Três maiores frigoríficos do Brasil suspendem compras de 221 fazendas

Publicado em 20/07/2010 17:01 e atualizado em 10/03/2020 12:24
O Greenpeace informou nesta terça-feira(20) que os três maiores frigoríficos do Brasil, JBS/Bertin, Marfrig e Minerva, suspenderam a compra de gado de 221 fazendas localizadas dentro de terras indígenas, unidades de conservação ou próximos a áreas recém-desmatadas da Amazônia. Outras 1.787 propriedades, num raio de até 10 quilômetros de novos desmatamentos, unidades de conservação e terras indígenas, passam por averiguação. As empresas declararam também ter o ponto georreferenciado de mais de 12.500 fazendas, número que, segundo elas, representa 100% da cadeia de fornecedores diretos da região.

"A apresentação desses números é uma clara e bem-vinda sinalização de que o setor está de olho nas novas exigências do consumidor preocupado com o meio ambiente em todo o mundo. As empresas precisam agora ampliar e consolidar esse trabalho, realizando auditorias nos processos, garantindo transparência e confiabilidade aos dados e convencendo seus fornecedores a disponibilizarem mapas com os limites georreferenciados das propriedades", afirma Paulo Adario, diretor da campanha da Amazônia do Greenpeace.
Nos relatórios entregues pelas empresas ao Greenpeace consta a averiguação de outras 1.787 propriedades localizadas num raio de até 10 quilômetros de novos desmatamentos, unidades de conservação e terras indígenas. Além disso, os frigoríficos declararam ter a localização geográfica das 12,5 mil fazendas, representativas de 100% da cadeia de fornecedores diretos da região.
 
Somente da lista de fornecedores da JBS, segundo a própria companhia, foram excluídos 31 fornecedores por estarem em unidades de conservação e/ou terras indígenas, ao passo que outras 1.491 estão sendo verificadas por se encontrarem a menos de 10 quilômetros de novas áreas de desmatamentos, unidades de conservação e terras indígenas. "Estas unidades em alerta em verificação estão suspensas temporariamente do cadastro da JBS", informou a empresa, em nota. No Bioma Amazônico dados de 9.813 propriedades de fornecedores foram coletados até o momento.
 
Já a Marfrig Alimentos, segundo o Greenpeace, mapeou 2 mil propriedades e suspendeu a compra de gado de 170 fazendas da região, enquanto o Minerva excluiu de sua lista 20 fornecedores, sem informar, no entanto, quantas unidades foram pesquisadas. "Cada empresa tem um procedimento, estamos tentando padronizar. O Minerva, por exemplo, nem faz a verificação de campo. Mas o que importa é que já há medidas efetivas para combater o desmatamento", declarou o coordenador do Greenpeace.

A localização das propriedades abrange os Estados do Pará, Mato Grosso, Acre e Rondônia. O anúncio ocorre nove meses após a assinatura do acordo público entre as empresas e a organização não-governamental, de não adquirir gado de fazendas envolvidas no desmatamento da região do bioma amazônico.

 

Tags:

Fonte: Redação NA

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Exportações de carne bovina ganham protagonismo, ajudam a enxugar mercado interno, mas ainda não adicionam preços à arroba
Radar Investimentos: Os preços da arroba do boi gordo oscilaram pouco no físico
Febre Aftosa: Novo status sanitário abrirá mercados ao Brasil, diz Alckmin
Brasil se declara livre de febre aftosa sem vacinação e buscará reconhecimento
Em São Paulo, campanha de atualização de rebanhos tem início nesta quarta-feira, 1º de maio