Governo de Roraima anuncia vacinação de 92% do rebanho contra aftosa

Publicado em 21/06/2010 09:12
Roraima está prestes a alcançar a meta de vacinar 100% de seu rebanho bovino contra a febre aftosa, ficando, assim, livre da doença. Isso deverá acontecer já na próxima campanha, no mês de outubro.

A meta estabelecida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) é alcançar 100% do rebanho brasileiro com a vacina contra a doença ao longo deste ano de 2010. Somente os estados de Roraima e Amapá ainda estão inadimplentes.

Na última campanha, realizada no mês de abril deste ano, foram vacinadas 606 mil cabeças das 665.500 que, estimadamente, formam o rebanho do Estado. O número de cabeças de gado imunizadas representa 92% do total do rebanho roraimense.

Em atenção ao que determina a legislação que rege a atividade, os pecuaristas registraram na Aderr a vacinação de 565 mil cabeças. O recorde de vacinação representa um aumento de 8% em relação ao resultado obtido na campanha de outubro de 2009, quando foi feita a imunização de 583 mil cabeças, e registradas na Aderr 482 mil cabeças.

Área indígena

Tão logo se encerrou a campanha de abril, equipes de técnicos da Aderr passaram a visitar as propriedades que deixaram de fazer o registro da vacinação. Os municípios que abrigam terra indígena, como Uiramutã, Normandia e Pacaraima, foram os que menos vacinaram seu gado.

Para o coordenador do Programa de Brucelose e Tuberculose da Aderr, José Antônio Villac de Faria, esse fenômeno tem uma explicação lógica. É que até o ano de 2009, a vacinação do gado nessas regiões ficava sob a responsabilidade da Fundação Nacional do Índio (Funai).

Já neste ano de 2010, a Funai ficou de fora do processo e os criadores indígenas não tiveram a iniciativa de cumprir as normas legais sobre a vacinação do rebanho.

Nesses três municípios, a cobertura vacinal do gado ficou entre 24% e 60%. “Os tuxauas têm procurado a Agência e estão vacinando o gado por conta própria”, afirma do coordenador.

GTA

A diretora da Aderr, Rosirayna Remor, lembra que o registro da vacinação na Agência é ato de primordial importância, pois permite qualquer movimentação do rebanho, por meio da emissão da guia de transporte animal (GTA). “Essa guia só é emitida se o produtor tiver realizado o registro da vacinação dentro do prazo estabelecido”, declarou.

Os pecuaristas que perderam o prazo de vacinação (até 30 de abril) deverão pagar multa no valor de R$ 51,92 por animal, no caso de reincidência. Se não forem reincidentes, recebem apenas uma advertência e podem pegar na Agência a autorização para adquirir a vacina. Ainda existe hoje um estoque de 41 mil vacinas à venda.

Os que efetivamente vacinaram e não registraram a prática dentro do prazo estabelecido (17 de maio), no caso de reincidência, ficam sujeitos ao pagamento da multa no valor de R$ 20,77 por animal.

Barreira Sanitária

“Ao alcançar os 100% do rebanho vacinado, o Brasil estará quebrando uma das barreiras sanitárias que impedem a comercialização da carne e derivados com outros países consumidores” afirma Villac de Faria.

O trabalho da Agência de Defesa visa a erradicação da febre aftosa. Alcançado esse objetivo, o status sanitário de Roraima, que é de alto risco para a doença, será mudado para médio risco.
“Essa conquista não pode ser alcançada apenas com o trabalho do Governo do Estado, mas depende também do empenho dos organismos federais, das prefeituras e, principalmente do setor produtivo”, assegura o governador José de Anchieta.

“Vencido o obstáculo da aftosa, o empenho do Estado estará voltado para a erradicação da tuberculose e a brucelose”, afirma o coordenador Villac de Faria. Enquanto a aftosa atinge apenas o rebanho, essas duas doenças afetam diretamente o ser humano que consome a carne contaminada.

A última incidência de febre aftosa em Roraima aconteceu no ano de 2002, no Município de Caroebe, que hoje conta com um plantel da ordem de 45 mil cabeças.

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Fonte: BV News

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