Eles querem nos deixar com fome e no escuro, por Reinaldo Azevedo

Publicado em 20/06/2011 19:18
e mais: Preservação e irracionalidade, do blog de Reinaldo Azevedo, da veja.com.br

Eles querem nos deixar com fome e no escuro

Minhocoçu: ele é a evidência do nosso humanismo; vale a forme e o escuro

Minhocuçu: ele é a evidência do nosso humanismo; vale a fome e o escuro

“Estepaiz”, como diria aquele, conseguiu o prodígio de construir em apenas 27,5% do território a sua, digamos, civilização. Nessa área estão concentradas a agricultura, a pecuária, as cidades e as obras de infra-estrutura. O resto é mato, que eu também quero preservar — ou vocês pensam que esse é o desejo apenas de Marina Silva, Alfredo Sirkis e dos patriotas do Greenpeace?

Reportagem de hoje do Estadão informa uma coisa curiosa. Releiam um trecho. Volto depois:
“A construção de mega hidrelétricas, como Belo Monte, Jirau e Santo Antônio, elevará a potência instalada do Brasil, mas não vai alterar a capacidade de armazenamento de água no sistema. Para reduzir os impactos ambientais, as novas usinas estão sendo construídas a fio d’água, sem reservatórios. Na prática, isso significa ter um sistema mais vulnerável às condições climáticas e mais complexo do ponto de vista de operação.
É o que mostra o estudo Energia e Competitividade na Era do Baixo Carbono, elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com o trabalho, a capacidade do sistema hidrelétrico de estocar água no período úmido para suportar o período seco cairá dez pontos porcentuais até o fim da década, de 41% para 31%.
Segundo a CNI, no passado, os reservatórios conseguiam aguentar até dois anos com períodos secos mais severos. Hoje, esse tempo está na casa de um ano, e tende a piorar com as usinas em construção e o aumento do consumo interno. Até 2007, a relação entre o tamanho dos reservatórios e a potência das hidrelétricas era de 0,51 quilômetros quadrados (km²) por megawatt (MW). Nas novas usinas, esse número é de 0,06 km²/MW.”

Mesmo com 72,5% do território entregues a Curupira, a Anhangá e Cuca, não podemos mais fazer reservatórios para hidrelétricas para não prejudicar os bagres, os macacos-prego e os minhocuçus. E, como vocês sabem, os verdes querem destruir plantações e pastos para que o mato volte a crescer no local.

Eu adoro esses humanistas. Eles querem nos deixar com fome e no escuro.

Por Reinaldo Azevedo

Preservação e irracionalidade

Ainda sobre natureza, verde e minhocuçus… É claro que eu quero preservar a natureza também, ora essa! Mas me digam: quais são os constrangimentos que enfrentam o crescimento chinês e o indiano no que diz respeito ao meio ambiente? Será esse um fardo que o Brasil vai ter de carregar praticamente sozinho? Viramos mesmo a reserva verde do mundo? Antes, aquela história de internacionalização da Amazônia era um delírio conspiratório de ultranacionalistas. Na prática, está havendo uma espécie de internacionalização do país.

Não! Não sou eu que oponho desenvolvimento a meio ambiente, não! São os ditos preservacionistas. A ser como eles querem, vamos paralisar as obras de infra-estrutura do país e vamos dar um tombo na produção agropecuária. Para beneficiar quem?

O problema não está na preservação da natureza, mas na irracionalidade.

Por Reinaldo Azevedo

Em SP, indício de corrupção rende demissão; é o certo! No governo federal e no petismo, rende elogios e apoio

Eu nem sei direito quem é esse tal Jorge Pagura, ex-secretário de Esporte, Lazer e Juventude de São Paulo. Escrevo assim: se for culpado, que se dane; tem de pagar por isso! As gravações que vieram a público são bastante comprometedoras. Mas há três coisas importantes a apontar.

Em primeiro lugar, elogie-se o comportamento do governador Geraldo Alckmin, que pôs o sujeito na rua imediatamente, sem dar chance para conversa mole. O que se tem até agora é o bastante para uma DEMISSÃO POLÍTICA. Se, criminalmente, Pagura vai provar a sua inocência, isso vamos ver; são outros quinhentos. Acontecesse tudo num governo do PT, haveria alguém apontando uma grande conspiração, a exemplo do que fizeram Lula e José Dirceu no encontro do PT.

Comparem a reação do governo do Estado à denúncia com a dos petistas no imbróglio de Campinas, por exemplo. Num caso, demissão sumária; no outro, ataques à oposição e acusação de que há uma grande conspiração das oposições. As duas outras coisas ficam para o post seguinte.

Por Reinaldo Azevedo
Segundo Lula, Mercadante é culpado. Acompanhem…

Que coisa, não? O ministro Aloizio Mercadante, da Ciência e Tecnologia, tenta fazer crer que não passa de tramóia da oposição ou de conspiradores a afirmação de que ele foi um dos comandantes da ação criminosa dos aloprados. Ora, quem o afirma é um petista bastante graduado: Expedito Veloso. Tão graduado que fazia parte do chamado “grupo de inteligência” da campanha à reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva. Tão graduado que, mesmo tendo sido flagrado no imbróglio, foi mantido no Banco do Brasil e até chegou a ser promovido. Tão graduado que saiu de lá a pedido para trabalhar no governo petista do Distrito Federal.

No fim de semana, em encontro com petistas, Lula e José Dirceu voltaram à tecla de sempre: atacar as oposições e a imprensa etc e tal… Pois é! Se uma acusação da oposição se desqualifica por si mesma, uma outra, feita por petista, então é naturalmente qualificada. Se, segundo Lula, não se deve acreditar, por princípio, no que diz um oposicionista, então, igualmente, deve-se acreditar, sempre segundo o Apedeuta, por princípio no que diz um petista.

Logo, a lógica de Lula diz que o imbróglio nem requer mais investigação: Mercadante é culpado. E tem de ser, é evidente, demitido.

Por Reinaldo Azevedo

As negativas de Mercadante e o fato novo

Por Lauriberto Braga, no Estadão Online. Volto em seguida:

O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, disse nesta segunda-feira, 20, em Fortaleza, que irá à Câmara dos Deputados caso seja convocado para prestar depoimento sobre a compra de dossiê contra o presidenciável José Serra (PSDB), em 2006. O ministro rebateu a denuncia do bancário Expedito Veloso, publicada na revista Veja desta semana, onde o petista acusa Mercadante de ter encomendado o dossiê.

“Nós tivemos há cinco anos atrás uma Comissão Parlamentar de Inquérito, onde todas as pessoas envolvidas foram ouvidas. Nós tivemos depois uma representação no Tribunal Superior Eleitoral. Eu nunca fui citado em nenhum desses dois momentos”, lembrou o ministro, destacando que “nós tivemos um parecer do procurador-geral da República, dizendo que eu não tinha qualquer indício de participação nesse episódio”.

O ministro lembrou ainda que “teve uma votação unânime no Supremo que me absolveu nesta mesma direção”. Mercadante afirmou que “se as pessoas quiserem voltar a investigar este assunto, eu estou totalmente de acordo”. Ele declarou estar “disposto a participar de qualquer foro, em qualquer momento, em qualquer lugar, para discutir isso ou qualquer tema da minha vida pública”.

Reportagem da revista Veja desta semana trouxe depoimento de Expedito Veloso acusando o ministro de estar por trás da compra de dossiê contra o então candidato ao governo de São Paulo José Serra (PSDB). Mercadante, adversário do tucano, teria contado, segundo o depoimento, com a ajuda do ex-governador Orestes Quércia, que buscaria uma participação em um eventual governo petista.

O episódio ficou conhecido como Dossiê dos Aloprados. Segundo a reportagem, Veloso revelou ainda em seu depoimento que “a compra do dossiê foi financiada por dinheiro do caixa dois da campanha de Mercadante”.

Comento
É bom saber que o ministro Mercadante está disposto a prestar esclarecimentos. Então é o caso de avisar a base aliada no Congresso para que não impeça a sua convocação para prestar esclarecimentos. Todo mundo já conhecia esses atestados de inocência. Mas ninguém conhecia ainda a confissão do petista Expedito Veloso. É aí que está o busílis, companheiro! 

Por Reinaldo Azevedo

Eu estou doido para ouvir petista em grampo telefônico na TV. Ou: quanto a Procuradoria-Geral da República é rápida

Há duas outras diferenças importantes na apuração das denúncias de corrupção que envolvem um ex-secretário do governo de São Paulo, Jorge Pagura, prontamente demitido pelo governador Geraldo Alckmin. Começo a apontar uma delas com uma pergunta: “Quando é que nós ouviremos a voz de um petista tramando uma safadeza ou uma câmera secreta que o flagre a fazer petices?” Vocês notaram que esses recursos muito convincentes, que vão parar na televisão e ficam na memória do telespectador, só são usados contra adversários do PT?

Teoria conspiratória? Bobagem! Eu só não entendo por que essas investigações secretas costumam ter endereço certo.  Nunca ninguém se interessou em gravar os telefonemas de Delúbio, né? Nem dos aloprados. Ninguém pediu grampo da turma que foi flagrada fazendo aquela sacanagem? Não! Como vocês notam, os casos de corrupção envolvendo petistas não viram estrelas do Fantástico porque falta a gravação que confere veracidade às denúncias.

Há um outro aspecto interessante. Leio que a Procuradoria Geral da República já decidiu investigar Jorge Pagura. Faz bem! Acho que há mesmo elementos para isso. Mas quanta rapidez, não? Nem parece aquele mesmo órgão que, no caso Palocci, descartou a investigação antes mesmo da apresentação dos documentos.

Que fique claro, hein, leitores: estou pedindo tratamento igual para todos — vale dizer: estou pedindo que tudo seja nivelado pelo modo como são tratados os não-petistas. Ou seja: rigor para todo mundo! O contrário é nivelar a todos segundo o tratamento dispensado a petistas: aí é impunidade para todos.

Por Reinaldo Azevedo

É assim que se faz - Coordenador de Saúde de SP também “pede demissão” depois de denúncia de fraude

Por Portal G1. Volto depois:

O coordenador de Serviços da Saúde de São Paulo, Ricardo Tardelli, pediu demissão na manhã desta segunda-feira (20), após denúncias de que ele tinha conhecimento das fraudes em escalas de plantões médicos que supostamente aconteciam em hospitais da capital paulista e do interior do estado. No fim da manhã, o secretário estadual da Saúde, Giovanni Cerri, aceitou a demissão do funcionário. Ele afirmou que deixa o cargo para facilitar as investigações. Reportagem do Fantástico no domingo mostrou o envolvimento de funcionários nas denúncias de fraudes.

Segundo a polícia, Tardelli tinha conhecimento da fraude em hospitais - segundo a denúncia, médicos recebiam por plantões que não eram realizados. Ricardo Tadelli informou, por meio da assessoria da imprensa da secretaria, que não sabia de nenhum esquema organizado de fraudes. A Secretaria da Saúde disse que será feita uma auditoria nos plantões de todos os hospitais estaduais e a implantação de pontos eletrônicos para verificar a presença.

Em uma gravação autorizada pela Justiça, Tardelli dá a entender que as fraudes não são um problema exclusivo dos hospitais de Sorocaba, no interior do estado. Segundo ele, o problema aconteceria “em todo lugar”. Setenta pessoas estão sob investigação e doze já foram presas por suspeita de participação no esquema.

Tardelli conversa, em uma gravação, com o então diretor do Hospital de Sorocaba, Ricardo Salim, sobre o suposto esquema de fraudes nos plantões médicos:

Salim - “É a única coisa flexível que você tem e que todos têm. O resto não tem o que fazer. Então a gente tem que usar isso até para tocar o serviço.”

Tardelli: “Não é uma exclusividade do conjunto do Hospital de Sorocaba. Isso tem em todo lugar. Se fizer um pente-fino vai encontrar problema.”

O secretário Giovanni Guido Cerri ficou surpreso com a suspeita sobre a participação do funcionário. “Nós não recebemos informações da promotoria em relação à participação dele nesse esquema. Nós temos que aguardar informações sobre isso. Nós vamos apurar e, se houver qualquer tipo de envolvimento, nós vamos tomar as medidas necessárias”, afirmou.

Comento
Não! Não estou tentando transformar numa coisa boa as denúncias existentes na área de Saúde em São Paulo. É claro que são ruins para todo mundo — e os primeiros prejudicados são os doentes. Só estou apontando um governo que faz a coisa certa: em vez de sair acusando a existência de alguma conspiração, toma providências diante dos indícios de irregularidades.

Por Reinaldo Azevedo

Líder do PSDB defende que Sarney devolva MP da Copa ao Planalto

Por Robson Bonin, no Portal G1:
O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), defendeu nesta segunda (20) que o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), devolva ao Planalto a medida provisória que trata da flexibilização da Lei de Licitações 8.666 para obras da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada do Rio em 2016. Aprovada pela Câmara na última quarta.

Na avaliação de Dias, a proposta - que prevê entre outras coisas a criação da Secretaria de Aviação Civil e o Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC) - “é inconstitucional” e deve ser substituída por um projeto de lei encaminhado pelo governo ao Congresso sob o regime de urgência.

“Essa medida provisória é absurdamente inconstitucional. Já há, inclusive, parecer do Ministério Público Federal e creio que a medida mais adequada seria a devolução da medida ao Executivo. O presidente Sarney poderia fazer isso para que o Executivo encaminhasse um projeto de lei em regime de urgência com as alterações necessárias”, argumentou Dias.

A ideia de pedir ao presidente do Senado a devolução da medida ao governo surgiu depois que o próprio Sarney defendeu a retirada de um dos artigos polêmicos do texto aprovado na Câmara dos Deputados. Trata-se do item que prevê o sigilo de orçamentos feitos por órgãos da União, de Estados e municípios para as obras da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada do Rio em 2016.

Na avaliação de Sarney não existe “motivação nenhuma para que haja sigilo nos gastos da Copa” e por isso os senadores devem retirar esse dispositivo da MP.

“Acho que devemos encontrar uma maneira de retirar esse artigo da medida provisória, uma vez que ele dá margem para que, inevitavelmente, se levante muitas dúvidas sobre os orçamentos da copa. Pelo que li, esse artigo foi introduzido na Câmara, não veio no projeto original e, portanto, devemos aqui no Senado restabelecer o projeto original”, disse Sarney.

Caso o presidente do Senado não devolva a MP e insista em votar a flexibilização da lei de licitações, o líder do PSDB afirma que a oposição entrará com um Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF) para derrubar a aprovação da matéria.

“Vamos trabalhar pela rejeição da MP quanto a sua constitucionalidade. Se derrotados, tentaremos alterar o mérito no plenário. Se derrotados, ingressaremos com ação direta de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal. Mas o mais adequado seria a devolução da MP como forma de preservar a instituição parlamentar desse tipo de afronta”, avisou Dias.

Sigilo em licitações
O sigilo em relação ao orçamento de licitações que envolvam obras do Mundial de 2014 foi aprovado pela Câmara na quarta (15). O artigo foi inserido pela base do governo, a pedido do Planalto, no projeto de lei de conversão da medida provisória 527/11, que estabelece o Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC). O regime flexibiliza as licitações para obras voltadas para os eventos esportivos como forma de agilizar as construções.

Na sexta (17), o ministro do Esporte, Orlando Silva, disse que a MP não impede a divulgação dos valores. No entanto, diz ele, para “pôr fim à combinação de preços por parte das empresas”, o objetivo é publicar os valores após o processo de licitação.

Dilma defende
A presidente Dilma Rousseff defendeu o regime de contratação especial para obras da Copa. “Lamento a má interpretação que deram a esse ponto. Em momento algum se esconde o valor do órgão de controle, tanto do interno quanto do externo”, afirmou. “Quem não sabe o valor é quem está dando o lance”, complementou.

O que está sendo chamado de sigilo de orçamento, argumentou a presidente, é uma medida adotada para reduzir o preço das obras. “Este foi um recurso que nós usamos para diminuir os preços das obras da Copa. Não há, da parte do governo, nenhuma intenção em ocultar.”

Por Reinaldo Azevedo

Incompetentes e arrogantes

Incrível!

O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte ainda aguarda parecer do MEC sobre aquela prova em que usou um texto meu. Cinco das seis questões relativas ao texto apresentam problemas: em três, a resposta dada como certa está errada; em uma, não há alternativa correta; na outra, há três.

A entidade federal também cometeu a ousada de transcrever com erro uma estrofe de “Os Lusíadas”, de Camões… Até agora, não há nem mesmo uma menção a este absurdo no site do instituto. Além de incompetentes, como se vê, são também arrogantes. Pior: como já demonstrei aqui, os problemas da prova derivam da patrulha ideológica.

Por Reinaldo Azevedo

Uma entrevista deste escriba: “Pouco me importa se quem faz a patrulha é o PT, o PSOL, o PCC ou o Comando Vermelho”

Concedi uma entrevista ao “Novo Jornal”, de Natal, sobre aquela vigarice intelectual e ideológica que o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) fez com um texto meu. É aquela entidade federal que atribuiu a Camões o que o poeta português nunca escreveu. Até agora, não há nem mesmo uma correção na sua página oficial na Internet. Segundo resposta da pró-reitora de educação ao Novo Jornal, o IFRN aguarda uma resposta do MEC para decidir o que fazer. Que resposta? Por acaso o maiúsculo Fernando Haddad agora decide o que Camões escreveu ou deixou de escrever?

Seguem as perguntas e as respostas da entrevista, publicada neste domingo.

*

NJ: VOCÊ VAI PROCESSAR O IFRN PELOS ERROS QUE CITA EM RELAÇÃO AO TEXTO QUE O INSTITUTO USOU NUMA PROVA PARA A CONTRATAÇÃO DE PROFESSORES?
REINALDO AZEVEDO: Não! É irritante um autor constatar que lhe atribuem aquilo que não escreveu, contra a letra expressa do seu artigo, mas tenho mais o que fazer do que processar um instituto incompetente. Acredito que os candidatos eventualmente prejudicados devem fazê-lo. Os erros ou a má fé ideológica do instituto podem interferir na sua vida. Eu tenho como me defender da maledicência.

POR QUE VOCÊ ATRIBUI OS ERROS NAS PROVAS A PERSEGUIÇÃO IDEOLÓGICA?
Não é perseguição. Eu não me sinto perseguido por ninguém. O perseguido é alguém acuado. Ninguém me acua porque eu não deixo. A melhor expressão é “patrulha ideológica mesmo”. Basta ler as alternativas para constatar que tentam me caracterizar como um reacionário, que não aceita mudanças. Aí, como não gostam de mim, tentaram me desqualificar apontando o que seria um erro meu ao comentar a sintaxe de Os Lusíadas. Só que eu estou certo, e eles, errados. Faço questão de registrar: eles podem achar de mim o que lhes der na telha; não dou a mínima, mas não podem me atribuir o que não escrevi e prejudicar candidatos por isso.

PARA VOCÊ, O PT ESTARIA POR TRÁS DISSO?
O PT cuida do Ministério da Educação; responde por uma política de nivelamento por baixo no que respeita à qualidade. Quanto ao exame em particular, pouco me importa se é PT, PC do B, PSOL, PCC ou Comando Vermelho. Que é patrulha “esquerdopata”, disso não tenho dúvida. O “esquerdopata”, para deixar claro, é um sociopata de esquerda.

NATAL VIVEU NOS ÚLTIMOS DIAS UMA MANIFESTAÇÃO INÉDITA. ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS ACAMPARAM NA CÂMARA MUNICIPAL E PEDIRAM O IMPEACHMENT DA PREFEITA MICARLA DE SOUSA. COMO VOCÊ VIU ESSE MOVIMENTO?
São as esquerdas de sempre disfarçadas de povo. É uma violência contra a ordem democrática. Se existem problemas, que se busquem os caminhos legais, o que não prevê a invasão de prédios públicos. Alguns bananas no Brasil estão achando que vivemos sob uma ditadura egípcia e que é preciso ocupar a Praça Tahir.

QUAL ANÁLISE VOCÊ FAZ DO GOVERNO DILMA ROUSSEFF PÓS-SAÍDA DO PALOCCI?
Acho que as indicações recentes, todas elas, evidenciam um governo perdido, sem eixo e sem senso de prioridade. Ainda não decidi se as Relações Institucionais são uma derivação do Ministério da Pesca ou se o Ministério da Pesca é que é uma derivação das Relações Institucionais. Foi uma tentativa do marketing, caracterizando o governo como o Clube da Luluzinhas Decididas. É uma bobagem.

A VEJA É CONSIDERADA PELA ESQUERDA UM VEÍCULO QUE ESTARIA A SERVIÇO DA DIREITA. A QUE VOCÊ ATRIBUI ESSAS CRÍTICAS E COMO VOCÊ E OS DEMAIS PROFISSIONAIS DA EMPRESA REAGEM A ISSO?
Se é que isso existe, a resposta está dada na sua pergunta. Eu não me importo com o que a esquerda e a direita dizem a meu respeito. Também nunca notei qualquer preocupação da VEJA nesse sentido.

COMO VOCÊ VIU A LIBERAÇÃO DAS MARCHAS DA MACONHA PELO STF E A POSIÇÃO DO EXPRESIDENTE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO PRÓ-LEGALIZAÇÃO (*) DA DROGA?
Começo por FHC: eu o considero o presidente mais importante da história do Brasil - já expliquei por que está acima de Getúlio Vargas, para citar um mito. No que diz respeito às drogas, a divergência é grande. E também já expus os meus motivos. Quanto ao Supremo, tomou-se uma decisão em desacordo com o Artigo 287 do Código Penal, que considera crime a apologia de um ato caracterizado como crime. Decidiram os ministros: “Defender a mudança da lei não é apologia”. Bem, se a marcha se limitasse à defesa do debate, não seria mesmo. Mas isso é falso. A apologia é descarada. É a segunda vez que o Supremo vota por unanimidade - havia apenas 8 ministros; unanimidade dos presentes - contra o que está disposto num código legal. A Constituição diz que união civil é aquela celebrada entre homem e mulher. Ressalvadas as disposições de natureza subjetiva, homem tem pênis, e mulher, vagina - ainda que não gostem disso, mas esse é outro problema. Eu sou favorável à união civil e até à adoção de crianças por pares homossexuais. Ocorre que o Supremo jamais poderia ter reconhecido a igualdade da união civil, dada a Constituição que temos. Aquele é um tribunal constitucional. Tem de se ater à Carta. O mesmo vale para o Código Penal.

REINALDO AZEVEDO É A FAVOR DA OBRIGATORIEDADE DO DIPLOMA PARA O EXERCÍCIO DO JORNALISMO?
Absolutamente não! Sou favorável a jornalista alfabetizado, com ou sem diploma. Eu tenho dois. Os que me detestam não devem atribuir os meus defeitos a eles. Os que gostam de mim não devem, igualmente, atribuir aos diplomas as minhas eventuais qualidades. Diploma deve ser exigido de profissões de natureza técnica, que requeiram uma perícia que o indivíduo não pode adquirir por sua própria conta: medicina, engenharia, odontologia etc. Eu não permitiria que alguém que não tivesse estudado medicina abrisse a minha barriga, mas posso ler com prazer um texto de alguém que nunca tenha freqüentado uma faculdade de jornalismo ou letras. Ninguém deve aprender a operar abdômenes na base da tentativa e erro. Esse negócio de diploma foi, inicialmente, uma imposição da ditadura para tentar fazer uma peneira ideológica na imprensa e, depois, virou uma agenda da esquerda para continuar a fazer peneira ideológica, só que, no caso, com sinal invertido, já que as escolas de jornalismo estão coalhadas de esquerdistas incompetentes, incapazes de escrever um lead compreensível, mas que adoram satanizar a “grande imprensa.

(*) Registre-se, só para que as coisas fiquem nos termos exatos, que FHC se disse favorável à descriminação da maconha, não à legalização das drogas.

Por Reinaldo Azevedo


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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo

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