Em jogo, 40 anos de combate à febre aftosa

Publicado em 23/04/2010 09:06
Defesa sanitária teme desleixo na campanha de vacinação que será realizada em maio, para imunizar 4,6 milhões de bezerros e novilhos.
A uma semana de sua “última” campanha contra a febre aftosa, o Paraná tenta evitar que os pecuaristas se acomodem e, na reta final de um trabalho de quatro décadas, deixem de imunizar bovinos e bubalinos. Depois de anunciar que o estado deve se tornar área livre da doença sem vacina no segundo semestre, o governo precisa impedir que o impacto da notícia relaxe a prática da vacinação.

Desta vez, só os animais com até 2 anos precisam ser vacinados, fator que enfraquece o clima de mutirão e também pode reduzir a efetividade da campanha. O risco é de algum bezerro ou novilho não vacinado acabar sendo alvo dos testes que serão realizados até o fim do ano com participação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e colocar em xeque o controle sanitário estadual.

“Precisamos de homogeneidade na imunização, que todo o gado apresente imunidade daqui seis meses. Os animais mais novos ainda não chegaram a esse estágio”, afirma o chefe da Defesa Sanitária Animal (DSA), da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab), Marco Antonio Teixeira Pinto. O gado com mais de 2 anos já passou por pelo menos três campanhas de vacinação. A repetição é considerada essencial para a eficiência da vigilância contra a doença.

Os representantes do setor produtivo também defendem o novo status sanitário como forma de valorizar a carne produzida no estado. Prometem participar da campanha de vacinação mobilizando mais de 370 conselhos pelo interior do estado.

A meta é atingir perto de 100% do total de 4,6 milhões de bezerros e novilhos. A estimativa oficial é que outros 5 milhões de animais passaram de 2 anos e não precisam ser vacinados.

Pela importância dessa campanha no programa de erradicação da aftosa, os pecuaristas que não vacinaram serão fortemente cobrados, a firma o chefe da DSA. “Aqueles que não participarem serão rastreados, terão de vacinar na marra e vão pagar multa de R$ 87 por animal”, alerta.

Em cada campanha, o produtor é obrigado a recadastrar seu rebanho, o que permite ao governo cruzar os dados das propriedades com os dos comprovantes de vacinação. Os fiscais vão direto onde há indícios de boicote. O governo do estado não divulga relatórios de multas aplicadas. A Seab informa que de 3 mil a 4 mil propriedades são fiscalizadas após cada campanha.

Não há restrições à vacinação de animais com mais de 24 meses nesta campanha. Com isso, a defesa sanitária quer impedir que, por algum engano a respeito da idade do animal, a vacina deixe de ser aplicada.

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Fonte:
Gazeta do Povo

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