Mais um frigorífico suspende atividades em Mato Grosso

Publicado em 13/07/2010 15:05
Os frigoríficos do grupo Pantanal suspenderam temporariamente as atividades em Mato Grosso. Três unidades localizadas no Estado, sendo uma em Várzea Grande, uma em Rondonópolis e outra em Juara deixarão de abater bovinos. Com o fechamento, 850 funcionários perdem o emprego e cerca de 2 mil pecuaristas terão de procurar outras unidades para enviar os animais. As plantas, juntas, abatiam 1,5 mil cabeças por dia. Com este fechamento, sobe para 13 o número de plantas em Mato Grosso que estão com as operações paralisadas, um comprometimento de 33,3% do parque industrial do Estado.

Em emtrevista ao jornal A Gazeta, de Cuiabá, o proprietário dos frigoríficos Pantanal, Luiz Antônio Freitas, que também é presidente do Sindicato das Indústrias Frigoríficas de Mato Grosso (Sindifrigo), explica que a decisão foi tomada por inviabilidade de mercado e para evitar a falência financeira da empresa. Freitas salienta, porém, que todos os compromissos serão honrados em dia e que nenhum fornecedor ou funcionário ficará sem receber o que tem de direito. Segundo ele, o “mercado está ruim e para evitar problemas mais graves resolvemos interromper por tempo indeterminado, mas vamos cumprir todos os nossos compromissos".

A unidade de Rondonópolis funcionou até a última sexta-feira (9). A de Várzea Grande fecha as portas no próximo dia 20 e em Juara as atividades seguem até dia 30 de julho. 

O diretor superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, disse à Agência Estado que a paralisação do Pantanal acentua a concentração no setor e torna ainda mais difícil as negociações dos pecuaristas na venda do gado, uma vez que as três unidades abatiam 1,5 mil animais por dia. No Estado, há 13 plantas paralisadas, das 39 existentes. Segundo Vacari, os grupos JBS Frigoi, Marfrig e Brasil Foods respondem por mais de 60% do abate de bovinos no Estado. Dos pequenos ainda resiste o Mataboi, em Rondonópolis. Outras duas empresas em recuperação judicial estão retomando o abate aos poucos, como o Quatro Marcos, em Vila Rica, e o Frialto, em Matupá e Sinop.

Crise econômica

Desde a crise na economia mundial em meados de 2008, a cadeia produtiva da carne está sofrendo perdas significativas. Em Mato Grosso, são 13 unidades paradas das 39 existentes. Com isso, 8,3 mil bovinos deixam de ser abatidos por dia e apenas 39% do potencial é utilizado. Em maio, o Frialto foi a quarta empresa a entrar com pedido de Recuperação Judicial e suspendeu as atividades por 30 dias em suas três unidades em Mato Grosso. Atualmente, apenas a planta de Matupá está operando. O Frialto está formulando um Plano de Recuperação Judicial para ser apresentado até o fim deste mês. Além do Frialto, o Independência, o Quatro Marcos e o Arantes estão em processo de recuperação judicial.

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Fonte: Redação NA

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