Abates aumentaram em 8%, mas devem cair com bezerro caro
Conforme dados da Superintendência Federal de Agricultura, nos cinco primeiros meses deste ano os abates atingiram 1.379.962 bovinos.
No mesmo período do ano passado foram 1.270.537, o que significa que neste ano o número de animais abatidos superou em 109 mil o de 2009.
No início do ano passado o setor frigorífico atravessava forte crise, com demissões em massa e paralisação de abates em algumas unidades.
Bezerro – Neste ano a disparada no preço do bezerro tem pressionado os custos e já refletem no valor da arroba e ao consumidor de carne. A isso se soma o período de entressafra, em que os preços naturalmente aumentam.
A última cotação, do dia 16 de junho, apontava o bezerro a R$ 740,23, alta de R$ 20,00 apenas neste mês e no ano de R$ 138,00, o que corresponde a 23%, conforme dados da Esalq/USP.
Quanto à carne, o último Índice de Preços ao Consumidor, relativo a maio, apontava aumento em praticamente todos os cortes de carne bovina, os mais significativos no músculo (9,81%), acém (5,80%), filé mignon (5,74%), ponta de peito (5,22%) e alcatra (4,79%).
O vice presidente da Bolsa Brasileira de Mercadorias, Carlos Dupas, avalia que a situação é complicada para quem faz a engorda. “Para se ter uma idéia corresponde a R$ 3,60 o quilo, ou até mais. Se colocar a R$ 3,5 o quilo está falando em arroba de R$ 105,00 e nossa arroba está a R$ 76,00”, observa, alertando sobre a defasagem da remuneração ao produtor.
Para Dupas, pode haver recuo de oferta por invernistas o que pode provocar reação na arroba. Ele reforça que a disparada no bezerro é um indicativo de que no ano passado não houve a retenção de matrizes prevista. “Nunca houve uma relação de troca tão ruim, de bezerro por boi gordo”, avalia Duppas.
Quanto aos preços ao consumidor, Dupas acredita que o supermercado tem margem de lucro que permite que os repasses não sejam integrais.