Confinamento de bovinos deve ser 7% menor este ano em MT

Publicado em 05/05/2010 17:58

O confinamento de bovinos em Mato Grosso deve reduzir 7% este ano em relação a 2009. No ano passado, 637,983 mil cabeças foram confinadas e para este ano a previsão é que o número caia para 593,190 mil. A redução pode estar ligada ao fato da oferta de boi magro estar menor no estado, além do valor da arroba estar mais alto. Na média, o boi magro está custando 3% a mais na arroba, ou R$ 2,00, do que o boi gordo. A previsão de confinamento foi divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). É o primeiro levantamento das intenções de confinamento em 2010.

Como esse foi o primeiro levantamento, o gestor de Núcleo de Análise e Conjuntura do Imea, Otávio Celidonio, destaca que os números ainda podem ser alterados. Em agosto será feito um novo levantamento para serem levantados os números definitivos das intenções de confinamento. Isso porque o confinamento pode ser feito em dois períodos, em maio e em agosto.

Nesta primeira sondagem o Imea conseguiu contato com 200 unidades confinadoras, das 221 existentes em Mato Grosso. De todos os entrevistados, 43 disseram não pretender confinar esse ano e outros 42, apesar de dizer que vão confinar, ainda não tinham previsão de entrega dos animais e nem de volume. Portanto, os números apurados se referem a 115 unidades confinadoras.

O objetivo principal do confinamento é ter boi gordo para ofertar ao mercado no período de seca, que vai de agosto a novembro. Nesse momento, quem tem o produto consegue melhores preços, em geral. Caso não houvesse o problema da falta de boi magro e do alto preço dele quando é encontrado, o confinamento agora teria uma vantagem, o baixo valor dos insumos alimentares (milho e soja). O grande problema é que o boi significa mais de 50% do custo total do confinamento. Segundo Celidonio, em Mato Grosso, o confinamento tem um valor bruto de R$ 746 milhões.

Conforme o levantamento do Imea, a região médio-norte é a única que vai aumentar o confinamento este ano em relação ao ano passado. Enquanto em 2009 foram confinadas 83,650 mil cabeças nessa região, em 2010 a previsão é que o total chegue a 96,420 mil, aumento de 15,3%.

O maior volume vai ficar na região sudeste, com 151,160 mil cabeças em confinamento, o que é 13,9% menor que os 175,591 mil do ano passado. E a maior redução de confinamento será no centro-sul, em 24,3%. Nessa região, os animais confinados serão 74,1 mil em vez dos 97,830 mil de 2009.

No ano passado, de acordo com Celidonio, os animais de confinamento, 637 mil, representaram 30% do total abatido, de 4,1 milhões de cabeças. O confinamento consiste em prender o boi em um espaço onde só comerá no cocho, não ficará solto no pasto. O sistema é mais caro do que o pasto, mas o animal tem ganho de peso mais rápido e isso acontece no momento em que o pasto está seco. E tem que ser entregue ao frigorífico em no máximo 150 dias. “Nós costumamos dizer que boi no pasto é do pecuarista, no confinamento é do frigorífico”.

O gestor do Imea explica que a margem de lucro do confinamento é pequena, mas o giro do produto é rápido. Para ele, essa retração na intenção de confinamento para 2010 não é significativa em termos de mercado, mas mostra que o produtor está mais receoso com a atividade.

Mato Grosso tem  uma capacidade estática (de estrutura) para confinar 780 mil cabeças. E como é possível fazer dois ciclos de confinamento no ano, o estado poderia confinar mais de um milhão de cabeças. A maior parte dos animais confinados são entregues entre os meses de setembro e outubro. No caso de Mato Grosso, serão 21% em cada um desses meses.

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MT em Foco

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