Menor oferta de gado pronto para abate em Mato Grosso reduz exportações

Publicado em 25/10/2010 06:44
A menor oferta de gado pronto para abate em Mato Grosso está refletindo diretamente na queda das exportações de carne para os países compradores. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, as exportações mato-grossenses de carne bovina equivalente carcaça, que vinha em constante crescimento nos últimos meses, registrou queda significativa no seu volume exportado. No mês de setembro, a carne bovina acumulou 16,73 mil toneladas de equivalente carcaça, apresentando um recuo de 30,55% em relação ao mês anterior.

Comparando o mês de setembro com igual mês do ano passado, as exportações registraram alta de 6,06%, incremento de 0,96 mil toneladas/equivalente carcaça. No acumulado do ano, as exportações de carne bovina acumulam aumento de 12,38%, acréscimo de 1,84 mil toneladas.

Na avaliação do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a redução no volume embarcado da carne bovina mato-grossense no mês de setembro, em relação a agosto, reflete a valorização da carne no mercado exterior, devido à menor oferta de bovinos, gerando consequentemente um preço mais elevado.

Segundo pecuaristas, a oferta está reduzida, as escalas nos frigoríficos ainda estão curtas e a tendência é de que o atual quadro se mantenha pelo menos até o final do ano, por conta do início do período da safra, com a recuperação das pastagens e a engorda do gado.

Segundo levantamento do Imea, no mês de setembro a demanda internacional recuou na compra da carne brasileira, devido principalmente à valorização do preço. “A combinação de preço em intensa valorização e câmbio em queda livre parece ter assustado o mercado internacional e, com isso, o volume embarcado teve apenas um desempenho razoável na comparação com os meses de agosto e julho”, avalia o instituto.

EXPORTAÇÕES - Com o envio de 16,73 mil toneladas de equivalente carcaça, o mês de setembro comprometeu o acumulado do terceiro trimestre do ano, que fechou em 65,07 mil toneladas. Com este volume, o terceiro trimestre de 2010 ficou à frente apenas de 2009, quando se comparam estes embarques com o mesmo período dos últimos quatro anos.

Por outro lado, apesar do recuo, o valor gerado neste terceiro trimestre atingiu US$ 202,69 milhões, sendo o maior valor nominal na relação com os últimos quatro anos, segundo dados da Secex. Os sinais de que o mercado atingiu seu limite de preço vêm principalmente dos maiores compradores, como a Rússia - que obteve queda mensal de 42% - e o Oriente Médio, que registrou recuo de 24% no volume de agosto para setembro.

O levantamento do Imea mostra o diferencial de base nos preços entre a arroba do boi gordo negociado em São Paulo e Mato Grosso, o spread, que encerrou setembro em R$ 11,00/arroba, registrando queda de R$ 0,65/arroba. Essa diminuição no spread entre as duas praças ocorreu por conta da valorização mais intensa no preço da arroba em Mato Grosso.

Acompanhando este movimento, São Paulo registrou uma alta de 5,97% e Mato Grosso 7,73% em relação ao mês anterior. Comparando o mês de setembro com o mesmo período do ano passado, o spread teve um recuo de R$ 0,10/arroba. O motivo desse recuo no spread é devido à diminuição da oferta de bovinos, ocorrendo uma elevação nos preços do último mês. “Isto indica provavelmente que as baixas na oferta de bovinos e na escala de abates em Mato Grosso estão mais expressivas do que em São Paulo, ocasionando uma elevação nos preços da arroba do boi gordo”, afirmam analistas do Imea.

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Diário de Cuiabá

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