A despedida de Marina Silva do PV ainda acabará sendo mais longa do que a de Pelé do futebol e a de Silvio Caldas da música. A diferença nada ligeira é que um era Pelé, e o outro, além de ser Caldas, chama-se Silvio Narciso… Não sei se entenderam o chiste…
Leio no Estadão o que segue. Volto depois:
Por Daiene Cardoso:
A ex-senadora Marina Silva anunciará oficialmente sua saída do PV na próxima quinta-feira, 7, em São Paulo. Os “marineiros” começaram a receber nesta segunda-feira, 4, os convites para o “Encontro por uma nova Política”, que deve reunir, além da ex-presidenciável, os empresários Guilherme Leal e Roberto Klabin, o ex-candidato ao Senado por São Paulo Ricardo Young, o ex-candidato ao governo de São Paulo Fábio Feldmann, o deputado federal Alfredo Sirkis (RJ), o ex-candidato ao governo do Rio de Janeiro Fernando Gabeira, o ex-coordenador da campanha do PV à Presidência da República João Paulo Capobianco e o ex-presidente do diretório do PV paulista Maurício Brusadin. O anúncio estava previsto inicialmente para acontecer na última terça-feira, 28, mas Marina foi convencida a adiar seu pronunciamento para o retorno de sua viagem à Alemanha, onde participou do congresso do Partido Verde alemão. Para alguns interlocutores, a participação da ex-senadora num evento do PV internacional poderia fortalecê-la no Brasil e forçar um acordo com a ala do presidente do PV nacional, o deputado federal José Luiz Penna (SP). Nós últimos meses, o grupo de Marina vem travando uma guerra interna com os aliados de Penna pela democratização interna da sigla.
“Hoje temos o sentimento de que nós tentamos de tudo. Desejaríamos que o PV mudasse. Agora temos que respeitar os colegas que vão continuar lutando lá. Mas também há um sentimento de muito otimismo, tem muita gente nos procurando para participar deste debate”, contou Brusadin. Embora tenha saído das urnas com 20 milhões de votos e ajudado a eleger 14 deputados federais, poucos (entre eles Alfredo Sirkis) devem acompanhar Marina Silva. O motivo, de acordo com Brusadin, é o calendário eleitoral de 2012 e o fato de terem sido eleitos pelo PV em 2010 e não se sentirem seguros para deixar o partido. “É natural que eles tenham que ficar, nós não estamos dando uma alternativa para eles agora (nova legenda). É evidente que a grande maioria tinha de ficar. Agora eles precisam fazer um cálculo eleitoral olhando para o calendário”, justificou.
Eleições
Há dúvidas também se, mesmo apoiando o ato político de Marina, Fernando Gabeira vai anunciar sua saída do PV. Gabeira tem pretensões eleitorais para 2012, assim como Eduardo Jorge (secretário municipal do Verde em São Paulo), que é cogitado pelo PV para disputar a Prefeitura de São Paulo. Ambos precisam de uma legenda para disputar as eleições municipais. “O Eduardo (Jorge) tem o mesmo problema do (Fernando) Gabeira. É complexa a situação deles”, comentou Brusadin. “Mas os que vão ficar, ficarão de forma crítica”, ressaltou.
Comento
Fico muito impressionado com a inimputabilidade de Marina, especialmente na imprensa. Ainda bem que ela é tão narcisista, mas tão narcisista, que, diante de uma vontade não-satisfeita, cai fora. Fosse um temperamento mais tolerante, um dia o Brasil teria problemas… Marina está minando a reputação do PV, de forma sistemática, há uns três meses. O seu desligamento do partido, por exemplo, já dura um mês. Não basta sair: é preciso queimar e salgar o solo.
Se vocês pensarem um pouquinho, verão que foi isso o que ela fez com a reputação verde do petismo, até então o partido mais identificado com a causa. Ela privatizou a questão; passou a ser a dona da agenda. E se transformou no aiatolá Khomeini do “verdismo”. Ou as coisas são como ela quer, bagre por bagre, batráquio por batráquio, ou nada feito! Ainda bem! O comportamento “egótico” (se me permitem…) de Marina livra-nos, como diria o poeta, de “diabólicos azares”. Esta senhora mobiliza fiéis, não aliados - e isso não é uma alusão velada à sua condição de evangélica; estou entre aqueles que consideram a sua religião a sua maior qualidade. Curiosamente, é o único aspecto que a imprensa, que é anticristã na média, censura nela
Marina só pode ser a dona de um partido; qualquer outro que lhe desse abrigo sabe que ou se submete às suas vontades ou será depredado, com a simpatia explícita do jornalismo, que jamais se interessou em saber se as idéias de Marina são viáveis, O que importa é saber que são idéias de uma pessoa boa, que só quer o nosso bem.
O nome disso é messianismo. E se trata de um estranho messianismo porque vigora entre indivíduos que, em outros assuntos, são até bem-informados. Estava outro dia num grupo de pessoas com formação universitária, gente competente em sua área. Lá pelas tantas, o Código Florestal começou a ser debatido. É impressionante! Os presentes tinham a certeza de que as florestas do Brasil estão acabando (mais de 60% do nosso território é coberto por elas; 70% conservam o bioma original) e que a agropecuária e as cidades tomam a maior parte do Brasil - só ocupam 27,5% do território.
Lancei os dados certos na conversa. Olharam-me céticos. O mais convicto insistia que eu estava errado. Eu posso ser chato às vezes. Arranquei o iPhone do bolso e pedi que fizesse uma pesquisa na Internet. Ele não insistiu. Mas tenho a certeza de que nem se convenceu nem vai procurar se informar melhor.
Marina é a responsável pela popularização de mentiras grosseiras sobre o meio ambiente brasileiro. Seus fiéis saem hoje por aí demonizando as usinas nucleares, as hidrelétricas e as termelétricas. No lugar, com o ar mais parvo do mundo, falam sobre energia eólica, como se fosse coisa fácil, barata e viável economicamente. Logo vão pedir que os brasileiros acendam a luz soltando “pum”. A campanha para fazer xixi no chuveiro já é um sucesso! Algumas pessoas que preferem ser boas a ser justas, dizem: “Ah, mas, ao menos, ela ajudou a popularizar a causa verde”. Uma coisa é tornar popular a idéia de preservação da natureza, o que é, em si, coisa boa; outra, distinta, é demonizar o desenvolvimento, coisa que os marinistas dizem não fazer… enquanto fazem…
Definitivamente, não gosto de sua abordagem. Toda vez que a vejo, é como se liderasse uma espécie de séquito de pessoas anunciando, com ar grave, o fim do mundo, a menos que sigamos as palavras da profeta.