Mapa restabelece diálogo com Rússia e UE na comercialização de carnes

Publicado em 30/12/2008 15:08
Embargo no agronegócio é expressão do passado, no que diz respeito à relação do Brasil com Rússia e União Européia. A palavra atual é diálogo, principalmente quando se trata de mercados tão exigentes.
    O comércio de carnes, que passou por problemas com os países europeus, foi restabelecido graças ao trabalho intenso do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A Rússia, que individualmente é o principal comprador do produto, em especial de suínos, voltou a importar de maneira significativa do  Brasil e a UE, que liderava as importações da carne nacional até o ano passado, suspendeu o embargo realizado por conta da exigência de rastreabilidade, ainda no primeiro semestre de 2008.
    Atualmente, todos os estados que fazem parte da área livre de febre aftosa estão habilitados para vender carne à Rússia. Em fevereiro, o chefe do Serviço  Federal Veterinário e Fitossanitário daquele país, Sergey Dankvert, esteve no Brasil com sua equipe para conhecer o sistema de defesa agropecuária nacional e,na ocasião, elogiou o empenho brasileiro na resolução das questões pendentes. E afirmou: "o mais importante é solucionar problemas, sem escondê-los, mantendo o relacionamento normal entre parceiros".
    Além dos trabalhos realizados pelo serviço oficial de defesa agropecuária com a Rússia, uma missão comercial organizada pelo Mapa esteve no país, este ano, acompanhada de mais de 30 empresários do setor de alimentos. Foram realizados encontros bilaterais com potenciais parceiros e visitas técnicas a  centros de distribuição, grandes atacadistas e redes varejistas. A comitiva teve a oportunidade de conhecer, ainda, a principal exposição do setor no país, a  World Food Moscow.
    O Brasil exporta carnes a mais de 180 países, mas a importância de mercados como Rússia e UE vai além do comércio bilateral, já que ambos servem de vitrine para outros mercados. "Quando o Brasil exporta para importantes mercados, outros países seguem a tendência e passam a abrir suas portas aos produtos do  nosso agronegócio", enfatizou o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério, Inácio Kroetz.

Reconquista do mercado europeu

    No caso da União Européia, a suspensão do comércio de carne bovina in
natura foi breve. Após a interrupção da compra da carne bovina pelo bloco, em
fevereiro, as medidas exigidas foram providenciadas de imediato pelo governo
brasileiro e, no mesmo mês, propriedades começaram a ser integradas ao Serviço
de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (Sisbov).
    Ao longo do ano, auditores receberam treinamento, inclusive de veterinários
da Diretoria-Geral para Saúde e Consumidores da União Européia (DG-Sanco), e
foram intensificadas as auditorias do Mapa, em conjunto com serviços estaduais
de Defesa Agropecuária, no sistema de certificação dessas propriedades rurais. A
expectativa do Ministério é de que a capacidade de exportação de carne bovina,
para a UE, ocorra de forma mais acelerada do que o ritmo impresso antes do
embargo.
    Fazem parte, hoje, da área habilitada a exportar carne bovina in natura
para a UE os estados do Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. As últimas
habilitações foram para Mato Grosso do Sul e parte de Mato Grosso e Minas
Gerais. Com a inclusão dessas áreas, cerca de 126,8 milhões de animais (dados de
2007) formam a base do rebanho de exportação da carne bovina para aquele
mercado.

Aftosa

     O acesso a novos mercados e manutenção dos já existentes depende, entre
outros fatores, da sanidade animal, o que garante, também, produtos seguros e de
qualidade para o mercado nacional. Assim, a erradicação da febre aftosa do
território brasileiro é um dos principais desafios do Mapa.
    O Brasil tem 16 unidades federativas reconhecidas pela Organização Mundial
de Saúde Animal (OIE) como livre da doença. Onze estados e o Distrito Federal
retomaram, este ano, o reconhecimento que detinham até 2005, quando foram
diagnosticados eventos sanitários em Mato Grosso do Sul e Paraná.
    Apenas alguns estados das regiões Norte e Nordeste ainda são considerados
de risco desconhecido. A intensificação das ações do Programa Nacional de
Erradicação da Febre Aftosa (PNEFA) nas regiões Norte e Nordeste reforça a
expectativa de erradicar a doença, em todo o território nacional, até 2010. Com
informações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
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Fonte:
Safras&Mercados

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