Suspensão de embarque de gado por Santos pode prejudicar operações do Minerva

Publicado em 15/01/2018 10:47
Agentes do mercado portuário confirmam programação do grupo para o final de janeiro, a exemplo das exportações efetuadas em novembro

Por pressão do deputado federal Ricardo Izar (PP-SP), o órgão regulador dos transportes aquaviários fez o gestor do Porto de Santos proibir o embarque de animais vivos desde a última sexta-feira (12). O parlamentar alega maus tratos no pré e pós embarque dos bovinos e com isso pode prejudicar as exportações pelo único terminal com capacidade para grandes navios, como os afretados pelo grupo Minerva, o maior exportador de gado e que teria uma nova operação ao final deste mês. 

A Associação Brasileira de Animais Vivos (Abreav), que repudiou a medida, diz ter ouvido que o Minerva tem agendado embarque de 27 mil animais, a exemplo da última operação realizada em novembro. Notícias Agrícolas solicitou confirmação ao grupo frigorífico, que apenas se limitou a lamentar, já que “o manejo do gado segue todos os procedimentos adequados para preservar o bem-estar dos animais durante o embarque e no decorrer da viagem até o destino”.

Já o departamento de Relações Institucionais e Comunicação do EcoPorto, que administra os terminais privados por onde são feitas as operações de embarque de animais em pé, confirmou por telefone, no entanto, que havia previsão de embarque do Minerva para o final do mês, “mas que ainda a companhia não havia precisado a data de atracação do navio”, mas que “agora poderá ser adiada”.

A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), companhia mista federal, no comunicado divulgado aos agentes privados, disse: “A recente suspensão das operações de embarque de carga viva decorre de medida preventiva, em virtude de tramitar na Agência Nacional de Transportes Aquaviários - Antaq (órgão regulador do setor portuário) processo que definirá a realização de tais operações. Até que se conclua o trâmite, as operações estão suspensas. Após a manifestação do órgão competente, a Codesp tomará as medidas cabíveis”.

Sérgio Brandolezi Scarpelli, da direção da Abreav, lembrou que o setor segue normas internacionais sobre o bem estar animal – inclusive a entidade tem uma cartilha com orientações – e os mercados compradores também são exigentes. “A preocupação agora é com o tempo que essa paralisação pode levar, atrapalhando os embarques e trazendo prejuízos”, afirmou.

Em 2017, o Brasil embarcou mais em torno 400 mil bois em pé, sendo a Turquia atualmente o principal importador. A exemplo do crescimento de 30% nas exportações de 2017, em 2018 a entidade projeta igual percentual.

A entidade ressalta ainda que toda operação é assistida pelos órgãos reguladores federais e estaduais no âmbito da defesa sanitária animal. Esse acompanhamento é realizado na recepção e permanência dos bovinos nos Estabelecimentos de Pré Embarque (EPE) e no embarque do gado nos portos de egresso.

A alegação de maus tratos, ainda segundo a Abreav, ou condições adversas de transporte e situações inadequadas de acomodações surgem daqueles que desconhecem os procedimentos intrínsecos nas exportações brasileiras de gado vivo.

Em resposta ao deputado Ricardo Izar, da Frente Parlamentar para a Defesa dos Animais e de organizações, a abreav conclui: “Por si só, esses movimentos isolados e enfraquecidos ainda conseguem obter apoio legislativo, aparentemente mal orientado”.

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Por: Giovanni Lorenzon
Fonte: Notícias Agrícolas

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