DESCONSTRUINDO A RASA MORAL PROFUNDA DAS ESQUERDAS.

Publicado em 16/09/2011 12:48 e atualizado em 16/09/2011 17:54
Estão preparados para uma viagem um tantinho longa? Vamos lá. Acho que passaremos por paisagens intelectuais, morais e políticas interessantes. Se gostarem, multipliquem o texto por aí.

DESCONSTRUINDO A RASA MORAL PROFUNDA DAS ESQUERDAS. OU: EM NOME DO PAI, DO MEU PAI.

Estão preparados para uma viagem um tantinho longa? Vamos lá. Acho que passaremos por paisagens intelectuais, morais e políticas interessantes. Se gostarem, multipliquem o texto por aí.

Muitos leitores reclamaram da minha suposta severidade na na censura que fiz ao discurso da presidente Dilma Rousseff, naquela solenidade em que ela inaugurou, pela segunda vez, a promessa de construir 6.427 creches. Não há truncamento nenhum no meu texto. Eu escrevi mesmo “inaugurar promessas”, uma categoria de discurso introduzida na política por Luiz Inácio Apedeuta da Silva. Dilma ontem seguiu-lhe os passos até no vocabulário. Chegou a soltar um “nunca antes na história destepaiz”.

Como já demonstrei aqui, seu plano de governo prevê, para este 2011, 1.695 creches. Não vai entregar nenhuma. Mas renovou a promessa de mais de seis mil para daqui a três anos e quatro meses… Então tá. Critiquei a fala da presidente porque ela afirmou, vejam lá, que, “com crianças bem-educadas”, teremos “uma sociedade mais ética.” Esse episódio e um outro ocorrido nesta semana — o Machado de Assis branco na propaganda da Caixa Econômica Federal — contam um pouco do nosso tempo. Na verdade, o que denuncia esse tempo nem são esses acontecimentos em si, mas o silêncio daqueles acostumados a reagir. Essas duas ocorrências são muito mais reveladoras de certo estado de coisas do que notamos à primeira vista. Aqui vou ter de fazer uma digressão que mistura um tantinho de memória pessoal com outro de memória da civilização. Vamos lá.

A digressão
Acho que já contei aqui, mas relembro. Eu andava meio afastado da esquerda — perdido, ou achado, cá em meus pensamentos — em abril de 1982, mas ainda não tinha tido aquele ímpeto do rompimento definitivo, que liberta. Aí veio a “orientação” de fora: deveríamos adotar a palavra de ordem “As Malvinas são argentinas”. As ilhas tinham sido invadidas pelo general Galtieri, numa tentativa de dar sobrevida àquela que foi a segunda ditadura mais sanguinária da América Latina — só perdeu para a cubana: 30 mil mortos e desaparecidos contra 100 mil, caso se considerem todos os que se afogaram tentando fugir do “paraíso” dos irmãos Castro, de onde ninguém podia sair. Confesso, constrangido, que usei aquela tragédia como uma janela: “Desculpem, camaradas! Eu não consigo defender essa porcaria”. Mas o meu rompimento intelectual, moral, ético e até sentimental era anterior. Vi de perto como as coisas funcionavam. O PT existia havia apenas um ano; lá estava o ovo da serpente.

O que pensavam, de fato, aqueles “progressistas” todos sobre o operariado, gente com a qual eu convivia, que havia me dado boa parte da minha memória afetiva? Como aqueles “amigos do povo” veriam, por exemplo, o meu pai operário, suas unhas tingidas de graxa e sua ignorância revolucionária? “Povo”? As esquerdas jamais se interessaram de verdade pelos homens e mulheres que há. Eles são meros coadjuvantes de uma narrativa protagonizada pela elite revolucionária em nome do “homem a haver”. E, para que se construa esse novo tempo, tudo é, então, permitido. Aqueles esquerdistas com os quais convivi dos 14 aos 21 anos eram os herdeiros, intelectuais ao menos, do Lênin que mandara fechar a Assembléia em 1918 porque teria se transformado em instrumento dos reacionários.

O chefão homicida do golpe bolchevique abusou como quis da teoria marxista, mas não neste particular: a concepção de que uma elite intelectual deve conduzir uma classe que nem mesmo tem consciência de seu papel revolucionário é um dos pilares demoníacos do marxismo. O “demônio” entra aqui como uma metáfora. Recorro à imagem porque aí está a justificação do mal — de qualquer mal. Este homem que se define por tudo o que não sabe e por tudo o que não é se torna mero instrumento do ente de razão que vai conduzir a luta: o partido — que será a correia que fará girar o motor da história.

Os homens reais, com seus problemas reais, desaparecem. Na verdade, eles são considerados, muitas vezes, entraves ao correto ordenamento da história. A coletivização da agricultura soviética a partir de 1929, que matou milhões de pessoas de fome, não foi só uma tara stalinista. Era uma exigência do “modelo” de industrialização forçada para “construir o socialismo”, nada que um esquerdista qualquer não pudesse ou não possa ainda hoje justificar moralmente.

Fim da digressão
Faço essa digressão com o propósito de evidenciar que, para os esquerdistas de ontem ou de hoje, um ato, um discurso, uma decisão, uma escolha etc. não têm um valor em si, não se definem pelo conteúdo que encerram. Seu significado depende do uso que o grupo considerado progressista (no passado, dir-se-ia “a classe revolucionária”) possa fazer dele. Como queria o teórico comunista italiano Antonio Gramsci, pai das esquerdas contemporâneas, para um esquerdista, “todo ato é concebido como útil ou prejudicial, como virtuoso ou criminoso, somente na medida em que tem como ponto de referência o próprio Moderno Príncipe e serve ou para aumentar o seu poder ou para opor-se a ele.”

Em Gramsci, como vocês sabem, o “Moderno Príncipe” é o partido. Assim, uma fala tida por “criminosa” na boca, por exemplo, de um tucano ou de um democrata pode ser considerada absolutamente virtuosa se dita por um petista. O mesmo vale para as decisões de governo. Os petistas, só para vocês terem uma idéia, no primeiro mandato de Lula, eram favoráveis à reforma da Previdência para os servidores federais e contra a mesma reforma para os servidores de São Paulo, governado pelo PSDB…

Agora Dilma
Imaginem vocês se FHC estabelecesse uma relação de causa e efeito entre educação formal e apuro ético, como fez Dilma; se sugerisse que pessoas com mais escolaridade se tornam também capazes de ações e de escolhas mais justas. Logo diriam que o “sociólogo da Sorbonne” estaria fazendo pouco caso do Apedeuta; que sua fala era expressão típica da arrogância das elites; que estaria culpando o povo e os pobres pelas lambanças do país. Metralhariam o tucano indagando se os desmandos no governo federal são praticados pelo povo ou pelos bacanas no poder.

O petralha mais espertinho — é aquele que consegue, por algum tempo, tirar as patas dianteiras do chão — esfrega os cascos de satisfação e estala as orelhas: “Pegamos o Reinaldo Azevedo! Aquilo que ele diz que nós faríamos com FHC ele faz com Dilma; se nós estaríamos errados, então ele está”. Não! Podem voltar a coluna à posição original. EU TENHO UM HISTÓRICO NESTE BLOG E FORA DAQUI. Já escrevi dezenas, talvez centenas, de textos NEGANDO essa bobagem de que, por falta de informação ou de educação formal, o povo é incapaz de fazer escolhas morais — ou as faz, mas de modo prejudicado.

Meu pai estudou até o terceiro ano primário. Depois teve de ir pra roça. Mais tarde virou domador de cavalos. Era a pessoa mais honesta que conheci.  Padecendo enormemente no fim da vida, nunca — e nunca quer dizer “nunca” — eu o ouvi reclamar, nem mesmo das dores lancinantes. “Tem gente que sofre muito mais”, ele me disse.  E não encompridou o assunto porque era econômico nas palavras. Escrevo em nome do pai. Do meu pai.  Ele  não era pobre e, por isso, decente. Isso é tara moral de antropólogo vigarista. Era um homem decente, circunstancialmente pobre. A esquerda vagabunda não vai entender isso jamais.

Aquela minha digressão não foi à-toa. Cheguei aos 50 sem perder o fio; penso com começo, meio e fim. Expliquei acima por que repudio a concepção marxista de que uma elite revolucionária é consciência crítica e vanguardeira da massa inconsciente de seu poder revolucionário. Especialmente quando debato segurança pública, trato com verdadeiro asco a tese de que pobreza condiciona atos criminosos e predispõe à violência. Quem quer que expresse esse pensamento na minha presença ouvirá uma severa contraposição. Os petistas, eles sim, operam com um peso e duas medidas, desequilibrando a balança da justiça; eles, sim, aplaudem na boca de uma aliada o que vaiariam na boca de um adversário.

Assim, os orelhudos não me pegaram, não! Eu sempre afirmei que essa sociologice barata, aparentemente piedosa, é preconceituosa. E seus efeitos são os mais deletérios. Tem reflexos nas políticas vagabundas de segurança pública, que evitam o confronto com o crime porque supõem que ele não deixa de ser expressão de uma revolta que, na origem, é socialmente motivada. Tem reflexos na escola, que passa a ser vista como palco de integração social e de vivência comunitária — para os “pobres de ética”, já estaria de bom tamanho —, não como um lugar de ensino e aprendizado, que lida com o saber e com a ciência.

Colei o “apedeuta” ao nome de Lula. Muita gente passou a chamá-lo assim, e isso me rende  a pecha de “preconceituoso”. Tudo o que escrevi está em arquivo. Jamais ousei, porque repudio esta idéia, associar o padrão ético ou moral de Lula, que acho baixo, à sua pouca educação formal. Nunca! Aliás, eu sempre dissociei a sua notável inteligência de sua não menos notável ignorância. De resto, chamo-o “O Apedeuta” não por sua formação escolar, mas porque ele é profundamente orgulhoso de tudo aquilo que ele não sabe. Acho que essa questão ilustra bem esse capítulo. Eu, porque colei no ex-presidente o apelido de “apedeuta”, sou um elitista desprezível; Dilma, que associa apuro ético a educação formal — num governo que teve de demitir quatro ministros sob suspeita de corrupção — é só a mãe severa do povo…

De volta a Machado de Assis
É evidente que eu não acho que há racistas no comando da área de marketing da Caixa Econômica Federal ou da agência que produziu aquele filme em que o nosso maior escritor, sabidamente mestiço, parece um ariano. Eu até tomo bastante cuidado com isso porque sei o quanto apanho por ser um defensor da Constituição e me opor às cotas. Recomendo, se me permitem, o texto que escrevi ontem sobre o tema sobre o tema. Até identifico ali um tipo de racismo que chamo “de segundo grau”, que é aquele que tenta impor aos pretos uma agenda, como se eles não fossem livres para fazer suas escolhas. Não acho que a peça seja racista. É uma acusação exagerada. Mas é, quando menos, ignorante e frauda uma verdade factual. Numa peça publicitária que apela à história, é inaceitável. Se não foi ainda tirada do ar, tem de ser. Que seja refeita!

O meu ponto é outro. Pergunto por que a Secretaria da Igualdade Racial, por exemplo, não protestou. Fico cá imaginando qual seria a reação de algumas ONGs fosse essa uma propaganda de um “governo adversário” ou mesmo de alguma instituição bancária privada. Notaram? De novo, voltamos àquela questão do conteúdo: o que seria considerado criminoso nos “adversários” é, quando menos, aceitável nos aliados. A CEF não tem de se abespinhar. Tem mais é de reconhecer o erro. Esse é o governo que tentou censurar Monteiro Lobato. Decidiu-se colar na obra — depois houve um recuo — uma espécie de tarja de advertência. Não dá para ignorar, igualmente, que o governo federal aplica uma agressiva política de cotas raciais nas universidades federais, com requintes de estupidez em certas instituições, a exemplo da seleção “racial” por fotografia da UnB  — não sei se em vigor. E, ainda que nada disso existisse, há o fato: Machado de Assis não era branco. Ponto. O fato de o nosso maior escritor ter sido um mestiço, aclamado ainda em vida numa sociedade escravocrata, diz muito de nossa história e de nossa identidade.

Vou encerrando…
Eu abandonei a esquerda, entre outros motivos, porque deixei de me interessar pela humanidade como um projeto. Eu me ocupo de homens reais, por sua história, por sua individualidade, por suas diferenças, por seus traços particulares. Tenho verdadeiro horror ao aparelhamento a que os esquerdistas, especialmente o PT hoje em dia, submetem as chamadas “lutas populares” ou de segmentos da sociedade, sejam os sindicatos, sejam as chamadas minorias. Tudo se converte, no fim das contas, em mero discurso ideológico, destinado a exaltar a igualdade como uma abstração. Não exalto nem  satanizo “o povo” porque nem mesmo reconheço a existência dessa “entidade” — há muitos “povos” dentro de um povo.

Denunciar e desfazer a falácia de que certas forças políticas têm o monopólio do bem, pouco importando o que digam ou façam, é essencial. Trata-se, em última instância, de reafirmar o princípio da democracia. Se concedemos a uma corrente política ou a um indivíduo a certidão prévia da virtude, pouco importando o que eles digam ou façam, estamos escolhendo o caminho da nossa servidão.

E eu acho que é preciso dizer: “Não, vocês não podem!”

Por Reinaldo Azevedo

Preparo físico

Cresce entre deputados ligados à agricultura a insatisfação com a gestão de Mendes Ribeiro. Acostumados com Wagner Rossi, dizem que Mendes é menos acessível e mais lento na resolução das demandas dos estados. Mendes reconhece a existência de insatisfeitos, mas justifica:

– É uma questão de preparo físico. Estou recebendo de vinte a trinta deputados por dia. É claro que não dá para agradar todo mundo.

Por Lauro Jardim

Os movimentos de Aldo

Enquanto os concorrentes realizam almoços e jantares para angariar apoio na campanha pela vaga no TCU, Aldo Rebelo segue tom bem mais discreto. Marca conversas individuais, conquista votos fazendo “trabalho de formiguinha”.

E Aldo tem motivos para acreditar na estratégia: quando virou presidente da Câmara – entre 2005 e 2007 –, percorreu exatamente o mesmo roteiro de discrição. Ciente dos adversários que tem na disputa, ele mantém discurso franciscano:

– É uma questão de estilo. Mas não meto medo em ninguém e nem é para ter medo.

Por Lauro Jardim
Blairo Maggi no PSD?

Blairo Maggi foi convidado ontem a ingressar no PSD de Gilberto Kassab. Descontente com a nova fase – independente mais nem tanto – do PR em Brasília, ele prometeu pensar no convite, feito pelo presidente da Assembleia de Mato Grosso, José Riva. Blairo diz que vai conversar com Kassab ainda nesta tarde sobre a proposta:

– O Kassab vai me ligar ainda hoje. Pode colocar aí que estamos namorando.

Por Lauro Jardim

Capitania hereditária - Lacerda, prefeito de BH do PSB e candidato à reeleição com apoio de tucanos e petistas, manda STF plantar batatas

Por Fábio Fabrini, no Globo:
O prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), avisou nesta quinta-feira que não vai exonerar o filho, Tiago Lacerda, de cargo na prefeitura , após inquérito do Ministério Público de Minas concluir que a nomeação foi irregular. Alegando que o filho chegou ao posto por um “processo natural de liderança”, Lacerda disse que, caso se sinta mal com a situação, ele pode até pedir demissão. Mas, por ora, aguardará definição da Justiça sobre o caso.”Sem nenhum problema (ele fica). Em algum momento, se achar que está se sentindo desconfortável com essa pressão, pode resolver sair.”

Como O GLOBO adiantou, a Promotoria de Defesa do Patrimônio Público ajuizará ação contra a prefeitura pedindo a anulação da portaria de Lacerda que nomeou Tiago presidente do Comitê Executivo da Copa, que coordena ações e representa o município sobre obras e preparativos do evento. De acordo com a investigação, para burlar a Súmula do Supremo Tribunal Federal (STF) que proíbe o nepotismo na administração pública, Tiago assinou um termo de trabalho voluntário, abrindo mão do salário.

Para os promotores, a atividade desempenhada, de um “supergerente”, extrapola as situações previstas na lei federal do voluntariado. Além disso, o decreto municipal que criou o comitê não prevê a participação de pessoas sem vínculo com a prefeitura, como é o caso de Tiago. Aqui

Por Reinaldo Azevedo

Deputados do PMDB reclamam dos superpoderes de Sarney

O Fórum Nacional do PMDB, realizado nesta quinta-feira em Brasília, foi marcado pelo constrangimento da bancada do partido na Câmara por causa da nomeação do novo ministro do Turismo, Gastão Vieira . Os deputados não esconderam a insatisfação com o enfraquecimento da bancada ao atribuírem à força do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), a indicação do novo ministro do Turismo.

A avaliação era que a bancada foi desprestigiada ao não emplacar um nome com trânsito em todos os setores do partido. De forma reservada, muitos reconheceram que a nomeação de Gastão contrariou o próprio líder da bancada, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que havia insistido na indicação de Marcelo Castro (PMDB-PI) e Manoel Junior (PMDB-PB), vetados por Dilma porque não passaram no teste da “ficha limpa”.

“O Planalto está com má vontade com o nosso líder. O desfecho foi ruim porque aumentou o fosso entre o Planalto e Henrique”, lamentou o vice-líder do governo no Congresso, Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA). “A bancada da Câmara foi atropelada pelo Sarney. Ele assumiu o papel de líder”, reclamava nesta quinta-feira um vice-líder do PMDB.

Por Reinaldo Azevedo
Novo ministro viu “corrupção sem paralelo” no mensalão

Por Felipe Coutinho e Fernando Mello, na Folha Online:
O novo ministro do Turismo, Gastão Vieira (PMDB), classificou em discursos feitos na Câmara o esquema do mensalão como um caso de corrupção “sem paralelo” na história brasileira. Vieira tomará posse hoje em substituição a Pedro Novais, que deixou o cargo depois de a Folha revelar que ele usava funcionários pagos com dinheiro público em atividades particulares. Em 2005, quando estourou o mensalão, Vieira era deputado pelo PMDB do Maranhão e integrou a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investigou o caso.

Enquanto a cúpula petista e o então presidente Lula se esforçavam na tentativa de desqualificar o escândalo, o novo ministro foi à tribuna dizer que o mensalão era um caso “deliberadamente e estrategicamente” montado para comprar deputados. As declarações, que passaram despercebidas, podem gerar constrangimento com a chegada de Vieira à Esplanada dos Ministérios. Em fase final de instrução, o processo do mensalão mobiliza intensamente o PT, partido do governo. A expectativa é de que o julgamento ocorra em 2012, ano das eleições municipais. Vieira citou o escândalo do mensalão em ao menos seis discursos no plenário da Câmara, entre 2005 e 2009, quando o PMDB já era o principal partido de sustentação do governo do PT. Aqui

Por Reinaldo Azevedo
Substituto de Novais recebeu doação de empresa acusada de fraudes

Por Vannildo Mendes e Marta Salomon, no Estadaão:
Além de maranhense e membro antigo do PMDB, Gastão Vieira tem outros pontos em comum com o deputado Pedro Novais, a quem sucedeu no Ministério do Turismo. Os dois são apadrinhados do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e figuram na lista de presentes do empreiteiro Zuleido Veras, dono da construtora Gautama, pivô do esquema de desvio de dinheiro público desmantelado em maio de 2007 pela Operação Navalha.

Apreendida pela Polícia Federal, a lista contém mais de 200 nomes de políticos e autoridades, entre as quais Sarney e sua filha, a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), ministros de Estado e até membros do Tribunal de Contas da União. Gastão recebia também ajuda de campanha do empreiteiro. Na eleição de 2006, sua prestação de contas à Justiça eleitoral registra uma doação de R$ 40 mil.

Na Operação Navalha, foram presas 74 pessoas, entre elas parentes do então governador do Maranhão, Jackson Lago, e até um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. O escândalo derrubou o então ministro de Minas e Energia Silas Rondeau, um apadrinhado de Sarney. O novo ministro alega que, à época, Zuleido era considerado idôneo e sua empresa não figurava no noticiário de escândalos. Aqui

Por Reinaldo Azevedo
A que ponto chegamos! Cotado para pasta vai ao Planalto se explicar e diz não ser assassino

Por Vera Rosa, no Estadão:
Preterido na disputa pelo comando do Ministério do Turismo, o deputado Manoel Júnior (PMDB-PB) foi ontem ao Palácio do Planalto para dizer que é um político ficha-limpa. Munido do relatório da CPI dos Grupos de Extermínio, Júnior procurou o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e jurou nunca ter mandado matar ninguém. “Isso tudo é calúnia do deputado Luiz Couto, do PT”, afirmou Júnior, numa referência a seu adversário, que foi relator da CPI de 2003 a 2005.

Depois de horas de impasse na busca de um substituto para Pedro Novais, a presidente Dilma Rousseff chegou a examinar, na quarta-feira, o nome de Júnior para o cargo. Foi informada, porém, que havia denúncias de seu envolvimento com assassinatos na Paraíba e em Pernambuco. Aqui

Por Reinaldo Azevedo
Protecionismo no setor automobilístico e o risco do jumento chifrudo

Imaginem um cruzamento ideal entre a vaca e o jumento: o híbrido seria exímio para puxar carroça e ainda daria litros de leite. Mas e se acontecesse o contrário: nem dar leite nem servir para a tração? Seria só um jumento com chifres!  É o que costuma acontecer quando uma economia aberta (ou quase) adota medidas para proteger um determinado setor, sob o pretexto de proteger empregos nacionais ou sei lá o quê.

O governo anunciou nesta quinta que vai elevar em 30 pontos percentuais o IPI de carros e caminhões que não cumprirem as novas exigências estabelecidas pelo governo: as montadoras vão ter de utilizar ao menos 65% de conteúdo nacional ou do Mercosul nos veículos, investir em pesquisa etc. — há 11 requisitos; para que não haja o aumento, será necessário cumprir pelo menos 6.

“É uma medida que garante a expansão dos investimentos no Brasil, o desenvolvimento tecnológico e a expansão da capacidade produtiva no Brasil”, afirmou Guido Mantega. É mesmo? Era o que se dizia no tempo de um clássico do protecionismo, que fez milionários e deixou o Brasil nas cavernas: a chamada Lei da Informática, de triste memória. Pode acontecer o contrário do que diz Mantega: novas empresas desistem de investir no Brasil; as que já estão aqui aproveitam para aumentar o preço e não se vêem obrigadas a concorrer; o lucro é garantido, e o brasileiro passa a pagar caro por carro meio vagabundo… É o jumento de chifres.

É evidente que o governo decidiu escolher mais um setor para “proteger”. Por que não os outros? A rotina para responder ao desequilíbrio macroeconômico será, então, essa, revestindo a concessão de privilégios de interesse estratégico? O presidente da Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotoras (Abeiva), José Luiz Gandini, fornece uma informação importante. Ele não tem motivos para gostar da medida, é evidente, mas dado é dado: em 2010, foram comercializados 120 mil carros estrangeiros num mercado de 2,5 milhões de automóveis — 4,8% do total apenas.

Mantega e o ministro Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia) alegaram que isso vai proteger os empregos brasileiros etc e tal. É um argumento clássico do protecionismo, não é? O fato é que o que está exportando empregos é o câmbio. Mercadante, grandiloqüente como sempre, afirmou que quem quiser se aproveitar do mercado brasileiro vai ter de investir aqui: “Mesmo porque, lá fora, não tem muitas opções”.

Vamos ver. De imediato, uma coisa é certa: o consumidor vai pagar o pato. E também vai se dar mal aquele setor da economia que investiu no mercado de carros importados segundo as regras então vigentes. Se os empregos vão ser mesmo protegidos, o tempo dirá. Medidas semelhantes, em outros momentos, só geraram atrasos e alimentaram pançudos. Nem leite nem tração. Só jumento de chifres.

Por Reinaldo Azevedo
Sugestão de slogan para o movimento a favor do Voto Distrital

Apóie o Voto Distrital. Zé Dirceu é contra!

Por Reinaldo Azevedo
O estado da arte do “toma-lá-dá-cá”: Dilma afirma que PMDB é “fundamental” ao governo

Por Sandro Lima, do G1:
Em discurso durante o Fórum Nacional do PMDB nesta quinta-feira (15), em Brasília, a presidente Dilma Rousseff afirmou que o PMDB é um partido “fundamental” para o seu governo. “Nossa parceria se fortalece no relacionamento profícuo e de confiança que eu tenho com o meu vice-presidente Michel Temer”, disse.

Dilma exaltou a “lealdade” do vice-presidente da República, Michel Temer. “Esse relacionamento estreito tem me mostrado como Michel Temer exerce sua função com eficiência no governo e lealdade tanto no trabalho nas questões próprias do governo como nas articulações políticas”, afirmou a presidente.

A relação entre a presidente da República e o PMDB, principal partido da base aliada ao governo, tem sido objeto de discussão entre governistas. Desde o começo da gestão, três ministros do PMDB deixaram seus cargos: Wagner Rossi, da Agricultura, Pedro Novais, do Turismo e Nelson Jobim, da Defesa - os dois primeiros após denúncias de irregularidades; Jobim após criticar colegas de ministério.

A definição por Gastão Vieira, em substituição a Pedro Novais no Turismo, se deu após reunião com Temer.

“Ação firme”
No evento, Dilma também agradeceu o apoio e a “ação firme” das bancadas do PMDB na Câmara e no Senado e pediu que o partido a ajude na aprovação de projetos de interesse do governo no Congresso. De acordo com a presidente, a “parceria” com o PMDB deu “passos decisivos” nos oito primeiros meses de governo.

Dilma ainda afirmou não aprovar governos com partido único. “Muitos consideram mais fácil governar com um partido único. Em nosso país essa não é a maneira que nós gostamos, não é uma maneira democrática de governar. Nós somos um governo de coalizão”, disse a presidente. Segundo ela, a formação de uma coalizão representa uma maneira democrática de governar.

Diretrizes
A presidente elogiou o PMDB por ter escolhido como temas prioritários para as eleições de 2012 a melhoria da saúde, da educação e da segurança pública, bem como o respeito ao meio ambiente. “Os prefeitos do PMDB e aqueles que vierem a ser eleitos em 2012 saberão, e sabem hoje, que saúde, educação e segurança são temas fundamentais do meu governo”, afirmou a presidente.

No discurso, Dilma fez um resumo das realizações de seu governo e também tratou de questões econômicas. Ela voltou a dizer que o país está mais forte para enfrentar turbulências econômicas e que a melhor maneira de enfrentar a crise é continuar “crescendo e distribuindo renda”.

Por Reinaldo Azevedo
Serra contesta, nos mínimos detalhes, proposta petista de reforma política

Por Vandson Lima, do Valor:

Relator da proposta de reforma política na Câmara dos Deputados, o deputado federal Henrique Fontana (PT-RS) parece ter encontrado fora do parlamento alguém tão disposto quanto ele a discutir todas as minúcias da proposta. Fontana e o ex-governador de São Paulo, José Serra (PSDB), têm trocado longas mensagens, postadas em seus sites, sobre o tema.

A primeira iniciativa foi de Serra. Instigado pelo noticiário, postou no fim de agosto uma crítica a vários pontos da proposta defendida por Fontana, em texto intitulado “Reforma política: relator do PT quer trocar o ruim pelo pior”. O deputado então escreveu uma longa mensagem endereçada ao ex-governador, dizendo ter lido com atenção suas considerações e respondendo, ponto a ponto, os comentários de Serra. Hoje, Serra se deu direito à réplica. Publicou toda a mensagem de Fontana em sua página, acrescentando suas críticas ao original a cada item abordado.

Candidato à Presidência da República derrotado em 2010, Serra foi especialmente crítico à proposta de distribuição dos recursos de um fundo de campanha entre os partidos, na qual 80% dos recursos seriam destinados às legendas de forma proporcional aos votos dos recebidos na última eleição para a Câmara. “É curioso que esta proposta venha à tona quando seus maiores beneficiários, por terem atualmente as maiores bancadas, sejam o PT e o PMDB, principais partidos da base aliada do governo. Não basta o fato de que a distribuição do tempo de TV já siga esse critério?”, argumentou Serra, para quem tal mecanismo dificulta o surgimento de novas forças políticas.

Serra é partidário da adoção do voto distrital uninominal nas eleições municipais já em 2012, como caminho para a futura adoção do voto distrital misto em nível nacional. ( Valor)

Para ler os argumentos de Serra e de Fontana, clique aqui

Por Reinaldo Azevedo
Cadê o novo artigo de Coimbra contra o voto distrital? Só por meio deste blog, ele conseguiu até agora quase 2.500 assinaturas! Vamos lá, valente!


Cadê o novo artigo de Marcos Coimbra contra o voto distrital? O sobrinho postiço de Collor, que agora se converteu à esquerda, mostrou-se um propagandista e tanto do sistema. Só hoje, entre 7h55 e 17h35, migraram daquele post em que o contesto para a página Eu Voto Distrital 1.511 pessoas. Já escrevi um post a respeito. Pois bem, das 17h35 até agora, outras 938 fizeram a mesma coisa. Ou seja: com a sua clarividência e fineza de argumentos no ataque ao voto distrital, Coimbra ajudou a conquistar 2.449 assinaturas para a causa nesta quinta-feira. Refiro-me àqueles que chegaram lá por meio do blog. Há outros caminhos.

O Voto Distrital precisa de outros inimigos como Marcos Coimbra, que sustentem a mesma tolice que ele sustentou, a saber: que isso é coisa “da direita”. Milhares de pessoas já perceberam que é coisa de gente direita. Ora, se José Dirceu é contra, há uma possibilidade de ser coisa boa. Se Coimbra é contra, há uma possibilidade de ser coisa boa… Aliás, sugiro à turma que cuida da página que adote uma slogan: “Apóie o Voto Distrital. Dirceu é contra”.

Essa história de atrelar o voto distrital a uma ideologia em particular é uma farsa, um truque sujo, uma vigarice intelectual. Cria-se uma falsa questão para ignorar a questão essencial, uma prática muito típica dos fascistóides.

Por Reinaldo Azevedo
Como antes na história “destepaiz” - Dilma promete de novo construir creche com saliva. Só neste 2011, ela ficará devendo 1.695 unidades!


Espalhem, façam um obséquio à verdade, estas informações.

Naquela solenidade em que Dilma estabeleceu uma relação de causa e efeito entre a educação formal e a ética — como se faltasse escolaridade aos nossos aéticos, em vez de vergonha na cara —, a presidente anunciou a construção de 6.427 creches até 2014. DE NOVO, SOBERANA?

Estava ao lado de Fernando Haddad, ministro da Educação, o maior inaugurador de universidades de papel do mundo. Dilma repetiu o bordão do antecessor: “Nunca antes da história destepaiz…” etc.

Dilma não repete, nesse particular, apenas o bordão do antecessor, mas também o vício de fazer solenidades para inaugurar intenções — a promessa das creches não é nova. No plano de governo para 2011 estão previstas:
- 1.695 creches;
- 3.288 quadras esportivas em escolas;
- 723 postos de policiamento comunitário;
- 2.174 Unidades Básicas de Saúde;
- 125 UPAs.

Disso tudo, o que saiu do papel e da saliva? Nada! O que Dilma fez nesta quarta foi reafirmar uma promessa, que não está sendo cumprida.  E o mesmo vale para o resto. É compreensível que os petralhas fiquem chateados comigo, né? Eu não quero que gostem de mim. Se pudessem contestar os números e os dados, aí, sim, prestariam para alguma coisa.

É o mesmo padrão do “Minha Casa Minha Vida?” No dia 11 de junho, quando Dilma lançou a segunda etapa do programa, fiz algumas continhas, a saber:
“A presidente Dilma Rousseff segue a rotina de seu antecessor de inaugurar papel, vento e intenções, mas ganha o noticiário porque, afinal, com as exceções de praxe, a imprensa oscila entre o bom negócio e a ideologia rasteira. A presidente lançou hoje a segunda fase do programa Minha Casa, Minha Vida e prometeu MAIS dois milhões de casas até 2014.
Se prometeu mais dois milhões, já deveria ter entregado o primeiro milhão, certo?, aquele que vem do “Minha Casa, Minha Vida 1?. Entregou? Não! Números consolidados do TCU indicam que foram efetivamente construídas 238 mil casas. Assim, a presidente soma 2 milhões de unidades a um déficit (dada a promessa) de 762 mil. Até 2014, pois, tem de construir 2,762 milhões de casas. Será preciso multiplicar o que se fez até agora por 11,61. É uma piada!

Qual é o truque? Na sua sanha por inaugurar papel, o governo diz que houve a “contratação” para a construção. Huuummm, até aí… No papel, poderiam logo contratar 7 milhões de casas e dar por liquidado o déficit habitacional brasileiro.A conta é simples. O “Minha Casa, Minha Vida” foi lançado em março de 2009. Em 27 meses, foram construídas 238 mil casas. Faltam, considerando a nova promessa, 2,762 milhões. Dado o atual ritmo, uma regra de três simplesinha aponta que serão necessários mais 313,34 meses para construir o resto. Como cada ano segue tendo 12 meses, levará 26 anos, de agora em diante, para Dilma cumprir o que prometeu.”

Encerro
É inútil me atacar. Cadê as creches? Cadê as casas? Cadê as quadras? Cadê as UPAs?

Por Reinaldo Azevedo
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Blog Reinaldo Azevedo

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