Muitos frigoríficos voltaram a abater, de Norte a Sul; inclusive bois 'novos'

Publicado em 01/06/2018 19:00
Indústria deverá forçar preços... a necessidade de liquidez determinará o rumo do mercado

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Aos poucos, os frigoríficos pelo Brasil já estão girando seus estoques de carne, abatendo os bois escalados antes da greve e fazendo o mercado funcionar. Há relatos até de indústrias que já estão fazendo compras novas e abatendo. Há muita expectativa, pois o mercado sabe que a pressão sobre os preços vai ser forte, uma vez que, além da oferta que vinha em alta antes da crise gerada pela paralisação, agora ela terá que ser desreprezada. 

“Queda de braço”, resume Marcos Jacinto, de Canarana (MT), contando que o JBS de Barra do Garças já está trabalhando os animais comprados, mas sem preço para as novas aquisições, programadas para terça próxima.

Também dia 5 o Marfrig de Ji-Paraná (RO) sairá escalando novamente. Até lá, a planta vai girar os mil animais negociados – R$ 132,00 a @ bois e R$ 123,00 vaca, 30 dias para descontar -, começando pelas duas carretas liberadas nesta quinta (31) já. Quem disse foi Sérgio Ferreira, que atua na compra da empresa e também é presidente da Associação Rural de Rondônia.

O JBJ de Santa Fé e o JBS de Mozarlândia, os dois de Goiás, estão carregando nesta sexta (1) e matam amanhã e um dos quem venderam foi Marcelo Marcondes, com propriedades na região do Araguaia. “Terças disseram que voltam a comprar”, adiantou Marcondes, ex-presidente da Associação dos Produtores do Vale do Araguaia (Aprova). Ele acredita que os novos negócios vão sair, no mínimo, igual aos lotes que estão sendo levados hoje e fechados antes da greve: R$ 128,00 comum e R$ 131,00 o europa, no JBJ, praticamente a mesma coisa que no JBS.

No Noroeste do Paraná, já abateram no feriado e vão abater domingo os animais antes vendidos por Lineu Gonçalves, que ao Notícias Agrícolas já havia dado que mais de 430 cabeças de seu confinamento ficaram retidas no curral com a greve. Novas compras na segunda e terça com o pecuarista pedidno R$ 2,00 a mais para novilha (a R$ 138,00) e bois (a R$ 140,00) nas uidades frigorífica 3 R, Colorado e Guaicara. “Eles (os frigoríficos) vão querer o mesmo preço, naturalmente”, pensa o pecuarista.

É preciso dizer que na região paranaense não há pressão dos grandes grupos, a oferta e a oferta é mais restrita pela pouca disponibilidade de pastagens e estiagem mais cedo.

Em Colider (MT), o JBS já está mandando os fornecedores enviarem suas cargas. Carlos Eduardo Dias, da Marca 40, de Sinop e com propriedades na região de Alta Floresta, já está providenciando as 34 vacas e 1 touro, também de descarte, a R$ 124,00, que embarcam na terça. Ele está mais presente na cria, daí os descartes

Também no ponto os lotes de Marco Garcia, de Três Lagoas (MS), que estavam parados pela greve, como o ex-presidente do Sindicato Rural da cidade fronteiriça com São Paulo também já havia falado ao Notícias Agrícolas. O que iria ser embarcado dia 24, vai ser levado dia 7 (quinta-feira), porque são bois e novilhos rastreados que a indústria precisa matar com os veterinários do Mapa por perto. “A R$ 131,00, mais R$ 2,00 de trace, mais de R$ 2 cota Hilton, mais prêmio por acabamento, mais a bonificação do programa do Novilho Precoce do MS”, afirma Garcia.

Tudo com 30 dias e para descontar o Funrural, o mesmo que no Minerva de José Bonifácio (SP), para onde vai o outro lote do pecuarista sul-matogrossense, na terça-feira.

No Grupo Pecuária Bauru (GPB), informações passados pelos membros podem ser lembradas aqui. Como a do Frigorífico Barra Mansa, de Sertãozinho (SP) que já conseguiu comprar de urgência na quarta e matar ontem, a R$ 127,00/@. O pecuarista pediu off de seu nome, mas disse que foram 38 vacas e 2 marrucos (touros) de descarte.

Também há informações semelhantes, como o Marfrig de Promissão (SP) já abatendo.

Em Três Marias, no Pará, Roberto Paulinelli já gira seu frigorífico. O Rio Maria tem capacidade de 550 animais por dia, mas vai tocando aos pouco enquanto vai saindo a carne, cuja maioria vai para Nordeste, São Paulo e Rio.

Igual ao Frigorífico Verdi, de Pouso Redondo (SC). Com 300 ganchos diários, ontem Ariel Verdi, afirma ter matado 50%, e amanhã vai chegar a 90%. Seu escoamento, de carne certificada de charolês e angus, é mais rápido devido às distâncias menores no estado.

Os dois empresários também estavam entre aqueles que já haviam notificado da paralisação de suas empresas ao Notícias Agrícolas durante a greve.

O volume das exportações surpreendeu positivamente em maio/18, diz a Radar

Mesmo com a greve dos caminhoneiros no final do último mês houve recuperação dos embarques de 29,2% na comparação mensal e em linha com o mesmo período do ano passado. 

Esta é uma notícia positiva.

O maior promotor de crescimento da pecuária é o escoamento da produção. Neste caso, no mercado externo, além da recuperação citada acima, o preço médio em dólares subiu 11,5% MoM. 

Exportações de carne bovina in natura do Brasil em mai/18.

     

abr/17

consolidado

estimativa

var. (%)

abr/18

MoM %

mai/17

YoY %

Volume (mil t)

90,5

77,3

17,1%

70,1

29,2%

90,4

0,2%

Preço médio (USD/t)

4.185

-

-

4.000

4,6%

4.236

-1,2%

Preço médio (R$/t)

15.206

-

-

13.637

11,50%

13.588

11,91%

Fonte: MDIC / Radar Investimentos

           

Exportações brasileiras de carne bovina in natura, em mil toneladas

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Fonte: MDIC / Radar Investimentos

 

 

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Tags:
Por:
Giovanni Lorenzon
Fonte:
Notícias Agrícolas/Radar

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