Frigorífico Pantanal pára por tempo indeterminado no MT

Publicado em 29/07/2010 11:46 e atualizado em 29/07/2010 15:23
A planta de Matupá realiza hoje o seu último abate. Ontem a empresa abateu 380 animais e, hoje, encerra as atividades com o abate de mais 300 cabeças.
O frigorífico Pantanal parou ontem suas atividades em Juara (709 quilômetros ao médio norte de Cuiabá) e hoje suspende os abates em Matupá (695 quilômetros ao norte de Cuiabá). No total, 440 funcionários foram dispensados nas duas indústrias.

Segundo informações da empresa, a paralisação é temporária, porém por tempo indeterminado. “Decidimos parar porque a conjuntura é desfavorável e ainda temos condições de pagar todos os nossos compromissos com fornecedores e funcionários”, explicou o proprietário da empresa, Luiz Antônio Freitas Martins.

A planta de Matupá realiza hoje o seu último abate. Ontem a empresa abateu 380 animais e, hoje, encerra as atividades com o abate de mais 300 cabeças.

A unidade de Juara fez ontem seu último abate, 270 bovinos. A capacidade da indústria é de 520 cabeças por dia, porém a empresa vinha operando com 60% de ociosidade nas últimas semanas devido à escassez de boi no mercado.

“Não havia oferta suficiente [de animais para abate] e, para complicar, os preços estavam altos para compra e muito baixos para a venda. Não havia alternativa, por isso decidimos parar os abates enquanto ainda tínhamos condições de pagar nossos credores e funcionários. Se a empresa continuasse trabalhando, poderia correr o risco de não ter condições de cumprir seus compromissos financeiros. Acho que foi uma atitude de responsabilidade perante nossos colaboradores e fornecedores”. Martins informou que até o dia 1º de agosto todos os funcionários da empresa receberão seus direitos trabalhistas.

Ele disse que a paralisação é temporária, “por um período em que o mercado voltar a ser economicamente viável”. Segundo ele, os preços pagos pela arroba do boi gordo (R$ 75) não oferecia margem de lucro às indústrias, que vendiam a carne por R$ 5,20/Kg. A estimativa era de margem negativa em torno de 2%.

Dificuldades - Luiz Freitas Martins, que é também presidente do Sindicato das Indústrias Frigoríficas do Estado (Sindifrigo), afirmou que o momento é de dificuldades para o setor devido à questões mercadológicas – preços da arroba e da carne – e às fortes pressões exercidas por órgãos como Sema, Ibama, Ministério da Agricultura, Secretaria de Fazenda e Ministério Público. “As empresas vivem acuadas pela fiscalização e não estão atuando de forma tranqüila. Muitas não estão suportando as pressões e acabam fechando as portas”.

Uma fonte da unidade de Juara informou que após uma audiência convocada pelo Ministério Público (MP), a empresa recebeu uma série de exigências e terá de fazer grandes investimentos. As exigências são com relação às regras ambientais. Ano passado, a empresa se obrigou a investir cerca de R$ 700 mil para atender às adequações.

Consequencias - A suspensão das atividades deverá causar impacto negativo no preço da arroba do boi em Mato Grosso, já que comprometerá ainda mais a capacidade de abate no Nortão, problema que já havia sido agravado pelo fechamento do Frialto.

Com o fechamento das plantas de Matupá e Juara, o Frigorífico Pantanal passa a atuar em Mato Grosso só com a unidade de Tangará da Serra (239 quilômetros ao médio norte de Cuiabá), onde são abatidos diariamente 180 bovinos e 120 suínos. Porém, a produção será voltada apenas ao atendimento do mercado regional.

Já a planta de Ji-Paraná (RO), com capacidade para abater até 800 animais por dia, continuará atendendo o mercado doméstico e operando normalmente no comércio interestadual e também exportações.

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Fonte:
Diário de Cuiabá

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