Carnes: Acrimat diz que moratória não foi discutida com pecuaristas
O comunicado dos frigoríficos JBS-Friboi, Bertin e Marfrig de que terão critérios definidos socioambientais mínimos para comprar gado produzidos no bioma Amazônico é visto pela Associação dos criadores de Mato Grosso - Acrimat, como "satisfação ao mercado externo", disse o superintendente da Acrimat, Luciano Vacari. Ele observa que "o pecuarista não foi consultado em momento algum para a definição desses critérios, ele não conhece o teor desse documento e eles (frigoríficos) se esqueceram de que quem
produz são os produtores e que eles também vendem seu gado para o frigorífico
que quiserem".
Vacari pergunta "quem vai pagar a conta de todas as implantações necessárias para cumprir as novas regras? Quem vai fiscalizar? Quem vai definir as regras do jogo que foram feitas só por um dos elos dessa cadeia que envolve diversos segmentos? São perguntas que ainda não responderm".
Segundo o superintendente da Acrimat, os frigoríficos fizeram uma opção clara de não comprar gado de áreas desmatadas do bioma Amazônia "e nós por outro lado queremos o direito de cumprir a legislação vigente, que prevê o uso de 20% da área para produção". Ele reafirma que quem desmata de forma ilegal é contraventor e deve ir para a cadeia. "Mas aquele que produz em conformidade com as regras legais deve ser respeitado e não taxado de bandido e se não quiserem que se produza nessas áreas, tem que haver uma compensação para o produtor que investiu alto para aquisição dessas áreas".
O estado de Mato Grosso conta com 115 mil propriedades rurais voltadas para a pecuária, 26 milhões de cabeça de gado, sendo 98% gado de corte, e é responsável pela geração de 40 mil empregos diretos. Mesmo com esses números, 64% do território estão preservados com área de remanescente florestal, unidades de conservação e terra indígena. A Acrimat realizou uma pesquisa para mapear os números da evolução do setor no período de 1996 a 2008.
Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 1996 a 2008 Mato Grosso o crescimento do rebanho cresceu 66%, saindo de 15,5 milhões de cabeças bovinas para 25,9 milhões. Essa evolução refletiu apenas em 18% no aumento da área total de pastagem, saindo de 21,7 milhões de hectares para 25,7 milhões, segundo levantamento feito pela empresa SSBR (Synoptika Solutions Brasil).
"Esse levantamento foi necessário para mostrar que a pecuária não é a vilã do meio ambiente e sim responsável pelo desenvolvimento de um estado de forma responsável e sustentável. Apesar de sermos campeões em produtividade em diversos setores do agronegócio, só ocupamos 36% da área do estado para produção agrícola e pecuária. Podemos ainda crescer muito, respeitando todas as leis vigentes", disse o presidente da Comissão de Meio Ambiente da Acrimat, Vicente Falcão. Com informações da assessoria de imprensa da Acrimat.
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