dos Jornalistas está abrigando uma manifestação em defesa da pior e mais perversa forma de censura: a autocensura em nome de princípios partidários.

O objetivo óbvio é intimidar os  jornalistas.

Leiam outro trecho da convocação:
“Os boatos que circulam nas redações e nos bastidores das campanhas são preocupantes e indicam que o jogo sujo vai ganhar ainda mais peso. Conduzida pela velha mídia, que nos últimos anos se transformou em autêntico partido político conservador, essa ofensiva antidemocrática precisa ser barrada. No comando da ofensiva estão grupos de comunicação que - pelo apoio ao golpe de 64 e à ditadura militar - já mostraram seu desapreço pela democracia.”

Olhem o “golpe de 64″ ressuscitado aí… Isso que essa gente chama “velha mídia” esteve na linha de frente do processo de redemocratização do país e, como o próprio Lula já admitiu, foi fundamental para a sua ascensão política.

Nunca antes na história destepaiz se fez uma manifestação que, na prática, defende a corrupção e a censura.

Como disse Lula em Campinas, neutralidade não existe. Nessa caso, também acho. Ou se está a favor da censura ou contra ela.

Por Reinaldo Azevedo

Epa, epa, epa!!!

As coisas estão começando a se complicar. Dilma tinha decidido largar Erenice ao mar — ao menos aos olhos da opinião pública (que Lula já resumiu ao petismo; ele sabe que não é bem assim) —, e agora recua um tantinho. Tratava-se de uma “ação controlada”. A companheira está com advogados caros, protegida etc, mas a “Operação Descolamento” parecia excessiva. Erenice, a costela, deve ter achado que Dilma, o corpo, estava se distanciando demais. Ela sabe como é a lógica do poder. Os interesses são grandes demais. Deve ter sentido cheiro de carne queimada no ar — a sua — e pedido para que não exagerassem.

Dilma hoje voltou um tantinho atrás. Ela continua a não ter nada com isso, a não responder pelo filho da sua assessora, mas se viu forçada a preservar Erenice mais do que vinha fazendo. Na entrevista ao Bom Dia, Brasil, da Globo, indagada sobre a lambança, afirmou: “Até hoje, eu nunca vi nenhuma prova, nenhuma ação inidônea da ex-ministra Erenice, o que não significa que ela não está acima da suspeita”. E acrescentou: “Não posso ser responsabilizada pelo que faz o filho ou parente de alguém.”

Que é isso, “tia”? Vamos ver. Não sei o que Dilma chama de “prova”. Erenice se encontrou com pelo menos dois clientes de seu filho e transformou a família, marido incluído, numa verdadeira “rede social”. A piada de que ela montou o seu próprio Bolsa Família fala por si. Será isso “idôneo”? Fica difícil para Dilma tratar dessas coisas quando sabe que a outra foi sua parceirinha no dossiê contra FHC-Ruth Cardoso, que a então ministra chamou de “banco de dados”, e quando a dupla atuou também no processo de venda da Varig, tão cheio de heterodoxias — a começar pela atuação de Roberto Teixeira, o primeiro-compadre.

Tudo o que já se sabe sobre a atuação da costela de Dilma é inidôneo o bastante para alguém ocupar o cargo ou de secretária-geral da Casa Civil ou, pior!, de ministra de Estado.  Pergunta à candidata: a partir de que limite a coisa deixaria de parecer “idônea”?

Em boa parte das democracias do mundo, o que se tem até agora seria o bastante para liquidar uma candidatura à Presidência em duas frentes ao menos: a política propriamente e a legal. Por aqui, o barco vai sendo tocado. E já há pretensos intelectuais independentes e jornalistas falsamente neutros alertando para a suposta tentativa de impedir que a vontade do eleitor se realize etc e tal. Trata-se, no país que pediu a aprovação do projeto Ficha Limpa, de usar a urna como tribunal, mas um tipo especial: um tribunal de absolvição.

Corolário: evoca-se o princípio democrático para limpar a barra de quem atuou para ferrar a democracia.

Por Reinaldo Azevedo

Pane no Metrô, depredação e política

Houve uma pane numa das linhas do Metrô de São Paulo. Um objeto impedindo o fechamento completo de uma das portas, o que trava a composição, teria dado início ao problema. Um passageiro acionou o botão de emergência, as portas se abriram, os passageiros desceram, começaram a andar na linha, a energia foi desligada, e a confusão se instalou.

Huuummm…

Problemas em metrô? É… Acontece em São Paulo e em qualquer cidade do mundo. O que é incomum? A depredação de 17 composições. Isso já está bem fora do normal e cheira a sabotagem. A polícia tem de investigar.

Etapa seguinte
Vamos ver agora que uso os adversários dos tucanos farão do episódio no horário eleitoral. Em 2006, houve uma espécie de coligação branca com o PCC.  Em 2010, talvez assistamos à apologia da arruaça.

Por Reinaldo Azevedo

A outra mexicanização. Ou: “Os Meninos do Dirceu”

Lula atacou com dureza a imprensa em Juiz de Fora e em Campinas — não só ela, mas também os 4%, segundo pesquisas, que acham seu governo “ruim ou péssimo”. Para ele, essas pessoas devem estar todas escondidas na casa de Geraldo Alckmin e José Serra. No horário político de Mercadante, referindo-se ao candidato tucano ao governo de São Paulo, afirmou: “É uma vergonha que o Estado mais rico, que deveria ser exemplo de politização, possa ser o retrocesso votando em alguém que nós sabemos não ter a alma do povo brasileiro, que não pensa o povo, não pensa o Brasil”.

Lula decide agora quem tem e quem não tem “a alma” do povo brasileiro. É ele quem concede uma espécie de “certificado anímico” aos opositores. Imaginem essa mesma fala na boca de um político que os nossos “progressistas” considerassem “de direita”… Ontem, dedo em riste, Dilma Rousseff vociferou contra uma reportagem, afirmando que o jornal não havia publicado o que ele havia publicado. Para ela, a reportagem não estava apenas errada, não! Era “má fé”.

Eu estou entre aqueles que vêem, sim, o risco de “mexicanização” da política brasileira —  fui o primeiro, que me lembre, a apontá-lo, há alguns anos. Já expliquei a questão até gramaticalmente aqui. Dado o andar da carruagem, essa “mexicanização” pode assumir um outro significado, mais grave. O jornal El Diário, de Ciudad Juarez, no México, publicou um texto ontem perguntando aos traficantes de droga o que é que eles querem que seja publicado (ver post abaixo). A cidade é hoje a mais violenta do mundo. Jornalistas também estão sendo assassinados. Com medo, a imprensa noticia cada vez menos as ações do crime organizado. A intimidação está funcionando.

Pois é… O mesmo poderíamos perguntar aos petistas aqui: “Muito bem, companheiros, o que é que vocês querem que a gente publique?” Não os estou comparando, de modo oblíquo, a traficantes. Só estou apontando que a imprensa, coitada!, é sempre o alvo de grupos organizados que não se conformam com as instituições, as leis, as regras e o decoro necessários para viver em sociedade.

Conte aí, presidente; diga aí, candidata Dilma: “O que a gente deve publicar para deixá-los felizes — além, evidentemente, de matérias contra seus adversários políticos?” José Dirceu poderia colaborar na resposta, justo ele! Quando deputado estadual e deputado federal, era uma verdadeira usina de produzir “provas” contra adversários. Que jornalista investigativo nestepaiz nunca passou no gabinete de algum petista para pegar um sigilozinho, uma investigaçãozinha que corria em segredo de Justiça, um documentozinho conseguido ilegalmente?

O que é que eles querem que a gente publique? Tenho uma pálida idéia de qual seria a resposta. Viveríamos numa espécie de permanente orgia da celebração, exaltando as virtudes inaugurais do Estimado Líder e de sua criatura eleitoral. Não só isso: esmagaríamos aqueles que Lula chama “a turma do contra”, os que, como ele diz, “sempre reclamam de tudo”. Jornalista seria mero apparatchik do PT, cumprindo, desse modo, a sua “função social”. Muitos são, é bom deixar claro!

Dirceu, como sempre, já está pensando em coisas muito práticas. Ele quer uma reforma partidária que aumente brutalmente a verba oficial para os partidos porque pretende criar verdadeiros centros de treinamento intelectual e doutrinação ideológica, enviando, inclusive, estudantes para o exterior para que se especializem e possam fazer a guerra de valores. Segundo disse, a direita já faz isso. Uau! Onde? Depois de “Os Meninos do Brasil”, teríamos “Os Meninos do Dirceu”…

A imprensa! Sempre a imprensa! Lula afirma que é ela o único partido de oposição que há no país. Qual oposição? A fatia da imprensa que não se rendeu ao petismo se ocupa da notícia, da análise e da opinião sem indagar se A ou B vão gostar ou ficar chateados.  E isso já rendeu milhares de allorios ao governo, diga-se. E se nega a seguir, por enquanto aos menos, essa “nova mexicanização”.

Não precisamos, não ainda, pedir licença a dealers da  ideologia. A nossa licença, á diferença do que disse Lula, não é fornecida por seu governo, mas pela Constituição da República Federativa do Brasil.

Por Reinaldo Azevedo

Associação de editores de revistas vê com preocupação ataques de Lula à imprensa

No Estadão:
O presidente da Associação Nacional dos Editores de Revistas (Aner), Roberto Muylaert, disse ver com “extrema preocupação” as críticas feitas à imprensa pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no sábado, durante comício em Campinas.

“Vemos isso como um prelúdio, uma amostra do que pode acontecer no próximo governo em termos de liberdades democráticas, já que a liberdade de imprensa é a grande garantia de todas as demais”, disse Muylaert, referindo-se a um eventual governo de Dilma Rousseff (PT).

No sábado, em evento de campanha de Dilma, Lula disse que alguns jornais e revistas se comportam como partido político. “Outra vez nós vamos derrotar nossos adversários tucanos, vamos derrotar alguns jornais e revistas que se comportam como se fossem um partido político”, declarou.

Para o dirigente da Aner, as manifestações de Lula vão além dos “excessos de toda natureza” que são esperados em uma corrida eleitoral. “Aparentemente, a popularidade crescente do presidente da República está fazendo com que ele perca qualquer tipo de autocensura.”

O ataque do presidente coincidiu com um uma série de reportagens a respeito de tráfico de influência e irregularidades praticadas por funcionários ligados à Casa Civil. “Existe uma revista que não lembro o nome dela (sic). Ela destila ódio e mentira”, afirmou Lula, em referência indireta à revista Veja.

No discurso, o presidente afirmou ainda que “eles não se conformam” com o suposto fato de que “o pobre não aceita mais o tal do formador de opinião pública”. “Nós somos a opinião pública e nós mesmos nos formamos.”

A Aner se uniu a outras entidades que já haviam criticado as manifestações de Lula no fim de semana.

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcanti, definiu a atitude como “um desserviço à Constituição e ao Brasil”.

Em nota, a Associação Nacional dos Jornais (ANJ) considerou “lamentável e preocupante que o presidente da República se aproxime do final de seu segundo mandato manifestando desconhecimento em relação ao papel da imprensa nas sociedades democráticas”.

Por Reinaldo Azevedo

A elite que Lula não suporta

Leia editorial do Estadão:
Nas encenações palanqueiras em que o presidente Lula invariavelmente se apresenta como o protagonista da obra de criação deste país maravilhoso em que hoje vivemos, o papel de antagonista está sempre reservado às “elites”. Durante mais de 500 anos, as elites mantiveram o Brasil preso aos grilhões do subdesenvolvimento e da mais perversa injustiça social. Aí surgiu Lula, o intimorato, e em menos de oito anos tudo mudou. Simples assim.

Com essa retórica maniqueísta, sem o menor pudor Lula alimenta no eleitorado de baixa renda e pouca instrução - seu público-alvo prioritário - o sentimento difuso de que quem tem dinheiro e/ou estudo está do “outro lado”, nas hostes inimigas. Mas a verdade é que o paladino dos desvalidos nutre hoje uma genuína ojeriza por uma, e apenas uma, categoria especial de elite: a intelectual, formada por pessoas que perdem tempo com leituras e que por isso se julgam no direito de avaliar criticamente o desempenho dos governantes. Por extensão, uma enorme ojeriza à imprensa. Com todas as demais elites Sua Excelência já resolveu seus problemas. Está com elas perfeitamente composto, afinado, associado, aliado e, pelo menos em outro caso específico, o das oligarquias dos grotões maranhenses, alagoenses, amapaenses e que tais, acumpliciado.

Até por mérito do próprio governo na condução da economia (nem sempre a imprensa ignora os acertos do poder público…), os ventos favoráveis que hoje, de modo geral, embalam o mundo dos negócios, muito especialmente os negócios financeiros, não permitem imaginar que o “poder econômico” considere Lula um inimigo ou uma ameaça e vice-versa. É claro que em público o jogo de cena é mantido, com ataques, sob medida para cada plateia, aos eternos inimigos do povo. Mas na intimidade o presidente se vangloria, em seus cada vez mais frequentes surtos apoteóticos, de que hoje o poder econômico, nacional e multinacional, está submisso à sua vontade. Não é, portanto, essa elite que tem em mente nas diatribes contra os malvados que conspiram contra sua obra redentora.

A revelação de seu verdadeiro alvo Lula oferece cada vez que abre a boca. Como no dia 18, em Juiz de Fora: “Essa gente não nos perdoa. Basta que você veja alguns órgãos e jornais do Brasil (…) Porque na verdade quem faz oposição neste país é determinado tipo de imprensa. Ah, como inventam coisa contra o Lula. Olha, se eu dependesse deles para ter 80% de aprovação neste país eu tinha zero. Porque 90% das coisas boas deste país não é mostrado (sic).”

Então é isto. Imprensa que fala mal do governo não presta, extrapola os limites da liberdade de informar. Não é mais do que um instrumento de dominação das elites.

Assim, movido por sua arraigada tendência ao autoritarismo messiânico que é a marca de sua trajetória na vida pública, Lula parece cada vez mais confortável na posição de dono de um esquema de poder que almeja perpetuar para alegria da companheirada. Um modelo populista, despolitizado, referendado pela aprovação popular a resultados econometricamente aferíveis, mas que despreza valores genuinamente democráticos de respeito à cidadania, coisa que só interessa à “zelite”. Tudo isso convivendo com a prática mais deslavada do patrimonialismo, coronelismo, clientelismo, tráfico de influência, cartorialismo, aparelhamento e tudo o mais que Lula e seu PT combateram vigorosamente por pouco mais de 20 anos, para depois transformar em seu programa de governo. E em toda essa mistificação o repúdio às elites é a palavra de ordem e a imprensa, o grande bode expiatório.

O diagnóstico seguinte foi feito, com as habituais competência e sutileza, por um dos mais notórios fantasmas de Lula, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em entrevista publicada no Estado de domingo: “Achei que (Lula) fosse mais inovador, capaz de deixar uma herança política democrática, mostrando que o sentimento popular, a incorporação da massa à política e a incorporação social podem conviver com a democracia, não pensar que isso só pode ser feito por caudilhos como Perón, Chávez, etc. (…) Mas Lula está a todo instante desprezando o componente democrático para ficar na posição de caudilho.” Falou e disse.

Por Reinaldo Azevedo

Serra diz que Casa Civil desvia dinheiro do povo

Por Angela Lacerda, no Estadão:
O candidato tucano à Presidência, José Serra, afirmou ontem que a Casa Civil desvia dinheiro do povo para corruptos, em entrevista concedida no fim da tarde, depois de caminhada no município metropolitano de Jaboatão dos Guararapes. Ele garantiu que, se eleito, o seu governo terá “um padrão de austeridade e de corte de desperdícios”.

“Não vai haver escândalo como esse da Casa Civil desviando dinheiro do povo para o bolso de corruptos”, afirmou, ao lado do candidato do PMDB ao governo de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos, e dos candidatos ao Senado Marco Maciel (DEM) e Raul Jungmann (PPS), além do presidente do PSDB, Sérgio Guerra, candidato a deputado federal.

Em seguida, em discurso no palanque, disse que sua adversária Dilma Rousseff demonstrou “menosprezo à Região Nordeste” por não ter aceitado o convite para o debate de ontem à noite, sobre a região, promovido pelo SBT e pela TV Jornal. Ele, a candidata do PV, Marina Silva, e do PSOL, Plínio Arruda Sampaio, compareceram. Aqui

Por Reinaldo Azevedo

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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo (Veja)

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