Exportações de couros podem render US$ 1,4 bi

Publicado em 25/01/2010 07:41
Setor espera faturar 27% mais neste ano do que o total atingido no ano passado; valorização do real e falta de infraestrutura são gargalos a serem superados
As exportações brasileiras de couros podem atingir US$ 1,4 bilhão neste ano. O montante representa um aumento de 27% com relação a 2008, mas ainda abaixo do total atingido em 2007, quando os exportadores faturaram US$ 2,2 bilhões. No ano passado o setor movimentou US$ 1,16 bilhão com o comércio exterior, receita 38% menor do que a registrada em 2008, quando foram atingidos US$ 1,88 bilhão. O balanço é do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), com base nas estatísticas da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio Exterior.

Segundo o presidente do CICB, Wolfgang Goerlich, o setor aumentou em cerca de 40% sua participação no mercado doméstico no ano passado. Ele acrescenta que a queda nas vendas externas foi ocasionada pela crise econômica mundial, que provocou a redução da demanda e dos preços do produto brasileiro. ""Além da crise que castigou as exportações dos curtumes brasileiros no ano passado, outro fator que comprometeu a nossa competitividade no mercado internacional foi, sem dúvida, a valorização do real frente ao dólar"", salienta Goerlich.

Conforme lembra o executivo, a sobrevalorização da moeda brasileira no ano passado registrou uma variação recorde de 33,91% frente ao dólar, moeda utilizada pelos exportadores brasileiros. ""Para amenizar o efeito cambial e dar suporte para que a indústria possa retomar a competitividade, esperamos uma redução na carga tributária e mais facilidades de crédito, uma vez que as possibilidades de aumentar a produtividade estão esgotadas e são insuficientes para a saída da crise"", explica o presidente do CICB.

Também comprometeram o desempenho do setor curtidor outros fatores como as altas taxas de juros, excessiva burocracia, precariedade do sistema de infra-estrutura e, principalmente, a falta de capital de giro para as empresas curtidoras e o alto custo financeiro. Apesar do desempenho negativo registrado no final do ano passado, em dezembro o resultado foi inverso, uma vez que as vendas atingiram US$ 132,45 milhões, receita 38% maior ao registrado em 2008 e 15% superior ao atingido em novembro. No ano passado, os couros representaram 0,8% de todos os produtos brasileiros exportados.

Exportações

No ano passado, os principais destinos do produto nacional foram a China e Hong Kong, ambos com US$ 413,87 milhões (35,57% de participação); Itália, com US$ 266,50 milhões (22,96%); Estados Unidos, US$ 101,12 milhões (8,71%); Vietnã, com US$ 43,50 milhões (3,75%); México, US$ 37,95 milhões (3,27%); Indonésia, US$ 29,69 milhões (2,56%); Alemanha, com US$ 29,16 milhões (2,51%); e Países Baixos (Holanda), com US$ 21 milhões (1,81%). Entre outros países que aumentaram as aquisições do couro brasileiro no ano passado, a Suíça foi um dos mercados de grande crescimento (254%), importando US$ 259 mil, seguido da Bolívia que cresceu 164%, totalizando US$ 228,53 mil e o Líbano (180%) que importou US$ 183 mil.

O balanço dos embarques de couros dos Estados no ano passado, ante ao acumulado do ano anterior, confirma o Rio Grande do Sul como maior exportador nacional (US$ 311 milhões, 26,8% de participação e redução de 39%), seguido por São Paulo (US$ 272,22 milhões, participação de 23,45% e queda de 52%), Ceará (US$ 118,88 milhões, 10,24% e recuo de 37%) e Paraná (US$ 89,49 milhões, 7,71%, e decréscimo de 13%).

Couro movimenta PIB estimado em US$ 3,5 bilhões

O CICB é uma entidade federativa que representa, há 53 anos, cerca de 800 empresas de produção e processamento de couro. O complexo industrial emprega cerca de 50 mil pessoas, movimenta um PIB estimado em US$ 3,5 bilhões, exportou US$ 1,16 bi em 2009, contribuindo em 7% para o saldo da balança comercial brasileira. Já a cadeia produtiva do couro que abrange os setores de curtumes, calçados, componentes, máquinas e equipamentos para calçados e couros, artefatos e artigos de viagem em couro, reúne 10 mil indústrias, gera mais de 500 mil pessoas e movimenta receita superior a US$ 21 bilhões por ano.
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Fonte:
Folha de Londrina

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