As exportações de carne bovina processada para os Estados Unidos continuam suspensas

Publicado em 13/07/2010 10:24
As autoridades sanitárias americanas frustraram as expectativas do governo brasileiro e não concordaram em liberar os embarques provenientes de alguns frigoríficos. Na semana passada, o Ministério da Agricultura divulgou que entre quatro e seis plantas seriam autorizadas a retomar os embarques a partir de ontem. Fontes próximas às negociações disseram que os EUA preferiram aguardar que o plano de ação proposto pelo Brasil esteja funcionando, o que ainda pode demorar algumas semanas. 

As exportações de carne bovina processada para os EUA estão suspensas desde o fim de maio, depois que as autoridades sanitárias americanas encontraram vestígios acima do permitido de Ivermectina, um vermífugo usado na criação de bovinos. Uma missão técnica brasileira esteve em Washington na quinta-feira e sexta-feira da semana passada, mas não teve sucesso em liberar os embarques. Foi a terceira missão que visitou o país com esse objetivo. 
 
A recusa dos americanos causou estranheza porque o Brasil suspendeu voluntariamente as exportações. Em teoria, bastaria o governo brasileiro voltar a autorizar os embarques. Mas, na prática, os americanos precisam concordar para evitar que os EUA vetem a entrada de carne brasileira. O secretário de Defesa Agropecuária, Francisco Jardim, e o diretor do Departamento de Defesa Animal (Dipoa), Nelmon Oliveira, estão em Bruxelas e não responderam às ligações do Estado. A assessoria do ministério não quis comentar o assunto ontem e informou que fará hoje uma conferência de imprensa.
 
Empresas
Os frigoríficos Marfrig e Minerva estão pressionando o governo a liberar parcialmente as exportações para os EUA. As empresas dizem que não podem "pagar pelos erros do concorrente". Por enquanto, só foi detectada presença de vermífugo acima do limite em produtos do JBS. A Associação Brasileira dos Exportadores de Carne Bovina (Abiec), que representa o Marfrig e a Minerva, não quis se 
pronunciar, porque não foi informada oficialmente sobre o assunto. 
 
Existe uma discordância pública entre as empresas e o governo sobre a origem do problema. Na semana passada, o diretor do Dipoa, Nelmon Oliveira, responsabilizou os pecuaristas. Em entrevista ao Estado, ele disse que os pecuaristas não estão respeitando o prazo de carência do medicamento antes de enviar o animal para o abate. Na visão do governo e do JBS, o problema é "sistêmico", já que os pecuaristas vendem seus animais para diferentes frigoríficos. Para os concorrentes, o problema está no sistema de produção do JBS. 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Fonte:
O Estado de S. Paulo

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