Boi gordo começa a ser negociado na Bolsa de Carne

Publicado em 08/04/2010 14:08
Uma carreta com 32 vacas gordas - vendidas por um pecuarista do Mato Grosso do Sul para um frigorífico de São Paulo por intermédio de uma corretora paulistana e outra paranaense - foi o primeiro negócio fechado por meio da Bolsa da Carne, um sistema eletrônico de comercialização de gado, que começa a ser introduzido no País. O sistema, que funcionará pela Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), controlada pela Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&FBovespa), ainda está em fase de experimentação e divulgação, poderá significar uma revolução na comercialização de boi gordo no País.

A Bolsa vai funcionar por meio de 420 corretoras filiadas à BBM. Os pecuaristas farão a oferta pela bolsa, em leilão eletrônico. Nele, o pecuarista detalha as características do rebanho - animais entre 15 e 23 arrobas - e estabelece o preço mínimo por arroba, enquanto a indústria analisa o rebanho e faz a oferta. Em caso de negócio, o frigorífico fixa a escala para recolhimento e abate para depois de 10 dias. Mas, três dias antes do transporte, o frigorífico deposita 90% do valor da compra na conta de liquidação da BBM, que avisará o pecuarista para preparar os animais.

Depois receber o rebanho, o frigorífico tem até o meio-dia seguinte para emitir o romaneio de abate, com valor total de arrobas e preço final. Com o romaneio, a BBM faz o cálculo de liquidação; se o frigorífico pagou a mais, a Bolsa devolve a diferença, mas se pagou menos, o ajuste é feito entre as partes. Se uma parte romper o contrato, um juiz arbitral da Bolsa tenta a conciliação ou resolve o caso em julgamento. Quem descumprir, paga 10% de multa. O sistema promete trazer mais segurança aos pecuaristas. "Quando vendemos o gado, ficamos 30 dias sem dormir, agora com a Bolsa, teremos mais segurança", diz Rui Prado, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso, onde a Bolsa foi apresentada na terça-feira. Segundo Prado, as vendas a prazo e sem qualquer garantia, causaram prejuízo superior e R$ 100 milhões aos pecuaristas do seu Estado por conta da crise.

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Fonte: Agência Estado

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