FACULDADE DE DIREITO DA USP PROTAGONIZA ATO INÉDITO DE VIOLÊNCIA IDEOLÓGICA. E professor declara ter sentido “tesão”!!!

Publicado em 01/10/2011 12:11 e atualizado em 10/03/2020 08:19
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FACULDADE DE DIREITO DA USP PROTAGONIZA ATO INÉDITO DE VIOLÊNCIA IDEOLÓGICA. E professor declara ter sentido “tesão”!!!

Um ato de violência asqueroso foi cometido ontem na Faculdade de Direito da USP contra o ex-diretor e atual reitor da universidade, o competente João Grandino Rodas. A congregação da São Francisco, incitada por Antonio Magalhães Gomes Filho, atual diretor, aprovou uma moção declarando Rodas “persona non grata”, conforme proposta feita pelo notório professor Sérgio Salomão Shecaira, de quem já falei algumas vezes neste blog (e a quem voltarei). O reitor tem um grande defeito para a militância: é competente e não é um desses que ficam fazendo discurso esquerdopata só para ser simpático.

O Estadão traz a história na edição de hoje, contada, visivelmente, segundo a ótica dos inimigos do reitor. Carlos Lordelo, que assina o texto, chega a se referir a uma “autorização dada em 2007 por Rodas, então diretor, para que policiais entrassem no local para prender grevistas.” Isso nunca aconteceu. Basta ler o arquivo do Estadão. A faculdade tinha sido invadida por representantes do MST, da UNE, dos sem-teto e outros movimentos numa tal “Jornada da Educação”. Era gente estranha à instituição, não alunos “grevistas”. Ninguém foi preso. Em editorial, o jornal classificou a ação de “exemplar”.

Gomes Filho sucedeu Rodas na direção e decidiu desconstruir a gestão anterior. A lista da birra — que é ideológica — é grande. Os dois entraram em confronto. Até aí, é péssimo, mas vá lá. Ocorre que o atual diretor decidiu recorrer à galera, às massas. Acha que, se estiver em maioria — ao menos a maioria da minoria barulhenta —, então é porque tem razão. Rodas, vejam que homem mau!, modernizou o currículo da São Francisco, contratou professores e diminuiu o número de alunos por sala. Isso obrigou a que parte do acervo da biblioteca — apenas parte — tivesse de ser transferido para um prédio anexo, abrindo espaço aos estudantes. Seu sucessor reverteu a decisão.

Rodas, a exemplo do que se faz nas principais universidades do mundo, decidiu reformar duas salas especiais com recursos vindos de doadores: o advogado Pinheiro Neto e a família de Pedro Conde, ambos ex-alunos da escola. A contrapartida seria batizá-las com seus respectivos nomes. A decisão foi revertida. A reitoria da USP determinou a suspensão de salário de funcionários grevistas. Gomes Filho mandou pagar. Vale dizer: Rodas fez a São Francisco andar para a frente; seu sucessor, para trás.

A violência e a demagogia
Rodas expôs num relatório os problemas; o diretor respondeu. Desagradável? Sim, mas vá lá. O que se deu ontem, no entanto, ultrapassa todos os limites do aceitável. Por sugestão do professor Shecaira — volto a ele daqui a pouco —,  a congregação aprovou uma moção declarando o reitor, ex-aluno e ex-diretor da escola (que fez por ela o que sucessivas gestões não conseguiam fazer), “persona non grata”. Isso quer dizer que eles não aceitam mais que ele pise da faculdade que, em última instância, dirige. Reuniram-se numa espécie de “Comuna da São Francisco” para declarar a sua independência.

Abusando da retórica supostamente condoreira, que iria bem nas arcadas, mas que é só vulgaridade demagógica, o que é péssimo, bradou Gomes Filho: “Declaramos persona non grata um diretor que fez a polícia invadir a Faculdade de Direito”. Invadir uma ova! Isso na boca de um especialista em direito é um absurdo! Uma universidade é autônoma, mas não é um país independente. As leis continuam a valer ali dentro, especialmente numa faculdade de direito. Invasores eram os grupos estranhos à instituição que a tomaram e impediam o seu funcionamento. E o homem seguiu adiante: “Como é que na República existe uma autoridade que nem é eleita, é escolhida — e a gente sabe como ele foi escolhido — e se julga nessa condição?” A lei faculta ao governador de Estado escolher o reitor. O diretor daquela que já foi a faculdade de direito mais importante do país não reconhece o império da lei? E o que quis dizer com “a gente sabe com ele foi escolhido”? A rigor, o governador nomeia quem quiser. A praxe é receber uma lista tríplice. José Serra escolheu Rodas, que era o segundo.

Encantado com suas próprias tolices, o diretor comparou a gestão de Rodas à ditadura militar e convidou os alunos a cantar a música “Apesar de Você”, de Chico Buarque. A isso chegamos! Acho que já está bem caracterizado, até aqui, quem é Rodas e quem é Gomes Filho. De fato, nem na ditadura a São Francisco declarou alguém  “persona non grata”. Quem são mesmo os ditadores de hoje?

Campanha ilegal em favor do PT
O problema dessa gente toda com Rodas é que ele não é petista. E a prática dos petistas é a eliminação do adversário, nem que seja por meio de um simbolismo —  como declará-la persona non grata. Magalhães permitiu, no ano passado, que a Faculdade de Direito da USP fosse usada num ato em favor da candidatura de Dilma Rousseff à Presidência. Uma das estrelas do evento foi justamente o professor Shecaira,  que ontem se referiu à moção contra Rodas nos seguintes termos: “Hoje é um dia memorável. Tive o tesão de propor à congregação que essa prerrogativa de persona non grata fosse dada ao Rodas.”

Entenderam? Ele teve “tesão”! Essa é a linguagem que certos professores passaram a falar na São Francisco. Um esquerdista tendo “tesão” de agredir um inimigo? Eu não duvido disso, não! Aliás, eu acho que ele estava mesmo falando a verdade. Terá seu terno saído intacto? No próximo post, trato daquela patuscada.

Como vocês lerão — ou se lembrarão —, a faculdade impediu Helio Bicudo de ler um Manifesto em Defesa da Democracia nas dependências da instituição. Teve de fazê-lo na rua, do lado de fora. Nem mesmo um mísero aparelho de som lhe foi cedido. Dias depois, Shecaira comandou, de dentro da São Francisco, CONTRARIANDO A LEI, um ato de apoio a Dilma.

Eis aí essa gente na sua inteireza: aos amigos, tudo, menos a lei. Aos inimigos, nada; nem a lei!

Por Reinaldo Azevedo

AINDA A SÃO FRANCISCO - Como atua o pelotão de fuzilamento petista

(Leia primeiro post abaixo)

No dia 9 de outubro do ano passado, publiquei aqui um post sobre a campanha eleitoral ilegal feita nas dependências da São Francisco, sob o olhar cúmplice do diretor Antônio Magalhães Gomes Filho. Chamava-se “O funk-funk filosófico-liberticida de Marilena Chauí”. O animador de auditório foi Sérgio Salomão Shecaira, que pensa torto não faz tempo. Vale a pena ler. Aí está uma evidência de como esses valentes entendem o exercício do direito numa faculdade de direito:

Um ato de apoio à candidatura da petista Dilma Rousseff ocorrido ontem na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, no Largo São Francisco, dá conta da democracia e da imprensa que os petistas querem para o Brasil.

Liderada pelos professores Marilena Chaui (filosofia) e Dalmo Dallari (direito), a manifestação foi escancaradamente ilegal. A Lei Eleitoral veda expressamente, sem qualquer ambigüidade, o uso de prédios públicos para fins eleitorais ou partidários. Então se recorre à trapaça: a chamada Sala dos Estudantes foi requisitada para a suposta “reunião de um grupo de estudo”. Não obstante, Chaui, Dallari e outros professores da faculdade se revezaram na defesa da candidatura Dilma, nos ataques ao tucano José Serra e, principalmente, à imprensa, aquela que Franklin Martins quer controlar. Que retrato melhor se pode obter do petismo senão uma manifestação ilegal de professores de direito numa faculdade de direito?

Marxilena Chaui, a Tati Quebra-Barraco do marxismo, da filosofia e da fusão do pensamento de Spinoza com o pragmatismo de Delúbio Soares, mandou ver no seu funk-funk filosófico-liberticida. Num país academicamente sério, esta senhora teria desaparecido junto com a desconstrução que José Guilherme Merquior fez do “seu” livro “Cultura e Democracia”, que ele demonstrou pertencer, em grande parte, a Claude Lefort. Mas ela seguiu impávida, escrevendo artigos semanais para os jornais,  em especial para a Folha, que abria e ainda abre espaço para esses “inteliquituais”.

Segundo um site da patota, “Marilena Chaui defendeu que lideranças de esquerda e do PT deixem de atender jornalistas da imprensa convencional, em uma espécie de boicote a pedidos de entrevista. ‘Para defender a liberdade de expressão, é preciso não falar com a mídia’, propõe Marilena Chaui. Ela acredita que a mídia dá espaço para figuras do partido e de movimentos sociais apenas para ‘parecer plural’, mas promovendo um ‘controle de opinião’ sobre o que é publicado.”

Não se animem, leitores! Isso não vai acontecer. Esquerdistas não podem ver um microfone ou um gravador. Falam pelos cotovelos. Um dos alvos do ataque da turma foi o suprapartidário Manifesto em Defesa da Democracia, com quase 80 mil assinaturas, lançado, diga-se, em frente à faculdade, não dentro dela - os petistas não permitiram! Na “democracia deles”, um ato suprapartidário não pode ter lugar dentro da faculdade; já uma patuscada que faz a defesa oblíqua da censura e de uma candidata à Presidência pode!

Marilena foi além - porque ela sempre vai. Segundo disse, a eleição não pode se transformar num “plebiscito sobre o aborto”. Plebiscito? O tucano José Serra é contra a legalização. Então quem é a favor? Só pode ser a sua adversária, aliada de Marilena: Dilma Rousseff. Marxilena sempre é muito divertida.

No tal site de esquerda de onde extraio aquela magnífica fala de Marilena, escreve um sujeitinho: “Recentemente, Reinaldo Azevedo, colunista da Veja, assumiu a posição para a imprensa como partido de oposição no país.” Ai, ai… “Assumiu a posição para a imprensa!!!” Eu não sei qual analfabetismo deles é mais saliente: o moral, o profissional ou o literal.

O autor alude a uma afirmação minha, feita durante debate no Clube Militar. Contestando, então, a bobagem de Lula segundo a qual a imprensa era um partido, ironizei - e minha fala está gravada: “Se bem que, em certo sentido, ele tem razão; a oposição no governo Lula foi tão mixuruca, que coube à imprensa a tarefa de defender os Artigos 5º e 220 da Constituição”. E afirmei que, dadas as muitas vezes em que o governo Lula os transgredia ou tentava transgredi-los, a defesa que a imprensa fazia da Constituição não deixava de ser uma espécie de oposição. Ou seja: eu estava contestando Lula, ironizando Lula e combatendo os arreganhos autoritários de Lula. Como é que um esquerdistazinho, um discípulo da professora do funk-funk liberticida registra isso? “Reinaldo Azevedo afirmou que a imprensa é um partido”. “Eles” querem mudar a imprensa para começar a trabalhar com o modelo de precisão que exibem em suas reportagens. A besta ao quadrado sabe muito bem o que foi que eu falei. Mas ele não tem compromisso com o fato, e sim com a sua “tarefa”.

À Folha, o professor de direito penal da USP Sérgio Salomão Shecaira afirmou que se tratou de um “ato pró-Dilma, não algo antiimprensa”. E emendou: “Atacamos bastante o PSDB, como resposta ao ‘Manifesto em Defesa da Democracia’, lido em frente à faculdade há algumas semanas”. Shecaira, como se nota, confessa a clara transgressão à Lei Eleitoral. Basta agora o PSDB acionar os meios legais competentes. A confissão está aí.

Já dei algumas chineladas lógicas nesse Shecaira - uma delas está  aqui. Este senhor é autor de uma tese estupenda. Em 2007, ele andou enroscando com a política de segurança de São Paulo. Afirmava esse Colosso de Rhodes da lógica que era um absurdo o estado ser aquele que mais prende bandidos se é um dos que têm os menores índices de homicídio do país. Ao doutor em direito penal, com currículo para 400 talheres, não ocorreu que onde ele via contradição havia relação de causa e efeito. Shecaira é daqueles que se negam a reconhecer que haver mais bandidos na cadeia implica menos bandidos matando na rua. Ele ainda tentou espernear afirmando que a redução dos homicídios em São Paulo se devia ao Estatuto do Desarmamento, à diminuição do desemprego etc. Só não explicou por que, então, efeito semelhante não se registrou em outros estados. No Nordeste, houve aumento do número de homicídios.

Assim são muitos dos nossos “acadêmicos”: com a ética de Marilena, o amor pelo estado de direito de Dalmo Dallari e a lógica cristalina de Shecaira. E todos lá, desrespeitando a lei e violando o estado de direito numa faculdade de direito  - em nome, claro, dos desígnios mais sublimes do povo, que eles conhecem, no máximo, de ouvir falar!

Por Reinaldo Azevedo

Como pensa e como escreve uma besta ao quadrado

Alguém que se assina “Roney Marques” — não sei se moço ou moça — me envia o seguinte comentário (publico como chegou):

“É de se compreender o seu incomodo com o fato de sociologia e filosofia serem disciplinas obrigatórias…o censo crítico delas ficará mais aguçado e ae não vai perder tempo lendo certas babaguices alguns colunistas pseudo-jornalistas andam publicando por ae. Seu blog por exemplo, acredito q seria largado as traças.”

Deu para entender mais ou menos, não? Os quadrúpedes são mesmo incapazes de pensar logicamente. Esse aí deve ter sobrevivido até agora por instinto. A pessoa defende filosofia e sociologia na escola e acha que eu sou contra (o que é falso!). Diz que, com “censo” (!) crítico mais aguçado, os leitores deixariam meu blog de lado e não leriam certas “babaquices”. Logo, se o ser está aqui, é porque lhe falta, segundo seus próprios critérios “censo” crítico aguçado!

É possível que não tenha tido filosofia e sociologia na escola. Português, se teve, foi inútil. Vejam (em vermelhito) quantos erros cometeu a cavalgadura em quatro linhas (ignorei a “linguagem” de Internet: “ae”, “q”…). “Censo crítico” deve ser coisa do IBGE. Ele quis dizer “senso”. Tenho certeza de que é favorável à diminuição da carga horária de português nas escolas. Deve pensar como aquele secretário: “Se saí da escola analfabeto com as aulas que existem hoje, quem sabe cortando…”

Vá procurar a sua turma, “babaga”!!! O pasto fica em outros blogs.

Por Reinaldo Azevedo

Eles não se contentam em se meter na nossa vida; também querem se meter na nossa cama!

Ô vida dura!

Escrevi ontem um texto, que circulou bastante por aí, demonstrando que o PT que salva Valdemar Costa Neto quer censurar Gisele Bündchen. Alguns leitores, mesmo contrários à censura, insistem, no entanto, que a propaganda discrimina as mulheres etc e tal. Eu não julgo intenções de ninguém. Limito-me àquilo que vejo. Uma peça publicitária em que Gisele, sendo quem é, aparece apenas como uma lourinha burra e submissa, que estoura o cartão de crédito do marido, está optando pelo humor, pela ironia; está afirmando uma coisa no texto e seu contrário no subtexto.

Caramba! O que está acontecendo com o país? Aonde vai nos levar a estupidez politicamente correta? Sim, é pretexto para vender calcinha e sutiã. E daí? Prefiro propaganda que vende produtos àquela que quer vender “valores”. Nada me deixa mais de bode do que essa turma que quer incutir bons sentimentos enquanto empurra sabonete, serviços bancários, creme anti-rugas (na grafia que ainda adoto). Não suporto aquela gente “consciente”, com cara de que viu a coisa. Gisele não! Moleca, marota, sensual. E ela até já confessou que faz xixi no chuveiro para economizar água… Viram só o que pode fazer certo ecologismo?

E sou obrigado a lembrar: aquilo é de mentirinha, viu, gente? Alguma mulher que me lê, a sério, botaria uma roupa sensual antes de dar uma má notícia ao marido? Tenham paciência! Se a propaganda fosse um texto em linguagem referencial, uma bula de comportamento, se ofensa houvesse, seria aos homens: por uma bela calcinha, os bobalhões aceitariam qualquer coisa.  Nunca tive um amigo que desse tanta importância assim à lingerie. Ou melhor, tive um. Se pudesse, ele a usava…

Esse governo tem mais “ministras” do que qualquer outro. A questão é bastante explorada pelo marketing. Mais de uma vez se disse que isso é evidência da capacidade das mulheres — eu escolheria outras para as tarefas, mas isso tem a ver com questões políticas, ideológicas etc. Muito bem. Dado o marketing, verdadeiramente ofensiva, então, às mulheres é a presença das ministras Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Maria do Rosário (Direitos Humanos) no lançamento do livro de José Dirceu, o chefe de quadrilha (segundo aponta a Procuradoria Geral da República). Mas notem ali a expressão que condiciona a minha afirmação: “Dado o marketing”… Eu não trabalho com essas categorias. Mulheres podem se sentir mais bem-representadas por homens e vice-versa. Essa também é uma questão cretina.

O ponto é outro
A patrulha — a ideológica propriamente ou a do politicamente correto — é um mecanismo duplamente perverso. Em primeiro lugar, porque quer impor a censura em nome de valores superiores. Em segundo lugar, porque pretende selecionar os grupos sociais ou indivíduos que podem fazer ou falar certas coisas e os que não podem. Quando Lula afirmou que a cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul, era um “pólo exportador de veados”, os patrulheiros fecharam o bico: “Ah, ele está brincando!” Imaginem essas palavras na boca de um dos políticos “da direita”.

Querem outro exemplo? Finalmente, voltou a ter uma novela  às 21h, na Globo. Aquele coquetel insuportável de causas de Gilberto Braga, com o espírito sempre civilizador e catequético das esquerdas chiques, deu lugar a divertidas tiradas politicamente incorretas de Agnaldo Silva, que é um craque. Infelizmente, um autor heterossexual não poderia escrever “Fina Estampa” — ou, ao menos, não poderia criar a personagem “Crodoaldo”. Seria acusado de homofobia. Agnaldo, reitero, é muito bom no que faz. Não tenta posar de Proust de Ipanema ou do Leblon ou de reformador da suposta moral bronca do povo. Não se atrevem a “denunciá-lo” porque seria complicado demonstrar a sua… homofobia. Mas a irritação do sindicalismo gay com ele é grande. Ele é gay, mas não é do sindicato. E isso, para muita gente, é insuportável.

Digam-me cá: quando venderam ao eleitorado a então candidata Dilma como “mãe do povo”; quando ela mesma disse que saberia cuidar melhor do Brasil, porque mulheres lidam com o orçamento doméstico, e saiu por aí tentando fazer omeletes — coisa que ela visivelmente não sabia —, por que os patrulheiros de esquerda não acusaram aquela marquetagem de machista? Mas ai deste cronista “polêmico”, como fui definido outro dia, se, num acesso de irritação com Dilma, escrever: “Pô, vá fritar ovo!!!” Apareceria alguém para acusar: “Você jamais diria isso a um homem…” É possível! Mas nunca vi homem fritando ovo na televisão para provar que pode governar o Brasil.

Volto a Gisele e sua lingerie. A ministra Iriny Lopes deveria é se ocupar das meninas que se prostituem Brasil afora em vez de tentar estabelecer uma bula politicamente correta para a propaganda e, se pensarmos bem, para o comportamento dos casais na cama. Se uma mulher quer usar uma lingerie para dar um truque no seu homem, o que ela tem com isso? Se ele quer fingir que se deixou enganar, vai a Iriny se meter no meio do casal para dar um pito?

E ainda há o eventual efeito colateral e inesperado: sempre que lingerie for, de algum modo, a pauta, vai que Iriny tome de assalto a memória que temos de Gisele e a gente comece a pensar no cartunista Laerte… Aí o desastre será completo.

Por Reinaldo Azevedo

A revolta dos sociólogos e dos filósofos. Ou: Escola pra quê?

Ah, como é cheia de indignação a razão dos tolos! Escrevi na terça-feira um texto intitulado O Brasil precisa de menos sociólogos e filósofos e de mais engenheiros que se expressem com clareza, comentando uma proposta estúpida do secretário de educação de São Paulo, Herman Voorwald, que quer reduzir a carga horária de português e matemática do ensino médio público de São Paulo. Em seu lugar, a depender do currículo (haveria três), entrariam aulas de sociologia, filosofia, espanhol, artes e física.

Pra quê!!! Foi um deus-nos-acuda! Alguns, creio, filósofos e sociólogos ficaram indignados, achando que quero banir a sociologia e a filosofia do país. Houve até quem indagasse: “E o que diria seu queridinho FHC?” FHC não é meu “queridinho”. É um ex-presidente da República, o mais importante que o país já teve. Achei que tinha ficado claro que ia lá um tanto de ironia, como em toda generalização. E até citei duas obras de Marx — o dos furúnculos no traseiro (isso, então, gerou alguns comentários engraçados, como se eu tivesse ofendido uma divindade!) — que, com absoluta certeza, boa parte dos cretinos que me atacaram não leu. Se soubessem do que falo, teriam percebido o tal viés irônico. Eu nada tenho a fazer com esse grau de estupidez.

Ainda ontem, no Estadão acho, Voorwald, o insaciável, comentava que, a despeito do número de aulas, que ele certamente considera grande, de português e matemática, os alunos têm um mau desempenho nas provas oficiais. O governador Geraldo Alckmin deveria demiti-lo. Há o risco de este senhor fazer uma grande bobagem na educação paulista porque é incapaz de pensar com lógica e porque parece tendente a transformar inação em categoria de pensamento. Ora, segundo o gigante, se o desempenho dos estudantes é ruim com a carga que temos, então por que não reduzi-la? Não é estupendo? Mais: se há sinais de que essas aulas não estão funcionando, qual é seu dever funcional? Atuar para que funcionem. Ele prefere cortar e ministrar outras disciplinas que também não funcionam… Se as medidas que propõe forem implementadas, haverá certamente uma queda no desempenho dos alunos do estado nas provas oficiais — isso é certo como dois mais dois são quatro; ou eram, antes de ele chegar à Secretaria. Percebo, um tanto estarrecido, que o homem não está sozinho nesse pensamento. Muitos dos que me escreveram acham a mesma coisa: “Já que os resultados são ruins, então que se corte a carga…” Deus do céu!

Nove entre dez pessoas que me atacaram — não publiquei as ofensas; vão ofender a vovozinha! — vêm com aquela conversa horripilante de que sociologia, filosofia e artes ensinam o aluno “a ter espírito crítico”. Infelizmente, chama-se “espírito crítico” o proselitismo ideológico vagabundo, ignorante, pilantra, vigarista, picareta, bucéfalo (acrescentem aí quantos adjetivos desse paradigma quiserem) que hoje grassa nas escolas, inclusive, e muito especialmente, nas particulares, “de elite”. Está cheio de comunista (ainda há isso no Brasil; na China, já acabou!) de meia-tigela que não quer saber de fazer pregação no Capão Redondo, sem ar condicionado. Prefere os Jardins, o Morumbi e o Alto de Pinheiros porque é mais tranqüilo pregar as virtudes do socialismo para os filhos da Dona Zelite. O efeito positivo insuspeitado, nessa camada social ao menos, é que os alunos ficam com o saco cheio de conversa mole. Uma boa forma de combater o comunismo (sim, a escola brasileira é um parque dos dinossauros ideológicos) é deixar que os comunistas falem o que pensam…

Mas é claro que também fazem um mal imenso aos alunos. Tomam o seu tempo. Essa gente tem o topete, a ousadia e o mau-caratismo de querer substituir a família na construção dos valores dos indivíduos. Cumpre, sim, ao corpo docente ser procurador do regimento da instituição a que pertence e das leis do país — estamos, afinal, numa democracia. É pura mistificação esse negócio de que seu papel é “ensinar o aluno a pensar” — como se esse “pensamento” a ser ensinado fosse neutro e não estivesse eivado por valores ideológicos. Seria, sim, de todo desejável que a escola, HOUVESSE TEMPO PARA ISSO, ministrasse um bom curso de história da filosofia e contrastasse o entendimento das várias correntes da sociologia. Mas não é isso o que se vê porque boa parte dos cretinos, repetindo os alemães que o próprio Marx esculhambava em “A Ideologia Alemã”, estão menos ocupados em formar os estudantes do que em transmitir os seus valores.

Há, sim, uma perda enorme de tempo e energia. Querem um exemplo escandaloso? O currículo de geografia é o samba-do-submarxista-ignorante-e-doido. Há nele, e os livros da disciplina o demonstram, um pouco de tudo: sociologia, filosofia, economia, política, ecologia… Há até geografia!!! Aquele professor de antigamente, do qual se faz caricatura, que dava chamada oral para saber se o estudante havia decorado os afluentes da margem direita do Amazonas, era intelectualmente mais honesto. O currículo se perdeu. Tudo é possível! E o mesmo acontece, com raras exceções, nas aulas de filosofia e sociologia.

Sim, eu fiz uma generalização um tanto irônica para chamar a atenção para o gosto que a escola brasileira tem pela conversa mole, pelo discurso, pela retórica vazia, pela saliva. Isso está patente nos livros didáticos. Há autores que analisam a sociedade em Roma Antiga segundo os critérios com que Marx, o furunculoso, analisava o capitalismo inglês do século 19. Eu poderia dizer que o “fazem na maior cara-de-pau”. Mas é coisa pior do que isso: é burrice mesmo, falta de formação, falta de inteligência.

É escandaloso que esse pensamento da escória esquerdista tenha de ser combatido em 2011? É, sim! Isso dá conta do nosso atraso — daqui a pouco vou escrever um texto sobre a Faculdade de Direito da USP, a lendária São Francisco, só para deixar claro que a demagogia e a estupidez atingem o alto escalão do ensino universitário também. Muito se reclama da falta de verba da educação, das condições precárias do ensino, dos baixos salários… Sim, tudo sempre pode ser melhorado. Mas o dinheiro não é tão pouco que justifique tanta ruindade. O que há mesmo é falta de gestão.

Querem mais filosofia, artes e sociologia no ensino médio? Muito bem! Então, primeiro, será preciso aumentar o tempo de permanência do estudante na escola — como fazem, aliás, alguns estabelecimentos privados que ministram essas disciplinas sem prejuízo do português e da matemática, que são, na verdade, duas linguagens, duas ferramentas que organizam as demais áreas do saber. Se, hoje, são ministradas de forma precária, não será reduzindo a carga que se vai chegar a algum lugar. O estado oferece essa alternativa? Ainda que oferecesse, os estudantes — muitos deles trabalhadores — têm como ficar mais tempo na escola?

Não, senhores! Uma coisa não pode ser feita em prejuízo da outra! Mais: é preciso definir o repertório dessas aulas de filosofia e sociologia. O que vai ser ensinado? Quais são os textos de referência? A cascata de que “o aluno precisa aprender a pensar” é só um misto de arrogância com vigarice ideológica — no geral, dá-se de barato que o sujeito só pensa quando comunga de valores da esquerda. Vai ver é por isso que só existe socialismo propriamente dito em Cuba (já é possível vender carro velho por lá…), no Laos e na Coréia do Norte. A China e o Vietnã já redescobriram a economia de mercado.

Quando afirmei que precisamos de menos sociólogos e filósofos e de mais engenheiros, alertava para a necessidade de a escola ser mais objetiva, mais técnica e menos retórica. Era, assim, uma espécie de metonímia. Mas poderia ser linguagem puramente referencial. Com a economia crescendo a 4%, 5% ao ano, faltam mesmo engenheiros no mercado. Filósofos e sociólogos do tipo que temos produzido são bons para depressão econômica. Em tese, fica mais fácil vender o peixe do socialismo — um peixe do século 19.
*
E um PS para o professor
Herman Voorwald: as escolas particulares de elite — já existe esse serviço também para os pobres — certamente não acatariam a sua sugestão cretina. Isso só serviria para aumentar o fosso, que já é gigantesco, entre o ensino público e o privado.

Por Reinaldo Azevedo

Churchill, Thatcher, Kohl ou Reagan não tiveram filme em vida para relatar sua “modesta obra”. Já Lula e Marina Silva…

A imodéstia dos “heróis brasileiros” é realmente uma coisa espantosa. Imaginem: já existia cinema ao fim da Segunda Guerra, como vocês sabem. Não ocorreu a ninguém fazer um filme sobre a vida de Churchill, não com ele vivo ao menos. Helmut Kohl foi fundamental na reunificação alemã. Nada de filme. Margareth Thatcher tirou a Grã-Bretanha de uma estagnação que já estava se tornando histórica. Ninguém quis saber da trajetória daquela filha de operários. No cinema, Ronald Reagan, que mudou a economia dos EUA e do mundo e pôs fim, com Gorbachev, à Guerra Fria, não mereceu, nem da indústria hollywoodiana, uma biografia de exaltação. Contentou-se com os filmes B que protagonizou como ator.

Mas Lula, Ah, Lula… Ele não venceu uma guerra, não reunificou um país, não inaugurou uma nova era da economia nem pôs fim à Guerra Fria. Mas já ganhou um filme hagiográfico. Em vida! Naufragou.  Marina Silva ficou com inveja. Ela também terá o seu. Leiam o que informa a Folha Online (íntegra aqui). Volto depois.
*
Atriz de “Cordel Encantado” vai viver Marina Silva no cinema

A atriz Lucy Ramos, que interpretou a cozinheira Maria Cesária na novela “Cordel Encantado”, da TV Globo, foi escolhida para interpretar a ex-senadora Marina Silva (sem partido) no cinema. Dirigido pela cineasta Sandra Werneck, o filme será baseado no livro “Marina - A vida por uma causa”, de Marília de Camargo César. O filme contará a história da vida de Marina desde sua infância, nos seringais, passando por fatos marcantes da trajetória pessoal e política da ex-ministra do Meio Ambiente, que foi candidata à Presidência da República pelo PV no ano passado e conquistou quase 20 milhões de votos.
(…)
Voltei

O filme deve ser lançado em 2013, um ano antes da eleição presidencial, a que Marina deve concorrer por um partido qualquer — isso é irrelevante. Esse personalismo é feio só nos outros políticos. Em Marina, é poesia! No caso de Lula, vá lá, a obra, ainda que escandalosamente menor do que ele mesmo anuncia, precedeu o filme.

Marina consegue ser ainda mais arrogante. O filme virá antes da obra, se obra houver. E acreditem: a sua vida no cinema tende a fazer um pouco mais de sucesso do que a de Lula. A razão é simples: embora Marina seja, muito provavelmente, a personagem pública mais arrogante da política brasileira, ela sabe fingir modéstia, coisa que ele não consegue.

Texto publicado originalmente às 21h44 desta quinta
Por Reinaldo Azevedo

PSDB paulista aprova prévias amplas para escolha de candidatos às eleições municipais de 2012

Por Cleide Carvalho, de O Globo:
“Se tiver que fazer, que faça logo. O quanto antes melhor. Não vamos dar oportunidade ao azar, a qualquer coisa que possa nos atritar. Não vamos nos atritar, não vamos nos fustigar. Daqui sairá o próximo prefeito de São Paulo”. Foi assim que o deputado federal José Aníbal, único dos quatro postulantes tucanos a representar o partido nas eleições municipais de 2012, resumiu, antes mesmo da votação das propostas, o espírito dos que foram vencidos pela decisão do PSDB paulista de realizar prévias irrestritas, com direito a voto a qualquer pessoa que tenha se filiado ao partido há mais de seis meses.

A votação foi tensa e apertada. Por 31 votos a 23, os integrantes do diretório estadual do partido derrotaram a proposta número 1, que exigia dos filiados uma inscrição para votar nas prévias. Segundo Júlio Semeghini, o PSDB tem cerca de 20 mil filiados na capital paulista. Se fosse exigida inscrição, calculam representantes do partido, votariam nas prévias não mais que 5 mil pessoas. “Votei com a militância da capital, que preferia que votassem apenas os filiados inscritos”, disse José Aníbal ao explicar seu voto.

A votação foi aberta e nominal. (…) Os principais líderes presentes à reunião exaltaram a realização das prévias. Coube a militantes do partido defender as restrições aos votos de filiados. Em sua maioria, argumentaram que são eles que suam a camisa para fazer campanha e que não é justo que filiados sem atuação partidária firme escolham candidatos.

Por Reinaldo Azevedo

Dilma, aproveite decisão da Justiça e desista do delírio megalômano do Trem Bala! Como sabe a “presidenta”, falta dinheiro para um setor essencial: saúde

Leiam o que informa o Estadão Online (íntegra aqui). Volto em seguida:

Justiça Federal de Brasília manda suspender leilão do trem-bala

Por João Domingos, no Estadão:
A Justiça Federal de Brasília suspendeu todos os procedimentos que visem a licitação para a exploração do trem-bala que deverá ligar as cidades do Rio de Janeiro a Campinas, passando por São Paulo. A suspensão deverá vigorar até que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) regularize todas as linhas de transporte público interestadual no País com extensão superior a 75 quilômetros.

A decisão do juiz substituto Alaôr Piacini, da 9ª Vara da Justiça Federal, acolheu pedido do Ministério Público Federal no DF (MPF/DF), segundo o qual, antes de cuidar do trem-bala, a ANTT deve fazer a licitação prévia para o serviço de transporte público, conforme previsto na Constituição de 1988. A ANTT avisou, por intermédio de sua assessoria, que vai cumprir a decisão da Justiça, mas já determinou os estudos jurídicos para apresentar recurso que a libere para tocar a licitação do trem-bala.

De acordo com o MP, apesar das determinações que mandam a União fazer a licitação para o transporte interestadual, até hoje as empresas que operam centenas de linhas mantém o serviço de forma contrária à Constituição. Algumas chegam a manter contratos administrativos com a União, operando o serviço com base em meras autorizações, de forma totalmente precária, alegou o Ministério Público.

De acordo com o MP, por mais de uma vez o Tribunal de Contas da União (TCU) e a própria ANTT estabeleceram cronogramas para regularizar o problema do transporte interestadual. Sucessivamente, porém, as metas foram descumpridas. A decisão da Justiça Federal de Brasília obriga a ANTT a publicar, já no próximo mês, editais de licitação para a concessão de novas outorgas de exploração de todas as linhas do transporte rodoviário interestadual e internacional cuja extensão seja superior a 75 quilômetros.

A mesma decisão proíbe a União de conceder subvenção econômica para a implantação, concessão ou exploração do trem de alta velocidade na estrada de ferro EF-222 (Rio de Janeiro - Campinas), seja por equalização de juros ou qualquer outra forma enquanto não estiverem devidamente outorgadas todas as linhas de serviço público de transporte de passageiros previstas nas Resoluções 2.868 e 2.869, da própria ANTT.

Voltei
A presidente Dilma Rousseff tem aí um excelente pretexto para cair fora dessa maluquice. O trem-bala — dados o custo, a falta de disposição da iniciativa privada de entrar no negócio e a absoluta desnecessidade — é uma das idéias mais alopradas da história brasileira. Sabe-se lá por quê, Dilma cismou com essa alucinação.

Dilma, saiba enxergar uma janela de oportunidades quando diante de uma.

Por Reinaldo Azevedo

Maluf e família, finalmente, são réus no Supremo!!!

Na Folha Online (mais aqui):

O STF (Supremo Tribunal Federal) aceitou nesta quinta-feira (29) a denúncia contra o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) e sua família pelo crime de lavagem de dinheiro. A Corte, no entanto, rejeitou a denúncia contra o deputado pelo crime de formação de quadrilha.

Segundo o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, o dinheiro lavado foi desviado de obras públicas quando Maluf foi prefeito de São Paulo (1993-1996), remetido ilegalmente ao exterior por doleiros e, por fim, “lavado” em investimentos feitos na Eucatex, empresa da família. Durante o julgamento, a defesa de Maluf negou o crime.

Também foram denunciadas pela Procuradoria outras dez pessoas, entre elas a mulher de Maluf, Sylvia, os filhos Flávio, Lígia, Lina e Otavio e outros familiares

Gurgel afirmou que a maior parte do dinheiro foi desviada por meio da construção da avenida Água Espraiada, na zona sul de São Paulo. “Essa obra, concluída em 2000, teve o custo final extremamente absurdo de R$ 796 milhões, ou cerca de US$ 600 milhões”, disse. “Essa foi a fonte primordial dos recursos utilizados na lavagem [de dinheiro].”

Por Reinaldo Azevedo

Representante da ditadura de Cuba se encontra com o ditador do Maranhão e fala mal da democracia

Pensem bem: qual é o assunto que mais irrita um ditador ou seus asseclas? Ora, a democracia, não é mesmo? Foi o que se viu hoje.  Leiam o que informa Rosa Costa no Estadão. Volto em seguida:

Ao sair hoje de uma audiência com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e irritado com a pergunta sobre quando haverá eleições diretas em seu país, o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodriguez, sugeriu que se fizesse a mesma pergunta ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. “Não sei se lhe ocorreu a ideia de perguntar a Obama sobre isso”, afirmou, tendo ao lado um segurança da embaixada, que tentava afastar os jornalistas. Rodriguez decidiu aproveitar os poucos minutos que passou no Senado para criticar os Estados Unidos. “Tenho muitas opiniões como são (as eleições) nos Estados Unidos, em que um deputado e um senador custam vários milhões de dólares e para ser presidente (da República) tem de ser multimilionário”, afirmou.

Ele respondeu que em seu país tem, sim, eleições “a cada cinco anos”, referindo-se provavelmente à eleição de delegados municipais que irão compor a assembleia-geral do Partido Comunista, como ocorre há 49 anos desde que o grupo de Fidel Castro assumiu o comando do país. “Você conhece seguramente como são as eleições no Reino Unido, por exemplo, em países do Caribe e em outros lugares”, disse o chanceler, tentando passar a ideia que o procedimento é o mesmo que ocorre em Cuba.

Voltei
Nada como um encontro de ditaduras, não é? Rodrigues deve ter contado a Sarney como a turma dos homicidas Irmãos Castro conseguiu fabricar um fabuloso atraso em Cuba. Sarney deve ter relatado a sua própria experiência ao companheiro. Fidel chegou ao poder em 1959, há 52 anos. Sarney é o manda-chuva no Maranhão há menos tempo: só 46… Fez-se governador em 1965.

Cuba e Maranhão têm outra coisa em comum além da ditadura: tanto a ilha como o estado não exibem condições naturais adversas, que sejam um desafio ao desenvolvimento. Ao contrário: elas são até bem favoráveis. Tanto num lugar como no outro, o desastre é meticulosamente provocado pelos homens.

Depois de 52 anos de “fidelismo”, Cuba está entre os países mais atrasados da América Latina; Depois de 46 anos de “sarneyzismo”, o Maranhão é “o” estado mais atrasado do país — que exibe, por exemplo, o pior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).

E só para que o delinqüente Rodrigues não fique sem uma resposta objetiva, contábil: de 1959 até hoje, os EUA tiveram 11 presidentes diferentes; Cuba, apenas dois (na prática, um); dos 11, cinco eram republicanos, e seis, democratas (incluindo Obama).

Por Reinaldo Azevedo

Da coluna Direto ao Ponto, por Augusto Nunes: 

Com tantas meninas estupradas por aí, a ministra Iriny decidiu que o problema da mulher é Gisele Bündchen. Foto explica

Em 31 de outubro de 2007, uma menina com 15 anos, 1m50 de altura e 38 quilos foi presa por tentativa de furto numa casa de Abaetetuba, cidade paraense a quase 100 quilômetros de Belém. Durante o interrogatório, declarou a idade à delegada de plantão Flávia Verônica Monteiro Teixeira. Por achar o detalhe irrelevante, a doutora determinou que fosse trancafiada na única cela do lugar, ocupada por homens. Já naquela noite, e pelas 25 seguintes, o bando de machos se serviu da única fêmea disponível.

Depois de 10 dias de cativeiro, a garota foi levada à sala da juíza Clarice de Andrade. Também informada de que a prisioneira tinha 15 anos, a segunda doutora da história resolveu devolvê-la à cela. A descoberta do monumento ao absurdo não reduziu a força do corporativismo criminoso: por decisão do Tribunal de Justiça do Pará, ficou estabelecido que o comportamento da juíza Clarice não merecia qualquer reparo. Meses mais tarde, a magistrada foi punida com a aposentadoria compulsória pelo Conselho Nacional de Justiça.

A Secretaria de Políticas para as Mulheres, uma inutilidade inventada pelo governo Lula, não deu um pio sobre o caso.

O pesadelo ocorrido em 2007  foi reprisado há três semanas na colônia penal agrícola Heleno Fragoso, que abriga 320 condenados em Santa Isabel do Pará, a 70 quilômetros de Belém. Desta vez, de novo com a conivência de funcionários da instituição, uma brasileira de 14 anos ficou quatro dias em poder de cinco presos. “Eu e outras duas meninas que ficaram lá também”, informou a garota em 19 de setembro. “Lá dentro eles obrigaram a gente a usar droga e a beber. Eles esqueceram a porta aberta, porque lá eles deixam a porta trancada. Foi quando consegui fugir”.

A Secretaria de Políticas para as Mulheres, uma inutilidade mantida por Dilma Rousseff, não deu um pio sobre o caso.

Não se sabe qual é a posição que meninas violentadas em cadeias ocupam no ranking de prioridades da ministra Iriny Lopes.  O que o país acaba de descobrir é que a lista é encabeçada pelas peças  publicitárias da Hope Lingeries protagonizadas por Gisele Bündchen. Lançada no dia 20, a campanha mostra qual é a melhor maneira de transmitir más notícias ao marido. No vídeo abaixo, por exemplo,  Gisele primeiro conta que bateu o carro usando trajes pouco sedutores. Esse é o método errado. Em seguida, ela repete a notícia semivestida com uma lingerie da Hope. É muito mais sensual. E é esse o jeito certo. “Você é brasileira, use seu charme”, ouve-se dizer uma voz masculina. Confira:

No terceiro dia da campanha, movida por “diversas manifestações de indignação contra a peça”, Iriny contra-atacou. Num ofício enviado ao Conselho Nacional de Autorregulamentação Públicitária, o Conar, pediu que o comercial fosse suspenso. Noutro papelório, fez questão de comunicar ao diretor da Hope, Sylvio Korytowski, seu “repúdio” ao desempenho da top model.  “A propaganda promove o reforço do estereótipo equivocado da mulher como objeto sexual de seu marido e ignora os grande avanços que temos alcançado para desconstruir práticas e pensamentos sexistas”, declama Iriny. “Também reforça a discriminação contra a mulher, o que infringe a Constituição Federal”.

Como os demais integrantes do primeiro escalão, Iriny não assina sequer um cartão de Natal sem a autorização de Dilma Rousseff. (Embora não consiga lidar com mais de um assunto por vez, o neurônio solitário faz questão de ser consultado até sobre o cardápio das recepções no Itamaraty). É claro que a ofensiva de Iriny foi combinada com quem, depois de se tornar a primeira mulher a abrir uma assembleia da ONU, virou doutora em questões femininas.

O Brasil anda infestado por tumores que crescem sob o olhar complacente do governo. Exploradores da prostituição infantil, pedófilos impunes,  pais que violentam filhos e outras obscenidades vão transformando o país num viveiro de crianças traídas. Com tantas meninas estupradas por aí, Iriny cismou com Gisele Bundchen. Eis um caso que foto explica.


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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo

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