Dólar fraco tira a atratividade das exportações de carne bovina
O mercado do boi gordo segue em ritmo de baixa, resultado da boa oferta de animais prontos para o abate e demanda enfraquecida. De modo geral, apenas na virada do mês o consumo se aquece e possibilita reajustes nas cotações da carne, mas essa melhora é momentânea e observa-se certa lentidão nas vendas ao longo do mês.<?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />
Pelo lado da oferta, o período agora é de safra e a disponibilidade de animais tende a aumentar nos próximos meses, conforme os bois de pasto sejam desovados no mercado. A participação desses animais nas escalas de abate cresce a cada dia, enquanto os confinamentos se aproximam do final.
O cenário internacional também não trouxe alento aos pecuaristas. A queda na importação de inúmeros países resultou em maior oferta de carne no mercado interno. Esse excedente foi absorvido, mas dificulta reajustes nos preços.
A queda do dólar também afetou a atratividade das exportações. Apesar de as exportações representarem entre 20% e 25% do total de carne produzida pelo Brasil, a receita proveniente do mercado internacional é de grande importância para o setor.
No comparativo entre o preço obtido na venda de carne no varejo doméstico em relação ao faturamento obtido nas exportações, observou-se ao longo de 2009 diversas ocasiões onde desovar a carne no mercado interno remunerava melhor a indústria. A queda constante do dólar frente à lenta recuperação nos embarques piorou ainda mais esse cenário e em outubro foi o pior momento histórico para a indústria.
Em uma comparação preço x preço, o valor da venda de carne bovina in natura para o mercado externo (média Brasil) foi 6,5% menor que o obtido no varejo de São Paulo (referência). Em outubro de 2008 existia um ágio de 48,6% a favor das exportações, resultado da alta no dólar e demanda apenas começando a sentir os sinais da crise. A média acumulada em 2009 é de 1,1% negativa, enquanto que em 2008 as exportações apresentaram ágio de 17,7%.
Nível de atratividade das exportações de carne bovina.
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Fonte: BC / MDIC / IEA / XP
Os resultados preliminares de novembro indicam que não houve reversão dessa tendência. Com base nos dados de outubro, para a receita das exportações se equipararam ao obtido no varejo, o dólar deveria estar cotado em R$ 1,86. Para <?xml:namespace prefix = st1 ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:smarttags" />2010 a recuperação deve vir do lado da demanda, que abre espaço para alta na cotação da carne exportada, sobretudo diante da expectativa de câmbio permanentemente fraco.
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