Mensalão: Duda Mendonça diz ao STF que pode ter recebido dinheiro de caixa dois

Publicado em 01/09/2011 06:44
do blog de Reinaldo Azevedo, em veja.com.br

Duda Mendonça diz ao STF que pode ter recebido dinheiro de caixa dois

Por Carolina Brígido, no Globo:

Os publicitários Duda Mendonça e Zilmar Fernandes admitiram, perante o Supremo Tribunal Federal (STF), que podem ter recebido dinheiro de caixa dois do PT. A afirmação foi feita nas alegações finais que integram o processo do mensalão, que investiga a compra de apoio político de parlamentares por parte do governo federal. Ambos são acusados de evasão de divisas, por terem mantido conta não declarada no exterior, e de lavagem de dinheiro.

“Aos acusados sempre pareceu que os valores recebidos por seu lícito trabalho eram oriundos, na pior das hipóteses, de infração prevista na legislação eleitoral (caixa dois mantido no Brasil e no exterior). Afinal, a relação dos acusados com o Partido do Trabalhadores já vinha desde 2001 e todos os pagamentos sempre foram autorizados e aprovados por Delúbio Soares, diretor tesoureiro do partido”, diz o texto, assinado pelos advogados Tales Castelo Branco e Frederico Crissiúma de Figueiredo.

Duda já havia admitido a possibilidade de ter recebido recursos de caixa dois em depoimento à CPI dos Correios, no Congresso Nacional, em 2005.

Duda afirma desconhecer origem ilícita do dinheiro
No documento, a dupla alega que não pode ser condenada por manter conta no exterior sem declarar porque o Banco Central expedira normas em 2004 e em 2005 isentando de declaração quem tivesse movimentação bancária anual no exterior inferior a US$ 100 mil. Segundo os advogados, o saldo da conta que eles movimentavam em Miami tinha US$ 573,19 em dezembro de 2003. Um ano depois, US$ 175,10.

Os dois também dizem que não podem ser condenados por lavagem de dinheiro porque, para cometer o crime, o acusado precisaria ter conhecimento prévio da origem ilícita do dinheiro, o que não teria ocorrido. Outra hipótese seria se os dois tivessem cometido um crime anterior. “O mero depósito de valores em contas no exterior não caracteriza, per si, o crime de lavagem de dinheiro”, diz o texto.

Até ontem, oito dos 38 réus do mensalão haviam apresentado alegações finais em defesa própria. O prazo final dado pelo relator, ministro Joaquim Barbosa, é 8 de setembro. Depois disso, Barbosa vai elaborar seu voto. A expectativa é de que os réus sejam julgados no plenário da Corte no início de 2012.

Por Reinaldo Azevedo

Oba! Deputado ligado ao caso do dinheiro na cueca, irmão de mensaleiro, elabora texto para “controlar a mídia”. Tudo em defesa de Dirceu!

O “consultor de empresas privadas” José Dirceu começou cedo, como ele mesmo confessou, nas artes do ludíbrio. Aos 14, então coroinha, enganava o padre e roubava hóstias. Aos 65, acredita poder enganar milhões de brasileiros, inventando uma história ridícula para encobrir a real natureza dos encontros que mantém em seu gabinete clandestino num hotel de Brasília. VEJA o flagrou em plena conspiração contra o Palácio do Planalto — leia-se: contra Dilma —, em meio à crise que acabou resultando na queda de Antônio Palocci. O ex-ladrão de  hóstia lançou, então, o grito de guerra “Delenda VEJA!”, na suposição de que haveria um verdadeiro clamor público.

Mas quantos seguem o Zé, exceção feita àqueles que o temem ou são muito bem-pagos pra isso? Só os blogueiros do nariz marrom, financiados por empresas estatais, fizeram eco à sua tolice. O Brasil inteiro viu um ministro de estado, um presidente de estatal e parlamentares comparecerem ao beija-mão do poderoso chefão. VEJA estava no lugar certo na hora certa. Os que visitaram Dirceu é que estavam no lugar errado na hora errada. A piada já corre na Internet, e eu não resisto: VEJA é essencial numa boa faxina!

Pois bem: o PT realiza neste fim de semana, começa amanhã, o seu 4º Congresso. Com o estímulo de Luiz Inácio Apedeuta da Silva, o partido prepara uma moção de apoio a Dirceu e elabora uma texto pedindo — ó, que surpresa! — o que eles chamam por lá “regulamentação da mídia”. É estupendo!

E quem elaborou o primeiro texto em defesa da censura? O deputado federal José Guimarães (CE). No dia 8 de julho de 2005, no auge da crise do mensalão, José Adalberto Vieira da Silva,  seu assessor — pobrezinho de dar pena — foi flagrado no aeroporto de Congonhas carregando numa valise R$ 200 mil em dinheiro vivo e escondendo outros US$ 100 mil na cueca. Que desculpa ele deu? Disse que era agricultor e que havia acabado de vender verduras no Ceagesp! José Guimarães é irmão de outro José mais famoso, o Genoino, que presidia o partido na tramóia do mensalão. O pobre Silva teve de se virar nas desculpas. Ninguém compareceu em seu socorro. Qualquer suspeita de que o dinheiro pertencesse a seus chefes era coisa de gente de má fé, né? Os irmãos, naturalmente, não sabiam de nada.

Existiria alguém mais adequado para propor a “regulamentação da mídia” do que um homem ligado ao escândalo da cueca, irmão de um dos mensaleiros processados pelo STF? Acho que não! A coisa, convenham, faz um sentido danado. Há dias, noticiou-se que também o PT, além do governo propriamente, havia desistido de censurar a imprensa, depois de sucessivas tentativas frustradas, o que incluiu até o Programa Nacional de Direitos Humanos — coisa originalmente denunciada por este escriba, lembram-se?, lá naquele longínquo janeiro de 2010. Pois é. O ministro Paulo Bernardo já deixou claro que não tem simpatia pela proposta do ex-ministro da Supressão da Verdade, Franklin Martins. Mas há gente no PT que não pensa em outra coisa.

É fabuloso! VEJA fez reportagens de que Antonio Palocci não gostou nada. Palocci acabou caindo, e não se falou em censura. VEJA denunciou a cleptocracia do Ministério dos Transportes. Uma penca de gente foi demitida, inclusive o ministro. E não se falou em censura. VEJA evidenciou os desmandos no Ministério da Agricultura, onde um lobista, atualmente foragido, tinha até sala. Foram defenestrados ministro e secretário-executivo. E não se falou em censura. Em suma: três ministros de estado perderam o cargo — a revista não derruba ninguém; OS FATOS QUE ELA APURA É QUE O FAZEM DERRUBAM —, e os petistas resistiram, sem tentar ressuscitar “o controle da mídia”.

Mas bastou que a verdade iluminasse os corredores do governo clandestino de Dirceu, expondo seus convivas, e eis que os petistas tentam dar fôlego novo à tese da censura, que eles por lá chamam de “controle democrático da mídia” ou qualquer porcaria assim. É o sonho dourado da tal canalha do nariz marrom. Essa gente está enfurecida com Paulo Bernardo porque este não deu seqüência à proposta de Franklin e do Babalorixá de Banânia. O que não se fez por três ministros de estado se faz agora em defesa de um deputado cassado, acusado pela Procuradoria Geral da República de “chefe de quadrilha”.

Dilma e Lula devem comparecer ao evento na sexta. O desagravo ao ladrão de hóstia e a defesa do “controle da mídia” devem ser feitos no sábado. Está tudo devidamente compreendido: Dirceu e Lula querem controlar a imprensa para que ninguém os controle. Mas perderão de novo!

Por Reinaldo Azevedo

Governo agora estuda taxar banco, remesse de lucro para o exterior e cigarro para custear saúde

Vera Rosa, Denise Madueño e Rafael Moraes Moura / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo

O governo examina propostas para taxar lucros de bancos e remessas de dinheiro para o exterior. As duas sugestões foram apresentadas ontem, em reunião no Palácio do Planalto, como alternativas para obter mais recursos para o sistema público de saúde na regulamentação da Emenda 29. A lista de opções inclui, ainda, uma nova taxação de cigarros e bebidas, o aumento da alíquota do seguro de danos pessoais causados por veículos (DPVAT) e a utilização do dinheiro dos royalties do pré-sal.

A presidente Dilma Rousseff ainda não bateu o martelo sobre nenhuma das alternativas. Está convencida, porém, que não é possível votar na Câmara a Emenda 29 - que define os gastos da União, Estados e municípios com saúde - sem uma fonte de receita. O Planalto não quer arcar com o ônus de criar um novo imposto e transferiu essa tarefa para a base aliada.

Até mesmo os partidos que sustentam o governo, no entanto, são contra ressuscitar um tributo nos moldes da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

Diante do impasse, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, apresentou ontem um pacote de alternativas para financiar o setor durante reunião da qual participaram a titular de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, o vice-presidente, Michel Temer, e líderes do governo e das bancadas do PT e do PMDB no Congresso.

A proposta sob análise prevê a votação da Emenda 29 do jeito que está, no dia 28 de setembro, na Câmara. As modificações do texto, com a respectiva fonte de custeio, ficariam para o Senado. Na avaliação de líderes de partidos aliados, seria a única forma de levar o assunto adiante e empurrar a polêmica mais para a frente. Até agora não há consenso sobre como conseguir mais recursos para a saúde.

Contas. Pelos cálculos apresentados ontem, na reunião com Ideli e Temer, a nova taxação de cigarros renderia R$ 4 bilhões; a de bebidas, outros R$ 4 bilhões; e a do DPVAT, mais 4 bilhões. O imposto sobre remessa de dinheiro para o exterior representaria um adicional de R$ 8 bilhões e um total de R$ 12,5 bilhões poderia vir da taxação sobre os lucros dos bancos e dos royalties do pré-sal. Com isso o governo obteria os R$ 32,5 bilhões necessários para a saúde, conforme prevê a Emenda 29.

Por Reinaldo Azevedo

Um dos desastres de Fernando Haddad na Educação

Leia editorial do Estadão:

A crise das escolas técnicas

Há duas semanas, a presidente Dilma Rousseff anunciou a criação de mais 208 Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs) - 88 com término de construção previsto para o segundo semestre do próximo ano e as unidades restantes com a promessa de serem inauguradas até o final de seu mandato, em 2014. Somando os novos estabelecimentos aos 354 já inaugurados, a rede federal de ensino técnico deverá atender cerca de 600 mil alunos, quando todas as unidades estiverem entregues.

Ao fazer esse anúncio, Dilma reafirmou a promessa feita na campanha eleitoral de 2010, de expandir o ensino técnico federal, por meio do lançamento de novas escolas e pela ampliação do número de estudantes nos cursos técnicos a distância. As metas são ambiciosas, mas nada garante que o governo conseguirá cumpri-las, principalmente se levados em conta os problemas que os IFs e os Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets) vêm enfrentando ao longo deste ano.

Como esses estabelecimentos não dispõem de docentes em número suficiente, cerca de 20 mil alunos ficaram sem aula durante mais de dois meses, no primeiro semestre. A falta de professores concursados de matemática, física, química e eletricidade comprometeu o cronograma do ano letivo e vem afetando a qualidade do ensino.

E, desde o término das férias de julho, mais da metade dos IFs e dos Cefets não retomou, total ou parcialmente, as atividades didáticas previstas para o segundo semestre, por causa de uma greve de professores e servidores deflagrada por razões salariais e melhoria das condições de trabalho. Em alguns Estados, como a Paraíba, todos os IFs e Cefets estão parados. Pelo balanço do comando nacional de greve, em São Paulo, Goiás e Alagoas, 90% das atividades estariam suspensas.

Além de reivindicar reajuste salarial, os docentes e servidores reclamam da falta de infraestrutura básica. Segundo eles, vários IFs e Cefets funcionam em edifícios precários, sem água e com frequente quedas de energia. Outras unidades não dispõem de laboratórios e insumos para pesquisas. “Criaram o instituto, mas não construíram estrutura alguma. Fomos colocados em prédios adaptados. Temos campi em funcionamento no mesmo espaço em que já existiu um albergue”, diz Nilton Coelho, presidente do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), no Estado de Alagoas. “A expansão da rede de escolas técnicas valoriza o ensino, mas falta assistência”, afirma Rosane de Sá, coordenadora do Sinasefe em Goiás. “Precisamos de mais concursos para efetivar mais docentes”, diz o professor Laerte Moreira, que dirige a seção paulista da entidade.

Para tentar acabar com greve, o governo anunciou um acordo entre os Ministérios do Planejamento e da Educação com o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), comprometendo-se a reajustar os vencimentos da categoria em 4%. Mas os professores dos IFs e Cefets continuam reivindicando 14,67% de aumento, para compensar as perdas salariais dos últimos anos. No caso dos servidores, o problema é ainda mais difícil, pois não houve nem mesmo acordo que possibilitasse ao governo prever o aumento de despesa no orçamento de 2012. Os Ministérios da Educação e do Planejamento afirmam que os diretores da Sinasefe suspenderam a negociação de “forma unilateral” e os acusam de terem optado pela continuidade da greve como forma de “manifestação de conflito”.

Seja lá o que isso quer dizer, uma coisa é certa: o mesmo governo que promete expandir a rede federal de ensino técnico, inaugurando 88 estabelecimentos no próximo ano e outros 120 até o final de 2014, não consegue fazer funcionar as escolas já existentes. Os problemas dos IFs e Cefets são fruto de mais uma decisão equivocada do governo Lula, que estimulou a criação desenfreada de centros de educação tecnológica sem qualquer planejamento. E, infelizmente, nesse campo Dilma parece estar seguindo o exemplo de seu antecessor.

Por Reinaldo Azevedo

MPF denuncia 21 pessoas por fraudes no Turismo, incluindo cúpula da pasta

Por Leandro Colon, no Estadão:
A Procuradoria da República do Amapá denunciou 21 pessoas por envolvimento em desvio de verba do Ministério do Turismo. Entre os denunciados estão os dois ex-secretários-executivos Frederico Silva Costa e Mário Moysés, além de Colbert Martins, afastado do cargo de secretário nacional de Programas e Desenvolvimento do Turismo. Os três chegaram a ser presos pela Operação Voucher, da Polícia Federal, no dia 9 de agosto.

Nas denúncias, o Ministério Público menciona os crimes de formação de quadrilha, falsidade ideológica, peculato - obtenção de vantagem em razão do cargo - e uso de documento falso. As ações criminais foram protocoladas na terça-feira, 30, na Justiça Federal. A informação foi divulgada nesta quarta pela Procuradoria da República.

Os indícios contra a deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP) serão encaminhados à Procuradoria-Geral da República (PGR), que tem a prerrogativa de investigá-la e denunciá-la ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde ela tem foro privilegiado. Depoimentos de presos na operação da PF afirmam que a deputada ficou com parte do dinheiro do esquema, o que ela nega.

Ao todo, 36 pessoas foram presas na Operação Voucher, que desmontou um esquema de desvio de recursos num convênio de R$ 4 milhões entre o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi), uma entidade de fachada, e o ministério. O dinheiro era oriundo de uma emenda parlamentar de Fátima Pelaes. Os diretores do Ibrasi também foram denunciados pea Procuradoria da República.

Segundo a investigação, o instituto deveria usar o dinheiro para capacitação profissional no Amapá, mas jamais realizou o serviço, tendo desviado os recursos para empresas fantasmas. Além da cúpula do ministério, outros ex-funcionários da pasta também foram denunciados, entre eles Antônio dos Santos Júnior, que era braço-direito de Frederico Costa. Os dois aparecem numa gravação telefônica, autorizada pela Justiça, em que orientam um empresário a montar uma entidade de fachada.

Por Reinaldo Azevedo

31/08/2011

 às 22:09

BC reduz taxa básica de juros para 12% ao ano

Por Eduardo Cucolo, na Folha Online:

O Banco Central surpreendeu a maior parte do mercado financeiro, e até mesmo do governo, e anunciou nesta quarta-feira (31) a redução da taxa básica de juros de 12,50% para 12% ao ano. Desde a piora na crise internacional, e diante de indicadores de desaceleração na atividade doméstica, a instituição vinha sendo pressionada a cortar os juros.

Ontem, a presidente Dilma Rousseff afirmou que o aumento de R$ 10 bilhões na economia para pagar os juros da dívida (superavit primário) anunciado no início desta semana abriu caminho para a queda dos juros, que já estava no “horizonte”.

A expectativa, no entanto, era que os juros só começassem a cair na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC, nos dias 18 e 19 de outubro. Será a penúltima reunião do comitê neste ano. A última está marcada para o final de novembro.

Desde janeiro, quando os juros estavam em 10,75% ao ano, foram cinco aumentos. O último na reunião de julho.

Apesar da expectativa de crescimento menor da economia, preocupações com a inflação levaram o mercado a avaliar que o BC não cortaria a taxa agora. O índice oficial de preços (IPCA) acumula hoje alta de 6,9% e precisa cair para 4,5% até dezembro de 2012.

O BC já desistiu de trazer a inflação para o centro da meta de 4,5% neste ano, mas mantém o compromisso de atingir esse resultado no final do próximo. As previsões da instituição e do mercado financeiro, no entanto, apontam para uma inflação acima desse valor.

Indicadores de atividade já mostram desaceleração mais forte na indústria. O setor de serviços, o crédito e o emprego, no entanto, ainda registram forte crescimento, embora menor que no início do ano.

CONSUMIDOR
O aumento dos juros foi parte do trabalho iniciado no final de 2010 para esfriar a economia e controlar a inflação, que está hoje no maior nível em seis anos. Antes de aumentar a taxa básica, o BC já havia anunciado restrições a financiamentos e retirado recursos da economia. O governo também cortou gastos do Orçamento e dobrou o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre empréstimos para pessoas físicas.

Essas medidas já provocaram desaceleração no crédito, devido à alta dos juros bancários e da inadimplência. Outras economias emergentes, como China e Rússia, também elevaram os juros neste ano e adotaram outras medidas para segurar a inflação. As taxas nesses países, no entanto, são mais baixas que no Brasil, líder mundial no ranking dos juros reais.

Leia abaixo a nota do Copom na íntegra:

“Brasília - O Copom decidiu reduzir a taxa Selic para 12,00% a.a., sem viés, por cinco votos a favor e dois votos pela manutenção da taxa Selic em 12,50% a.a. Reavaliando o cenário internacional, o Copom considera que houve substancial deterioração, consubstanciada, por exemplo, em reduções generalizadas e de grande magnitude nas projeções de crescimento para os principais blocos econômicos. O Comitê entende que aumentaram as chances de que restrições às quais hoje estão expostas diversas economias maduras se prolonguem por um período de tempo maior do que o antecipado. Nota ainda que, nessas economias, parece limitado o espaço para utilização de política monetária e prevalece um cenário de restrição fiscal. Dessa forma, o Comitê avalia que o cenário internacional manifesta viés desinflacionário no horizonte relevante.

Para o Copom, a transmissão dos desenvolvimentos externos para a economia brasileira pode se materializar por intermédio de diversos canais, entre outros, redução da corrente de comércio, moderação do fluxo de investimentos, condições de crédito mais restritivas e piora no sentimento de consumidores e empresários. O Comitê entende que a complexidade que cerca o ambiente internacional contribuirá para intensificar e acelerar o processo em curso de moderação da atividade doméstica, que já se manifesta, por exemplo, no recuo das projeções para o crescimento da economia brasileira. Dessa forma, no horizonte relevante, o balanço de riscos para a inflação se torna mais favorável. A propósito, também aponta nessa direção a revisão do cenário para a política fiscal.

Nesse contexto, o Copom entende que, ao tempestivamente mitigar os efeitos vindos de um ambiente global mais restritivo, um ajuste moderado no nível da taxa básica é consistente com o cenário de convergência da inflação para a meta em 2012.

O Comitê irá monitorar atentamente a evolução do ambiente macroeconômico e os desdobramentos do cenário internacional para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária.

Brasília, 31 de agosto de 2011″

Por Reinaldo Azevedo

31/08/2011

 às 22:01

Aécio sacrifica mais uma vez o PSDB de BH em nome do “projeto”. E garante apoio à mãe de Eduardo Campos para o PSDB de olho no filho

Vamos ver. A deputada Ana Arraes (PSB-PE), mãe do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), ofereceu, nesta quarta, um café-da-manhã ao senador Aécio Neves (PSDB-MG). Campos e o governador de Minas, Antonio Anastasia (PSDB), estavam presentes. Acertaram-se duas coisas: os mineiros se comprometeram a apoiar o nome de Ana para uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU) e selaram o apoio à reeleição do prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, também do PSB.

Um leitor atento logo indagará: “Quer dizer que Campos, então, levou as duas coisas e não deu nada em troca? Que vantagem Aécio leva?”

Pois é…

Os que costumam atribuir ao senador de Minas um raro tino estratégico acreditam que, assim, ele fratura a base governista, a que pertence o PSB, e, quem sabe?, conta com o apoio do partido caso venha a ser o candidato do PSDB à Presidência. Ele seria, nessa versão, aquele que soma. Tá. Por que Campos não apostaria no próprio projeto caso a receita petista desande ou por que mediria forças com Lula é um desses mistérios que só se explica pela metafísica.

Em 2008, o PSDB de Minas apoiou a candidatura de Márcio Lacerda à prefeitura. O vice é Roberto Carvalho, do PT. O PSDB abriu mão de uma candidatura própria em nome de um futuro que viria e que seria chamado de “pós-Lula”. Dizia-se, então, que o confronto entre PSDB e PT era coisa de… São Paulo.

O PSDB elegeu o prefeito de Belo Horizonte pela primeira e última vez em 1989 (mandato 1990-1993). Ao fim de 2012, serão 20 anos longe da Prefeitura. Nas três últimas disputas ao menos, o “Projeto Aécio” evitou qualquer confronto com o PT (afinal, isso é coisa de paulistas), até chegar à aliança de fato, mas não de direito, em 2008. Lacerda apareceu como o candidato de Aécio e… do PT, que não quis saber do apoio formal dos tucanos, não.

O “Projeto Aécio” — à jornalista Dora Kramer, o senador afirmou que sua pré-candidatura a 2010 não era pra valer; então sacrificou o PSDB de BH por quê? — determina que o PSDB não terá candidato próprio de novo. E o senador de Minas põe no tal “projeto” a vaga do TCU. Fica tudo, assim, com aquele jeito de método peemedebista de administração dos interesses…

Em maio, numa entrevista a um portal, o deputado estadual João Leite, presidente do PSDB de Belo Horizonte, afirmou que o apoio a Lacerda, garantido hoje por Aécio, estava subordinado ao apoio de Campos à candidatura de Aécio à Presidência. É evidente que o governador não garantiu nada — até porque Aécio não é candidato ainda.

Por enquanto, a única coisa realmente concreta é que o PSDB de Belo Horizonte entrou como troco no “Projeto”. O partido se dispõe a ficar 24 anos longe da Prefeitura. E tudo para fortalecer o PSDB, é claro, vão assegurar os dialéticos admiradores da estratégia do senador Aécio. O interessante nessa estratégia é que, se tudo fosse como dizem esses dialéticos, o senador de Minas se viabilizaria candidato atraindo todos os partidos que hoje são da base  governista, mais PSDB e DEM. Se é difícil adminitrar o condomínio agora, imaginem como seria… Seria a passagem do “presidencialismo de coalizão” para o “presidencialismo de colisão”.

Por Reinaldo Azevedo

31/08/2011

 às 19:53

No Cafofo do Dirceu - Deputados entram com representação na Comissão de Ética da Presidência contra ministro e contra o presidente da Petrobras

Os deputados federais Duarte Nogueira (SP), líder do PSDB na Câmara, e Antonio Imbassahy (PSDB-BA) entraram com uma representação na Comissão de Ética Pública da Presidência da República contra o ministro Fernando Pimentel (Indústria e Comércio) e contra o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. O que motivou a iniciativa são as informações publicadas na reportagem de capa da mais recente edição da VEJA, em que ambos são flagrados em reuniões secretas com o “consultor de empresas privadas” José Dirceu num hotel de Brasília.

Depois de transcrever a reportagem de VEJA, lembram os dois deputados (a íntegra da representação está aqui):
Segundo consta de seu art. 3º, devem nortear a ação das autoridades públicas - e, entre estas, dos dirigentes de empresas estatais - a integridade, a moralidade, clareza de posições e o decoro, tanto em suas atividades públicas, quanto nas privadas. Consta da referida regra:

Art. 3o  No exercício de suas funções, as autoridades públicas deverão pautar-se pelos padrões da ética, sobretudo no que diz respeito à integridade, à moralidade, à clareza de posições e ao decoro, com vistas a motivar o respeito e a confiança do público em geral.
Parágrafo único.  Os padrões éticos de que trata este artigo são exigidos da autoridade pública na relação entre suas atividades públicas e privadas, de modo a prevenir eventuais conflitos de interesses.

No que se refere ao Sr. José Sérgio Gabrielli, decerto que o encontro realizado entre Presidente de empresa estatal e suposto consultor do segmento petrolífero, nos termos em que foi acima descrita, não está de acordo com os padrões de conduta e probidade estabelecidos pelo art. 3º, acima citado. Sobre ser imoral, o fato não inspira “respeito e a confiança do público em geral”, como seria de se exigir.

Já quanto à visita do Sr. Fernando Pimentel, a questão assume outros contornos. Na condição de Ministro de Estado, Fernando Pimentel tem acesso a informações privilegiadas e, em sua atuação, tem poder decisório capaz de afetar os interesses privados representados pelos clientes do Sr. José Dirceu.

Ademais, também não se pode olvidar que o Sr. José Dirceu, além de ter sido cassado pela prática de ato incompatível com o decoro parlamentar, é réu em processo criminal em que lhe são imputados crimes graves contra a Administração Pública. José Dirceu seria chefe de quadrilha de âmbito nacional, envolvida no conhecido caso do “Mensalão do PT”.

Voltei
E o que pedem os dois deputados? A representação especifica:
Ante o exposto, considerando a possível ocorrência de infração ao Código de Conduta da Alta Administração Federal, requer-se:

1) Seja recebida e processada a presente representação, notificando-se as autoridades representadas para manifestarem-se no prazo de cinco dias, como prescreve § 1o, 18, do Código de Conduta da Alta Administração Federal;

2) Seja acolhida a presente representação para declarar a prática de infração ética, aplicando-se aos representados a sanção de “advertência”, prevista no art. 17, I, do Código de Conduta da Alta Administração Federal;

3) Seja encaminhada à Presidência da República sugestão de demissão dos Senhores Fernando Pimentel e José Sérgio Gabrielli, como prevê o parágrafo único do art. 17, do Código de Conduta da Alta Administração Federal.

Por Reinaldo Azevedo

Uma sugestão aos três do Mackenzie que prejudicaram mais a faculdade do que a si mesmos…

Sabem o que eu acho? Que a aluna deve desculpas a um dos professores, e os dois professores, à aluna. E os três têm de se desculpar com a Faculdade de Direito do Mackenzie e com a comunidade acadêmica como um todo.

Que a estudante exagerou, por tudo o que fiquei sabendo até agora — sim, conversei com algumas pessoas —, já não duvido. Peça desculpas, moça! Seus colegas não têm de conviver com seus ataques de fúria, motivados ou não. Que seja um despropósito um professor ameaçar dar voz de prisão a uma aluna sua em razão do episódio, bem, é uma evidência. Sala de aula não é delegacia de polícia. Peça desculpas, professor Paulo Marco Ferreira Lima! Apurei que o senhor tem competência para se impor por sua autoridade acadêmica. Que o outro professor tenha feito bobagem ainda maior, bem…, quem poderá duvidar? Facebook não é lugar para acusar um crime racial, mesmo que tenha acontecido. É algo grave o bastante para não ser assim banalizado. Peça desculpas, professor Marco Antônio Ferreira Lima pelo mau exemplo!

E aqui uma consideração geral. Se eu fosse dirigente de empresa, entidade ou sei lá o quê, proibiria funcionários de comentar qualquer coisa relacionada ao trabalho em páginas pessoais das chamadas redes sociais. Está virando moda. O sujeito pertence a uma determinada comunidade, trata de assuntos que dizem respeito à instituição ou grupo, identifica-se como uma espécie de seu representante, mas assegura que escreve isso ou aquilo “como indivíduo”. Ora… Como indivíduo, fale então das estrelas e outros substantivos celestes. Ou use, na forma original, o Twitter (”Vou fazer xixi; estou com fome”) e o Facebook (”Estou disponível; quer namorar?”).

Dia desses, o secretário de Imprensa do Palácio do Planalto, o Esqueci-O-Nome-Dele, resolveu fazer um gracejo boboca no Twitter com a VEJA e comigo. Eu respondi, é evidente. Para todos os efeitos, não falava em nome do Planalto — ou de Dilma. Ocorre que o Esqueci-O-Nome-Dele só tem importância, pequenina, por causa do cargo que ocupa. No caso, ele comentava matéria pertinente à Presidência da República, mas “a nível de indivíduo”. Uma ova! Como diria Padre Quevedo (quem se lembra?), “isso non ecziste…” Que eu saiba, levou uma chuchada de seus chefes e parou.

Volto ao ponto. Desculpem-se os três entre si (mas isso é com cada um) e, acima de tudo, com a instituição — nesse segundo caso, é um dever! O Mackenzie é uma escola séria e merece ser preservada.

Por Reinaldo Azevedo

31/08/2011

 às 18:53

Ainda o Mackenzie: em nenhum momento, nos procedimentos internos, se falou em injúria racial; não há testemunhos a respeito. A acusação só apareceu depois, no Facebook, onde é impossível alguém se defender

O Centro Acadêmico João Mendes Júnior, da Faculdade de Direito do Mackenzie, divulgou uma nota sobre o episódio envolvendo o conflito entre uma aluna e dois professores. Segundo se informa ali, em nenhum momento, nos procedimentos internos, o professor afirmou ter sido vítima do crime de injúria racial.  Também  inexistem testemunhos de terceiros a respeito.

Eu não vou fazer aqui como aqueles celerados da UnB que decidem a cor da pele de uma pessoa por fotografia, mas há uma esquisitice adicional nisso tudo.  Recorri à rede para encontrar imagens dos dois professores. Seriam de homônimos as que encontrei? Os que vi não são negros. Por que uma aluna diria a um professor branco, com o asqueroso ânimo de ofendê-lo, que “preto não pode dar aula no Mackenzie”? Não aparentam nem mesmo ser mestiços. Ou seriam negros tanto quanto sou índio (o pai do meu avô mal falava português).

Essa tez acastanhada e esse cabelo liso que vocês constatam na foto aí acima vêm de lá, hehe, mas evoco Tupã e chamo a lua de “Jacy” só depois da terceira cabaça de cauim… Não me venham agora os petralhas dizer que “um índio sujo” como eu não pode ter blog na VEJA, hein!!! Esse meu espírito indômito vem da mata que a Marina quer privatizar, hehe… Um pouco de humor, minha gente! Um pouco de humor!

Segue a nota do Centro Acadêmico, como foi divulgada. Vale a pena ler porque a seqüência aí narrada esclarece muita coisa. Volto para encerrar.

O Centro Acadêmico João Mendes Júnior, órgão máximo de representação discente da
Faculdade de Direito da Universidade Mackenzie, vem, por meio de seu Diretor Geral,
expor o quanto segue:

Diante de uma nova acusação no dia 30 de agosto - quando o caso já estava
encerrado - de que foi cometido crime de racismo pela aluna que teria sofrido o abuso de autoridade, procuramos ouvir novamente todas as testemunhas oculares, entre alunos e funcionários. Também no período da tarde, procuramos o Coordenador de nossa Faculdade, Professor Fabiano Del Masso, o qual tomou ciência das acusações proferidas pelo Professor Marco Antônio Ferreira Lima.

Na noite do dia 30 de agosto, por volta das 22 horas, o Centro Acadêmico João
Mendes Júnior, representado pelo seu Diretor Geral - Rodrigo Rangel - com os demais membros da gestão, foi conversar com o Diretor de Nossa Faculdade, Professor Núncio Theophilo Neto, na presença da aluna que teria sofrido abuso de autoridade e cometido suposto crime de racismo.

Pelo nosso Diretor foi explicado que ambas as ocorrências (de abuso de poder e da
acusação de racismo) foram enviadas a Corregedoria Disciplinar Acadêmica do
Mackenzie, acompanhada de todos os documentos que tratavam do assunto
A aluna negou toda e qualquer acusação de racismo, reiterando a versão da
discussão por uma questão de metodologia que acabou gerando o fatídico evento do dia 26 de agosto.

O Diretor Núncio Theophilo Neto nos mostrou o requerimento protocolado pela
aluna no dia do ocorrido, bem como a resposta dada pelo Professor Paulo Marco
Ferreira Lima.

Cabe salientar que tal documento escrito pelo próprio Professor Paulo Marco Ferreira Lima, nada trata sobre a questão de racismo e sim uma atitude desrespeitosa da aluna ao tratar da sua metodologia de aula.

Pelo apurado pela Faculdade, não existe até o momento qualquer testemunha ocular que afirme a acusação feita Professor Marco Antonio Ferreira Lima: a de que a aluna proferiu ofensas de cunho étnico contra seu irmão. Inclusive, ressalta-se, nem mesmo o Professor envolvido, Paulo Marco Ferreira Lima, mencionou em seu depoimento escrito tais alegações.

Entre as testemunhas do evento ouvidas, todas afirmam a versão exposta pela aluna e pelo próprio Professor Paulo Marco Ferreira Lima, ou seja: que se tratou de uma alteração dos ânimos em decorrência do questionamento da metodologia feita pela
aluna.

Vale lembrar que o Diretor Geral do C.A. foi procurado pelo Professor Paulo
Marco Ferreira no mesmo dia em que foi publicada a Nota de Repúdio* (29 de agosto)
para esclarecer os fatos, o qual narrou o mesmo caso escrito no documento em posse da Direção da Faculdade, bem como foi produzida uma nota pelo Centro Acadêmico com os esclarecimentos por parte do professor diante da conversa**.

Antes dos novos fatos, inclusive, o próprio Professor Paulo Marco Ferreira Lima se colocou à disposição de conversar com a aluna para resolver o problema da melhor
forma possível, bem como o Professor Marco Antônio Ferreira Lima se colocou à disposição caso ela estivesse ainda abalada com a situação.

Desta forma, surpreende-nos tamanha acusação de ontem, após a aparente solução
amigável. O CENTRO ACADÊMICO JOÃO MENDES JÚNIOR REPUDIA TODO E QUALQUER ATO DE ABUSO DE PODER CONTRA OS ACADÊMICOS, BEM COMO REPUDIA TODA E QUALQUER OFENSA DE CUNHO ÉTNICO OU NÃO A QUALQUER PESSOA, DISCENTE OU DOCENTE.

Aguardaremos os futuros desdobramentos administrativos e cobraremos as devidas providências. Lamentamos que tal fatalidade acontecida ontem tenha tomado tamanha repercussão, uma vez que tanto Professor quanto aluna envolvidos no evento inicial já tinham se disposto a conversar e resolver da melhor forma.

Estamos à disposição pra qualquer informação ou reclamação, bem como reiteramos o nosso compromisso com os acadêmicos e com a Justiça!

Por Reinaldo Azevedo

31/08/2011

 às 18:17

A nota da bancada do PT. Ou: Nem jornalismo nem nariz marrons!

A bancada do PT parece não saber distinguir a verdade da mentira. Redigiu anteontem uma nota de repúdio à VEJA, assinada pelo deputado Paulo Teixeira (SP), líder da bancada na Câmara, em que acusa a revista de violar a intimidade do “dirigente” José Dirceu. O “dirigente José Dirceu” é aquele que se encontrava com ministro de estado, presidente de estatal e políticos num gabinete clandestino para, segundo apurou a reportagem, conspirar contra o governo. Pô, o PT devia é redigir uma nota em solidariedade a Dilma.

Diz a nota:
“Na semana passada, a revista Veja sofreu uma condenação judicial.  Acionada pelo deputado Vicentinho (PT-SP), a 13ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal condenou a publicação, em processo de injúria, calúnia e difamação, a conceder-lhe direito de resposta.”

É mentira!

Não gosto de ficar fazendo chicana com questões judiciais, mas o fato é o seguinte: Vicentinho conseguiu uma liminar para um direito de resposta, que será devidamente contestada pela revista no foro competente tão longo haja a citação — O QUE  NEM ACONTECEU. Paulo Teixeira é formado em direito. Sei lá o que andou fazendo em vez de estudar. Sabe que não existe “condenação” coisa nenhuma! Vicentinho, de resto, acusa a revista de não tê-lo ouvido numa determinada reportagem, o que é falso, como ficará evidenciado, com provas inequívocas.

A nota acusa a VEJA de fazer “jornalismo marrom”. Errado! A revista não tem é o nariz marrom, a exemplo daqueles que dão curso às fantasias de Paulo Teixeira e seus amigos. O jornalismo da VEJA, para o bem do Brasil (e, olhem só!, do governo Dilma também!), contribuiu, de fato, para a demissão de três ministros, de 26 funcionários do Ministério dos Transportes e de dois chefões do Ministério da Agricultura.

A moralidade e os cofres públicos agradecem. Nem jornalismo nem nariz marrons! O PT esqueceu da nota de repúdio a Dirceu!

Por Reinaldo Azevedo

31/08/2011

 às 17:42

Vá estudar, Arnaldo Jabor! Ou: O fascismo é de esquerda, meu rapaz!

Ninguém lá na Globo vai mandar o Arnaldo Jabor estudar, certo? Então faço a sugestão eu mesmo, ué. Nesta madrugada, no Jornal da Globo, naquele estilo “uma coisa sobre a outra”, com aquele raciocínio que evolui por camadas — é o método “cebola” de pensamento —, ele falou sobre a queda de Kadafi. Vejam.

Uma das bíblias dos “progressistas” que acreditaram e acreditam no diálogo com os extremistas islâmicos é o livro “Orientalismo”, do intelectual palestino Edwsard Said. A tese, resumida, é a seguinte: foi o Ocidente que inventou o mundo oriental dos “bárbaros”, dos “estranhos”, “do outro”. A tese tem lá a sua graça não estivesse ancorada numa contradição dada pelos próprios termos: para negar que exista “um Oriente”, Said cria “um Ocidente”. É o pensador, na hipótese de haver algum, que está na raiz do comentário de Jabor, um crítico ácido, como sabemos, do “Ocidente”.

O Ocidente? Fico imaginando um alienígena descendo por estas paragens: “Levem-me a seu chefe”. Ah, se o Apedeuta ficasse sabendo,  hehe.

Quem anunciava até outro dia novas auroras não era o Ocidente, mas Arnaldo Jabor. Seus comentários estão devidamente registrados em vídeo. Por enquanto, o saldo mais visível da revolução egípcia, por exemplo, é a colaboração objetiva com o terrorismo palestino contra Israel. Na Líbia, a ONU pede a presença de tropas estrangeiras porque já sacou que os doces rebeldes são chegaditos a umas execuções sumárias. Ou por outra: não vêem nada de errado no método do facinoroso Kadafi. Só acham que ele deve ser aplicado contra as pessoas certas…

Então Jabor vem agora chamar a nossa atenção para o “vício” do “Ocidente” — “o final feliz”  —, alertando que vêm pela frente sangue, suor e lágrimas… Não me diga! Mas isso tudo é o de menos.

Jabor acha que, com o fim dos ditadores, como ele diz, vai aparecer o verdadeiro povo árabe. Ah, o que se tinha até agora era o falso, uma “invenção” do Ocidente… E esse verdadeiro quer democracia e liberdade. Quem está em palpos de aranha, ele asseguira, sãos a Europa e os EUA por causa da… Tcham, tcham, tcham… direita!!! No extremo do delírio, compara o Tea Party à Al Qaeda, que reúne assassinos confessos de milhares de pessoas. Os que se identificam com o Tea Party disputam eleições segundo a Constituição americana e parecem nao adotar o método PMDB de negociação…

Jabor encerra seu comentário com o que seria apenas uma mentira histórica não fosse fruto da vigarice ideológica. Segundo ele, Chávez é só a direita disfarçada de esquerda. Com isso, Jabor quer dizer que a esquerda é naturalmente boa, e a direita, naturalmente má.

Se estudasse mais e opinasse menos; se parasse com esse método Lula “deixem que eu falo o que me dá na telha”, teria tempo para saber que comunismo e fascismo, ainda que episodicamente adversários, tiveram uma raiz absolutamente comum: a esquerda. Não é mera questão de opinião; não se trata de um juízo de valor. São movimentos que nasceram praticamente juntos. Mussolini foi um líder socialista — anticapitalista e antiliberal, como todos os fascistas e todos os fascismos. A tradição da direita é outra, é a liberal — o que não quer dizer que seja sempre sensata. Infelizmente para o comentarista, é possível estabelecer uma linha de continuidade que vai de Mussolini a Jabor, mas é impossível estabelecer a mesma linha entre o fascismo e o Tea Party.

Que coisa curiosa! Quem não tem intimidade com esses assuntos não entende uma vírgula do que fala Jabor; quem entende sabe que ele fala bobagem. Sim, o Tea  Party, inteligente ou burro, é de direita, sim! Fascista não é! Fascista é o esquerdista Hugo Chávez!

Por Reinaldo Azevedo

31/08/2011

 às 16:40

Oposição faz manifesto contra impunidade e corrupção

Por Maria Clara Cabral, na Folha Online:
Um dia depois de a Câmara absolver a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), as principais lideranças da oposição no Congresso fizeram, nesta quarta-feira (31), um novo manifesto contra a impunidade e a favor da CPI da Corrupção, para apurar suspeitas de irregularidades em diversos ministérios do governo. Até agora, a CPI já conta com o apoio de 126 deputados e 20 senadores. Para sair do papel, precisa da assinatura de 171 deputados e 27 senadores.

Estavam presentes no ato PSDB, DEM, PPS e PSOL. “Nunca, em tempo algum, essa CPI se justificou tanto como agora. Ontem, em um momento infeliz da Câmara, provocamos mais um desgaste e uma razão de desesperança para a sociedade”, afirmou o líder do PSDB no Senador, Álvaro Dias (PR), referindo-se ao resultado da sessão que absolveu Jaqueline. “Tenho ampla convicção que a CPI só será constituída com a ampla mobilização da sociedade”, completou o líder do DEM na Câmara, ACM Neto (BA).

Jaqueline Roriz foi absolvida, por 166 votos favoráveis à cassação, 265 contrários e 20 abstenções. Para ter perdido o mandato, pelo menos 257 deputados, dos 513, precisariam ter votado a favor da cassação. Ela foi a primeira parlamentar a ser julgada por este Congresso –os deputados e senadores tomaram posse em fevereiro.

ACUSAÇÃO
Jaqueline foi filmada, em 2006, recebendo dinheiro de Durval Barbosa, delator do mensalão do DEM do Distrito Federal. Na época, ela era candidata a deputada distrital. A gravação só foi divulgada em março deste ano, quando ela já estava no cargo de deputada federal e admitiu, então, que o dinheiro era para caixa dois de campanha.

Hoje, o PSOL também prometeu apresentar requerimento para inclusão da PEC do voto aberto na pauta do plenário. O partido acredita que o voto secreto foi um dos motivos que levou à absolvição de Jaqueline.

Por Reinaldo Azevedo

31/08/2011

 às 16:03

Líder dos estudantes fascistas chilenos se encontra com os pelegos da UNE no Brasil!

Vocês estão vendo esta gatinha?

camila-vallejo

É “La Pasionaria” do Facebook chileno. Pois é! É a cara mais bela da desordem e do extremismo no Chile, a provar que as mesmas idéias que contribuíram para que o país caminhasse para uma ditadura, há 38 anos, continuam de algum modo vivas. Seus partidários evidenciam que não esqueceram nada nem aprenderam nada. Mas agora dispõem das redes sociais!

Camila Vallejo é a presidente da Federação de Estudantes da Universidade do Chile (Fech) e uma das líderes da chamada “revolta estudantil”, que tem seduzido e comovido tantos jornalistas brasileiros. Como toda esquerdista bonitinha, ela quer ser reconhecida por suas idéias, não pela beleza. Seria diferente com as feias? Acho que não. Mas, ao menos, não se criaria uma relação de oposição entre beleza e bom senso, hehe… O Brasil já teve o enfant gâté do impeachment, Lindbergh Farias, hoje um dos freqüentadores do Cafofo do Dirceu. Beleza é um bem transitório. Feiúra moral é que não tem cura. Camila, vejam vocês, está em Brasília e falou com o repórter Gabriel Castro, da VEJA Online.

Sabem quem a convidou para vir ao Brasil? Os pelegos da UNE. Isso prova a honestidade intelectual de Camila e da UNE. Por quê? Os estudantes chilenos pedem, como ela diz à VEJA Online, o fim do que chamam “modelo neoliberal na educação”. Questão de honra para os valentes: eles só admitem ensino público no Chile. E ponto final! Querem proibir o lucro na educação — esse é um ponto inegociável de sua pauta. E que caminho escolheram para reivindicar isso que consideram “um direito”? A ocupação das universidades e escolas de ensino médio. Estão quase todas paradas há três meses. E, claro!, manifestações violentas de rua.

Atenção! Uma coalizão liderada pelos socialistas governou o país por mais de 20 anos. Sebastián Piñera é o primeiro presidente de centro-direita eleito desde a redemocratização, em 1990. E a extrema-esquerda chilena, que se finge “independente”, com tipos como Camila, deixa claro: “Democracia, sim, desde que os nossos adversários jamais governem”. Atenção! A economia chilena segue sendo a mesma do governo Bachelet; o modelo de educação não mudou; os direitos sociais não sofreram qualquer alteração. Piñera faz, em suma, um governo de continuidade.

Mas a bonitnha e sua turma — agora com a adesão dos sindicatos — decidiram que é hora de mudar tudo. E é uma gente que negocia de um modo curioso. Eles apresentam a pauta ao governo e se negam a sentar para conversar. Consideram que a simples conversa já caracteriza uma rendição. Os cretinos no Brasil estão encantados. Acham que o caminho é esse mesmo. Afinal, se Piñera “é de direita”, então ele merece ser acossado por um bando de fascistas que se auto-intitulam críticos do “neoliberalismo”. Como estupidez pouca é bobagem, nos confrontos de rua, um policial — que já foi identificado — disparou um tiro e matou um estudante. O chefe da polícia foi demitido. Para gente como Camila, é pouco. Um só cadáver não derruba o governo. É preciso ter mais.

O Partido Socialista do Chile acompanha tudo, com apoio crítico. Oficialmente, os estudantes também são hostis ao governo anterior, mas partiram pra porrada foi neste, certo? Imbecilóides no Brasil se encantam com o que consideram um “movimento contra todos os partidos políticos”. Errado! É um movimento contra “toda moderação”, como é típico dos fascistas.

A UNE
Os pelegos da UNE, essa escória que mama nas tetas do dinheiro público, convidou Camila para participar de um ato público no Brasil. Tentam marcar uma audiência da moça com Dilma. Corre o risco de acontecer. Lembrem-se que Lula, o Apedeuta, não foi à posse de Piñera, o que deveria ter feito até como gesto de solidariedade. O Chile tinha acabado de sofrer um terremoto devastador. O Babalorixá não é do tipo que se mete com democratas como o presidente chileno. Ele gosta é de lixos morais como Hugo Chávez. Adiante.

O protesto a favor — os pelegos da UNE só fazem protestos a favor, à diferença da Musa do Extremismo —, em Brasília, com a participação da moçoila, não chegou a reunir 4 mil pessoas. Os promotores falam em 20 mil… O ato marcava — ai, ai… — o fim do “Agosto Verde-Amarelo” (alguém ouviu falar?), uma jornada de mobilizações (que nunca aconteceram) que inclui a apresentação ao governo de uma pauta com 43 reivindicações. Uuuuu!!!

Entre 2004 e 2009, o governo Lula deu à UNE mais de R$ 10 milhões. O congresso da entidade, em 2011, foi financiando com estupendos R$ 4 milhões das empresas estatais. O Planalto decidiu ainda repassar à turma R$ 44 milhões para a reconstrução da sua sede, que terá — atenção! — 13 andares. Como a UNE não tem trabalho o bastante para lotar duas salas, vai acabar realizando a sua verdadeira vocação: viver de aluguel.

Entre as 43 reivindicações apresentadas ao governo, não está, por exemplo, o fim da corrupção ou da impunidade. O tiozinho do PC do B que preside a entidade — já com os primeiros fios de cabelo branco —, um certo Daniel Iliescu (deve ter saudade do comunismo romeno…), explica à VEJA por que os valentes não atacam a corrupção nem pedem CPI. Não é que eles tenham sido comprados,  de jeito nenhum! Ele  esclarece: “Mais do que a UNE ficar defendendo a CPI, o importante é que o Brasil avance em soluções estruturantes, para cobrar dos políticos mais honestidade”.

Ah, bom! Que borra isso quer dizer? Nada! É só papo-furado de um sujeito que lidera uma aparelho que hoje arranca dinheiro dos pobres para… sustentar o próprio aparelho.

Camila, a fascistóide, e Iliescu, o pelego, são também dois picaretas. A moça resolveu botar fogo no Chile porque não aceita dinheiro privado na educação — ou tudo é público ou cinzas! O modelo petista de ensino universitário, via ProUne, promove uma transferência de recursos públicos para mantenedoras privadas como nunca houve na história destepaiz, enquanto o esgoto corre a céu aberto no campus de uma  universidade federal de Garanhuns. Tivesse o dinheiro sendo carreado para instituições de qualidade, vá lá. No mais das vezes, as tais faculdades não passam de cabeças de porco disfarçadas de escola. Os dois vigaristas fazem de conta que ignoram o que acontece no país ao lado.

E por que estão juntos? Porque, de fato, não é a pauta que os reúne, mas a solidariedade política “latrino-americana”… Afinal, eles são dois fascistas de esquerda: um está no poder, a outra ainda quer conquistar; uma tenta incendiar o país; o outro lidera protestos a favor.

Por Reinaldo Azevedo

31/08/2011

 às 14:36

Paulo Bernardo não se lembra de ter viajado em avião de construtora

O ministro Paulo Bernardo (Comunicações) falou hoje à Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado. Insistiu num aspecto de uma nota oficial emitida há dias: não uso avião nenhum em troca de favores oficiais. Disse não se lembrar de ter voado numa aeronave da construtora Sanches Tripoloni. Segue parte do relato de Andreza Matais e Sofia Fernandes, na Folha Online:

O ministro chegou ao Senado cercado por seguranças da Casa. Bernardo demonstrou irritação com os questionamentos que vem recebendo sobre o assunto desde que a revista “Época” revelou que deputados disseram tê-lo visto desembarcar em Brasília num avião da empreiteira. “Há quase 30 dias tenho por diversas vezes respondido sobre essa questão. Na sexta-feira (26) foram seis questionários da imprensa.”

A oposição mencionou o fato de a construção do contorno norte de Maringá, tocada pela Sanches Tripoloni, ter sido incluída no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) quando Bernardo era o ministro do Planejamento no governo Lula. Com isso, a obra ficou livre de cortes orçamentários.

A mulher de Bernardo, a também ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil), esteve na obra durante a campanha eleitoral ao Senado no ano passado, conforme a Folha revelou em julho. O ministro também aparece em fotos na obra ao lado do então diretor-geral do Dnit, Luiz Antonio Pagot, demitido do cargo após denúncias de corrupção no órgão.

A Sanches Tripoloni realiza várias obras públicas no Paraná e em Mato Grosso, com recursos federais. Em julho, a Folha revelou que a consultora Teresinha Nerone, amiga de Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann, trabalhou para convencer o Ministério dos Transportes a reajustar os valores da obra de Maringá.

O ministro afirmou que partiu de uma demanda da bancada do Paraná no Congresso a realização da obra, que é um comitê do PAC quem avalia os obras que serão incluídas no programa e que o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) foi o primeiro a assinar a emenda que destinou recursos ao projeto. “Ele conhece bem Maringá. Tem família lá”, disse Bernardo. O ministro se queixou de tentarem ligá-lo a empreiteira com a história do avião para apontar uma relação “espúria”, como se ele tivesse liberado dinheiro para a obra em troca de pegar “carona em avião”.

“É evidente que a obra é necessária. Eu assinaria 200 vezes se fosse necessário. O que está em questão não é a necessidade da obra, mas seu custo. Mesmo se o viaduto fosse de mármore não custaria o que foi. Se o avião produziu a mágica de multiplicar o contrato da empresa com o governo, há relação promíscua, sim”, afirmou Álvaro Dias. O ministro foi chamado ao Senado para falar sobre o programa de banda larga, mas aceitou responder a questionamentos sobre o uso do avião da empreiteira.

Por Reinaldo Azevedo
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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo (VEJA)

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1 comentário

  • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

    Sr. João Olivi, na FOLHA, saiu uma matéria, que devemos “ ficar de olho” , nos desdobramentos pois, sendo referentes a figuras de alto escalão do governo federal e com dúvidas de simples mortais, é para ficar com “olhos bem abertos “ . Segue trecho : “ Guichê Causou certo mal-estar na Procuradoria-Geral da República a carta na qual Gleisi Hoffmann (Casa Civil) pergunta a Roberto Gurgel se foi lesiva ao erário a operação que lhe permitiu receber R$ 41 mil de multa ao deixar Itaipu, em 2006. Como a PGR não é órgão consultivo, a Gurgel cabe apenas entrar com ação contra a ministra ou arquivar o caso. “. ....” E VAMOS EM FRENTE ! ! ! ....

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