Demanda por biocombustíveis nos EUA impulsiona alta nas exportações de sebo bovino do Brasil
Impulsionados pela crescente demanda por biocombustíveis, os embarques de sebo bovino brasileiro vêm ganhando ritmo ao longo deste ano. Nos Estados Unidos, o alto custo do óleo de soja e a pressão sobre as margens de produção devem intensificar a busca por alternativas mais competitivas, como o sebo brasileiro, favorecendo ainda mais as exportações brasileiras.
Em maio, o Brasil exportou 48,7 mil toneladas de sebo bovino, um aumento de 36,9% em relação ao mês anterior. Em comparação com o mesmo período do ano passado, o aumento foi de 41,3%.
A S&P Global Commodity Insights projeta um aumento significativo nas exportações brasileiras de sebo bovino, que devem saltar de 320 mil toneladas em 2024 para 400 mil toneladas neste ano. Esse crescimento é impulsionado principalmente pela forte demanda dos Estados Unidos, que absorveram 96% dos embarques brasileiros da commodity no ano passado.
De acordo com o analista de Mercado da Agrinvest, Eduardo Vanin, a tendência é que possa ter um aumento das importações brasileiras de sebo bovino, já que os preços do óleo de soja nos Estados Unidos vão ficar mais altos e as margens mais elevadas.
Vanin ainda reporta que o produtor americano terá incentivo para importar o sebo do Brasil para ter um desconto na geração do certificado. “O índice de carbono para a produção de sebo é menor se comparado com o óleo de soja, e isso acaba tendo um incentivo a mais na geração de certificado”, informou Vanin.
Segundo Pedro Gonçalves, analista da Scot Consultoria, o sebo bovino vem enfrentando forte concorrência do óleo de soja, especialmente no setor de biocombustíveis. Com uma safra recorde de soja no Brasil aumentou a disponibilidade de óleo vegetal e reduziu os preços. “O óleo de soja, mais barato, passou a ocupar maior espaço na composição do biodiesel, reduzindo a participação do sebo”, afirma o analista.
A Scot Consultoria ainda reportou que a produção nacional de sebo bovino mantém trajetória de alta, impulsionada principalmente pelo volume de abates e pelo aumento do peso médio dos animais. Para o primeiro quadrimestre de 2025, a produção está estimada em 513 mil toneladas, registrando leve alta frente às 510,5 mil toneladas do mesmo período em 2024.
“Vale destacar que, embora o primeiro trimestre de 2025 tenha sido recorde de abates (9,7 milhões de cabeças), a maior participação de fêmeas na matriz de abate exerceu efeito moderador sobre o volume total produzido. Ainda assim, o acumulado do quadrimestre supera o ano anterior”, destacou a Scot Consultoria.

Com relação às cotações do sebo bovino, no Brasil Central e no Rio Grande do Sul, os preços ficaram estáveis na comparação semanal, cotados a R$5,80/ kg e R$5,95/kg, respectivamente. Os preços são a prazo e livres de impostos.
Em relação ao mês anterior, a cotação do sebo apresentou queda nas principais praças. Em 14 de maio, o produto estava cotado a R$ 6,15/kg no Brasil Central, registrando uma desvalorização de 5,69%. No Rio Grande do Sul, o recuo foi de 3,57%, partindo de um valor de R$ 6,17/kg no mesmo período.

Ainda de acordo com a Scot Consultoria, as perspectivas para 2025 são de continuidade desse movimento de alta, sustentado principalmente pelo recorde de abates projetado para o ano, que garante maior disponibilidade da matéria-prima.
0 comentário

Suporte dos R$300,00 da arroba pode ser rompido com cenário de incerteza e pressão dos frigoríficos

Suporte dos R$300,00 da arroba em SP está sendo testado e pode ser rompido em breve

Scot Consultoria: Queda nos preços para todas as categorias nas praças paulistas

Em novo recorde, exportação de Carne Angus Certificada cresce 98,6% no primeiro semestre de 2025

Volume exportado de carne bovina acelera em julho e valida tradição de aumento dos embarques no segundo semestre

Pressão pontual sobre arroba do boi por conta do tarifaço não invalida perspectiva de retomada do mercado para 2025